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ASSISTENCIA-EM-EXAMES-LABORATÓRIAS

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ASSISTENCIA EM EXAMES 
LABORATÓRIAIS 
 
 
 
 
 
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Sumário 
ASSISTÊNCIA EM EXAMES LABORATORIAIS ........................................................ 5 
FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO ...................................................... 15 
ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS ................................................................... 16 
CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS ................................................................ 20 
HEMOGRAMA .......................................................................................................... 25 
ERITROGRAMA ....................................................................................................... 26 
VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) .............................................................. 27 
HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) ................................................... 27 
CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM) ........... 28 
RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH) ............................................................ 28 
LEUCOGRAMA.............................................................................................. 28 
LEUCÓCITOS ................................................................................................ 29 
MONÓCITOS ................................................................................................. 29 
LINFÓCITOS.................................................................................................. 29 
EOSINÓFILOS ............................................................................................... 30 
BASÓFILOS ................................................................................................... 30 
NEUTRÓFILOS SEGMENTADO ................................................................... 30 
SÉRIE PLAQUETÁRIA ............................................................................................. 31 
ASSISTÊNCIA NA COLETA DO HEMOGRAMA...................................................... 33 
COLETA DE SANGUE VENOSO ............................................................................. 34 
Procedimento: ............................................................................................ 37 
HEMOCULTURA ...................................................................................................... 48 
COLETA DE MATERIAL PARA HEMOCULTURA E A ASSISTÊNCIA .................... 49 
PRINCIPAIS CUIDADOS QUE O PROFISSIONAL DEVE MANTER NA COLETA DA 
HEMOCULTURA ...................................................................................................... 50 
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À COLETA DO SANGUE 
VENOSO .................................................................................................................. 53 
GASOMETRIA ARTERIAL ....................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
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COLETA DE AMOSTRA PARA GASOMETRIA ARTERIAL ..................................... 55 
ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO ................................... 58 
EXAME DE FEZES ................................................................................................... 59 
ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA URINÁRIO ........................................ 65 
EXAME DE URINA ................................................................................................... 66 
Coleta de amostra para o exame de urina .................................................. 73 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................................... 82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FACULESTE 
 
A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética.Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ASSISTÊNCIA EM EXAMES LABORATORIAIS 
Os exames laboratoriais são responsáveis pelo fornecimento do estado de 
saúde do paciente, auxiliam a avaliação de diagnósticos clínicos, fornecem o 
monitoramento do tratamento que deve ser realizado e consequente prognóstico 
(SILVA, 2004). Sannazzaro (1993) descreve que os exames laboratoriais surgiram 
na metade do século XIX como resultado da modernização e progresso da medicina, 
principalmente nas ciências da microbiologia, citologia e bioquímica, sendo que 
estes exames aparecem como forma de auxiliar os diagnósticos médicos. 
Os exames laboratoriais são realizados por laboratórios com alvará de 
licenciamento e profissional responsável. Segundo a RDC nº 302 de 2005, o 
Laboratório Clínico conceitua-se como um serviço destinado à análise de amostras 
de pacientes, com o objetivo de oferecer apoio ao diagnóstico e ao tratamento; esta 
resolução define os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e 
postos de coleta laboratoriais público ou privado, que realizam atividades na área de 
análises clínicas, patologia clínica e citologia. 
Os denominados Postos de Coleta laboratorial são conceituados como 
unidades vinculadas a um laboratório clínico, que realizam atividades laboratoriais, 
entretanto não analisam o exame (não participam da etapa analítica do processo), 
exceto nos casos de exames presenciais, cujas realizações ocorram no ato da 
coleta. A enfermagem, tanto hospitalar como ambulatorial e/ou domiciliar, está em 
constante presença no tratamento do paciente acometido por uma patologia, ou 
mesmo nas pessoas sadias que buscam o acompanhamento de sua saúde 
regularmente. 
Assim, torna-se importante ser conhecedor da assistência correta prestada ao 
paciente no que diz respeito aos exames laboratoriais, uma vez que estes se 
constituem em instrumento de avaliação, acompanhamento e prevenção no 
tratamento dos indivíduos. São vários os tipos de exames laboratoriais existentes 
atualmente, cada vez mais o emprego da tecnologia vem auxiliando na análise de 
dados que possam garantir ao clínico um diagnóstico preciso do paciente. Neste 
estudo serão citados alguns dos exames mais utilizados na prática clínica, buscando 
 
 
 
 
 
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enfatizar prioritariamente a assistência de enfermagem na busca por um resultado 
fidedigno. 
Desde a requisição do exame ao paciente, realizada pelo médico, existem 
vários fatores que podem induzir a um erro no resultado do exame. Ao contrário do 
que se pensa, não é apenas a análise do material que está sujeita a erros, mas 
também toda a fase do processo, ou seja, desde o momento da solicitação do 
exame, preparo, coleta e até a busca pelo resultado. 
Portanto, é possível considerar que a enfermagem ou o técnico laboratorial 
estão envolvidos além da realização de técnicas, na questão informativa do 
processo, por meio do
fornecimento de informações precisas sobre a realização do 
exame, locais de coleta, forma de coleta, cuidados antes do exame, retirada do 
exame e encaminhamento do resultado ao médico, e até mesmo na interpretação 
equivocada do resultado pelo próprio paciente. 
Segundo Silva (2004) as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro em 
Laboratórios de Análises Clínicas, caracterizam-se pelo gerenciamento da 
assistência de enfermagem e a organização da instituição; sendo necessária uma 
visão ampla pelo profissional, englobando não somente os aspectos éticos e legais 
dos serviços prestados, mas também o conhecimento acerca dos trabalhos da 
enfermagem neste campo, não necessariamente executando-os. 
O enfermeiro trabalha desde o planejamento e supervisão da assistência até 
as avaliações e cuidados tanto do paciente como dos serviços. A assistência de 
enfermagem aos pacientes, como por exemplo, coletas de sangue são direcionadas 
aos profissionais de nível médio, (Auxiliares e Técnicos de Enfermagem). 
Segundo Moura (1998) a coleta dos materiais biológicos é considerada a 
parte mais importante do processo de análise clínica. Um material advindo de uma 
coleta inadequada, ou seja, com falhas, nem mesmos os aparelhos mais modernos 
conseguem validar a amostra, tornando-se assim de grande importância um 
procedimento de coleta eficiente. 
O Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos 
descrito pela RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005, conceitua amostra do paciente 
como parte do material biológico de origem humana utilizada para análise 
 
 
 
 
 
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laboratorial. E a amostra do paciente com restrição como fora das especificações, 
mas que ainda pode ser utilizada para alguma análise laboratorial. 
Este mesmo regulamento descreve as fases envolvidas no processo de 
coleta, análise e resultado de exames laboratoriais, sendo especificadas como: 
Fase Pré-Analítica: inicia-se na solicitação da análise, coleta da amostra e 
termina com o início da análise do material. Segundo as recomendações da 
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial para Coleta de 
Sangue Venoso (2009), as principais condições da fase pré-analítica são: variações 
cronológicas (alteração cíclica na concentração de um parâmetro em função do 
tempo); gênero (concentração de alguns componentes sanguíneos e urinários 
distintos entre homens e mulheres); idade (concentração dos componentes 
distinta entre as diferentes idades); posição (mudança súbita de posição pode 9levar 
a uma alteração nas concentrações dos valores bioquímicos como, por exemplo, da 
posição supina para a ereta, nestes casos os níveis de albumina, colesterol, 
triglicerídeos, hematócrito e hemoglobina podem ser superestimados em até 8 a 
10% da concentração inicial); atividade física (o esforço físico pode provocar 
aumento da atividade sérica de algumas enzimas, sendo que este aumento pode 
persistir por 12 a 24 horas após a realização do exercício); jejum (evita-se a coleta 
de sangue por jejum superior a 16 horas, o jejum para a coleta de sangue habitual é 
de 8 horas, havendo a possibilidade de redução para 4 horas, situações especiais e 
em crianças de baixa idade o jejum pode ser de uma a duas horas); dieta (mesmo 
seguindo o jejum, a dieta pode interferir em alguns dados de resultado do exame, 
principalmente no início de uma internação hospitalar quando ocorrem alterações 
nas dietas habituais do paciente); uso de fármacos e drogas de abuso; outras 
causas de variações (administração de contraste para exames de imagem, 
realização de toque retal, eletromiografia, hemodiálise, diálise peritoneal, cirurgia, 
transfusão de sangue e infusão de fármacos). 
Fase Analítica: compreende a análise do material (amostra); é o conjunto de 
operações utilizadas para a análise da amostra com descrição específica conforme o 
método utilizado. 
Fase Pós-Analítica: inicia com a emissão do resultado válido e termina com 
a emissão do laudo para posterior interpretação pelo solicitante. 
 
 
 
 
 
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Silva (2004) descreve os principais itens a serem observados na coleta do 
material para obtenção de uma amostra adequada, são eles: 
 Fase de Orientação e Preparo do Exame; 
 Horário e seleção anatômica do local de coleta; 
 A técnica de coleta propriamente dita; 
 Os materiais e condições para transporte do 
material até o laboratório e seu acondicionamento; 
 Tempo entre a coleta e a análise do material. 
 
 
 
Diante destes itens citados pelo autor e reportando-se à prática diária, é 
importante que se faça referência às diferentes formas de intervenção do 
laboratorista na coleta de exames laboratoriais, assim é possível acrescer aos itens 
anteriores as seguintes considerações: 
Fase de Orientação e Preparo do Exame: quando o paciente está 
hospitalizado é de suma importância uma eficiente comunicação entre o laboratório 
de análises clínicas e os profissionais que atendem ao paciente, uma vez que estes 
últimos estão em constante contato com o paciente e são responsáveis pela 
disseminação das informações. Muito depende da rotina estabelecida pela 
instituição, ou seja, em alguns locais os próprios técnicos do laboratório visitam o 
paciente no quarto e realizam a orientação, em outros locais quem orienta o 
paciente é o técnico de enfermagem que o atende. 
Em quaisquer umas das rotinas seguidas é necessário haver sempre a 
comunicação entre ambos os técnicos da mesma informação para segurança do 
paciente e da coleta; também os técnicos de enfermagem que atuam nas unidades 
devem estar cientes da informação que irão repassar aos pacientes, evitando com 
isso invalidação da amostra. Um caminho é a utilização de manuais de rotinas 
dentro de cada unidade, onde o funcionário tenha acesso por intermédio de 
fluxogramas dos preparos e informações cabíveis diante de cada exame solicitado. 
Estar atento para a solicitação médica da análise é outro item importante a 
ser considerado, uma vez que podem ocorrer situações em que o paciente está 
internado, o médico solicita o exame e a enfermagem não encaminha a solicitação 
ao laboratório, resultando em aumento do tempo para a realização da coleta e 
 
 
 
 
 
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consequentemente obtenção do resultado, o que pode acarretar uma ampliação na 
permanência do paciente na instituição, aumento de custos, demora na 
comprovação diagnóstica, insatisfação médica e angústia do paciente. 
Na situação de atendimento ambulatorial, em que na maioria das vezes o 
paciente encaminha o exame ao laboratório, este deverá ser instruído quanto ao 
preparo adequado; acredita-se que além da informação verbal é necessária a 
informação por escrito sobre o preparo do exame para evitar o esquecimento do 
paciente; na ida do paciente ao laboratório o mesmo deve igualmente ser 
questionado sobre o uso de medicações contínuas, atividades físicas, entre 
outros cuidados específicos conforme a peculiaridade de cada exame. 
O item 6.1.1 do Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios Clínicos 
(2005) descreve a obrigatoriedade do laboratório clínico e posto de coleta 
laboratorial em fornecer por escrito e/ou verbal instruções claras para o paciente 
e/ou responsável sobre o preparo e a coleta de amostras. O item 6.1.2 do referido 
Regulamento estipula a necessidade do laboratório em exigir documento do 
paciente para cadastro de identificação, sendo que nos casos dos pacientes 
internados ou em situações de urgência podem-se usar dados do prontuário do 
paciente para realização do cadastro. 
Também segundo este regulamento são necessárias as seguintes 
informações no cadastro do paciente: número de registro de identificação do 
paciente gerado pelo laboratório; nome do paciente; idade, sexo e procedência do 
paciente; telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; nome
e contato do 
responsável em caso de menor de idade ou incapacitado; nome do solicitante; data 
e hora do atendimento; horário da coleta, quando aplicável; exames solicitados e 
tipo de amostra; quando necessário: informações adicionais, em conformidade com 
o exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação 
clínica, dentre outros de relevância); data prevista para a entrega do laudo e 
indicação de urgência, quando aplicável. 
Torna-se necessário igualmente entregar um comprovante ao familiar e/ou 
paciente do atendimento, número de registro, nome do paciente, data do 
atendimento, data prevista de entrega do laudo, relação de exames solicitados e 
dados para contato com o laboratório. A coleta de materiais enquanto o paciente 
 
 
 
 
 
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estiver internado pode ser registrada no prontuário do mesmo pelo técnico que a 
realizou indicando o horário, data e assinatura. 
Horário e Seleção Anatômica da coleta: o horário da obtenção da coleta é 
de suma importância, pois a partir dele se pressupõe o preparo, como por exemplo, 
o tempo de jejum do paciente. Nesta questão cabe ter atenção para as rotinas 
internas da instituição hospitalar quando o paciente estiver internado, uma vez que 
algumas situações devem ser previstas para minimizar os atrasos e uma coleta em 
horário impróprio. 
Na ocasião do paciente ser ambulatorial, e o mesmo ter que comparecer ao 
laboratório para a coleta, é imprescindível questionar o paciente sobre a 
possibilidade de estar presente no horário determinado. Nos casos de coletas 
domiciliares precede-se à comunicação do paciente sobre a visita do profissional 
que irá realizar a coleta em comum acordo entre o técnico, a família e o paciente. A 
seleção da área anatômica consiste no local onde será extraída a amostra. Neste 
momento o profissional habilitado a realizar a inspeção e verificação do local da 
coleta deve possuir conhecimento técnico e científico para tal. 
A técnica da coleta: uma das principais amostras para a realização dos 
exames laboratoriais é o sangue, que pode ser obtido por diferentes formas do 
organismo do paciente. Na prática, a técnica mais utilizada é a punção com agulha 
em veia periférica. A realização do procedimento de coleta eficiente pressupõe um 
resultado de exame fidedigno, desta forma o profissional deve ser treinado para a 
realização de uma técnica asséptica e livre de riscos. Este assunto será tratado em 
específico posteriormente neste módulo. 
Sobre a obtenção de amostra, o Regulamento para Funcionamento dos 
Laboratórios Clínicos (2005) estipula que a mesma deve ser identificada no 
momento da coleta ou quando o paciente entregá-la ao laboratório, identificando o 
nome do paciente e do funcionário que realizou a coleta e/ou a recebeu; sendo que 
o laboratório ou postos de coleta devem possuir por escrito rotinas de orientação 
sobre o recebimento, coleta e identificação da amostra. 
Os materiais e condições para transporte do material até o laboratório e 
seu acondicionamento: o acondicionamento correto da amostra representa uma 
amostra aprovada para a análise. É necessário manter constante contato com o 
 
 
 
 
 
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bioquímico para que se sigam as normas de temperatura e armazenamento. Nos 
hospitais onde os laboratórios realizam a coleta geralmente as amostras de sangue 
estão acondicionadas em caixas térmicas e logo após a coleta são encaminhadas 
pelo técnico ao laboratório. Nos casos, é importante prever a distância entre o 
domicílio do paciente e o laboratório e juntamente o tempo que a amostra irá 
permanecer armazenada e local adequado para manutenção. 
Todos os laboratórios e os postos de coletas laboratoriais devem possuir por 
escrito rotinas referentes ao transporte da amostra, contendo os prazos 
estabelecidos, condições de temperatura e padrões técnicos que garantam a 
estabilidade e integridade da mesma. Segundo o Regulamento para Funcionamento 
dos Laboratórios Clínicos (2005), a amostra do paciente deverá ser transportada em 
recipiente isotérmico, higienizável e impermeável, que permita a estabilidade da 
amostra desde a coleta até a análise do material. 
As Recomendações da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) 
descrevem que, no geral, os tempos referidos de armazenagem das amostras 
primárias consideram os limites para temperatura como: temperatura ambiente 18 a 
25ºC, refrigeradas de 4 a 8°C e congeladas abaixo de 20ºC negativos. Quando não 
há orientação específica sobre acondicionamento e transporte de um material, 
poderá o material ser deslocado para postos ou outras unidades em caixa de isopor 
com gelo reciclável, calçado por flocos de isopor ou papel jornal; não podendo as 
amostras ficar em contato direto com o gelo para evitar a hemólise. 
Na ocasião de congelamento para transporte é recomendado o uso do gelo 
seco, nestes casos há a necessidade de tomar precauções com o recipiente que 
contém gelo seco para que permita a saída do dióxido de carbono, 
consequentemente evitando a formação de pressão excessiva. 
Tempo entre a coleta e a análise do material: existem particularidades 
sobre o tempo de coleta e a análise da amostra diante de cada tipo de exame 
realizado; o profissional de enfermagem deve ser conhecedor destas questões, pois 
participa do processo, desta forma é imprescindível o cuidado no encaminhamento 
das amostras, obedecendo ao tempo estipulado. 
A orientação da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) orienta que 
o tempo entre a coleta do sangue e a centrifugação (2° etapa de análise da amostra) 
 
 
 
 
 
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não exceda uma hora, sendo que as amostras colhidas com anticoagulantes, nas 
quais o material será o sangue total, devem ser mantidas até o procedimento em 
temperatura de 4ºC a 8ºC. 
Outras questões que englobam a fase analítica e pós-analítica no processo 
de análise de material biológico e que se tornam importantes para o conhecimento 
do profissional de enfermagem baseadas no Regulamento para Funcionamento de 
Laboratórios Clínicos (2005) são descritas abaixo: 
Os laboratórios clínicos devem possuir lista descrita dos exames realizados 
em sua unidade, em outras ou laboratórios terceirizados; manter descrito um fluxo 
de rotina quando o resultado do exame precisa ser comunicado ao médico e/ou 
paciente para uma decisão imediata; devem possuir rotina por escrito sobre a 
emissão de laudos, contemplando situações de rotina, urgência e plantões; o laudo 
emitido pelo laboratório deve ser legível, sem rasuras, em língua portuguesa, datado 
e assinado pelo profissional (grau superior) habilitado; nos casos em que o 
laboratório optar pela transcrição do laudo emitido por outro laboratório de apoio, é 
necessário garantir que na técnica da transcrição a legitimidade do laudo não seja 
alterada; as cópias dos laudos devem ser arquivadas por período de cinco anos; 
todas as retificações necessárias após a emissão de um laudo devem ser feitas a 
partir da emissão de novo laudo; quando o resultado dos exames advém de uma 
amostra com restrição, esta informação deve conter no laudo. 
O laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: identificação do 
laboratório; endereço e telefone; identificação do Responsável Técnico (RT); número 
de registro do RT no respectivo conselho de classe profissional; identificação do 
profissional que liberou o exame; número de registro do profissional que liberou o 
exame no respectivo conselho de classe do profissional; número de registro do 
laboratório clínico no respectivo conselho de classe profissional; nome e registro de 
identificação do cliente no laboratório; data da coleta da amostra; data de emissão 
do laudo; nome do exame, tipo de amostra e método analítico; resultado do exame e 
unidade de medição; valores de referência, limitações técnicas da metodologia e 
dados
para interpretação; observações pertinentes. 
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) é quem assegura a assistência de 
enfermagem nos laboratórios de análises clínicas, principalmente sobre a coleta de 
 
 
 
 
 
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exames. A Portaria CVS - 13, de 4 de novembro de 2005, aprova norma técnica que 
trata das condições de funcionamento dos laboratórios de Análises Clínicas e 
Pesquisa Clínica, Patologias Clínicas e Congêneres. Em seu item 4.44 descreve os 
profissionais habilitados para a coleta de material humano: 
De nível superior: médicos e enfermeiros; farmacêuticos e biomédicos e, 
ainda, biólogos e químicos que no curso de graduação e/ou em caráter 
extracurricular frequentaram disciplinas que confiram capacitação para a execução 
das atividades de coleta. 
De nível técnico: técnicos de enfermagem, assim como técnicos de 
laboratório, técnicos em patologia clínica e profissionais legalmente habilitados que 
concluíram curso em nível de ensino de 2° grau, que, no curso de graduação e/ou 
em caráter extracurricular, frequentaram disciplinas que confiram capacitação para a 
execução das atividades de coleta. 
Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão executar todas as 
atividades técnicas relacionadas às etapas de tratamento pré-analítico, mediante 
prévio treinamento. 
É dispensável prévio treinamento para técnicos de laboratório e técnicos em 
patologia clínica. 
De nível intermediário (médio): auxiliares de enfermagem, assim como 
profissionais legalmente habilitados que concluíram curso em nível de ensino de 1° 
grau, que, no curso de graduação e/ou em caráter extracurricular, frequentaram 
disciplinas que confiram capacitação para a execução das atividades de coleta. 
Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão executar todas as 
atividades auxiliares relacionadas às etapas de tratamento pré-analítico, mediante 
prévio treinamento. Diante desta portaria é possível identificar que o técnico de 
enfermagem participa do processo de coleta do material humano na fase pré-
analítica, ou seja, desde a solicitação da análise pelo médico, coleta da amostra e 
encaminhamento da amostra para análise; sendo que a coleta do material deve ser 
analisada mediante a complexidade do procedimento e as atribuições específicas do 
técnico de enfermagem para desenvolvê-la ou não. 
Na Resolução COFEN -195, de 18 de fevereiro de 1997, é conferido ao 
enfermeiro atuante na saúde pública, a autonomia para a solicitação de exames de 
 
 
 
 
 
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rotinas e complementares preconizados pelos programas do Ministério da Saúde. 
Além disso, a Resolução COFEN – 146, de 1 de junho de 2002, atribui a 
responsabilidade e a presença de um enfermeiro nos locais em que estejam sendo 
realizadas assistências de enfermagem. 
Diante da atuação da enfermagem no campo de análise clínica cabe aos 
profissionais o aperfeiçoamento tanto técnico como científico, com o 
desenvolvimento de projetos a fim de qualificar sua assistência e tornar-se 
necessário para o mercado (SILVA, 2004). Tanto nos hospitais como nos próprios 
laboratórios de análises clínicas é importante que o enfermeiro no gerenciamento da 
equipe de enfermagem formule manuais de normas e rotinas objetivando esclarecer 
a todos os envolvidos sobre a operacionalização dos itens que compõem a fase pré- 
analítica na análise de exames laboratoriais. 
Motta (2008) descreve a rotina do laboratorista em hospitais e laboratórios 
para Coleta de Exames Laboratoriais de Rotina como: 
 Conferência da solicitação do exame na prescrição médica; 
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 Recebimento do pedido de solicitação do exame 
devidamente preenchido e carimbado pela equipe 
médica; 
 Aguardo da enfermagem para a coleta realizada 
pelo setor de laboratório, conforme o horário 
estabelecido pela instituição hospitalar como rotina; 
 Conferência juntamente com o laboratório dos 
exames colhidos de acordo com os pedidos; 
 Colocação dos resultados no prontuário médico do paciente. 
 
 
Observação: 
 
 Os exames realizados durante o plantão, sendo ou 
não casos de emergência, devem ser colhidos pela 
enfermagem da unidade e encaminhados ao 
laboratório; 
 Aos domingos e feriados os exames devem ser 
 
 
 
 
 
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colhidos pela enfermagem e encaminhados ao 
laboratório, nos casos em que não houver plantão 
de coleta; 
 Caso os valores estejam alterados, deverá haver a 
comunicação imediata ao médico assistente. 
No item de observação descrito acima por Motta (2008) cabe enquadrar-se a 
realidade de cada hospital, como também de cada laboratório. Abaixo serão 
descritos os principais exames laboratoriais realizados na prática clínica e formas de 
coleta, apresentando uma breve revisão da fisiologia como forma de complementar o 
estudo. 
FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO 
O sangue é uma porção líquida encontrada no meio intersticial, que circula 
pelos vasos sanguíneos em um sistema fechado denominado Sistema Circulatório; é 
composto por propriedades químicas e físicas que tornam as células funcionais, 
também ocorre a formação do plasma sanguíneo por meio da ingesta de água e das 
trocas líquidas entre os outros compartimentos do organismo. 
As origens das células do sangue são múltiplas, por exemplo, as hemácias, 
plaquetas e leucócitos granulócitos tem sua origem na medula óssea, já os linfócitos 
e monócitos originam- se no sistema reticuloendotelial, que é formado pelos 
linfonodos e baço, órgãos do sistema hematopoiético. 
O sistema hemolítico-poético mantém os elementos morfológicos do sangue 
em condições normais devido à sua grande extensão e função hemolítica ou de 
destruição das células do sangue. Este sistema é constituído por funções diferentes: 
1. Órgãos hematopoiéticos específicos (função formadora dos 
glóbulos): tendo a Medula Óssea como principal órgão, dando 
origem aos eritrócitos, leucócitos granulócitos e aos trombócitos 
ou plaquetas; e as formações linfáticas, originando a produção 
de linfócitos na circulação. 
2. Sistema Reticuloendotelial ou hemoistioblástico: Este sistema 
origina os monócitos (por meio da função hematopoiética), além 
 
 
 
 
 
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de integrar todo o organismo, principalmente o fígado e baço, ele 
exerce função hemolítica conservando a capacidade 
hematopoiética que adquirimos na vida embrionária. 
 
ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS 
Medula Óssea 
 
 
É o órgão mais importante do sistema Hematopoiético (elaboração do 
sangue), situada no canal medular dos ossos longos, no tecido esponjoso. Tem 
envolvimento na formação, maturação e libertação dos eritrócitos, granulócitos e 
das plaquetas. Segundo Lima et al. (2001), macroscopicamente a medula se 
distingue em dois tipos fundamentais: a medula vermelha ou fetal, diferenciada pela 
rica vascularização e pela atividade hematopoiética, e a amarela ou adiposa, pouca 
vascularizada e consequentemente inativa, porém torna-se ativa caso seja exigido 
pelo sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Baço 
 
 
Órgão mais importante do sistema reticuloendotelial pela sua capacidade de 
distensão e contração, devido às cápsulas ricas em fibras conjuntivas elásticas e 
musculares. Destacam-se como funções do órgão a hematopoiética, hemocaterética 
e a função de depósito de sangue. Na função hematopoiética incluiu a função erito e 
leucopoética durante a vida fetal sendo a mais importante. Após o nascimento esta 
função desaparece e o baço atua na regeneração sanguínea como órgão 
linfopoético. 
A função hemocaterética é a atuação do baço na desintegração e 
metabolização das células sanguíneas, tendo como principais elementos os 
 
 
 
 
 
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eritrócitos e a hemoglobina. A função de depósito de sangue
apresenta grande 
importância em determinadas patologias, uma vez que 
 
 
 
 
 
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o baço contém um acúmulo de eritrócitos, ou seja, uma reserva que é acionada 
em casos de hemorragias intensas, ambientes pobres em oxigênio, etc., entrando na 
circulação periférica e suprindo as necessidades do momento 
 
 
Linfonodos ou Gânglios Linfáticos 
 
 
Fazem parte do sistema linfático. Este sistema é responsável pelo transporte 
da linfa (fluído linfático) para o sistema circulatório, porém, antes dessa passagem, 
cabe aos linfonodos filtrarem essa linfa, que pode ter a presença de microrganismos 
capazes de desenvolver um dano. A linfa chega até a circulação sanguínea livre de 
qualquer invasão. Assim, o sistema linfático torna-se um importante componente do 
sistema imunológico, pois colabora junto com os glóbulos brancos na defesa do 
organismo contra agentes invasores. 
 
 
 
 
 
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CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS 
 
 
 
Eritrócitos 
 
 
 
Compreendem as hemácias, têm por principal função o transporte de oxigênio 
para os tecidos e do gás carbônico para os pulmões. A grande parte desta troca é 
realizada pela proteína Hemoglobulina A (HbA), principal hemoglobina nos adultos, 
sendo dois terços sintetizadas nos eritroblastos e o restante no reticulócito. A vida 
média de uma hemácia é de 120 dias, após esse período são destruídas no 
compartimento extravascular pelos macrófagos do sistema retículo endotelial. 
 
 
 
 
 
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 Neutrófilos 
 
 
Exercem um papel importante na inflamação, sendo responsáveis pela defesa 
do organismo contra microrganismos. Sua produção ocorre na medula óssea em um 
período de 6 a 10 dias. Parte destes neutrófilos fica armazenada na medula como 
uma “reserva’’ do sistema. Os demais, quando liberados, permanecem na circulação 
por até 12 horas e após encaminham-se para os tecidos desempenhando então a 
função fagocitária. O tempo médio de vida dos neutrófilos nos tecidos é de dois a 
quatro dias, passando este período morrem pela sua ação defensiva. 
 
 
 
 
 
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Eosinófilos 
 
 
Embora o mecanismo não seja muito conhecido, presume-se que tenha 
particularidade com o mecanismo dos neutrófilos. Além de apresentarem como 
função a fagocitose, os eosinófilos têm um papel importante nas alergias e em 
doenças parasitárias. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Basófilos e Mastócitos 
 
 
 
São células que contém heparina e mediadores farmacológicos nos seus 
grânulos que são liberadas, após um processo alérgeno, à superfície celular por meio 
de receptores. Além dos mastócitos participarem na defesa contra microrganismos 
são responsáveis por alguns sintomas adversos das manifestações alérgicas. 
 
 
 
 Monócitos 
 
São fagócitos ativos que permanecem na circulação de 20 a 40 horas, após 
passam para os tecidos, amadurecendo e desempenhando funções, podendo ter uma 
vida média de meses ou até anos. Os monócitos dividem-se em macrófagos 
fagocitários que tem a principal função de apresentar o antígeno para os linfócitos do 
organismo. 
 
 
 
 
 
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Linfócitos 
 
 
Os linfócitos auxiliam os fagócitos no processo de defesa do organismo, 
prevenindo infecções e invasão de agentes estranhos. São divididos em dois 
importantes grupos, os linfócitos T, que são produzidos inicialmente no timo e os 
linfócitos B. Os linfócitos T maduros compreendem 65 a 80% dos linfócitos circulantes 
e os linfócitos B 5 a 15%. 
 
 
 
 
 
 
 
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HEMOGRAMA 
O hemograma, segundo Failace (2003), é o exame complementar mais 
utilizado em laboratórios de análises clínicas, tanto para fins diagnósticos como 
para controle de algumas doenças de caráter infeccioso, doenças crônicas e 
emergências médicas. O hemograma é o estudo do sangue que avalia cada elemento 
presente na via hematológica, na forma quantitativa, por exemplo, a contagem dos 
leucócitos, como na forma qualitativa, analisando a qualidade destes elementos. 
Grotto (2009) descreve que as informações fornecidas pela análise do sangue 
periférico têm como objetivo responder a duas questões principais, se a medula 
óssea está produzindo número suficiente de células maduras de diferentes linhagens 
e se os processos de proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo 
celular estão se desenvolvendo de maneira adequada em todas as linhagens 
celulares. 
O hemograma consiste em um exame que analisa as variações quantitativas e 
morfológicas dos elementos figurados no sangue, geralmente é requisitado pelos 
médicos para diagnosticar e/ou controlar a evolução de uma doença como anemia e 
infecções de diversos tipos (PATRÍCIA, 2009). Segundo Neto (2004), o hemograma 
consiste em um exame complementar que auxilia no diagnóstico de doenças 
sistêmicas e também permite avaliar as condições gerais do paciente; embora sendo 
inespecífico, o hemograma pode apresentar alterações que quando somadas a outros 
dados clínicos e demais exames complementares permite hipóteses diagnósticas 
sobre patologias e/ou avalia o risco para determinados procedimentos cirúrgicos e 
exames ou administração de medicamentos. 
O hemograma, mesmo possuindo um poder diagnóstico limitado nas mãos de 
um clínico conhecedor das funções celulares e das bases fisiopatológicas das 
doenças, torna-se uma ferramenta importante na avaliação de diferentes situações, 
como nos diagnósticos de evolução de doenças hematológicas, detecção de quadros 
infecciosos e no monitoramento terapêutico (GROTTO, 2009). 
 
 
 
 
 
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Geralmente a primeira parte de um hemograma constitui-se da Série Vermelha 
(Eritrograma), sendo expressos principalmente os números de hemácias, 
concentração de hemoglobina e hematócrito; já a segunda parte do hemograma é 
chamada de Série Branca (Leucograma), em que são expressos os valores dos 
glóbulos brancos, avaliação do número de leucócitos e diferenciação celular e a 
última parte do exame é expressa pela quantidade de plaquetas. 
Este curso trata-se da assistência de técnicos laboratoristas na realização dos 
exames tanto laboratoriais como diagnósticos, desta forma, o foco não está centrado 
na interpretação dos resultados e sim na aprendizagem dos cuidados necessários 
para uma adequada assistência na coleta da amostra, buscando um resultado que 
condiz com a realidade do paciente. Mesmo assim, para que se compreendam as 
especificidades dos exames serão citadas as descrições de cada item que engloba o 
exame, bem como os valores referenciais. 
 
ERITROGRAMA 
 
 
 
HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS) 
 
 
 
Corresponde à contagem do número de glóbulos vermelhos no sangue por 
mililitro cúbico. O aumento do número de eritrócitos é denominado de eritrocitose, 
enquanto a diminuição do número de eritrócitos é denominada de eritropenia, sendo 
que a primeira relaciona-se à policitemia (aumento da espessura do sangue, 
reduzindo a velocidade de circulação), enquanto a segunda relaciona-se à anemia 
propriamente dita. Valores de Referência para pacientes adultos: 4,5 a 6,10 
(milhões/mm³). 
 
HEMATÓCRITO (HCT) 
 
 
 
 
 
 
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Em uma amostra de sangue, expressa a porcentagem da massa dos eritrócitos, 
ou seja, o volume da massa das hemácias. Segundo Failace (2003), com o avanço 
tecnológico dos contadores atuais, a centrifugação do Hct tornou-se um método não 
mais utilizado, pois a contagem e a medida do volume dos eritrócitos agora são exatas. 
Porém, na Hemoterapia (emprego terapêutico do sangue) o Hct ainda resiste devido à 
avaliação das alterações volêmicas. Valores baixos de Hematócrito podem indicar uma 
provável anemia
e um valor alto pode estar relacionado à policitemia (aumenta a 
espessura do sangue, reduzindo a sua velocidade de circulação). Valores de 
Referência: Hematócrito (%): Homens: 47,0 Mulheres: 42,0. 
HEMOGLOBINA (HGB) 
 
 
A hemoglobina é o dado básico do eritrograma, pois além de ser o principal 
componente dos eritrócitos com a função de transportar o oxigênio do sangue para os 
tecidos, seus níveis abaixo da referência para os adultos sugerem anemia. 
Os valores de referência da Hemoglobina (g/dl) para o homem são de 15,5 e 
na mulher 13,6. 
VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) 
 
O VCM é a relação entre o volume do hematócrito e o número de eritrócitos, ou 
seja, avalia a média do volume das hemácias, sendo que o resultado pode trazer 
tamanho normal (chamadas normocíticas), diminuídas (microcíticas) ou aumentadas 
(macrocíticas), sendo que a anisocitose refere-se ao achado de presença de 
hemácias com volumes diferentes. Segundo Grotto (2009), o VCM ainda é o mais 
utilizado para avaliação das anemias associado a alterações morfológicas das 
hemácias. Valores de Referência na Normocitose: Adultos: 81 u³ (80 a 98,0 fl); 
Crianças até 3 anos: 73 u³; Crianças de 04 a 14 anos: 73 u³. 
 
HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) 
 
 
 
 
 
 
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 A HCM é dada a partir da relação entre o valor da hemoglobina obtida em gramas e a 
contagem dos eritrócitos, pode estar elevada na presença da macrocitose ou diminuída na presença de 
hemácias microcíticas. Valores de Referência para paciente Adulto: 27,0 a 34,0 pg. 
 
CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA 
(CHCM) 
 
A CHCM é calculada por meio da relação entre a hemoglobina obtida em 
gramas e o volume globular. Refere-se à avaliação da hemoglobina encontrada em 
100 ml de hemácias; indica o grau de saturação de hemoglobina encontrada nos 
eritrócitos. Quando esta saturação é normal o resultado são hemácias 
normocrômicas, quando está diminuída, hemácias hipocrômicas, e quando está 
elevada, hemácias hipercrômicas. Valores de Referência para paciente Adulto: 31,0 a 
35,0 g/dl 
RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH) 
 
Medida quantitativa da anisocitose, realizado por meio do histograma de 
distribuição das hemácias de acordo com o volume das células. Seus valores são 
obtidos em percentagem, sendo que os índices de normalidade encontram-se entre 
11% e 16%; uma das principais utilidades é a diferenciação entre a anemia ferropriva 
e a betatalassemia heterozigótica; o índice de anisocitose se altera rapidamente na 
deficiência do ferro, mais rápido do que nos parâmetros de VCM e diminuição de 
albumina. 
 
LEUCOGRAMA 
 
A análise da série branca no hemograma tem como principal objetivo fornecer 
os valores globais e diferenciais de leucócitos, bem como suas alterações qualitativas 
e quantitativas. Vale lembrar que os leucócitos (glóbulos brancos) são os 
responsáveis pelo sistema de defesa do organismo e se encontram aumentados 
 
 
 
 
 
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principalmente em processos infecciosos bacterianos e parasitários, em algumas 
doenças autoimunes, destruição tecidual por doenças degenerativas e diminuídas em 
casos de infecção viral (NETO, 2004). 
Os principais tipos de leucócitos são: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, 
eosinófilos e basófilos. Quando é solicitado um hemograma completo a diferenciação 
dos leucócitos é feita além do valor global. Estes valores em separado servem de 
base para o clínico identificar processos patológicos mais específicos diante do 
aumento ou diminuição de cada leucócito. 
LEUCÓCITOS 
 
Refere-se à contagem global dos glóbulos brancos, na maioria das vezes 
encontra-se aumentado (leucocitose) em processos infecciosos agudos ou crônicos, 
reações alérgicas, leucemias, etc. Valores de Referência em Adulto: 3.100 a 11.000 
mm³. A diferenciação do tipo de leucócito é feita por meio dos itens abaixo 
apresentados. 
MONÓCITOS 
 
São células que se caracterizam por se movimentarem durante alguns dias na 
circulação sanguínea e depois a deixam, fixando-se nos tecidos, adquirindo aspecto 
de macrófagos. Tem como principal função a fagocitose e defesa do organismo. 
Apresentam-se em grande número nos processos infecciosos crônicos ou em fase 
final das infecções. Valores de Referência em Adulto: 2 a 10 % e 72 a 1.100/mm³. 
 
LINFÓCITOS 
 
 
 Os linfócitos estão presentes de 20 a 30% na circulação, a maioria apresenta 
morfologia típica, por isso a denominação de linfócitos típicos. Quando 
 
 
 
 
 
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apresentam tamanho maior, com núcleo pouco menos maduro e granulações 
citoplasmáticas, recebem o nome de linfócitos atípicos ou linfócitos leucocitoides. 
Denomina-se de linfocitose quando existe o aumento do número de linfócitos 
e linfopenia quando há carência do número de linfócitos, sendo que nesta última 
situação o indivíduo está com sua imunidade prejudicada. Valores de Referência em 
Adulto: 20 a 50% e 720 a 5.500 mm³. Não é considerado um hemograma normal a 
indicação de existência de Linfócitos Atípicos. 
EOSINÓFILOS 
 
Os eosinófilos correspondem a cerca de 2 a 4% dos leucócitos dos esfregaços. 
Apresentam-se aumentados (eosinofilia) em processos infecciosos (parasitas), 
doenças imunológicas e reações alérgicas ou de hipersensibilidade. Valores de 
Referência em Adulto: 1 a 7% e 36 a 770/mm³. 
BASÓFILOS 
Os basófilos são células raras, correspondem a cerca de 0 a 1%. O aumento 
dos basófilos (basofilia) ocorre principalmente em processos infecciosos e 
imunológicos. Valores de Referência em Adulto: 0 a 3 % e 0 a 330/mm³. 
 
NEUTRÓFILOS SEGMENTADO 
 
 
São os leucócitos mais numerosos, cerca de 60 a 65%, se apresentam como 
células diferenciadas, com seus núcleos em forma segmentada, por isso a 
denominação de neutrófilos segmentados. Cerca de 2 a 5% das células têm núcleo 
não segmentado, como bastão, por este motivo são denominados bastonetes. Têm a 
função de realizar a fagocitose e encontram-se aumentados (neutrofilia) nos 
processos infecciosos e inflamatórios e valores diminuídos indicam a neutropenia. 
Valores de Referência em Adulto (Segmentados): 40 a 65% e 1.440 a 7.150/mm³. 
Valores de Referência em Adulto (Bastões): 1 a 5% e 36 a 550/mm³. 
 
 
 
 
 
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É normal na corrente circulatória encontrar células maduras, entretanto, 
quando há presença de células jovens, sejam de eritrócitos ou leucócitos, significa 
que existe juntamente um processo agudo acontecendo. Na presença de leucócitos 
jovens circulantes (mielócitos, pró- mielócitos, metamielócitos) há uma infecção aguda 
ou enfermidades que acometem a medula óssea. Desta forma, quando temos células 
jovens circulantes em número acima da referência denomina-se desvio à esquerda e 
na presença de células maduras, desvio à direita (NETO, 2004). 
 
 
SÉRIE PLAQUETÁRIA 
As plaquetas ou trombócitos constitui-se em elementos sanguíneos circulantes 
que provêm do citoplasma megacariócito (VERRASTRO, 1998). São formadas no 
sistema hematopoiético da medula óssea e a principal função é a participação 
fundamental na fase inicial do processo fisiológico de hemostasia. 
A hemostasia conceitua-se como um fenômeno fisiológico que procura manter 
o sangue no interior dos vasos e impedir a sua saída para tecidos vizinhos. Ao 
contrário do que muitos pensam este mecanismo não é composto apenas por 
coágulos e, sim, por fatores como plaquetários, coagulantes, vasculares, fibrinolíticos, 
anticoagulantes, etc. 
Desta forma as plaquetas promovem a agregação das células e a adesão 
delas com as células endoteliais que se encontram próximas da lesão. Neste 
mecanismo da hemostasia as plaquetas funcionam como tampões e desencadeiam a 
coagulação sanguínea. 
 
 
 
 
 
 
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 As plaquetas são observadas de acordo com a quantidade e o seu
tamanho, o 
número considerado normal é de 150.000 a 400.000 por microlitro de sangue, já o 
tamanho de uma plaqueta varia entre um a quatro micrometros (VERRASTRO, 1998). 
Pessoas que apresentam número de plaquetas dentro dos valores normais, com a 
ausência de grânulos, têm sangramentos devido à dificuldade da agregação 
plaquetária, assim como o valor das plaquetas diminuído induzem ao sangramento. 
A principal causa da plaquetopenia ou trombocitopenia (diminuição do número 
de plaquetas), segundo o autor, é a produção insuficiente das mesmas, podendo 
ser vista em infiltrações leucêmicas na medula óssea, na aplasia de medula, uso de 
alguns medicamentos, produtos químicos e infecções virais. A destruição aumentada 
das plaquetas também pode desencadear a plaquetopenia, esta condição pode ser 
vista em situações imunológicas por auto e aloanticorpos, na púrpura 
trombocitopênica autoimune e na esplenomegalia. 
E, por último, o consumo exagerado de plaquetas como em coagulações 
intravasculares disseminadas e na púrpura trombocitopênica trombótica também 
podem gerar a plaquetopenia. O aumento do número de plaquetas é denominado 
plaquetose e pode ocorrer na anemia ferropriva, nas hemorragias agudas, 
inflamações, infecções crônicas, anemias hemolíticas e leucemias. 
 
 
 
 
 
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ASSISTÊNCIA NA COLETA DO HEMOGRAMA 
Considerando as fases que envolvem o processo da análise de material 
biológico é possível englobar a assistência de enfermagem na coleta do hemograma 
como: 36 
 Encaminhamento do exame solicitado pelo médico ao laboratório responsável 
pela coleta, quando o paciente está internado; instrução ao paciente do local 
da coleta nos casos de pacientes ambulatoriais; instrução da possibilidade de 
coleta domiciliar indicando serviço de referência ou o próprio laboratório.
 Preenchimento do Cadastro do Paciente: por intermédio do documento do 
paciente realizar o cadastro do mesmo para o registro da coleta e/ou em casos 
de urgência e pacientes internados buscar dados no prontuário do paciente.
 Instrução quanto ao preparo do exame: cabe à enfermagem realizar a 
instrução do jejum conforme a solicitação do exame. Segundo a SBPC/ML 
(2009) o jejum habitual para o exame de sangue de rotina é de 8 horas, 
podendo ser reduzido a 4 horas na maioria dos exames e em situações 
especiais (pacientes de baixa idade) pode ser de uma ou duas horas apenas. 
Importante salientar que a ingestão de água para a hidratação da pessoa não 
interfere no jejum para coleta de exames, exceto uma ingestão elevada pode 
alterar a realização do exame de urina. A maioria da bibliografia estudada 
supõe que para a realização do hemograma não há necessidade de jejum, o 
que ocorre na maioria das vezes é que junto à realização do hemograma 
existem requisições de outras análises da amostra de sangue, desta forma a 
instrução é de realização do jejum específico para cada exame.
 Coleta de Sangue: O hemograma é um exame que tem como material principal 
o sangue periférico, isso quer dizer que é analisado o sangue periférico do 
paciente após a coleta para então obter-se os resultados. São preconizados 
inúmeros cuidados na coleta do sangue, estes devem ser seguidos em 
qualquer coleta de sangue periférico, não somente para realização do 
hemograma, mas demais análises que sejam requisitadas pelo médico 
assistente do paciente.
 
 
 
 
 
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 Segundo Failace (2003), a coleta de sangue para o hemograma pode ser 
realizada a qualquer hora, porém deve-se evitar após refeições ricas em 
gordura e após exercícios físicos de grande intensidade, sendo que estes 
podem interferir significativamente no resultado, aumentando o número de 
glóbulos brancos por volume de sangue circulante, ou seja, a leucocitose. 
Para Lima et al. (2001), a punção deve ser rápida, assim como o manuseio 
do garrote, pois este pode modificar a distribuição de alguns constituintes do sangue. 
A instrução do paciente para abrir e fechar a mão momento antes da coleta para 
tornar a veia mais túrgida não é aconselhável, pois pode aumentar em 2mEq na 
dosagem do potássio. 
Segundo Failace, (2003) após a coleta o sangue é transferido da seringa para 
um tubo de ensaio rotulado com o nome do paciente e com tampa contendo de um a 
dois mg de EDTA (Ácido etilenodiamino-tetracético) anticoagulante para hematologia 
e em seguida encaminhado imediatamente para o laboratório para que não haja 
coagulação incipiente ou total da amostra. 
COLETA DE SANGUE VENOSO 
 
Como a maioria dos exames laboratoriais possui como amostra o sangue, 
abaixo serão descritas as técnicas para a correta coleta do sangue observando todos 
os itens que incluem um adequado procedimento realizado pelo técnico de 
enfermagem capacitado para tal. A técnica de coleta de sangue descrita por Motta 
(2008) instrui: 
 Material Necessário: 1 par de luvas de procedimento, 1 
scalp nº 21 ou 23, ou agulha 30x06 ou 30x07, uma seringa de 10 
ml, 1 garrote, 2 bolas de algodão, 5 ml de álcool a 70% e tubos 
para a coleta de acordo com o pedido do exame. 
 Procedimento: orientar o paciente sobre a coleta, 
identificar o tubo de coleta (nome, data, hora e RG), realizar a 
antissepsia do local da punção após a palpação, colher o material, 
colocar nos tubos previamente identificados, encaminhar junto 
com o pedido ao laboratório. OBS: os tubos de coleta devem vir 
 
 
 
 
 
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identificados pelo laboratório quanto ao conteúdo, como por 
exemplo, tubos cinzas: glicemia. 
 
 
A Recomendação sobre a Coleta de Sangue Venoso pela SBPC/ML (2009) 
descreve: Etapas que o profissional deve seguir na coleta de sangue venoso: 
verificação da solicitação médica e cadastro do pedido; apresentação ao paciente; 
explicação ao paciente ou ao familiar quanto ao procedimento que será realizado 
obtendo o consentimento; realização da assepsia das mãos entre os atendimentos 
dos pacientes; realização da identificação dos pacientes: conscientes (por meio da 
comparação dos dados pessoais com os dados do pedido do exame), inconscientes, 
muito jovens ou que não falam a língua do flebotomista (confirmação de dados com o 
acompanhante ou equipe de enfermagem, registrando o nome da pessoa que 
forneceu as informações, comparar os dados com os que constam no pedido). 
OBS: as dúvidas referentes à identificação do paciente devem ser resolvidas 
antes da coleta. Pacientes semiconscientes, comatosos ou dormindo (o paciente 
deverá ser despertado antes da coleta, em pacientes internados, se não for possível 
identificá-lo entrar em contato com o enfermeiro ou médico assistente, nos pacientes 
em coma, deve-se ter cuidado adicional na prevenção de movimentos bruscos ou 
vibrações quando a agulha estiver sendo introduzida), pacientes não identificados em 
sala de emergência (utilizar identificação provisória enquanto não se estabelece a 
definitiva); verificação do cumprimento do preparo e jejum do exame e 
questionamento sobre eventual alergia ao látex. 
Local para punção venosa: o local de preferência para a coleta do sangue é 
a fossa anticubital; mesmo sendo possível a coleta de sangue em qualquer veia dos 
membros superiores as mais utilizadas são as veias cubital mediana e cefálica, sendo 
a cefálica mais propensa a hematoma e dolorosa para punção. Em pacientes que 
possuem acesso venoso difícil nesta região é recomendada a punção no dorso da 
mão, e não recomendado puncionar as veias na parte inferior do punho; punções em 
região de membros inferiores só podem ser realizadas mediante a autorização 
médica. 
De preferência não coletar sangue de membro que está recebendo terapias 
endovenosas; evitar áreas de cicatrizes de queimaduras; somente puncionar o 
 
 
 
 
 
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mesmo membro pós-mastectomia após autorização médica; evitar coleta em
locais 
onde há o hematoma devido a propensão de alteração no resultado do exame e, 
nos casos em que não há outra veia disponível, puncionar distalmente ao 
hematoma; a coleta de sangue em fístulas arteriovenosas, enxertos ou cânulas 
vasculares só pode ser feita mediante a autorização médica; é recomendado evitar a 
coleta em veias trombosadas. 
 
 
 
 
 
 
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Localização da Veia: a identificação da veia a ser puncionada para coleta 
pode ser feita por meio da observação de uma veia calibrosa; da orientação ao 
paciente para baixar o braço e abrir e fechar a mão; da realização da massagem 
suave no membro superior do paciente na direção do punho para o cotovelo, na 
palpação da veia com o dedo indicador (evitando realizar palpação com o dedo 
polegar), na fixação da veia com os dedos nos casos de flacidez e na utilização do 
transluminador. 
Está contraindicada a batida com os dedos sobre a veia do paciente para 
localização, já que este procedimento provoca hemólise e consequente alteração do 
resultado do exame. Na identificação da veia pode-se utilizar o torniquete, solicitando 
ao paciente que abre e feche a mão, entretanto, aguardar dois minutos após a 
retirada do torniquete para a realização da coleta. 
Procedimento: 
Verificar se o material está completo para a realização do procedimento. Abrir o 
material para coleta na frente do paciente. Lavar as mãos 
 
 
 
 
 
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Calçar as luvas de procedimento: tendo o cuidado para que as mesmas não 
sejam rasgadas; devem ser trocadas a cada coleta, e nos casos de pacientes 
alérgicos ao látex ou mesmo quando o funcionário for alérgico substituir o uso por 
luvas de outro material; 
Posicionar o paciente corretamente: o paciente pode estar sentado para a 
realização da coleta do sangue, sendo importante que a poltrona tenha encosto e 
descanso para os membros superiores, a posição correta do braço do paciente 
sentado para a punção é sobre o descanso da cadeira, inclinada para baixo e 
estendida, sendo que o cotovelo não pode estar dobrado; em pacientes deitados no 
leito o uso de um travesseiro debaixo do braço pode ser necessário para chegar à 
posição correta, com braço inclinado para baixo e estendido; 
 
 
 
 
 
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Realizar a assepsia do local da veia: a recomendação é que a assepsia seja 
realizada com álcool isopropílico 70% ou álcool etílico, iodeto de povidona 1 a 10% ou 
gluconato de Clorexidina para hemocultura; substâncias de limpeza não alcoólicas, 
como Clorexidina e sabão neutro. Quando houver a solicitação de dosagem de álcool 
no sangue utilizar uma substância livre de álcool para realizar a assepsia, que deve 
ser feita com movimento circular do centro para fora, com a utilização do antisséptico 
e uma gaze, deixando secar por 30 segundos (evita hemólise e reduz sensação de 
ardência na punção); após a assepsia não abanar, nem soprar e não tocar mais no 
local, a cada nova palpação realizar novamente a assepsia. 
Colocar o torniquete com o braço voltado para cima. A recomendação é de que 
o torniquete seja posicionado de 7,5 a 10 cm acima do local escolhido para punção; 
que o material seja preferencialmente livre de látex (principalmente nos casos dos 
pacientes que possuem alergia ao látex), evitando o uso de torniquetes feitos de 
tecidos emborrachados com fechamento por grampos ou fivelas, sendo que o 
torniquete deve ser substituído em casos de contaminação. 
O uso do torniquete não deve exceder a um minuto, visto que o maior tempo 
pode ter como consequência a mensuração de valores incorretos na análise do 
exame. Em pacientes com lesão no local pretendido para colocação do torniquete, 
utilizar outro local ou pôr o torniquete sobre a roupa do paciente. Ao garrotear o 
 
 
 
 
 
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paciente não apertar excessivamente para evitar a interrupção do pulso arterial, os 
pulsos devem estar palpáveis após o garroteamento. 
Autilização do torniquete não está recomendada na coleta de sangue para 
análise de testes de lactato ou cálcio, pois pode haver interferência no resultado. 
Coleta de sangue a vácuo: constitui-se em um sistema de coleta de sangue 
fechado que proporciona maior segurança ao profissional que realiza a coleta, pois o 
mesmo não entra em contato com o sangue coletado e ao resultado do exame, já que 
diminuindo a manipulação o risco de alterar o resultado do exame também diminui. 
Este tipo de coleta é o mais recomendado. Ao puncionar a veia do paciente o 
sangue flui continuamente para o tubo de coleta a vácuo, sendo que o tubo já está 
preparado para o recebimento da quantidade específica de sangue e com os 
anticoagulantes necessários. 
 
Nas coletas de sangue a vácuo o bisel da agulha deve estar voltado para cima, 
perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, impedindo com isso que 
o sangue se choque na parede do bisel e faça hemólise e evitando o refluxo do tubo 
para a veia. Introduzir mais ou menos um centímetro da agulha na veia do paciente. 
Após a penetração da agulha de coleta múltipla de sangue inserir o primeiro tubo a 
vácuo, no momento em que o sangue começar a fluir para dentro do tubo, retirar o 
garrote do paciente e solicitar para que o mesmo abra a mão; realizar a troca dos 
tubos conforme a solicitação dos exames, sendo que após a retirada de cada tubo 
de coleta com sangue realizar imediatamente a homegeinização pela inversão 5 a 10 
vezes. Após a coleta de sangue no último tubo, retirar a agulha e descartá-la 
conforme normas de descarte de perfurocortantes Coleta de sangue com seringa e 
 
 
 
 
 
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agulha: ainda é largamente utilizada principalmente pela disponibilidade do material, 
entretanto traz riscos na manipulação do sangue pelo profissional, já que após a 
coleta o sangue deve ser transferido para o tubo de coleta; é considerado um sistema 
aberto para coleta de sangue. É necessário que o profissional obedeça as normas de 
descartes com materiais perfurocortantes. Institui-se que as seringas e agulhas 
utilizadas possuam um dispositivo de segurança (NR32) e para coleta de sangue 
adicionalmente um dispositivo de transferência, o que torna desnecessário a abertura 
do tubo de coleta já que com o dispositivo o sangue é transferido diretamente da 
seringa para o tubo. 
 
 
Nas coletas de sangue com agulha e seringa o bisel da agulha deve estar 
voltado para cima, perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, 
introduzir a agulha mais ou menos um centímetro na veia do paciente. Após a punção 
no momento em que o sangue começar a fluir para a seringa, retirar o garrote do 
paciente. Aspirar o sangue conforme a quantidade descrita nas etiquetas dos tubos. 
Retirar a agulha da veia do paciente e, nas seringas com dispositivo de 
segurança, ativá-lo. 
Conectar a seringa ao dispositivo de transferência da amostra e introduzir os 
tubos a vácuo aguardando fluir o sangue e realizando as trocas dos tubos conforme a 
necessidade. Homogeneizar o conteúdo dos tubos imediatamente após a coleta de 5 
a 10 vezes pela inversão. Descartar o dispositivo de transferência e a seringa. Na 
 
 
 
 
 
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coleta de sangue venoso com seringa e agulha realizar sempre a verificação se a 
agulha e seringa estão bem adaptadas para evitar a formação de espuma; não puxar 
o êmbolo com muita força. 
Após a coleta com seringa e agulha descartar a agulha e passar o sangue para 
o tubo de coleta, tendo o cuidado para não encostar a seringa nos anticoagulantes, 
deslizando o sangue na parede do tubo cuidadosamente. Não é recomendado 
espetar a agulha nas borrachas dos tubos para transferência do sangue, pois a 
pressão positiva pode ocasionar a hemólise e quebra do equipamento. 
Coleta de sangue em cateter de infusão:
não é recomendada a coleta de 
sangue em cateteres de infusão pela probabilidade de erro no resultado do exame, 
entretanto, quando não há alternativa é necessário que o profissional que realiza a 
coleta mantenha os seguintes cuidados: comunicar ao médico assistente do paciente 
a forma com que a coleta será realizada, notificar ao laboratório que a coleta foi feita 
a partir do cateter de infusão, registrando qual a substância que o paciente está 
recebendo no referido cateter, desprezar uma quantidade de amostra antes de 
colocá-la no tubo de coleta. 
Geralmente o volume a ser desprezado equivale a duas vezes o volume do 
espaço morto do cateter (nos casos de cateteres preservados com heparina é 
necessário desprezar 5,0 ml de sangue antes ou seis vezes o volume do cateter). No 
momento da coleta ter certeza de que o fluxo de infusão está parado, fazer assepsia 
rigorosa do cateter, lavá-lo com solução salina isotônica conforme o volume do 
mesmo, desprezar os primeiros 5 ml de sangue (aspirando com seringa), conectar a 
seringa ou adaptador de coleta a vácuo no cateter e proceder à coleta, ao término, 
retirá-los e realizar a assepsia do cateter. O profissional habilitado deve reiniciar a 
infusão; registrar o local onde a coleta foi feita. 
Outras considerações sobre coleta de sangue: as fístulas arteriovenosas não 
devem ser utilizadas para coleta de sangue e o membro que possui a fístula deve ser 
preservado. Quando o paciente não possui acesso venoso é necessário que esteja 
disponível a coleta de sangue capilar. Nos casos de pacientes recebendo transfusão 
de sangue não é recomendada a coleta no braço que recebeu o sangue, devido à 
probabilidade de erro na análise da amostra. 
 
 
 
 
 
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Pós-Coleta: imediatamente após as coletas de sangue homogeneizar o sangue 
no tubo de coleta de 5 a 10 vezes, conforme a indicação do fabricante, por meio da 
inversão (uma inversão equivale a virar o tubo todo para baixo e após retornar à 
posição inicial), não chacoalhar o tubo. Não deixar o sangue em contato direto com o 
gelo quando a amostra exige refrigeração. Evitar sempre a transferência de um tubo 
para outro. 
Em ambos os casos, tanto na coleta de sangue a vácuo como na coleta com 
seringa e agulha, após a retirada da agulha da veia realizar compressão com algodão 
ou gaze seca por um a dois minutos e realizar curativo oclusivo no local da punção; 
orientar ao paciente que não dobre o braço, não carregue peso ou bolsa no braço que 
foi puncionado por pelo menos uma hora e não manter a manga da roupa dobrada. 
Certificar-se das condições do paciente para locomover-se sozinho e entregar 
comprovante para retirada do resultado. Colocar as amostras em local conforme a 
rotina ou encaminhá-las para processamento imediato. 
Como foi descrito anteriormente, a principal amostra para realização de 
exames laboratoriais é o sangue. Contudo, após a coleta do sangue e dependendo 
da requisição do solicitante a amostra pode ser analisada mediante o sangue total, o 
plasma ou o soro. Segundo a SBPC/ML (2009), para obtenção do soro para análise é 
necessário que após a coleta o sangue colhido seja colocado em tubo de coleta sem 
anticoagulante e deixado coagular em temperatura ambiente num período de 30 a 60 
minutos. Nos casos em que o tubo contenha gel separador com ativador de 
coagulação a espera vai de 30 a 45 minutos, sendo que após este período a amostra 
é centrifugada e há a separação do soro (parte líquida) para análise. 
No caso do hemograma, a amostra para análise é do sangue total e o tubo 
deve conter anticoagulante EDTA. Para dosagem de glicose utiliza-se o plasma no 
tubo de coleta, além do que ao EDTA estará acrescido o fluoreto de sódio. O 
profissional que realiza a coleta do sangue deve estar atento para os tubos de coleta 
que estão identificados e são específicos para cada análise requerida, contendo 
inclusive a quantidade específica de sangue a ser coletado. 
Os tubos de coleta de sangue possuem em sua extremidade uma tampa 
diferenciada pelas cores, estas cores indicam qual o anticoagulante que está dentro 
do tubo e se há anticoagulante. Na coleta, quando o profissional verifica a requisição, 
 
 
 
 
 
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já deve estar ciente dos tubos que deverá utilizar para a colocação da amostra 
(sangue). A tabela abaixo exemplifica esta questão: 
 
TABELA 1 – CORES DOS TUBOS PARA COLOCAÇÃO DAS AMOSTRAS DE 
SANGUE 
 
 
 Além das cores das tampas dos frascos de coleta a vácuo citadas na tabela 
acima e as respectivas substâncias em seu interior existem os tubos com tampa 
preta, que contêm citrato trissódico, utilizados para coleta e transporte de sangue 
venoso para testes de hemossedimentação (VHS). Os tubos com tampa amarela com 
solução de ácido citrato dextrose 
(ACD), utilizados para teste de tipagem sanguínea ou preservação celular, 
tubos com tampa rosa para provas de compatibilidade cruzada em duas versões, com 
ativador de coágulo (com soro) ou com EDAT (sangue total) e tubo com tampa royal 
em três versões (sem aditivo, com heparina ou ativador de coágulo), utilizados para 
testar traços de elementos metálicos. 
Outra questão importante que deve ser observada pelo profissional que realiza 
a coleta é a sequência de uso dos tubos de coleta nos casos de coleta de sangue a 
vácuo. Como este sistema de coleta de sangue é fechado, após a realização da 
punção o sangue vai fluindo para dentro dos tubos e o profissional deverá realizar as 
trocas dos tubos de coleta conforme a solicitação dos exames, observando qual será 
 
 
 
 
 
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o tubo adequado segundo a presença do anticoagulante. Diante disso a SBPC/ML 
(2009) instrui a seguinte sequência para coleta de sangue com tubos plásticos: 
1. Frasco para Hemocultura; 
2. Tubos com Citrato (tampa azul-claro); 
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou 
sem gel separador (tampa vermelha ou amarela); 
4. Tubos com Heparina com ou sem Gel Separador de Plasma 
(tampa verde); 
5. Tubos de EDTA (tampa roxa); 
6. Tubos com Fluoreto (tampa cinza). 
 
 
Além da sequência citada acima, a SBPC/ML (2009) instrui que na coleta com 
escalpe em que o primeiro tubo for o de citrato (tampa azul claro) ou de demais tubos 
menores com volumes de aspiração, é importante que se tenha um tubo de descarte, 
uma vez que é necessário desprezar o sangue que vem do espaço do escalpe, 
assegurando assim a proporção correta de sangue que irá para o tubo de coleta. 
 
 Ainda sobre a técnica de coleta do sangue no paciente, convêm enfatizar a 
coleta de sangue capilar utilizada principalmente nos casos de pacientes com difícil 
acesso venoso e/ou sem condições de acesso por punção venosa, pacientes 
extremamente obesos, pacientes queimados, com disposição à trombose e 
 
 
 
 
 
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principalmente em pediatria, pois a punção venosa em crianças pode ser difícil e em 
prematuros resultar em anemia. 
A coleta de sangue capilar ou transcutânea é realizada pelo uso de uma 
lanceta específica para este fim, devendo ser desconsiderado o uso de agulhas para 
esta técnica uma vez que os locais anatômicos indicados estão próximos a ossos. O 
sangue oriundo da coleta capilar é uma mistura entre sangue venoso e arterial, sendo 
o arterial de maior proporção. 
A coleta de sangue capilar em prematuros e/ou crianças internadas em UTI 
neonatal é uma opção que deve ser avaliada junto à equipe médica pelo risco X 
benefício, já que em determinadas situações a punção capilar no calcâneo de 
crianças nestas condições pode estar associada ao aumento do risco de infecção. 
É necessário que o técnico que realize este tipo de coleta tenha conhecimento 
frente aos locais anatômicos indicados, bem como a realização do procedimento. 
Além das lancetas utilizadas para a coleta da amostra (sangue) existem
os tubos 
capilares e demais recipientes onde são colocados o sangue coletado. É importante 
ter conhecimento dos locais de armazenamento da amostra conforme o material e 
rotinas preconizadas pelo laboratório. 
 
Técnica da coleta de sangue capilar baseada no Programa de Educação 
Continuada do Labtest – Divulgada nos Informativos Técnicos: 
 Verificar a requisição e identificar o paciente; 
 
 
 
 
 
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 Averiguar as restrições de dieta; 
 Lavar as mãos e colocar as luvas de procedimento; 
 Escolher o material para coleta (conforme rotina 
estipulada pelo laboratório). Aquecer o local da punção (o 
aquecimento do local a ser puncionado deve ser feito com a 
colocação de toalhas úmidas pré-aquecidas em temperatura de 
42°C, não mais que isso, para evitar queimaduras no paciente, 
deixar as toalhas no local a ser puncionado cerca de três a cinco 
minutos); 
Técnica da coleta de sangue capilar baseada no Programa de Educação 
Continuada do Labtest – Divulgada nos Informativos Técnicos: 
 Verificar a requisição e identificar o paciente; 
 Averiguar as restrições de dieta; 
 Lavar as mãos e colocar as luvas de procedimento; 
 Escolher o material para coleta (conforme rotina 
estipulada pelo laboratório). Aquecer o local da punção (o 
aquecimento do local a ser puncionado deve ser feito com a 
colocação de toalhas úmidas pré-aquecidas em temperatura de 
42°C, não mais que isso, para evitar queimaduras no paciente, 
deixar as toalhas no local a ser puncionado cerca de três a cinco 
minutos); 
 
 
 
 
 
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Considerações importantes sobre a coleta de sangue capilar, conforme 
documento elaborado pelo Programa de Educação Continuada do Labtest e 
divulgado em Informativo Técnico: 
É necessário atentar para os locais x idade onde não é indicada a realização 
da coleta capilar de sangue. São eles: área central do calcanhar, dedos de crianças 
menores de2um ano de idade, locais edemaciados ou previamente puncionados, 
dedos de um esmo lado de uma mastectomia. 
Nas crianças menores de um ano a realização da punção capilar é contra 
indicada na curvatura posterior do calcanhar, área central do pé, falange distal dos 
dedos e lóbulos das orelhas. 
HEMOCULTURA 
Segundo Lima et al. (2001), a hemocultura é um importante meio de 
investigação de vários tipos de moléstias infecciosas bacterianas, que estabelece 
diagnóstico como a febre tifoide, septicemias estafilocócicas e estreptocócicas, 
dentre outras infecções. Pode também direcionar certos tratamentos específicos e 
influenciar nos prognósticos. As principais indicações para a realização da 
hemocultura são: mudança repentina no pulso e temperatura corporal apresentando 
 
 
 
 
 
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ou não calafrios, prostração e hipotensão arterial; pacientes com história de febre 
baixa, interrompida por períodos, porém persistente e interligando-se com a presença 
de sopro cardíaco, e demais casos suspeitos conforme a avaliação clínica. 
Em termos práticos a hemocultura é a análise de uma amostra de sangue 
buscando identificar o crescimento de microrganismos. Geralmente é solicitada a 
coleta da hemocultura no momento do pico febril do paciente ou um período antes da 
febre a amostra é colocada em meio de cultura para verificar se há ou não o 
crescimento de microrganismos. 
COLETA DE MATERIAL PARA HEMOCULTURA E A 
ASSISTÊNCIA 
Na Hemocultura, o enfermeiro e sua equipe são os corresponsáveis pela 
realização da coleta, assim como a validação desse exame. Para isso, deve-se seguir 
alguns critérios que são essenciais para que a mesma seja útil, visando o tratamento 
mais adequado para o paciente. Critérios estes que Lima et al. (2001) descreve como 
questões importantes para a coleta, ou seja, realização da hemocultura durante um 
pico febril. 
O enfermeiro deve estar atento à prescrição do paciente quanto aos sinais 
vitais, realizando em períodos menores do que os habituais, para então conseguir a 
coleta durante a elevação da temperatura. Outras questões que merecem uma 
atenção do enfermeiro e sua equipe são os detalhes sobre o tratamento que o 
paciente vem recebendo até o momento, e analisar a melhor forma para a realização 
da hemocultura. Lima et al. (2001) considera que a equipe deve evitar ao máximo a 
coleta do sangue de um paciente que está em uso de drogas bacteriostáticas ou 
bactericidas, por exemplo, pois poderá implicar em uma alteração do exame. 
Toda hemocultura positiva deve ser imediatamente comunicada ao médico do 
paciente, assim como o encaminhamento do germe isolado para ser submetido ao 
antibiograma e então programar o regime terapêutico (antibióticos). 
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS CUIDADOS QUE O PROFISSIONAL DEVE MANTER 
NA COLETA DA HEMOCULTURA 
 
Momento Adequado para coleta 
Verificar sempre a solicitação médica quanto ao pedido da hemocultura, 
estando em constante contato com a equipe de enfermagem, principalmente nas 
situações em que o solicitante indica o pico febril como momento da coleta, por 
exemplo: “Coletar Hemocultura se Temperatura igual ou superior a 38ºC”. 
Estar atento para os intervalos de coleta, ou seja, em alguns casos a coleta 
de hemocultura é indicada em intervalos determinados como 30 a 60 minutos. 
 
 
 
 
 
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Em pacientes que possuem regularmente picos febris a recomendação da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2004) é de que a coleta da amostra para 
hemocultura seja feita uma hora antes do início da febre do paciente. Nestes casos, a 
enfermagem da unidade de internação deverá manter um acompanhamento dos 
horários frequentes da febre do paciente, possibilitando uma previsão de horários 
para a coleta pelo técnico do laboratório. A SBPC/ML (2009) descreve que as 
bactérias entram na corrente circulatória uma hora antes do desenvolvimento da 
febre. 
Quantidade de Amostras da Hemocultura 
 
Depende da investigação que o clínico está fazendo sobre o diagnóstico do 
paciente. Geralmente são coletadas duas ou três amostras de hemocultura. É 
importante ser conhecedor dos números de amostras a serem coletadas antes da 
realização do procedimento. 
Volume de Sangue 
 
 
A coleta de sangue para hemocultura se faz com um volume maior de sangue 
se comparado a uma coleta simples. Segundo a SBPC/ML (2009), a quantidade de 
sangue recomendada para adultos é de 20 a 30 ml por amostra e para crianças 1% 
do volume total de sangue calculado pelo peso da criança. 
 
Material para Coleta 63 
 
As garrafas para hemocultura são utilizadas para armazenar a amostra 
(sangue), essas garrafas apresentam-se como aeróbicas ou anaeróbicas. As garrafas 
possuem uma tampa de borracha onde deve ser colocado o adaptador (coleta em 
sistema fechado) para que o sangue seja transferido do escalpe para a garrafa. O 
profissional deve ter conhecimento na identificação das garrafas para seguir as 
rotinas adequadamente, conforme preconiza o laboratório. 
 
 
 
 
 
 
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Transporte das Amostras 
 
 
Segundo a SBPC/ML (2009), as amostras devem chegar ao laboratório no 
máximo em duas horas após a coleta e nunca devem ser refrigeradas ou congeladas; 
a temperatura ambiente é usada para o transporte das amostras. Cuidados na Coleta 
em Sistema Fechado da Hemocultura Segundo a SBPC/ML (2009).O sistema fechado 
para coleta da hemocultura é o mais indicado e constitui-se de um escalpe e um 
adaptador para coleta a vácuo. Primeiramente o profissional deve observar as 
garrafas quanto a sua integridade. A assepsia é modificada se comparada a outras 
coletas de sangue, por ser realizada com álcool 70% seguido de PVPI ou Clorexidina 
(aguardar 30 segundos para ação). 
A preparação das garrafas para receber a amostra é feita por meio da remoção

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