Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Semiologia em Clínica Médica IV 1 SEMIOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR - EXAME FÍSICO EM ORTOPEDIA Eixo - Coluna Cervical, Coluna Torácica, Coluna Lombar, Traumatismo Raquimedular e Marcha COLUNA CERVICAL: · Inspeção estática: paciente parado, em pé ou sentado. · Observação de assimetrias do pescoço (torcicolos ou malformações) → · Nas crianças tem o torcicolo congênito que é uma alteração do esternocleidomastoideo, gerando uma assimetria no lado que teve a contração desse músculo. · Torcicolos está associada a espasmo protetor pós-traumatismo, infecções tonsilares ou doenças do corpo vertebral. · Torcicolo espasmódico - contrações involuntárias da musculatura cervical · Alteração no tegumento (cicatrizes, vesículas, descolorações) → · Cicatriz no pescoço e anterior pode ser uma cirurgia prévia de tireoidectomia. · Vesículas podem indicar herpes zoster. · Implantação dos cabelos → · Pode estar associadas a outras malformações - implantação baixa do cabelo · Tumores (ex - Pancoast) → Tumor pulmonar, em que na fossa subclavicular pode aparecer um abaulamento como indicativo do tumor. · Inspeção Dinâmica: · Avaliação da amplitude dos movimentos da coluna cervical: · Flexão - extensão (130º) - Na flexão, o paciente deve encostar o queixo no tórax e, na extensão, deve-se observar no perfil um alinhamento da fronte e do nariz com o plano horizontal · Rotação para os lados (80º) - o queixo deve estar alinhado com os ombros · Inclinação para ambos os lados (45º) - solicita-se para o paciente encostar a orelha no ombro, sem a mobilização dos mesmos. Paciente com a espátula na boca ajuda a mensuração do grau de amplitude cervical · Palpação de partes moles: · Face anterior: · Trígono anterior · Limites: lateralmente M.esternocleidomastoideo / superiormente mandíbula/ inferiormente incisura supraesternal) · Palpar nessa região: todo o M. ECM em busca de dor e tumorações; Cadeia linfática ao longo da borda anterior do MECM. · G. tireoide, parótidas, fossa supraclavicular · Palpar na busca de cistos, tumorações e irregularidade · Pulso carotídeo · Comparar os lados - não efetuar simultaneamente para que não provoque o reflexo carotídeo · Face posterior: M. trapézio, buscando dor e tumoração; ligamento nucal superior; grandes nervos occipitais, na protuberância occipital. Na borda do músculo trapézio e esternocleidomastoideo há uma cadeia de linfonodos que não são palpáveis, porém em condições patológicas eles são. · Palpação óssea: · Região anterior → Essas estruturas são pontos de referência para as vértebras que estão posteriores → osso hióide (C3), cartilagem tireoideana (pomo de adão - C4) e primeiro anel cricóide (C6) · Região posterior → occipício, processo mastóideo, processos espinhos (C2 e C7 mais facilmente palpáveis) · Exame neurológico: Para cada nível neurológico da região cervical temos um correspondente motor, sensitivo e de reflexo (nem todos tem o reflexo). · C5: Motor (flexores do cotovelo), reflexos (bíceps), sensibilidade (face lateral do braço) · C6, C7, C8 e T1 · Testes especiais · Teste da distração → paciente sentado, o médico deve posicionar-se ao lado do mesmo e promover uma distração que provoca a abertura do forame. Se o paciente apresentar um processo compressivo ou hérnias, você fazendo essa distração (puxar o pescoço) e abrindo esse forame o paciente terá um alívio dos sintomas de cervicobraquialgia. · manobra de Spurling →Realizada com flexão lateral da cabeça do paciente, na qual o examinador realiza pressão sobre o topo da cabeça. O teste é positivo quando ocorre aumento dos sintomas radiculares na extremidade. Dores inespecíficas podem ser consequentes a aumento de pressão das superfícies articulares das vértebras ou devido a espasmos musculares · Sinal de Lhermitte → Paciente sentado em uma maca, o médico deve estar atrás do paciente fazendo uma flexão forçada da coluna cervical, levando o queixo em direção ao peito. É positivo quando o paciente refere dor ou parestesias, podendo também se queixar de dor irradiada para as extremidades. Teste usado para identificar irritação meníngea e esclerose múltipla. · Teste da deglutição → pedir para o paciente deglutir. Caso ele apresente alguma patologia, como protuberâncias ósseas, osteófitos, intumescências dos tecidos moles devido a hematomas, infecções e tumores na região cervical que está causando uma compressão, na hora de deglutir o paciente referirá dor. · Teste de Adson → Testa a permeabilidade da artéria subclávia que pode ser comprimida pela costela cervical ou contratura dos músculos escalenos anterior e médio. Palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o membro superior do paciente. Em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro examinado. Qualquer compressão da artéria será percebida, como diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso. COLUNA TORÁCICA: Roteiro: · Em pé: · Inspeção: · Posterior: postura; ombros como a altura dos mesmo, paciente deve estar sem contrair a musculatura elevadora dos ombros de um lado; assimetrias da escápula - doença de Sprengel ou escápula alta congênita; pele (Manchas cutâneas, de coloração “café com leite”, Nódulos de dimensões variadas e Formações que possam ser indicativas de malformações congênitas · Lateral: curvaturas, como cifose e lordose · Anterior: musculatura, como os peitorais; deformidades, tais como o pectus excavatum e pectus carinatum; costelas, os últimos arcos costais são protuberantes; seio, vendo a simetria, pois a escoliose, por gerar uma rotação da coluna pode gerar assimetria dos seios. · Manobras posteriores · Fio de prumo: Colocar esse fio na região cervical até a porção sacral para identificar desvios da coluna · Nivelamento da pelve: Colocar uma régua sobre as cristas ilíacas para ver se há um desnivelamento que pode indicar escoliose · Amplitudes de flexão, extensão e inclinação lateral, inclinação anterior, inclinação anterior com observação lateral (pedir para o paciente fletir o tronco → aumento da cifose e também se ele tem um encurtamento dos isquiotibiais o paciente não alcançará o chão com os joelhos estendidos). · Sentado · Inspeção posterior, lateral e anterior · Palpação posterior (escápula) → É mais fácil essa palpação na posição sentada. Ver se os processos espinhosos estão alinhados · Manobra posterior (rotações de 50 graus) · Deitado · Complementar inspeção, palpação e manobra nos 3 decúbitos (dorsal, ventral e lateral) Não há testes específicos para a coluna torácica. Mas o importante seria lembrar dos dermátomos. COLUNA LOMBAR · Inspeção · Pele ex. manchas café com leite - indicativo de neurofibromatose · Alinhamento (deformidades, desvios das cristas ilíacas) · Palpação: · Cristas ilíacas e espinhas ilíacas, processos espinhosos da lombares (L1 a L5), musculatura paravertebral (sendo palpáveis em todas suas extensões), nervo ciático (da nádega até a região poplítea), musculatura abdominal (anterior) · Movimentos · Flexão (40 a 60 graus), · Extensão (20 a 35 graus), · Inclinação lateral (15 a 20 graus), · Rotação (3 a 18 graus) · Exame neurológico: · Permite e identifica o nível da lesão neurológica (sensibilidade, motricidade e dos reflexos). · Ex L4 (face medial do tornozelo e pé tibial anterior, reflexão patelar). · Testes especiais: COPIEI AS DEFINIÇÕES DO LIVRO · Teste da disfunção neurológica:Paciente deitado elevar os membros inferiores, de maneira passiva de 60 a 80 graus São fundamentados no deslocamento das raízes nervosas e também na sensibilidade desses tecidos à aplicação de forças mecânicas. Durante a elevação do membro inferior, as raízes nervosas que formam o nervo ciático (L5, S1 e S2) realizam um deslocamento de 2 a 6mm e estão completamente esticadas entre 60 e 80 graus de flexão de quadril. Por outro lado, nos testes de estiramento do nervo femoral são as raízes de L2, L3 e L4 que estão estiradas (Figura 3.29). Já na flexão do tronco o deslocamento é cranial e maior nas raízes de L1 e L2. Os testes são considerados positivos quando os sintomasradiculares relatados pelo paciente são reproduzidos durante sua realização · Teste de elevação do membro inferior: realizado por meio da elevação passiva pelo tornozelo, do membro inferior com o joelho mantido em extensão e é anotado o grau de flexão do quadril quando aparecem os sintomas, frequentemente dor no MI Esse teste é útil para a localização de hérnias entre L4-L5 e L5-S1. A tensão no nervo ciático geralmente ocorre entre os 35o e 70o da flexão do quadril, e a partir dos 70o o estresse localiza-se apenas na coluna lombar. AMBAS AS MANOBRAS SÃO PARA SABER SE O PROBLEMA E DO NERVO CIÁTICO OU COLUNA LOMBAR · Teste de estiramento do nervo femoral: Paciente em decúbito ventral deve fletir o joelho e devemos formar o estiramento do nervo femoral. Se o paciente tiver dor nesse movimento na região lombar, significa que você aumentou a pressão na coluna · Teste de Brudzinsk: o paciente em decúbito dorsal é instruído para realizar a flexão ativa da coluna cervical, e o teste é considerado positivo quando a flexão da coluna cervical desencadeia o aparecimento dos sintomas e o paciente realiza a flexão dos joelhos e quadris para aliviá-los · Teste de Kernig: Paciente em decúbito dorsal e os membros esticados no leito, o medico vai elevar o joelho e o pé do paciente causando uma flexão do quadril (posição de alivio). Quando faz a extensão desse membro no ar, o paciente vai referir dor, pois terá um aumento da pressão intratecal. Resistência e dor quando o joelho é estendido com o quadril totalmente flexionado. · Teste de Naffziger: as veias jugulares são comprimidas de ambos os lados por aproximadamente 10 segundos, enquanto o paciente permanece na posição supina. A face do paciente fica ruborizada e é pedido para ele tossir. O aparecimento de dor na região lombar causado pela tosse indica a presença de aumento da pressão. · Manobra de Valsalva: com o paciente na posição sentada, é solicitada a realização de expiração forçada com a boca fechada e esforço semelhante ao ato de evacuar. O aparecimento ou agravamento da dor indica aumento da pressão intratecal · Teste de Patrick ou FABERE: é realizado na posição supina, com o quadril e o joelho flexionados, e o pé apoiado sobre o joelho contralateral. A pelve é fixada com uma das mãos, enquanto a outra exerce pressão sobre o membro realizando sua abdução e rotação externa. O teste é positivo quando a dor que aparece ou é exacerbada do mesmo lado de realização do exame (problema de quadril) ou na contralateral (problema em região sacroilíaca – superior medial da nádega). · Teste de Gaenslen: o paciente é posicionado em decúbito dorsal com os quadris e os joelhos fletidos até a face anterior do tronco. Com uma das nádegas sem contato com a superfície de apoio da mesa de exame, o membro inferior do lado da nádega sem apoio é solto em direção ao solo, e a manobra é positiva quando é manifestada dor na região sacroilíaca. · Teste de Hoover: na posição supina com o examinador sustentando ambos os calcanhares é solicitada a elevação de um dos membros inferiores. Normalmente, o paciente realiza força para baixo com o membro oposto ao que está elevando, e a ausência dessa força para baixo no lado contrário ao da elevação sugere simulação · Teste de Burns: o paciente fica ajoelhado sobre uma cadeira e é solicitado que ele apanhe objetos no solo, o que é possível por meio da flexão dos quadris, mesmo em pacientes com doenças da coluna lombar. O teste é positivo se o paciente relata que não consegue fazer esse movimento. EIXO - MEMBRO SUPERIOR - OMBRO, COTOVELO, PUNHO E MÃO OMBRO · Anatomia: · 3 diartroses: glenoumeral, acromioclavicular e esternoclavicular · 3 sistemas osteotenomioligamentares de deslizamento: subacromial, umerobiciptal e escapulotorácico · 14 ligamentos e 19 músculos · Inspeção estática: paciente deve estar com o Tórax despido. No caso de mulheres solicitar que fique só de sutiã · Edema, equimose, deformidades (dragona – espaço/buraco/vácuo que fica entre a glenoide – indicio de luxação glenoumeral, sinal da tecla – quando apertamos e soltamos é um sinal de luxação da acromioclavicular) · Escápula e coluna cervical (inspeção posterior) · Musculatura (atrofias, roturas – rotura do bíceps – sinal de Popeye, por não ter a inserção desse musculo, fica com uma tumefação na porção superior) · Inspeção dinâmica · Mobilidade do ombro: A partir da posição anatômica: · Abdução (plano coronal 0 a 90°), · Elevação (plano escapular 0 a 180°) · Adução (oposta a abdução – 0 a 75 graus) · Flexão (anterior ao plano coronal - 0 a 180 graus) · Extensão (plano sagital – 0 a 60 graus) · Rotação externa (cotovelo fletido – 0 a 75 graus) · Rotação interna (dorso da mão as costas) · A partir do braço em abdução de 90 graus no plano coronal – Rotação interna e externa · Palpação: · Articulação esternoclavicular, clavícula, articulação A-C, regiões supraespinhal/infraespinhal e deltoidea. · Testes especiais: · Teste do impacto · NEER: O membro superior (MS), em extensão e rotação neutra, é elevado passiva e rapidamente no plano da escápula. · HAWKINS-KENNEDY: O MS é colocado em 90o de elevação, em rotação neutra e com o cotovelo fletido em 90o, e passivamente rodado rapidamente para dentro, pelo examinador · YOKUM: O paciente coloca a mão sobre o ombro oposto, como no teste funcional “mão no ombro oposto”, e procura fletir o braço elevando ativamente o cotovelo, sem elevar o cíngulo escapular; · Teste do supra espinhal, teste de JOBE, teste do bíceps (Speed), teste do infra espinhal, teste de PATTE, teste de GERBER, teste da compressão ativa de O’BRIEN · Teste da apreensão, teste de FUKUDA, teste da gaveta anterior e posterior e teste da recolocação. COTOVELO · Inspeção: · Alterações esqueléticas: aumento de volume, atrofia muscular e cicatrizes. · Lateral: aumento de volume (artrite séptica ou reumatoide) · Anterior: angulo de carregamento · Posterior: bursite olecraneana, nódulos reumatoides. · Medial: poucas informações em condições normais · Palpação: · Localização dos epicôndilos e ponta do olecrano: triângulo equilátero (vista posterior) · Lateral: epicôndilo lateral (origem da musculatura extensora do punho), complexo ligamentar lateral e cabeça do rádio (¾ na prono-supinação completa) · Anterior: fossa cubital (músculos braquial e pronador redondo) se palpa, de lateral para medial, o nervo cutâneo lateral do antebraço, tensão do bíceps, artéria braquial e nervo mediano · Posterior: Bursa olecraneana e inserção do tríceps · Medial: nervo ulnar entre o sulco formado pelo epicôndilo medial e o processo olecraneano · Amplitude de movimentos: flexão, extensão, pronação e supinação. Testes específicos: · Instabilidade: varo e valgo, para verificar o complexo ligamentar medial e lateral · Teste do pivô: avaliação do ligamento colateral lateral (instabilidade póstero-lateral), segura o braço e faz uma distração · Epicondilite lateral: teste de Cozen (palpação do epicôndilo lateral, extensão contra a resistência) e teste de MILL · Epicondilite medial (doença do golfista): flexão do cotovelo, antebraço mantido em supinação e o punho em extensão (dor em epicôndilo medial à extensão vagarosa do cotovelo) PUNHO Limite anatômico: · Desde o ponto em que o rádio distal começa a se alargar até as articulações carpometacarpicas · Ossos do punho, ossos do carpo (fileira proximal e distal) e articulações (ligamentos) Inspeção: · Condições da pele (coloração, escoriações, abrasoes), deformidades, tumorações e crepitacoes Palpação: · Pesquisar alterações de temperatura, deformidades e tumorações, pontos dolorosos · Estiloide radial, tabaqueira anatômica (corpo escafoide), tubérculo de Lister, articulação rádio-ulnar distal, processo estiloide da ulna, articulação carpo metacárpica do polegar (RIZARTROSE), eminencia tênar, região hipotênar, tuberosidade do escafoide, prega volar do punho · Amplitude de movimentos: · Prono-supinacão, flexão (flexão palmar), extensão (flexão dorsal), desvio ulnar (adução) e desvio radial (abdução) Manobras ou testes especiais: ·Teste de FINKELSTEIN (tt. abdutor longo e extensor curto do polegar) faz a extensão do polegar, teste de Phalen (paciente tem que ter parestesia do túnel do carpo), teste de Tinel (digito-percussão na altura do túnel do carpo), Teste de Watson (subluxação dorsal do escafoide), e Teste de Allen que é a palpação da artéria radial e da ulnar, para verificar a patência dessas artérias MÃO Anatomia: compartimentos extensores, eminencias tênar e hipotênar, túnel do carpo Palpação de partes moles: · Dorsal: 6 compartimentos (extensores) · Ventral: flexores, túnel do carpo, eminencias Palpação de partes ósseas: · Radio, ulna, ossos do carpo, metacarpos e falanges Deformidades especificas: · Dedo em martelo, dedo em botoeira, deformidade em pescoço de cisne Testes especiais: · Teste para flexor superficial e profundo dos dedos (verifica a extremidade distal), teste de Bunnell-Littler (avaliação dos músculos intrínsecos da mão, teste de allen, teste watson, teste de Phalen, Teste de Tinel.
Compartilhar