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Learning - Jerson 11 02 2021 Arquivo final

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1 
 
Learning by Doing 
Pós-Graduando: Jerson Afonso de Lima C.P.F.: 804.950.879-04 
Curso: Docência no Ensino Superior 
 
 
 
PROJETO QUILOMBOLA: A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFROBRASILEIRA 
NAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS 
 
 
RESUMO 
 
A intolerância e o preconceito são assuntos que estão sempre presentes em todos 
os setores da sociedade, inclusive no seio das instituições religiosas onde é 
preconizado de forma mais explícita o ensino de regras e normas voltadas apenas 
para a compreensão de seus estatutos e dogmas vigentes. Neste sentido o ensino 
sobre diversidade religiosa e cultural, em especial a cultura afro-brasileira trazida 
pelos escravos para o Brasil é limitado dando margem muitas vezes à concepções 
distorcidas, sem que haja o devido entendimento de sua origem e manifestação, 
induzindo com isso ao preconceito e extremismo. Nesta perspectiva, surge a 
necessidade de se responder ao problema em questão: qual proposta pedagógica 
pode ser aplicada nas instituições religiosas no sentido de instruir as crianças sobre 
a interculturalidade existente no Brasil? Com o objetivo de responder ao problema 
exposto sugere-se uma metodologia onde serão realizadas palestras, visitas ao 
Museu Paiol das Artes - Colônia (Guarapuava – PR) e Comunidade Quilombola 
Paiol de Telha Fundão (Reserva do Iguaçu – PR). O projeto visa trabalhar junto ao 
departamento infantil, com crianças de 8 a 12 anos de idade da instituição religiosa 
onde será desenvolvida visita in loco, contudo, se persistirem as restrições devido a 
pandemia será realizado um turismo virtual no site (facebook) do museu. Após a 
visita serão realizadas atividades lúdicas com as crianças através de jogos de 
tabuleiros, confecção de berimbais, cartazes e exposição dos mesmos no salão 
social da instituição religiosa, que terá como reforço metodológico o framework 
Canvas na produção do projeto. 
 
 
 
2 
 
Learning by Doing 
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA 
 
O setor educacional que demanda maior preocupação nas instituições, 
inclusive as de cunho religioso é o departamento infantil, visto que, a criança está 
em formação intelectual e cognitiva, neste sentido, todo o ensino recebido nesta 
faixa etária, estará influenciando a vida adulta em sociedade, diante disso percebe-
se que as instituições religiosas apenas apresentam conteúdo didático-religioso para 
suas crianças e nenhum recurso pedagógico instruindo-as sobre a diversidade 
cultural existente no Brasil e com isso desenvolver a interculturalidade. Neste 
sentido salienta Paulo Freire (2020, p.37) que “A prática preconceituosa de raça, de 
classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a 
democracia”. Portanto se faz necessária a instrução da criança por parte das 
instituições religiosas no sentido de formar um cidadão consciente que existe uma 
diversidade religiosa e, sobre tudo cultural em que é preciso conhecer e respeitar. 
Nesta direção está a cultura africana trazida para o Brasil através dos 
escravos que aqui chegaram. Trazendo em sua bagagem uma cultura que, por ser 
mal compreendida, gera atos extremos de intolerância religiosa. Partindo desse 
pressuposto, as instituições têm a responsabilidade de ensinar, não apenas de 
forma dogmática seus pares, mas, esclarecer acima de tudo que existe o outro, com 
suas crenças, cultura e valores. 
É explícito que a ignorância de muitos tenciona para a intolerância, fazendo 
com que o indivíduo trate seu próximo com desprezo devido a sua etnia, religião, cor 
de pele, e muitas outras diferenças. Porém depois de várias manifestações do 
movimento negro, surgiram medidas legislativas que tornam obrigatório o ensino da 
história africana, como a Lei nº 10.639/2003, instituída no dia 20 de novembro, dia 
Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao líder dos Quilombolas Zumbi 
dos Palmares, a partir desta lei tornou-se obrigatório o ensino da história e cultura 
afro-brasileira e africana em todas as escolas, do ensino fundamental até o ensino 
médio. Durante décadas as escolas e instituições sempre ensinaram com uma 
visão eurocêntrica, isto é, sempre ensinaram dentro de um modelo europeu de 
educação (BALIEIRO, 2015; AFFONSO, 2017), com isso, é necessário que a 
criança aprenda sobre as demais culturas, refletindo assim desde pequena, através 
 
3 
 
Learning by Doing 
de debates e atividades lúdicas, sobre a importância da cultura Africana, tornando 
assim cada vez menos freqüentes preconceitos relacionados a diversidade cultural. 
Diante dessa situação, visto que, na instituição religiosa as crianças 
aprendem conforme o seguimento de doutrina específica ao contexto institucional 
observou-se a dificuldade que as mesmas têm em relação ao conhecimento de 
outras manifestações culturais. Com base nessas observações viu-se a necessidade 
de trabalhar sobre a religião e cultura afro brasileira. 
 
 
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA 
IDENTIFICADO 
 
Ao trabalhar a cultura africana como parte formadora tanto social como 
religiosa, a criança ampliará sua visão de mundo. Segundo Papalia e Feldman 
(2013, p. 295) a criança desenvolve “o pensamento independente, o envolvimento 
ativo na aprendizagem” e com isso quebrará tabus e mudará a visão eurocêntrica 
que tem sido imposta durante séculos. A criança através da socialização desenvolve 
sua personalidade, tornando-se necessário e de extrema importância o ensino da 
cultura africana para que elas aprendam a valorizar e respeitar a diversidade. 
A criança aprende muito pela observação, pelos exemplos, dessa forma será 
trabalhado no departamento infantil da instituição religiosa sobre a valorização da 
cultura africana e a sua religião. Primeiramente será trabalhado sobre o tema 
proposto, questionando-as sobre o que elas conhecem da África, seus costumes, 
sua religião, na sequência será realizada uma palestra sobre a temática africana, 
para tanto será convidado um membro da comunidade quilombola. 
A partir desse conhecimento serão divididas as crianças em grupo, para que 
formulem questões relacionadas à religião e cultura africana, também será realizada 
uma visita no Museu Paiol das Artes e Comunidade Paiol de Telha na Colônia 
Cachoeira em Guarapuava – PR e na comunidade quilombola Invernada Paiol de 
Telha Fundão, na cidade de Reserva do Iguaçu - PR, durante as visitas as crianças 
terão contato com oficinas de dança, teatro, artesanatos, alimentos típicos e, neste 
sentido, conhecerão a comunidade, sua história e cultura. 
 
4 
 
Learning by Doing 
Durante as visitas os grupos de crianças realizarão as entrevistas que eles 
mesmos organizaram, para que depois juntamente com as coordenadoras 
organizem uma exposição na instituição, sobre a cultura e a religião africana, com 
oficinas de dança, música, pratos típicos. 
Será confeccionado com as crianças um jogo africano de tabuleiro, onde eles 
jogarão o jogo Kalah, que é um tipo de Mancala que são Jogos de Semeaduras 
(SEABRA, 2019). Mancalas são jogos de tabuleiros africanos geralmente jogados 
por duas ou mais pessoas, num tabuleiro de madeira ou no chão, que é formado por 
várias casas em fileiras, baseado no princípio da distribuição de sementes, este jogo 
envolve bastante raciocínio. 
 Serão divididas as crianças em duplas, onde confeccionarão o jogo de 
tabuleiro utilizando caixinhas de ovos ou argila, cada dupla confeccionará o seu 
tabuleiro, utilizarão sementes ou botões para jogar, depois será realizado um 
minitorneio do jogo Kalah entre as duplas. 
 
 
 
Tabela 01: Jogo KALAH. Fonte: O autor; adaptado de Seabra (2019) 
 
O jogo começa com três peças em cada casa, totalizando dezoito peças para 
cada jogador, o território de cada jogador são as cinco casas da fileira a sua frente e 
mais o reservatório ou casa de acumulação (utilizada somente pelo proprietário). O 
 
5 
 
Learning by Doing 
jogador pegaas sementes de qualquer casa sua, menos da casa de acumulação, e 
as semeia, uma a uma, no sentido anti-horário. Toda vez que ele passar na sua 
casa de acumulação ele deixa uma semente, mas nunca deixa na casa de 
acumulação do adversário. Se a última semente cair na casa de acumulação, o 
jogador tem direito a mais uma jogada. 
Ocorre uma captura de peça quando a última semente cair na casa vazia do 
jogador, então ele captura as sementes da casa do adversário, que está na fileira 
em frente a sua casa vazia. 
Se a semente cair numa casa vazia do adversário, ele passa a vez para o 
adversário jogar. 
O jogo termina quando as peças forem todas capturadas ou um dos 
jogadores não tiver mais peças para jogar, e o outro ainda possuir peças. 
Vence o jogador que tiver mais peças capturadas. 
 
 
ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS/PREVISTOS 
 
Ao ser apresentada tal proposta pedagógica poderá existir a possibilidade de 
aceitação ou de rejeição da mesma, neste sentido será possível analisar os pontos 
que deverão ser ajustados para a sua execução. A princípio a liderança da 
instituição religiosa poderá mostrar-se reticente quanto ao teor e objetivos desse 
projeto para o departamento infantil, visto que a mesma vem de um contexto 
histórico tradicional, porém, ao perceber a necessidade de se instruir as crianças 
sobre a diversidade religiosa e cultural existente no Brasil, corroborará com projeto 
dando suporte logístico para sua implantação. 
Desta forma, ao ser aplicada a proposta metodológica objetiva-se que todas 
as crianças tenham através das atividades planejadas um contato instrutivo com a 
cultura afro brasileira, proporcionando a formação de conceitos positivos sobre a 
identidade e diversidade cultural existente no Brasil. Neste sentido, ao analisar os 
resultados, será possível perceber que a instituição religiosa estará mais aberta ao 
diálogo com outras formas de manifestações, tanto religiosa quanto cultural, prevê-
se também que cessarão os ensinamentos institucionais com conotação extremista. 
 
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Learning by Doing 
 Em relação aos pais, ao perceberem a nova forma que a liderança da 
instituição religiosa abordará os assuntos relacionados ao tema, também mudarão 
suas condutas em relação a si próprios e principalmente ao ensinamento de seus 
filhos, influenciando e preparando-os para uma vida adulta livres da intolerância e 
preconceitos. 
Na aplicação do presente projeto perceber-se-á a quebra de paradigmas, com 
resultados positivos, no sentido de estar ampliando o leque de conhecimento 
daqueles que serão os futuros formadores de opinião, as crianças do departamento 
infantil da instituição religiosa. 
 Contudo, um tema de tão grande relevância encontrará possíveis limitações 
em sua proposta, tais como, a incompreensão e rejeição por parte de alguns líderes 
e membros da instituição religiosa quanto a intenção didático-pedagógica do projeto, 
que visa apenas o enriquecimento cultural das crianças, dessa forma é 
imprescindível que a proposta seja apresentada de antemão e, assim, dirimir as 
dúvidas existentes em ambos os grupos, e com isso envolver a todos nesse projeto 
cultural. 
Em suma, para a execução de tal projeto, tanto a elaboração do conteúdo 
programático, bem como sua logística, ou seja, as visitas ao museu, comunidade 
quilombola, confecção dos jogos e demais conteúdos referentes ao tema, exigirão 
do docente bem como da equipe auxiliar, disciplina e comprometimento para que o 
objetivo seja alcançado, que é a instrução das crianças da instituição religiosa sobre 
a interculturalidade existente no Brasil. 
 
 
APRESENTAÇÃO DO TEMPLATE (FRAMEWORK) COM A SÍNTESE DE SUA 
PROPOSTA 
 
Para a síntese da proposta foi escolhido o framework Canvas, com uma breve 
apresentação dos principais pontos do projeto. 
 
 
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Learning by Doing 
 
 
O framework escolhido permite a exposição da proposta do projeto, 
demonstrando de forma clara e simples as ideias que serão trabalhadas, a fim de 
encontrar respostas e aplicabilidade à problemática levantada. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AFFONSO Ricardo. O Ensino de Geografia e da História Africana e a Preservação 
do Patrimônio Cultural. In: CAETANO, Camilla Barreto Rodrigues Cochia, et 
al. Conhecimento e Educação. V. 2. Maringá-Pr: Unicesumar, 2017. p. 173-186. 
 
BALIEIRO, Fernando de Figueiredo. Cultura brasileira. Rio de Janeiro: Estácio, 
2015. 
 
BRASIL. Lei nº 10.639/2003. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 
10 jan. 2021. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia de autonomia: saberes necessários à prática 
educativa. 63. ed. Rio de Janeira: Paz&terra, 2020. 
 
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2013. 
 
8 
 
Learning by Doing 
 
SEABRA, Carlos. O livro dos jogos das crianças Indígenas e Africanas. Itapira, 
Sp: Estrela Cultural, 2019.

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