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Sistema urinário

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Anatomia do Sistema Urinário 
Os sistemas renal e urinário são constituídos pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. A urina é formada pelo rim 
e flui através de outras estruturas para ser eliminada do corpo. 
Rins 
→ São um par de estruturas vermelho-acastanhadas em forma de feijão, de localização retroperitoneal 
(atrás e fora da cavidade peritoneal), na parede posterior do abdome – desde a 12a vértebra torácica 
até a 3a vértebra lombar no adulto. 
→ O rim médio de um adulto pesa aproximadamente entre 113 a 170 g e tem cerca de 10 a 12 cm de 
comprimento, 6 cm de largura e 2,5 cm de espessura. 
→ A posição do rim direito é discretamente inferior a do rim esquerdo, devido à localização do fígado. 
 
→ Externamente, os rins estão bem protegidos pelas costelas e pelos músculos do abdome e do dorso. 
→ Internamente, cada rim é circundado por depósitos de gordura, que proporcionam uma proteção contra 
impactos. 
→ Os rins e o tecido adiposo circundantes estão suspensos da parede abdominal pela fáscia renal, 
constituída por tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo fibroso, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos 
que circundam cada rim são conhecidos como cápsula renal. 
→ Uma glândula suprarrenal localiza-se no ápice de cada rim. Os rins e as glândulas suprarrenais são 
independentes nas suas funções, irrigação sanguínea e inervação. 
O parênquima renal é dividido em duas partes: o córtex e a medula. 
→ A medula, cuja largura aproximada é de 5 cm, constitui a parte interna do rim. Contém as alças de Henle, 
os vasos retos e os ductos coletores dos néfrons justamedulares. 
→ Os ductos coletores dos néfrons, tanto justamedulares, quanto corticais, conectam-se com as pirâmides 
renais, que são triangulares e estão localizadas com a base voltada para a superfície côncava do rim, e a 
ponta (papila) é voltada para o hilo ou pelve. Cada rim contém aproximadamente 8 a 18 pirâmides. 
→ As pirâmides drenam para os cálices menores, os quais drenam para os cálices maiores, que se abrem 
diretamente na pelve renal. A pelve renal constitui o início do sistema coletor e é composta por 
estruturas destinadas a coletar e a transportar a urina. Quando a urina deixa a pelve renal, a sua 
composição ou volume não se modifica. 
→ O córtex, com aproximadamente 1 cm de largura, tem uma localização mais afastada do centro do rim 
e se situa ao redor das bordas mais externas. O córtex contém os néfrons (as unidades estruturais e 
funcionais do rim, responsáveis pela formação da urina), que são discutidos adiante. 
Irrigação sanguínea para os rins 
→ O hilo é a parte côncava do rim, através da qual entra a artéria renal e saem os ureteres e a veia renal. 
→ Os rins recebem de 20 a 25% do débito cardíaco total, o que significa que todo o sangue do organismo 
circula através dos rins, aproximadamente, 12 vezes por hora. 
→ A artéria renal (que se origina da parte abdominal da aorta) se divide em vasos cada vez menores, 
formando, finalmente, as arteríolas aferentes. Cada arteríola aferente se ramifica para formar um 
glomérulo, o qual constitui o tufo de capilares que forma parte do néfron, através do qual ocorre a 
filtração. O sangue deixa o glomérulo pela arteríola eferente, e retorna à veia cava inferior graças a uma 
rede de vasos capilares e veias. 
Néfrons 
Cada rim contém 1 milhão de néfrons, 
que estão localizados no parênquima 
renal e são responsáveis pela 
formação inicial da urina. O grande 
número de néfrons possibilita uma 
função renal adequada, mesmo se o 
rim oposto estiver lesionado ou perder 
a sua funcionalidade. Quando o 
número total de néfrons funcionantes 
for inferior a 20% do normal, é 
necessário considerar a terapia renal 
substitutiva. 
Existem dois tipos de néfrons. Os 
néfrons corticais, que constituem até 
80 a 85% do número total, localizam-
se na parte mais externa do córtex, 
enquanto os néfrons justamedulares, 
que constituem os 15 a 20% restantes, 
estão localizados mais profundamente 
no córtex. 
→ Os néfrons justamedulares se 
distinguem por longas alças de Henle e 
são circundados por alças capilares igualmente longas, denominadas vasos retos, que “mergulham” na 
medula do rim. O comprimento do componente tubular do néfron está diretamente relacionado com a 
sua capacidade de concentrar a urina. 
→ Os néfrons são constituídos por dois componentes básicos: 
o Um elemento de filtração, composto por uma rede capilar fechada (o glomérulo), e o túbulo 
acoplado. 
o O glomérulo: rede singular de capilares suspensos entre os vasos sanguíneos aferentes e 
eferentes, que estão envoltos em uma estrutura epitelial, denominada cápsula de Bowman. A 
membrana glomerular é constituída de três camadas de filtração: o endotélio capilar, a 
membrana basal, e o epitélio. Essa membrana normalmente possibilita a filtração de líquido e de 
pequenas moléculas, e ainda limita a passagem de moléculas maiores, como as células 
sanguíneas e a albumina. As alterações de pressão e a permeabilidade da membrana glomerular 
da cápsula de Bowman facilitam a passagem de líquidos e de várias substâncias a partir dos vasos 
sanguíneos, enchendo o espaço na cápsula de Bowman com essa solução filtrada. 
o O componente tubular do néfron começa na cápsula de Bowman. O filtrado glomerular criado 
na cápsula de Bowman segue o seu trajeto, inicialmente, no túbulo proximal, em seguida, na alça 
de Henle, no túbulo distal e nos ductos coletores corticais ou medulares. O arranjo estrutural do 
túbulo permite que o túbulo distal esteja localizado em estreita proximidade do local onde as 
arteríolas aferente e eferente, respectivamente, entram e saem do glomérulo. 
o As células tubulares distais, 
localizadas nessa região, 
conhecida com mácula densa, 
funcionam com a arteríola 
aferente adjacente e criam uma 
estrutura conhecida como 
aparelho justaglomerular. Trata-
se do local de produção da 
renina. A renina é um hormônio 
diretamente envolvido no 
controle da pressão arterial; é 
essencial para o funcionamento 
adequado do glomérulo (ver 
discussão adiante). 
o O componente tubular consiste na cápsula de Bowman, no túbulo proximal, nos ramos 
descendentes e ascendentes da alça de Henle, assim como nos ductos coletores corticais e 
medulares. Essa porção do néfron é responsável pela realização de ajustes no filtrado, com base 
nas necessidades do organismo. São realizadas alterações de modo contínuo, à medida que o 
filtrado passa através dos túbulos até penetrar no sistema coletor e ser expelido do corpo. 
Ureteres, bexiga e uretra 
A urina formada nos néfrons flui pelos cálices renais e, em seguida, pelos ureteres, que consistem em longos 
tubos fibromusculares unindo cada rim à bexiga. Esses tubos estreitos, cada um medindo de 24 a 30 cm de 
comprimento, originam-se na porção inferior da pelve renal e terminam no trígono da parede da bexiga. 
O revestimento dos ureteres é constituído de epitélio de células de transição, denominado urotélio. O 
urotélio impede a reabsorção da urina. O movimento da urina, a partir de cada pelve renal até a bexiga, 
através dos ureteres, é facilitado pela contração peristáltica dos músculos lisos na parede dos ureteres. 
Existem três áreas estreitas em cada ureter: a junção ureteropélvica; o segmento ureteral, próximo à junção 
sacroilíaca; e a junção ureterovesical. 
Estas três áreas dos ureteres são propensas à obstrução por cálculos renais ou estenose. A obstrução da 
junção ureteropélvica é a mais grave, em virtude de sua estreita proximidade com o rim e o risco de 
disfunção renal associada. 
A bexiga urinária é um saco muscular distensível, localizado exatamente atrás do osso púbico. A capacidade 
habitual da bexiga no adulto é de 400 a 500 m ℓ, porém ela pode se distender para abrigar um volume 
maior. A bexiga se caracteriza por sua área central oca, denominada vesícula, que apresenta duas entradas 
(os ureteres) e uma saída (a uretra). A área que circunda o colo da bexiga é denominada junção 
uretrovesical. A angulação da junção ureterovesicalé a principal maneira de possibilitar o movimento 
anterógrado da urina, também designado como efluxo da urina. Essa angulação impede o refluxo 
vesicoureteral (movimento retrógrado da urina) a partir da bexiga, ascendendo pelo ureter até o rim. 
A parede da bexiga contém quatro camadas. A camada mais externa é a adventícia, que é constituída de 
tecido conjuntivo. Imediatamente abaixo dela, existe uma camada de músculo liso, conhecido como 
músculo detrusor. 
Abaixo deste músculo está a camada submucosa de tecido conjuntivo frouxo, que atua como interface entre 
o detrusor e a camada mais interna, um revestimento de mucosa. A camada interna contém epitélio de 
células de transição especializado, uma membrana que é impermeável à água e que impede a reabsorção 
da urina armazenada na bexiga. O colo da bexiga contém feixes de músculo liso involuntário, que formam 
uma porção do esfíncter uretral, conhecido como esfíncter interno. Uma parte importante do mecanismo 
esfincteriano, que ajuda a manter a continência, é o esfíncter urinário externo da uretra anterior, o 
segmento mais distal em relação à bexiga. 
Durante a micção, a pressão intravesical aumentada mantém a junção ureterovesical fechada e a urina nos 
ureteres. Assim que termina a micção, a pressão intravesical retorna a seu valor basal baixo normal, 
permitindo que recomece o efluxo de urina. Por conseguinte, o único momento em que a bexiga está 
totalmente vazia é nos últimos segundos de micção, antes de recomeçar o efluxo de urina. 
A uretra se origina na base da bexiga: no homem, atravessa o pênis; na mulher abre-se anteriormente à 
vagina. 
No homem, a próstata, que se localiza exatamente abaixo do colo vesical, circunda, posterior e lateralmente, 
a uretra. 
Fisiologia 
Formação da urina 
A urina é formada nos néfrons por meio de um complexo processo em três etapas: a filtração glomerular, a 
reabsorção tubular e a secreção tubular. 
As diversas substâncias, normalmente filtradas pelo glomérulo, reabsorvidas pelos túbulos e excretadas na 
urina, incluem sódio, cloreto, bicarbonato, potássio, glicose, ureia, creatinina e ácido úrico. No interior do 
túbulo, algumas dessas substâncias sofrem reabsorção seletiva para o sangue. Outras, por sua vez, são 
secretadas a partir do sangue para o filtrado, à medida que este percorre o túbulo. 
 
→ Os aminoácidos e a glicose são habitualmente filtrados no nível do glomérulo e reabsorvidos, de modo 
que nenhum deles seja excretado na urina. 
→ Normalmente, não é encontrada glicose na urina. Todavia, ocorre glicosúria renal (excreção de glicose 
na urina) se a concentração de glicose no sangue e no filtrado glomerular ultrapassar a quantidade que 
os túbulos conseguem reabsorver. Além disso, é observada no diabetes mellitus inadequadamente 
controlado 
→ As moléculas de proteína tampouco são, habitualmente, encontradas na urina; Entretanto, as proteínas 
de baixo peso molecular (globulinas e albumina) podem ser, periodicamente, excretadas em pequenas 
quantidades. A existência de proteína na urina é designada como proteinúria. 
Filtração glomerular 
→ O fluxo sanguíneo normal 
através dos rins é de cerca de 
1.000 a 1.300 mℓ/min. À 
medida que o sangue flui para o 
glomérulo a partir de uma 
arteríola aferente, ocorre 
filtração. O líquido filtrado, 
também conhecido como 
filtrado ou ultrafiltrado, 
penetra, em seguida, nos 
túbulos renais. Em condições 
normais, cerca de 20% do 
sangue que atravessa os 
glomérulos são filtrados no 
néfron, alcançando cerca de 
180 ℓ/dia de filtrado. 
→ O filtrado, normalmente, 
consiste em água, eletrólitos e 
outras moléculas pequenas, 
visto que a água e as pequenas 
moléculas têm a sua passagem 
livre, enquanto as moléculas 
maiores permanecem na corrente sanguínea. A filtração eficiente depende do fluxo sanguíneo 
adequado, que mantém uma pressão consistente através do glomérulo. 
→ Numerosos fatores podem alterar esse fluxo sanguíneo e essa pressão, incluindo hipotensão, diminuição 
da pressão oncótica no sangue e aumento da pressão nos túbulos renais em consequência de obstrução. 
Reabsorção e secreção tubulares 
→ A segunda e a terceira etapas na formação da urina ocorrem nos túbulos renais. Na reabsorção tubular, 
uma substância se move do filtrado de volta para os capilares peritubulares ou vasos retos. Na secreção 
tubular, uma substância se move dos capilares peritubulares ou vasos retos para o filtrado tubular. 
→ Dos 180 ℓ de filtrado produzidos diariamente pelos rins, 99% são reabsorvidos na corrente sanguínea, 
resultando na formação diária de 1 a 2 ℓ de urina. 
→ Embora a maior parte da reabsorção ocorra no túbulo proximal, observa-se uma reabsorção ao longo de 
todo o túbulo. 
→ A reabsorção e a secreção do túbulo envolvem, frequentemente, o transporte passivo e ativo e podem 
exigir o uso de energia. 
→ O filtrado torna-se concentrado no túbulo distal e nos ductos coletores sob a influência hormonal e 
transforma-se em urina, que então penetra na pelve renal. 
 
Funções do Rim 
1. Formação da urina (excreção de produtos residuais). 
2. Regulação da composição iônica do sangue (eletrólitos). 
3. Manutenção da osmolaridade do sangue (retendo ou liberando sódio). 
4. Regulação do volume sanguíneo (balanço hídrico). 
5. Regulação da pressão arterial (produz renina). 
6. Regulação do pH do sangue (equilíbrio acidobásico). 
7. Liberação de hormônios (eritropoietina – Regulação da produção de eritrócitos). 
8. Regulação do nível de glicose no sangue. 
Hormônio antidiurético 
O hormônio antidiurético (ADH), também conhecido como vasopressina, é um hormônio secretado pelo 
lobo posterior da hipófise, em resposta a alterações na osmolalidade do sangue. 
↓ água = ↑ osmolalidade do sangue  estimula a liberação de ADH, que aumenta a reabsorção de água 
no rim 
↑ água = ↓ osmolalidade do sangue  supressão da secreção de ADH, assim diminui a reabsorção, levando 
a diurese (↑ do volume urinário) 
Uma urina diluída com densidade específica fixa (cerca de 1.010) ou osmolalidade fixa (cerca de 300 
mOsm/ℓ) indica uma incapacidade de concentrar e diluir a urina, que constitui um sinal comum e precoce 
de doença renal. 
Osmolaridade e osmolalidade 
A osmolaridade se refere à razão entre solutos e água. 
→ A regulação do sal e da água é de suma importância para o controle do volume extracelular e para a 
osmolaridade, tanto do soro, quanto da urina. O controle da quantidade de água ou da quantidade 
de soluto pode modificar a osmolaridade. 
→ A osmolaridade e a composição iônica são mantidas pelo organismo entre limites muito estreitos. 
Uma alteração de apenas 1 a 2% na osmolaridade sérica pode causar um desejo consciente de beber 
e pode produzir uma conservação de água pelos rins. 
O grau de diluição ou de concentração da urina também é medido em termos de osmolalidade (o número 
de osmoles [a unidade padrão da pressão osmótica] dissolvidos por quilograma de solução). O filtrado no 
capilar glomerular apresenta, normalmente, a mesma osmolalidade que o sangue – 280 a 300 mOsm/kg. 
Regulação da excreção de água 
↑ ingestão de líquidos: excreção de um grande volume de urina diluída. 
↓ ingestão de líquidos: excreção de um pequeno volume de urina concentrada. 
Uma pessoa normalmente ingere cerca de 1.300 mℓ de líquidos por via oral e 1.000 mℓ de água nos 
alimentos por dia. Do líquido ingerido, aproximadamente 900 mℓ são perdidos através da pele e dos pulmões 
(a denominada perda insensível), 50 mℓ são perdidos através do suor, e 200 m ℓ através das fezes. É 
importante levar em consideração todos os líquidos adquiridos e perdidos quando se avalia o estado hídrico 
total. As medições diárias do peso constituem um meio confiável de determinar o estado hídrico global. Um 
peso de 500 g é aproximadamente igual a 500 mℓ, de modo que uma alteração no peso de apenas 500 g 
pode sugerir um ganho ou uma perda global de líquido de 500 mℓ. 
Regulação da excreção de eletrólitos 
Quando os rins estão funcionandonormalmente, o volume de eletrólitos excretados por dia é igual à 
quantidade ingerida. Por exemplo, a dieta norte-americana média contém 6 a 8 g de cloreto de sódio (sal) e 
de cloreto de potássio por dia, e aproximadamente as mesmas quantidades são excretadas na urina. 
A regulação do volume de sódio excretado depende da aldosterona, um hormônio sintetizado e liberado 
pelo córtex da suprarrenal. 
↑ níveis de aldosterona no sangue: uma quantidade menor de sódio é excretada na urina, visto que a 
aldosterona promove a reabsorção renal de sódio. 
A liberação de aldosterona pelo córtex da suprarrenal está, em grande parte, sob o controle da angiotensina 
II. Por sua vez, os níveis de angiotensina II são controlados pela renina, uma enzima que é liberada por células 
especializadas nos rins. 
→ Esse sistema é ativado quando a pressão nas arteríolas renais cai abaixo dos níveis normais, conforme 
observado na presença de choque, desidratação ou aporte diminuído de cloreto de sódio nos túbulos 
→ Aumenta a retenção de água e a expansão do volume de líquido intravascular, mantendo, dessa 
maneira, uma pressão suficiente no interior do glomérulo para assegurar uma filtração adequada. 
Regulação do equilíbrio acidobásico 
O pH sérico normal é de cerca de 7,35 a 7,45 e precisa ser mantido dentro dessa faixa estreita para a função 
fisiológica ideal. O rim desempenha duas funções importantes para ajudar neste equilíbrio. 
A primeira consiste em reabsorver qualquer bicarbonato do filtrado urinário e devolvê-lo à circulação 
corporal; a segunda consiste em excretar ácido na urina. Como o bicarbonato é um íon pequeno, ele é 
filtrado livremente no glomérulo. Os túbulos renais reabsorvem ativamente a maior parte do bicarbonato 
no filtrado urinário. Para repor perdas de bicarbonato, as células tubulares renais produzem novo 
bicarbonato por meio de várias reações químicas. 
Esse bicarbonato, recentemente produzido, é, então, reabsorvido pelos túbulos e devolvido ao organismo. 
A produção de ácido do organismo é o resultado do catabolismo, ou da degradação de proteínas, que 
produzem compostos ácidos, sobretudo os ácidos fosfórico e sulfúrico. A dieta diária normal também inclui 
uma certa quantidade de compostos ácidos. Diferentemente do dióxido de carbono (CO2), os ácidos 
fosfórico e sulfúrico não podem ser eliminados pelos pulmões. Como o acúmulo desses ácidos no sangue 
diminui o pH (tornando o sangue mais ácido) e inibe a função celular, eles precisam ser excretados na urina. 
Um indivíduo com função renal normal excreta cerca de 70 mEq de ácido por dia. Os rins são capazes de 
excretar parte desse ácido diretamente na urina até o pH alcançar 4,5, que é 1.000 vezes mais ácido do que 
o sangue. 
Entretanto, o organismo precisa eliminar, habitualmente, mais ácido do que a quantidade que pode ser 
secretada diretamente como ácido livre na urina. Esses ácidos em excesso ligam-se a tampões químicos, de 
modo que possam ser excretados na urina. Dois tampões químicos importantes são os íons fosfato e a 
amônia (NH3). 
Quando tamponada com ácido, a amônia se transforma em amônio (NH4). O fosfato é encontrado no filtrado 
glomerular, enquanto a amônia é produzida pelas células dos túbulos renais e secretada no líquido tubular. 
Por meio do processo de tamponamento, o rim consegue excretar grandes quantidades de ácido em uma 
forma ligada, sem reduzir ainda mais o pH da urina. 
Autorregulação da pressão arterial 
 
Vasos especializados do rim, denominados vasos retos, monitoram constantemente a pressão arterial 
quando o sangue começa a sua passagem pelo rim. Quando os vasos retos detectam diminuição da pressão 
arterial, as células justaglomerulares especializadas, denominadas células delta, situadas próximo à arteríola 
aferente, ao túbulo distal e à arteríola eferente, secretam o hormônio renina. A renina converte o 
angiotensinogênio em angiotensina I, que, em seguida, é convertida em angiotensina II – o mais poderoso 
vasoconstritor conhecido; a angiotensina II provoca aumento da pressão arterial. O córtex da suprarrenal 
secreta aldosterona em resposta à estimulação da hipófise, que ocorre em resposta a uma perfusão 
deficiente ou a uma osmolalidade sérica crescente. O resultado consiste em aumento da pressão arterial. 
Quando os vasos retos reconhecem a elevação da pressão arterial, a secreção de renina cessa. A falha desse 
mecanismo de retroalimentação constitui uma das principais causas de hipertensão. 
Depuração renal 
Depuração (ou clearence) renal: capacidade dos rins de retirar solutos do plasma. 
Uma coleta de urina de 24 h constitui o principal cistoscopia de depuração renal usado para avaliar o grau 
com que o rim desempenha essa importante função excretora. 
→ A depuração renal depende de diversos fatores: com que rapidez a substância é filtrada através do 
glomérulo, a quantidade da substância que é reabsorvida ao longo dos túbulos, e a quantidade da 
substância que é secretada para os túbulos. É possível medir a depuração renal de qualquer substância, 
porém uma medida particularmente útil é a depuração da creatinina. 
A creatinina é a escória metabólica endógena dos músculos esqueléticos. É filtrada no glomérulo, atravessa 
os túbulos com alteração mínima e é excretada na urina. 
→ A depuração da creatinina fornece uma boa medida da taxa de filtração glomerular (TFG), o volume de 
plasma filtrado pelos glomérulos por unidade de tempo. 
→ Para calcular a depuração da creatinina, efetua-se uma coleta de amostra de urina de 24 h. A partir da 
metade da coleta, determina-se o nível sérico da creatinina. A fórmula a seguir é utilizada para calcular 
a depuração da creatinina: 
No adulto, a TFG pode variar desde um valor normal, de aproximadamente 125 mℓ/min (1,67 a 2 mℓ/s), até 
um máximo de 200 mℓ/min. A depuração da creatinina fornece a melhor estimativa da função renal. À 
medida que a função renal declina, tanto a depuração da creatinina quanto a depuração renal (a capacidade 
de excretar solutos) diminuem. 
Regulação da produção de eritrócitos 
Quando os rins detectam uma diminuição na pressão de oxigênio no fluxo sanguíneo renal, eles liberam 
eritropoetina. A eritropoetina é uma glicoproteína do rim, que estimula a medula óssea a produzir 
eritrócitos, que transportam oxigênio por todo o corpo. 
Síntese de Vitamina D 
Os rins também são responsáveis pela conversão final da vitamina D inativa em sua forma ativa, o 
1,25dihidroxicolecalciferol. 
A vitamina D é necessária para manter o equilíbrio normal do cálcio no organismo. 
Secreção de prostaglandinas 
Os rins também produzem prostaglandina E e prostaciclina, que exercem um efeito vasodilatador e são 
importantes na manutenção do fluxo sanguíneo renal. 
Excreção das escórias metabólicas 
Os rins eliminam as escórias metabólicas do corpo. A principal escória metabólica das proteínas é a ureia, 
da qual cerca de 25 a 30 g são produzidos e excretados diariamente. Toda essa ureia precisa ser excretada 
na urina; caso contrário, ela se acumula nos tecidos orgânicos. Outras escórias metabólicas que precisam ser 
excretadas são a creatinina, os fosfatos e os sulfatos. O ácido úrico, escória metabólica das purinas, também 
é eliminado na urina. Os rins são o principal mecanismo para a excreção dos metabólitos dos medicamentos. 
Armazenamento da urina 
A bexiga é o reservatório para a urina. Tanto o enchimento quanto o esvaziamento da urina são mediados 
por mecanismos de controle coordenados dos sistemas nervosos simpático e parassimpático, envolvendo o 
músculo detrusor e a saída da bexiga. 
→ A percepção consciente do enchimento da bexiga ocorre como consequência das vias neuronais 
simpáticas, que seguem o seu trajeto da medula espinal até o nível de T10 a T12, onde a inervação 
periférica do nervo hipogástrico possibilita o enchimento contínuo da bexiga. 
→ À medida que o enchimento vesical prossegue, os receptores de estiramento na parede da bexiga são 
ativados, juntamente com o desejo de urinar.Essa informação proveniente do músculo detrusor é 
retransmitida ao córtex cerebral por meio dos nervos pélvicos parassimpáticos, no nível de S1 a S4. A 
pressão vesical total permanece baixa, devido à complacência da bexiga (capacidade de se expandir ou 
de colapsar), à medida que o volume de urina se modifica. 
→ A complacência da bexiga se deve, em parte, ao revestimento de músculo liso da bexiga e aos depósitos 
de colágeno na parede vesical, bem como aos mecanismos neuronais, que inibem a contração do 
músculo detrusor (especificamente, os receptores adrenérgicos, que medeiam o relaxamento). 
→ Para manter taxas de filtração renal adequadas, a pressão vesical durante o enchimento precisa 
permanecer abaixo de 40 cm de água (H2O). Essa baixa pressão permite que a urina deixe livremente a 
pelve renal e entre nos ureteres. A sensação de plenitude vesical é transmitida ao sistema nervoso 
central quando a bexiga alcança cerca de 150 a 200 mℓ nos adultos, e ocorre um desejo inicial de urinar. 
→ Uma acentuada sensação de plenitude e desconforto com forte desejo de urinar ocorre habitualmente 
quando a bexiga alcança a sua capacidade funcional de 400 a 500 mℓ de urina. As alterações neurológicas 
da bexiga no nível dos nervos supraespinais, nervos espinais, ou da própria parede vesical, podem 
provocar o armazenamento de volumes anormalmente altos de urina (até 2.000 m ℓ), devido à 
diminuição ou ausência da urgência de urinar. 
→ Em circunstâncias normais, com um aporte médio de líquido de aproximadamente 1 a 2 ℓ/dia, a bexiga 
deve ser capaz de armazenar a urina por períodos de 2 a 4 h durante o dia. À noite, a liberação de 
vasopressina em resposta à ingestão diminuída de líquidos provoca uma queda na produção de urina, 
tornando-a mais concentrada. Este fenômeno permite, geralmente, que a bexiga continue a se encher 
por períodos de 6 a 8 h nos adolescentes e adultos, tornando-os capazes de dormir por períodos mais 
longos antes de precisar urinar. Nos indivíduos idosos, a queda da complacência da bexiga e os níveis 
diminuídos de vasopressina, frequentemente, provocam nictúria (despertar durante a noite para urinar). 
Esvaziamento da bexiga 
Normalmente, a micção ocorre cerca de oito vezes em um período de 24 h. 
→ É ativada por meio do arco reflexo da micção nos sistemas nervosos simpático e parassimpático, gerando 
uma sequência coordenada de eventos. 
→ O início da micção ocorre quando o nervo pélvico eferente, que se origina na área de S1 a S4, estimula a 
contração da bexiga, resultando em relaxamento completo do esfíncter uretral estriado. Este processo 
é seguido de uma redução da pressão uretral, contração do músculo detrusor, abertura do colo da bexiga 
e da parte proximal da uretra, e fluxo da urina. Este esforço coordenado pelo sistema parassimpático é 
mediado por receptores muscarínicos e, em menor grau, por receptores colinérgicos no músculo 
detrusor. A pressão gerada na bexiga durante a micção é de cerca de 20 a 40 cm H2O nas mulheres. É 
ligeiramente mais alta e mais variável nos homens com 45 anos de idade ou mais, devido à hiperplasia 
normal das células dos lobos médios da próstata, que circundam a parte proximal da uretra. 
Qualquer obstrução da saída da bexiga, como na hiperplasia prostática benigna (HPB) avançada, resulta em 
uma elevada pressão de micção. As altas pressões de micção dificultam ainda mais o início do fluxo urinário 
e a sua manutenção. 
Quando as vias espinais, que se estendem do cérebro até o sistema urinário, são destruídas (p. ex., após 
lesão da medula espinal), a contração reflexa da bexiga é mantida, porém há perda do controle voluntário 
sobre o processo. Em ambas as situações, o músculo destrusor pode sofrer contração e expelir a urina; 
todavia, as contrações, geralmente, não são suficientes para esvaziar a bexiga por completo, de modo que 
permanece uma certa quantidade de urina residual (urina mantida na bexiga depois da micção). 
Normalmente, a urina residual não ultrapassa 50 mℓ no adulto de meiaidade e é inferior a 50 a 100 mℓ no 
idoso (Weber & Kelley, 2010). 
A função das vias urinárias superior e inferior se modifica com a idade: 
A TFG diminui, o que começa entre 35 e 40 anos de idade, e, posteriormente, continua em um declínio anual 
de cerca de 1 mℓ/min. 
Os idosos são mais suscetíveis à insuficiência renal aguda e crônica, devido às alterações estruturais e 
funcionais do rim. Os exemplos incluem esclerose do glomérulo e da vascularização renal, diminuição do 
fluxo sanguíneo, redução da TFG, alteração da função tubular e desequilíbrio acidobásico. Embora a função 
renal, habitualmente permaneça adequada, a reserva renal encontra-se diminuída e pode reduzir a 
capacidade do rim de responder de modo efetivo a alterações fisiológicas drásticas e súbitas. Essa diminuição 
contínua na filtração glomerular, combinada com o uso de múltiplos medicamentos, cujos metabólitos são 
depurados pelos rins, faz com que o idoso corra maior risco de efeitos adversos dos medicamentos e de 
interações medicamentosas (Eliopoulos, 2010). 
Os idosos são mais propensos a desenvolver hipernatremia e déficits de volume de líquidos, visto que a 
idade avançada também está associada à uma diminuição da estimulação osmótica da sede. A sede é 
definida como a percepção do desejo de beber. A sensação de sede é tão protetora que a hipernatremia 
quase nunca ocorre em adultos com menos de 60 anos de idade (Collins & Claros, 2011). 
As anormalidades estruturais ou funcionais que ocorrem com o envelhecimento também podem impedir o 
esvaziamento completo da bexiga. Isto pode ser devido à contratilidade diminuída da parede vesical; pode 
ser secundário a fatores miogênicos ou neurogênicos; ou pode estar relacionado com a obstrução da saída 
da bexiga, como na HPB ou após prostatectomia. Os tecidos vaginais e uretrais sofrem atrofia (tornam-se 
mais finos) nas mulheres idosas, devido aos níveis diminuídos de estrogênio. Isto provoca diminuição da 
irrigação sanguínea para os tecidos urogenitais, resultando em irritação uretral e vaginal e em incontinência 
urinária.

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