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1 Kamile Correia Macedo Técnicas de Argumentação Jurídica Para uma boa argumentação é necessário um bom repertório. • Operador do Direito: Mero aplicador da norma; • Cientista do Direito: Jurista. Compreende o contexto histórico. Argumentação de estado democrático de direito: • Positivismo Juridico: Dissipou-se a ideia de que caberia ao juiz desenvolver um raciocínio silogístico para poder “dizer adequadamente o direito”. Consiste o silogismo em apresentar três proposições – premissa maior, premissa menor e conclusão – que se dispõe de tal forma que a conclusão deriva de maneira lógica das duas premissas anteriores. Critica: Não seria justo que uma mesma conduta praticada por pessoas diferentes e em contextos distintos fosse avaliada da mesma maneira pelo juiz, com a mera subsunção do fato à norma. A indeterminação do direito exige que o profissional capacitado se valha de técnicas de argumentação jurídica, não se limitando a simplesmente deduzir a pretensão de seu cliente em mero silogismo juridico, sob pena de sua tese não ser acolhida. É inegável que o uso do silogismo é uma importante ferramenta de persuasão, mas não é a única. • Pós-positivismo: Planejamento textual; Organização; Encadeamento; Construir argumentos e manejá-los com habilidade. • Argumentação e teoria tridimensional do direito: Ora, se argumentar é conseguir aumentar a intensidade de adesão do auditório de maneira que desencadeie nele a ação pretendida, não há como persuadir um auditório acerca da adequação de uma tese se o argumentador não buscar, no conjunto probatório à sua disposição, fatos a serem valorizados, de maneira tal que a aplicação de uma determinada norma possa ser adequada e convincente. • Método dedutivo na produção de argumentos: Casos Simples Considera-se que um raciocínio é dedutivo quando, a partir de determinadas afirmações (premissas) aceitas como verdadeiras, o advogado chega a uma conclusão lógica sobre uma dada questão discutida no processo vê-se, pois, o uso do silogismo. 2 Kamile Correia Macedo Casas simples são aqueles em que o argumentador já possui estruturado na no ordenamento jurídico todo repertório a que necessitará recorrer na fundamentação: A legislação rege de maneira clara e a doutrina e jurisprudência mostram-se uniformes quanto à solução mais adequada acerca do assunto. Nesse sentido, os casos simples requer do advogado esforço argumentativo reduzido. Quanto aos argumentos, geralmente são necessários a introdução, argumento de autoridade, argumentos de oposição e conclusão, cujos quais serão analisados mais adiante em capítulo próprio. Há quem defenda que uma boa petição inicial, em toda sua estrutura, para os casos simples não demanda mais do que dez laudos. Casos complexos Por sua vez, os casos difíceis não cabem soluções prontas, previsíveis, resolvidas com a mera subsunção do fato à norma por meio do silogismo. Não se trata de propor uma nova estrutura para a fundamentação complexa, mas de partir daquela utilizada para a fundamentação simples (introdução, argumento de autoridade, argumento de oposição e conclusão) e agregar outros tipos de argumento dependendo de cada caso concreto. Argumentação Substantiva Apela livremente a razão de natureza moral, política, econômica, social e etc. A argumentação institucional (jurídica/técnica) apela livremente a considerações morais, políticas, econômicas e sociais. Ela é mais burocrática (engessada) e quem argumenta institucionalmente não está preocupado em defender aquilo que parece mais justo, mais democrático ou mais eficiente no caso em questão. • Exórdio, Conhecimento do auditório e Argumento de autoridade; • Nicola Abbagnano afirma que argumento “[...] é qualquer razão, prova, demonstração, indicio ou motivo capaz de capitar o assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção”; • Argumento de autoridade - Como a própria nomenclatura sugere, é aquele que invoca o prestígio dos atos ou juízos de determinada pessoa ou grupo a partir do qual a afirmação ganha relevância; • Argumento de oposição - É consabido que todo profissional do direito quando argumenta sabe que seu ponto de vista será contraposto por outro profissional que atua no polo adverso. O contraditório é uma realidade a ser enfrentada pelo argumentador na prática forense; • Argumentação por analogia - Preenchimento de lacuna, comparação de realidades; • Argumento ao hominem – (contra o homem - sentido de espécie). Consiste no ataque a uma pessoa cuja as ideias, argumentos ou depoimentos pretende desqualificar. Ao invés de se enfrentar o argumento do adversário, ataca-se a pessoa do adversário. Ataca-se o homem e não a ideia; • Argumento a fortiori – Pode sempre ser resumido numa fórmula como esta: Se a solução X é adequada para o caso Y, com maior razão deve ser também adequada para o caso Z que é uma forma mais grave (ou mais evidente, ou mais ampla, ou mais intensa, ou maior) de X. 3 Kamile Correia Macedo • Argumento por abuso – É aquele que não apenas mostra que o argumentador está certo, mas também que o advogado da parte contrária está errado; Consiste, portanto, em demonstrar a não validade de uma tese. Para isso, é necessário não apenas pressupor que ela seja verdadeira mas mostrar, dividindo sua explicação em pedaço, que sua aplicação leva a resultados contraditórios, admissíveis, ou seja, absurdos.
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