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Aula de Ética médica e bioética ministrada por: J. Brandão Anotações por: Lara Nepomuceno 71C FCMMG St. Jorgens Hospital • O hospital St. Jorgens é a instituição mais antiga da Noruega, tendo seu início em 1438 e próximo ao hospital temos o museu da lepra • A lepra é uma enfermidade milenar, sendo presente em inúmeros escritos históricos. Os doentes foram humilhados, excluídos, forçados a viver em instituições específicas ou a vivar como mendigos e pedintes. Além disso, a doença era desfigurante e se marcava na cara dos infectados • Nesse contexto tínhamos dois médicos importantes o Dr. Daniel Cornelius → acreditava que era uma doença familiar, sendo uma enfermidade hereditária, sanguínea. Devido a esse raciocínio ele acreditava que devia-se realizar a segregação dessas pessoas, já que não havia cura para doenças genéticas. Além disso, observou que as enfermeiras que cuidavam dos leprosos não a adquiriam, confirmando sua hipótese. Em um segundo teste injetou em si e em sues assistentes sangue de leprosos e não teve nenhuma manifestação da doença, provando ainda mais seu ponto. o Dr. Armauer → 1874 publicou experimentos sobre a lepra revelando suas descobertas de microrganismos em pacientes portadores da lepra que chamou de parecidos com bastões. ▪ Em uma de suas experiências introduziu microrganismo da lepra no olho de uma paciente, sendo processado por esse paciente sofrendo pouca punição por isso. ▪ Em futuras pesquisas ele tentava provar o postulado de Koch: 1) Ser encontrado em todos os casos da doença; 2) Pode ser preparado e mantido em cultura pura; 3) Capacidade de produzir infecção originária mesmo após várias gerações em cultura; 4) Pode ser obtido de um animal previamente inoculado e observado seu crescimento em cultura novamente. ▪ Depois de muita pesquisa consegui comprovar que era uma doença contagiosa, levando a uma queda brusca dos casos, já que a partir desse momento foi possível encontrar uma cura. Auscchiwitz • Inicialmente recebeu 10.000 prisioneiros • A maioria dos pacientes morreu de fome, por trabalho pesado, pela brutalidade da SS, na câmara de gás ou por fuzilamento • A recusa em trabalhar implicava em ser solto sem roupa no frio ou ser lançado na água • Posteriormente foi usado para prender judeus e todos considerados impuros • Nesse campo foram realizados os mais diversos tipos de experimentos, para determinar temperaturas de congelamento, queimadura, determinar tratamento de doenças • Depois da queda dos nazistas foi organizado o tribunal de Nuremberg para julgar os médicos e profissionais nazista que fizeram os experimentos, foram julgadas 23 pessoas e desse, 20 eram médicos. Durante esse julgamento foram definidos que o consentimento livre e esclarecido deveria sempre existir antes da realização de experimentos em seres humanos • Em abril de 47 foram definidos a regra de 6 pontos que definiam a legitimidade de experimentos médicos com seres humanos, constituindo o código de Nuremberg. Esse Código só foi inserido na prática médico nas décadas de 1960 e 1970 Seattle • Insuficiência renal crônica → a primeira hemodiálise com tratamento para síndrome urêmica foi em Seattle em 1960. Porém, esse processo durava 12h e os materiais eram muito caros e as máquinas, poucas, dessa forma não tínhamos máquinas suficientes para todos os pacientes, sendo que era necessário decidir quem iria receber o tratamento ou não o Nesse momento surgiu a consciência da descriminação como um problema social grave, determinando de forma fria quem iria sobreviver e quem não. Dessa forma era necessário estabelecer critérios claros de quem seria favorecido no tratamento, logo veio a pergunta: quem deveria estabelecer os critérios? o Nesse momento temos mais um momento decisivo da bioética 3 momentos de decisões envolvendo seres humanos • Experiências envolvendo pacientes leprosos • Experiências nazistas sem consentimento do envolvido • Decisão sobre prioridade do tratamento Década de 1970 • Década da virada para o entendimento da bioética, até o momento, mesmo com todas as outras adversidades vivenciadas até o momento a bioética não era muito bem determinada no meio acadêmico, sendo possível o aparecimento do caso abaixo • 1932-1372 → Projeto envolvendo 600 homens negros, 399 com sífilis e 201 sem sífilis. Nesse estudo se foi acompanhado a evolução natural da doença (mesmo que um estudo com 2.000 portuários médicos já havia sido feito em 1929, mostrando toda a evolução da doença), sem oferecer qualquer tipo de tratamento aos pacientes, porém vale ressaltar que no início da pesquisa realmente não havia nenhum. O problema inicial da pesquisa era que não se foi informado o diagnóstico aos pacientes e nem o prognóstico. Para agravar ainda mais a situação em 1950 o tratamento já estava disponível, porém o esse não o foi oferecido e todos aqueles que procuraram o tratamento tinham o seu pagamento do projeto suspendido. • Durante essa mesma época outros estudos hediondos usando seres humanos como cobaias também foram performados com introduzir células cancerosas vivas em idosos Relatório de belmont (1978) • Documento aprovado que estabelecia regras relacionadas a bioética determinado: o Respeito pela pessoa: ▪ Pessoa com autonomia plena ▪ Pessoa com autonomia reduzida o Beneficência: Não sob o aspecto de caridade, mas como obrigação o Justiça: imparcialidade na distribuição de riscos e benefícios Bioética • Apresenta diversos paradigmas, um desses é a ética principialista, essa é definida em quatro pilares: o Beneficência – buscar sempre fazer o bem o Respeito o Justiça o Não maleficência – não fazer o mal Código de ética médica – artigos que discursam sobre bioética Capítulo I – princípios fundamentais I – A medicina é uma profissão a serviço do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza II – O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional VI – O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu benefício, mesmo depois da morte. Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativas contra sua dignidade e integridade Capítulo XII – Ensino e pesquisa médica É vedado ao médico Artigo 99 – Participar de qualquer tipo de experiência envolvendo seres humanos com fins bélicos, políticos, étnicos, eugênicos ou outros que atendem contra a dignidade humana
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