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As Plantas

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BOTÂNICA 
SISTEMÁTICA
Ronei Tiago Stein
As plantas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar as características básicas das plantas terrestres.
 Reconhecer a origem e a diversificação das plantas.
 Diferenciar os ciclos de reprodução das briófitas e pteridófitas.
Introdução
Desde que a vida surgiu, há mais de 3,5 bilhões de anos, os seres vivos 
vêm se diversificando e se adaptando às mudanças ocorridas em nosso 
planeta. Essa capacidade de adaptação os permitiu colonizar os mais 
variados ambientes na Terra. 
Os cientistas acreditam que, há cerca de 450 milhões de anos, no 
período Ordoviciano, a maior parte das classes de animais marinhos atuais 
já estava estabelecida. O ambiente de terra firme, porém, continuava 
desabitado. Nessa época, um grupo de algas verdes começou a colonizar 
a terra firme, originando as primeiras plantas terrestres. 
Neste capítulo, você estudará as principais características das plantas 
terrestres atuais, entenderá melhor sobre como as plantas se originaram, 
além de conhecer sua atual diversificação.
Principais características das plantas
Embora apresentem espécies adaptadas à vida aquática, as plantas são seres 
tipicamente terrestres, ou seja, desenvolvem-se em substratos não submersos 
(são fi xas à terra ou às rochas). É de conhecimento comum a enorme diversidade 
de tamanhos e de formas que as plantas apresentam, podendo variar em sua 
altura de menos de 1 centímetro a mais de 100 metros, conforme indicado 
na Figura 1. A morfologia, ou forma, da planta também é diversa de maneira 
surpreendente (TAIZ et al., 2017).
Figura 1. Variação de altura nas plantas, podendo apresentar desde poucos centímetros, 
como o musgo, até mais de 100 metros, como a sequoia.
(a) (b)
Um dos grandes desafios enfrentados pelos ancestrais das plantas atuais 
durante sua evolução foi desenvolver processos reprodutivos em que gametas 
não precisassem nadar, uma vez que água em forma líquida é pouco abun-
dante no ambiente terrestre. Amabis e Martho (1997) descrevem que o reino 
Plantae engloba seres autótrofos fotossintetizantes, que diferem das algas por 
apresentar tecidos e órgãos bem diferenciados. Atualmente, são conhecidas 
mais de 290 mil espécies de plantas, algumas com estruturas relativamente 
simples (por exemplo, os musgos) e outras de organização corporal complexa 
(como as árvores).
Em geral, as plantas podem ser definidas como organismos multicelulares 
derivados de embriões, sésseis, adaptados ao ambiente terrestre e capazes de 
converter dióxido de carbono em compostos orgânicos complexos por meio 
da fotossíntese. Essa definição geral inclui um amplo espectro de organismos, 
desde musgos até́ plantas floríferas (com flores).
As plantas que apresentam flores e uma estrutura reprodutora visível são denomina-
das de fanerógamas, como pinheiros, cicas, roseiras, mangueiras, laranjeiras, limoeiros, 
macieiras, coqueiros, entre outros. Já aquelas em que a estrutura reprodutora não se 
encontra visível e que não possuem flores ou sementes são chamadas de criptógamas, 
como samambaias, avencas, hepáticas e musgos.
As plantas2
De acordo com Sadava et al. (2009), as plantas também podem ser classificadas 
pela presença ou não do sistema de tecido vascular, ou seja, células unidas em tubos 
que transportam água e nutrientes pelo corpo da planta. A maioria das plantas 
atuais tem um complexo sistema de tecido vascular, e são, portanto, chamadas 
de plantas vasculares. As plantas sem um sistema de transporte extenso (como 
as hepáticas, os musgos e os antó ceros) são descritas como avasculares, mesmo 
que alguns musgos tenham sistema vascular simples. As plantas avasculares 
são chamadas, informalmente, de briófitas, como veremos a seguir. O Quadro 1 
apresenta um pequeno resumo da classificação das plantas terrestres.
Grupo Nome comum Características
Plantas avasculares
Hepatófita Hepáticas Sem estágio filamentoso; 
gametófitos planos.
Antocerófita Antocerófilas Arquegônios embebidos; 
esporófito cresce basalmente 
(a partir do solo).
Briófita Musgos Estágio filamentoso; esporófito 
cresce apicalmente (a 
partir da extremidade).
Plantas vasculares
Licófita Licopódeos Folhas simples em espiral; 
esporângios nas axilas foliares.
Pteridófita Samambaias Diferenciação entre caule 
principal e ramificações laterais 
(crescimento acima do topo).
 Quadro 1. Classificação das plantas terrestres 
(Continua)
3As plantas
Para saber mais sobre os diferentes grupos de plantas, assista ao vídeo (REINO..., 2018) 
disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/exzW
 Fonte: Adaptado de Sadava et al. (2009). 
Grupo Nome comum Características
Plantas com sementes
Gimnospermas
Cicadófita Cícadas Folhas compostas; anterozoide 
natante; sementes em 
folhas modificadas.
Ginkgófita Ginkgo Decíduas; folhas em forma de 
leque; anterozoide natante.
Gnetófita Gnetófitas Vasos no tecido vascular; 
folhas simples opostas.
Coniferófita Coníferas Sementes em cones; folhas em 
forma de agulhas ou escamas.
Angiospermas Plantas com 
flores
Endosperma; carpelos; 
gametófitos muito reduzidos; 
sementes dentro do fruto.
 Quadro 1. Classificação das plantas terrestres 
(Continuação)
As plantas4
As plantas (assim como os animais) são consideradas seres pluricelula-
res, ou seja, apresentam muitas células em sua composição. Outra grande 
característica das plantas é que elas são eucariontes (gregos eu = verdadeiro 
+ káryon = núcleo), ou seja, nas células, há uma membrana nuclear (carioteca) 
delimitando o núcleo, no interior do qual localizam-se os cromossomos. A 
célula eucariótica apresenta, além do núcleo, sistemas membranosos e orga-
nelas no citoplasma.
Com exceção de bactérias e cianobactérias, cujas células são procarióticas, e de vírus, 
que são acelulares, todos os outros seres (protozoários, algas, fungos, vegetais e animais) 
apresentam células eucarióticas, cujo tamanho das células varia entre 10 e 100 µm. 
Uma das principais características das plantas é que elas são autotróficas, 
ou seja, são capazes de produzir o seu próprio alimento pelo processo da fo-
tossíntese. Utilizando a luz, ou seja, a energia luminosa, as plantas produzem 
a glicose, matéria orgânica formada a partir da água e do gás carbônico, 
obtendo o alimento e liberando o gás oxigênio. A Figura 2 apresenta uma 
esquematização sobre como ocorre o processo de fotossíntese.
5As plantas
Figura 2. Processo de fotossíntese: a luz do sol é absorvida pelas folhas das plantas através 
da clorofila e transformada em glicose. Essa substância é conduzida ao longo dos canais 
existentes na planta para as demais partes do vegetal. A planta utiliza parte da glicose para 
viver e crescer, enquanto outra parte fica armazenada na raiz, no caule e nas sementes, em 
forma de amido. A fotossíntese também é importante para a purificação do ar, pois retira o 
gás carbônico (CO
2
) presente na atmosfera e libera oxigênio para a atmosfera.
Energia da luz solar
Oxigênio liberado no ar
Dióxido de carbono
absorvido do ar
Glucose usada pela planta
Água absorvida
pelo solo
Fotossíntese significa produção através da luz, e ocorre nos cloroplastos 
das células. Na fotossíntese, a planta usa a energia da luz para uma série de 
reações químicas, produzindo substâncias energéticas, como a glicose, a partir 
de moléculas de gás carbônico e água. A glicose contém energia em suas 
ligações, que a planta usa como combustível. O oxigênio é um subproduto do 
As plantas6
processo. A glicose pode ser convertida em amido, que, por sua vez, consiste em 
um carboidrato que as plantas usam para armazenar energia (BURNIE, 1997).
A planta absorve a luz que necessita para a fotossíntese por meio de substâncias 
químicas chamadas pigmentos fotossintetizadores. Quando a luz incide no pigmento, 
a molécula absorve uma parte da energia da luz. A fotossíntese ocorre na conversão 
da energia luminosa usada na produção de compostos orgânicos.Origem e diversificação das plantas
Atualmente, estima-se que possam existir entre 5 milhões e 30 milhões de es-
pécies (animais e vegetais) espalhadas ao longo do planeta Terra, porém, muitos 
ambientes ainda não foram explorados. Essas milhões de espécies apresentam 
diferenças entre si, como cores, formas, tamanhos, tipos de nutrição, respiração, 
reprodução e adaptações a diferentes funções (SILVA JUNIOR; SASSON, 2002).
Cerca de 1,4 milhão de espécies vivas foram nomeadas e descritas pelos cientistas. 
Entre elas, aproximadamente, 750 mil são insetos, 41 mil são vertebrados e 290 mil são 
plantas. O restante inclui invertebrados, fungos, algas e microrganismos (CORSON, 2002). 
A Terra possui cerca de 4,5 bilhões de anos, e a vida começou a surgir 
há cerca de 3,5 bilhões de anos. Ao longo da história dos seres vivos, bem 
documentada por meio de estudos de fósseis e rochas, houve épocas de ex-
plosão de biodiversidade, com o surgimento de novos grupos, e outras de 
grandes extinções, com o desaparecimento de muitos grupos que chegaram 
a ser dominantes na Terra. 
Em cada uma dessas extinções, possivelmente, milhões de espécies de-
sapareceram, criando condições para a evolução de outras. Sadava et al. 
7As plantas
(2009) descrevem que as plantas terrestres são monofilé ticas, ou seja, todas 
descendem de um único ancestral comum, formando uma ramificação da 
árvore evolutiva da vida. Uma das características básicas compartilhadas, 
ou sinapomorfias, das plantas terrestres é o desenvolvimento de um embrião 
protegido por tecidos da planta parental. 
Diversas sinapomorfias, endossadas por evidências claras de estudos mo-
leculares, indicam que o clado irmão das plantas é o grupo de algas verdes 
aquáticas, chamado Charales. As algas verdes ancestrais das plantas viveram 
às margens de poços ou charcos, circulando-os como uma esteira verde. Foi a 
partir desse habitat marginal, algumas vezes úmido e outras vezes seco, que 
as plantas primitivas fizeram a transição para a terra (SADAVA et al., 2009).
Seguindo a linha evolutiva dos vegetais, após as algas, surgiram as Brió-
fitas, que não possuem os vasos condutores de seiva, e seus gametas (células 
reprodutivas) são levados facilmente pela água da chuva ou pelas gotas de 
orvalho de uma planta para outra. As primeiras plantas a apresentarem vasos 
condutores foram as Pteridófitas, e isso facilitou muito o transporte de água 
e minerais retirados do solo. 
Os três grupos de vegetais (alga verde ancestral, Briófitas e Pteridófitas) surgiram a 
partir de mudanças ocorridas por longos períodos de seca, que aconteceram no 
tempo geológico denominado Siluriano, período da Era Paleozoica, compreendido, 
aproximadamente, entre 444 e 416 milhões de anos atrás.
No período Devoniano, compreendido entre 416 e 359 milhões de anos 
atrás, iniciou-se a formação dos primeiros bosques, concebidos por ancestrais 
de musgos e samambaias, plantas que produzem esporos para se reproduzir. 
O surgimento das plantas permitiu que outras formas de vida começassem a 
sobreviver sobre a terra. Isso ocorreu porque as plantas começaram a fornecer 
oxigênio e, em última análise, a maior parte do alimento consumido pelos ani-
mais terrestres. Além do mais, as raízes criam habitat para outros organismos 
pela estabilização do solo. Dessa forma, pode-se dizer que a origem e evolução 
das plantas está relacionada diretamente com a evolução dos animais (REECE 
et al., 2015). O Quadro 2 apresenta um breve resumo sobre a relação entre os 
tipos de vida vegetal e animal que surgiram ao longo dos anos no planeta Terra.
As plantas8
Anos decorridos 
desde o início 
do período de 
formação da Terra 
até os dias atuais
Vida vegetal Vida animal
4,5 bilhões Bactérias anaeróbias e fotossintéticas surgem; 
formação da Terra e do resto do sistema.
2,5 bilhões Pluricelulares acelomados e celomados surgem; 
protistas eucariontes e fungos surgem.
1,5 bilhão Algas marinhas 
abundantes.
Procariontes abundantes.
600 milhões Invasão do ambiente 
terrestre pelas plantas.
Invertebrados marinhos 
diversificados, trilobitas; 
aparecimento de animais 
com esqueleto.
500 milhões Invasão do ambiente 
terrestre pelas plantas.
Invertebrados marinhos 
diversificados, os corais; 
aparecimento dos 
primeiros vertebrados 
aquáticos, os peixes.
425 milhões Primeiras plantas 
vasculares, algas 
e fungos.
Aparecimento dos 
primeiros artrópodes 
adaptados a respirar em 
meio terrestre; aumento 
do número de peixes.
405 milhões Expansão das plantas 
terrestres; primeiras 
florestas de musgos 
e samambaias.
Período denominado Idade 
dos Peixes; aparecimento 
dos primeiros vertebrados 
terrestres e anfíbios.
345 milhões Era das grandes florestas 
de gimnospermas 
e suas precursoras, 
musgos e samambaias.
Período chamado Idade 
dos Anfíbios; primeira 
grande irradiação de 
insetos; aparecimento 
dos primeiros répteis.
280 milhões Gimnospermas e 
angiospermas evoluem.
Expansão dos répteis, 
declínio dos anfíbios.
 Quadro 2. Resumo dos principais tipos de vida (animal e vegetal) que surgiram ao longo 
da história da Terra 
(Continua)
9As plantas
 Fonte: Adaptado de Silva Júnior e Sasson (2002). 
Anos decorridos 
desde o início 
do período de 
formação da Terra 
até os dias atuais
Vida vegetal Vida animal
230 milhões Domínio do ambiente 
terrestre pelas 
gimnospermas 
e samambaias; 
diminuição dos musgos.
Aparecimento dos primeiros 
dinossauros e de répteis 
semelhantes a mamíferos.
181 milhões Gimnospermas, como 
as cicas e coníferas, 
ainda predominam.
Dinossauros grandes, 
especializados, mais 
abundantes. Aparecimento 
dos primeiros mamíferos 
e das primeiras aves.
135 milhões As angiospermas 
dominam, declínio 
das gimnospermas. 
Apogeu e desaparecimento 
dos dinossauros; segunda 
grande irradiação dos 
insetos; primeiros primatas.
63 milhões Domínio do ambiente 
terrestre pelas 
angiospermas.
Domínio do ambiente 
terrestre por mamíferos, 
aves, insetos; irradiação 
dos mamíferos; 
primeiros homens.
3 milhões Extinção de muitas 
espécies de plantas.
Extinção dos grandes 
mamíferos.
10 mil Aumento do número 
de plantas herbáceas.
Civilizações humanas.
 Quadro 2. Resumo dos principais tipos de vida (animal e vegetal) que surgiram ao longo 
da história da Terra 
(Continuação)
As plantas10
As primeiras plantas na Terra não tinham flores nem produziam sementes. Elas se 
espalharam por meio de esporos. Plantas simples como essas ainda existem, mas 
agora elas dividem a Terra com plantas que produzem flores. Os melhores lugares 
para encontrar plantas sem flores são os pântanos, as sombras e a costa marinha.
Diversificação das plantas 
As espécies de plantas apresentam diferenças entre si, como a presença ou 
ausência de vasos condutores, sementes, fl ores, frutos, entre outros. Dessa 
forma, as plantas podem ser divididas em quatro grupos principais, observe 
a seguir. 
Briófitas: denominam o grupo das plantas mais simples. Elas são pequenas, 
avasculares e não possuem caule, folhas ou raízes. Gostam de viver, preferen-
cialmente, em locais úmidos e necessitam de água para sua reprodução. Como 
principais representantes desse grupo, podemos citar os musgos e as hepáticas.
Pteridófitas: diferentemente das briófitas, são plantas que possuem vasos 
condutores de seiva, bem como folhas, caule e raízes. Essas plantas também 
estabelecem forte dependência com a água no que diz respeito à reprodução. 
Como representantes, podemos citar as samambaias e as avencas.
Gimnospermas: são plantas mais complexas, quando comparadas às 
briófitas e pteridófitas, e surgiram com uma importante novidade evolutiva: as 
sementes, extremamente importantes porque garantem a proteção do embrião e 
fornecem-lhe alimento. Nesse grupo de plantas, a característica mais marcante 
é a semente nua, ou seja, a semente que não é envolvida por um fruto. Como 
exemplo de gimnospermas, podemos citar os pinheiros e as araucárias.
Angiospermas: é o grupo mais diversificado e dominante de plantas.Essas plantas apresentam flores e frutos que atuam, respectivamente, atraindo 
polinizadores e dispersores. Sem dúvidas, essa característica favoreceu a 
grande quantidade de espécies desse grupo. Como exemplo, podemos citar 
as roseiras, os coqueiros e os cactos.
A Figura 3 apresenta um exemplo de planta de cada um desses grupos.
11As plantas
Figura 3. Diferentes grupos de plantas. (a) Musgo, exemplo de briófita; (b) samambaia, 
exemplo de pteridófita; (c) pinheiro, exemplo de gimnosperma; (d) ipê roxo, exemplo de 
angiosperma.
Fonte: (d) Kpboonjit/Shutterstock.com.
(a) (b)
(c) (d)
Diferença entre reprodução de briófitas e 
pteridófitas
Antes de começarmos a falar sobre a diferença entre a reprodução de briófi tas 
e pteridófi tas, é importante entendermos os conceitos de reprodução assexuada 
e reprodução sexuada. 
  Reprodução assexuada: garante apenas a produção de um ou mais novos 
indivíduos, geneticamente idênticos ao organismo original.
  Reprodução sexuada: promove a recombinação gênica seguida da junção 
dos genomas parciais de dois indivíduos. 
As plantas12
A reprodução assexuada tem como vantagens ser um processo rápido e 
com um pequeno gasto de energia. Visto que a divisão nuclear é um processo 
de mitose, esse sistema assegura a formação de clones e, uma vez que todos 
os indivíduos podem originar descendentes, um só indivíduo pode colonizar 
habitats de condições semelhantes, sem a intervenção de um segundo indiví-
duo. Contudo, a reprodução assexuada também apresenta desvantagens: os 
indivíduos são clones, e a sua diversidade é praticamente nula, não favorecendo 
a evolução das espécies, com uma difícil adaptação dos novos indivíduos ao 
meio como consequência.
Na reprodução sexuada, os pais dão origem a uma prole com combinações 
únicas de genes herdados dos dois progenitores. Ao contrário de um clone, a 
prole de reprodução sexuada varia geneticamente em relação aos irmãos e aos 
pais. São variações de um tema comum de semelhança familiar, não réplicas 
exatas (REECE et al., 2015).
As briófitas apresentam reprodução tanto assexuada como sexuada. Algu-
mas briófitas do grupo das hepáticas podem reproduzir-se assexualmente por 
meio de propágulos, ou seja, estruturas multicelulares que se desprendem da 
planta-mãe e germinam, dando origem a uma nova planta hepática (AMABIS; 
MARTHO, 1997). Já na reprodução sexuada, o ciclo de vida das briófitas 
apresenta alternância de gerações. A geração predominante é haploide (n) e 
forma gametas, razão pela qual é chamada geração gametofítica. A geração 
menos desenvolvida no ciclo é diploide (2n) e forma esporos, denominada 
geração esporofítica. O ciclo de reprodução sexuada de um musgo é apre-
sentada na Figura 4. 
13As plantas
Figura 4. Ciclo de vida de um musgo. 
Fonte: Reece et al. (2015, p. 619).
Briófitas são plantas de pequeno porte, encontradas em locais úmidos e 
sombreados, que crescem no solo ou sobre troncos de árvores. Os musgos, 
as hepáticas e os antóceros constituem a divisão de plantas chamadas de 
briófitas (REECE et al., 2015). De acordo com Shepherd (2003), as briófitas, 
geralmente, são descritas como plantas avasculares, mas algumas espécies 
têm tecidos condutores no caule, embora não sejam idênticos em estrutura 
aos tecidos condutores de plantas vasculares. As briófitas possuem importân-
cia econômica muito reduzida, mas com grande interesse do ponto de vista 
evolutivo e ecológico.
As pteridófitas (samambaias, xaxins, avencas, entre outros) foram os pri-
meiros vegetais a apresentar um sistema de vasos condutores de nutrientes. 
Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas reproduzem-se em um 
ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Em certas épocas, na 
superfície inferior das folhas das samambaias, formam-se pontinhos escuros 
As plantas14
chamados soros. O surgimento dos soros indica que as samambaias estão em 
época de reprodução e, em cada soro, são produzidos inúmeros esporos. Quando 
os esporos amadurecem, os soros se abrem. O prótalo é uma planta sexuada, 
produtora de gametas, e representa a fase chamada de gametófito. Em outras 
palavras, prótalo é um corpo verde e delgado originado pela germinação dos 
esporos quando encontram-se úmidos. A Figura 5 apresenta o ciclo de vida 
de uma samambaia.
Figura 5. Ciclo de vida de uma samambaia.
Fonte: Reece et al. (2015, p. 624).
De acordo com Amabis e Martho (1997), Burnie (1997) e Reece et al. 
(2015), o ciclo de vida das pteridófitas apresenta alternância de gerações 
diploides e haploides, assim como ocorre com as briófitas. Contudo, a geração 
mais desenvolvida é a esporofítica. As samambaias e as avencas (exemplos 
de pteridófitas) são esporófitos diploides. 
Na maturidade, as pteridófitas desenvolvem estruturas chamadas soros 
(Figura 6), localizadas na face inferior das folhas. Nesses soros, estão lo-
calizados os esporângios, dentro dos quais há células que sofrem meiose e 
originam os esporos.
15As plantas
Figura 6. Exemplo de soro, ou seja, estrutura reprodutiva presente em folhas férteis de 
plantas pteridófitas. Em detalhe, um conjunto de esporângios, onde os esporos se formam.
Fonte: Enriscapes/Shutterstock.com.
Em plantas com sementes (como as gimnospermas e angiospermas), o esporo é 
produzido, mas nunca é liberado para germinar no meio ambiente. Ele germina ainda 
na planta-mãe, nunca a deixando. Já o gametófito masculino (comumente chamado de 
grão de pólen) é liberado para que viaje até outra planta, proporcionando a fecundação 
do gameta feminino. A fecundação do gameta feminino origina o embrião, conforme 
ressaltam Raven, Evert e Eichhorn (2007).
Quando os esporos germinam, dão origem a um gametófito efêmero, 
cuja vida somente comporta a produção dos gametas e sua junção. A fusão 
dos gametas origina um esporófito, fase duradoura nessas plantas. Essas 
plantas possuem esporângios, onde os esporos são produzidos e liberados. 
Ao atingir um substrato adequado, o esporo germina, e o ciclo se completa 
(KERBAUY, 2008).
As plantas16
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Fundamentos da biologia moderna. 2. ed. São Paulo: 
Moderna, 1997.
BURNIE, D. Dicionário temático de biologia. São Paulo: Scipione, 1997. 
CORSON, W. H. Manual global de ecologia: o que você pode fazer a respeito da crise 
do meio ambiente. 4. ed. São Paulo: Augustus, 2002.
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2007.
REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
REINO vegetal: características gerais das plantas. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (53 min). 
Disponível em: https://qrgo.page.link/exzW. Acesso em: 11 abr. 2019.
SADAVA, D. et al. Vida: a ciência da biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. (Evolução, 
diversidade e ecologia, v. 2).
SHEPHERD, G. J. Avaliação do estado do conhecimento da diversidade biológica do Brasil: 
plantas terrestres. [S. l.: s. n.], 2003. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/
chm/_arquivos/plantas1.pdf. Acesso em: 11 abr. 2019.
SILVA JUNIOR, C. da.; SASSON, S. Biologia. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. v. 2.
TAIZ, L. et al. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
Leituras recomendadas
GILBERT, S. F.; BARRESI, M. J. Biologia do desenvolvimento. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2019.
GONCALVES, E. G.; LORENZI, H. Morfologia vegetal: organografia e dicionário ilustrado 
de morfologia das plantas vasculares. 2. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2011. 
GUREVITCH, J.; SCHEINER, S. M.; FOX, G. A. Ecologia vegetal. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2009. 
17As plantas

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