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Aula 7 - 23-08-2010 - Projeto Ultramarino Port.- Formação do Estado Português

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Aula 7 - 23/08/2010 - Projeto Ultramarino Português: Formação do Estado Português
Texto
	GORENDER (1985) - O escravismo colonial (capitulo 4)
Sentido (CPJr.) - colonização como desdobramento da expansão comercial européia
Sentido Profundo (Novais) - antigo sistema colonial que aparece como fator de fomento da acumulação originária de capital na gênese do capitalismo da europa ocidental.
Gorender: fecha o foco sobre Portugal, diferente de Novais, que é mais genérico
Projeto Ultramarino de Expansão Português
Condicionantes naturais: Portugal possui sua constituição territorial atual já em meados dos séc. XIII
A territorialidade vai ser sempre uma motivação do projeto ultramarino (necessidade de expansão: famílias de nobres vinham crescendo, a questão dos “filhos-segundos”), apesar da importância muitas vezes estar na questão comercial (como no CPJr. / Godinho).
A- Formação do Estado Português
- torna possível a expansão ultramarina
- explica o pioneirismo 
	- tirando o foco da questão geográfica para a social/política
	- e posteriormente, como avaliará Gorender, explicará também o atraso de Portugal (no sentido 	em que manteve uma sociedade arcaica - antípodas do burguês) - Controversa I
Historia: nobres franceses que vão a espanha combater os mouros na guerra das reconquistas e casam-se com as filhas de Afonso, o Grande (rei de Leão).
De Afonso I a Henrique
de 1128 - (Batalha de Guimarães - marco da formação do Estado Portugues) ponto de início da dinastia Afonsina. - a 1580 - onde termina, com Henrique, a dinastia de Avis. Ao longo desse período tem-se o fortalecimento precoce do rei (centralização monárquica) e em contraposição a fraqueza relativa da nobreza.
Dinastia Afonsina (1128 - 1383)
Rei Afonso “Gordo”: em seu reinado tomaram medidas contra os nobres, ordenou que lhe fossem apresentados todas as doações de terras que já foram feitas pela coroa para assim decidir se elas continuarão ou não nas mãos dos receptores.
	- Formação do Estado Nacional Português (1249)
 	- Questão da união ou não com Castela (relações familiares entre Portugal e Castela). Assunto sempre retomado nos momentos sucessórios:
Afonso III - genro do rei de Castela
Afonso IV - sogro do rei de Castela
 	- Disputa pelo poder: Rei X Nobreza
A Revolução de Avis (1383-1385) 
Começa com uma questão sucessória, e em 1385 inicia a nova dinastia com o D. João I, mestre de Avis.
	- Nobreza rejuvenescida, mas ainda nobreza.
 	- Revolução Nacional mas não burguesa (Controversa II)
 	- Sedimentação do absolutismo.
 	- Expansão quatrocentista.
 	- Constituição do Império do Oriente, descoberta e início da exploração do Brasil.
Controversa I - Questão do Feudalismo
Adequação do conceito de feudalismo à questão portuguesa: existiu ou não feudalismo em Portugal?
Faoro: trabalha a questão semântica que ao príncipe cabe reinar, enquanto que ao senhor (sem a auréola feudal), cabe o dominar. Defende que em Portugal ocorreu o estabelecimento de um sistema patrimonial, e não feudal. - no caso português não existe o “feudo” como unidade territorial e consequentemente todo o complexo de relações de suserania e vassalagem.
Gorender: utilizando termos marxistas, defende que o feudalismo expressa a superestrutura de um tipo mais geral de modo de produção, cuja a relação de produção dominante é a servidão.
Expansão: convergência de interesses nobreza e burguesia.
Atrasos: antípodas do burguês, mercantilismo inferior e fatores internos.
O mercantilismo praticado em Portugal não era voltado a um protecionismo que garantisse um fortalecimento da indústria (à época, manufatura) interna, mesmo porque isto não atendia aos interesses das duas principais classes e porque o setor manufatureiro era de fato pouco desenvolvido ali. Assim, nas palavras de A.J. Saraiva: “desta forma, se o Estado português no século XVI oferece exteriormente uma aparência ‘moderna’, na medida em que é uma grande empresa econômica, por outro lado, ele assegura, no interior do País, a persistência de uma sociedade arcaica, na medida em que garante o domínio de uma classe tradicionalmente dominante, cujo espírito está nos antípodas do burguês”.
Antípodas do burguês: coroa sustenta a nobreza (“são funcionários que recebem dividendos e lucros, mas que não são responsáveis por nenhuma parte produtiva). cultiva a persistência de uma sociedade arcaica, pois mantém como dominante uma classe que está nos antípodas do burguês. Serve também como argumento para explicar o porque não foi uma revolução burguesa, não ocorrendo também acumulação primitiva, sendo portanto moderno apenas na aparência.
Mercantilismo inferior: Portugal se contentou apenas com a exploração, não evoluíram no sentido do protecionismo industrial (como fizeram Inglaterra e França), se acomodaram (espécie de doença holandesa).
Fatores internos: não houve cercamento em Portugal, por isso, havendo falta de mão-de-obra tendenciou por mais tempo o uso de escravos.
Controversa II - Natureza da Revolução de Avis: Revolução Nacional (Gorender) X Revolução Burguesa (Furtado)
Furtado: para ele, a revolução política que leva à formação do Estado é a mesma revolução sócio-econômica que implantará a supremacia da classe burguesa. Portugal apresentou ascensão completa e definitava da burguesia ainda no século XIV. Classe social sem ligações com passado feudal. “espírito” do capitalismo presente nos indivíduos, e não mais há mais o privilégio devido ao sangue (nobres).
Gorender: a burguesia que apoia o rei ou que enriquece via comércio não produziu o capitalismo, visto que não havia na época aparato para o capitalismo em si, ou seja, os burgueses se enobressem mas sem reitirar o status da nobreza. Não nega contudo que a burguesia teve papel fundamental na revolução, tanto que supõe que possa ter ocorrido mescla entre nobres e burgueses (nobres comerciantes). Entretanto a mesma “revolução” que com uma mão leva à expansão, com a outra suplanta o atraso.
Controversa III - sobre o Sistema Colonial e a acumulação primitiva de capital
Gorender discorda do que pensa Novais. Para ele, o sistema colonial foi tal alavanca apenas onde internamente desenvolveram-se as ferramentas para que atuasse como tal. O que ocorreu nos países ibéricos foi, no entanto, o inverso: “[...] a exploração colonialista não favoreceu, mas obstaculizou o desenvolvimento do modo de produção capitalista”. Ou seja, fatores internos foram vitais para a permanência da estrutura sócio-econômica. Gorender não desconsidera que realmente tenha ocorrido a acumulação primitiva (ocorreu a redistribuição do excedente colonial entre os países futuramente industriais), apenas justifica porque Portugal se tornou uma potência.
(NOZOE)
Características do feudalismo reformatado:
Propriedade da terra: não existe propriedade plena (alodial – sinônimo de plena, sem nenhuma obrigação) tanto para o senhor feudal (proprietário maior, direito da corvéia) como para o camponês (direito de usufruto). A forma plenamente desenvolvida é a capitalista, onde o dono pode fazer todos os usos e abusos (claro que não é assim, o subsolo não é seu, mas vale assim). Nessa época o servo podia ate vender sua terra, mas a mesma herdava suas obrigações.
Renda da terra: é o que é transferido da mão do servo para o senhor. Este absorve o sobreproduto gerado pelo camponês (produtor direto)
Formas básicas de organização da produção:
Pequena economia agrícola familiar
Pequeno ofício artesanal
Posse comunal das pastagens e bosques constitui complemento necessário para a pequena produção camponesa
A extração dos encargos senhoriais ocorre mediante coação extra-econômica (militar, jurídica, etc.). Exemplo de coação econômica (alguém precisa de salário, por necessidade do dinheiro).
A servidão varia entre a servidão da gleba e a liberdade de deslocamento (cavaleiro-vilão) e de mudança contratual de senhorio

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