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Emancipação: Antecipação da Capacidade Civil

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EMANCIPAÇÃO 
 
 
➔ Emancipação: ato jurídico que antecipa os efeitos da aquisição da maioridade 
e da consequente capacidade civil plena, para data anterior àquela em que o 
menor atinge a idade de 18 anos, para fins civis. 
Em regra, a incapacidade cessa aos 18 anos completos – art. 5º do Código Civil. 
Através da emancipação o menor deixa de ser incapaz e se torna capaz, mas não 
deixa de ser menor. 
A emancipação envolve apenas fins civis ou privados , logo, restrições que implicam 
consequências no campo penal permanecem ao emancipado. 
★ Exemplificando: restrições que implicam consequências no campo penal. 
O menor emancipado não poderá tirar a carteira de motorista, entrar em locais 
proibidos para crianças e adolescentes ou ingerir bebidas alcóolicas. 
 
Estabelece o art. 5º do Código Civil: 
CC, Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica 
habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, 
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos 
tenha economia própria. 
 
Emancipação voluntária 
Estabelecida pelo art. 5º, par. ún., I, 1ª parte. 
FERNANDA CAUS PRADO DIREITO CIVIL - PARTE GERAL I 
27 
 
São as modalidades : 
Voluntária; 
Judicial; 
Legal. 
São as características : 
Definitivo; 
Irretratável; 
Irrevogável (mas anulável); 
Ato formal/solene. 
É a emancipação concedida pelos pais ou por um deles na falta de outro , em caráter 
irrevogável, mediante instrumento público, independentemente de homologação do 
juiz desde que o menor tenha 16 anos completos . 
Ainda que a mãe tenha a guarda unilateral, é necessária a participação do pai. 
Seu fundamento é o de que a emancipação extingue o poder familiar (art. 1635, II), 
por isso, é ato conjunto, se os dois forem vivos . Apenas a falta de um pode ser feita 
só pelo outro. 
Não é necessária a homologação perante o juiz , entretanto, em caso de conflito, 
caberá ao juiz decidir pela concessão ou não da emancipação. 
É lavrado em instrumento público, registrado no cartório de registro civil de 
nascimento do menor , independentemente da homologação do juiz. O registro é a 
condição de eficácia da emancipação perante terceiros. 
O menor não precisa autorizar a emancipação, mas é conveniente a sua 
participação como anuente. É ato irrevogável. Desde que os pais manifestem a 
vontade de forma válida, não podem revogar posteriormente. 
Forte parcela doutrinária sustenta que, na emancipação voluntária, persiste a 
responsabilidade dos pais pelo ato ilícito do menor. O objetivo é evitar injustiças, 
distorções, raciocínio fraudulento. 
 
Emancipação judicial 
Cabe em situações residuais, logo, não é tão importante. Nela, o menor é 
emancipado pelo juiz , desde que tenha 16 anos completos, cabendo: 
Na falta de ambos os pais, por morte, ausência ou destituição do poder 
familiar; menor em situação de tutela . 
Havendo divergência entre a vontade paterna e materna . 
Observe-se que os menores sob tutela (órfãos, por exemplo) são emancipados pelo 
juiz e não pelo tutor. Se não foi o tutor quem instaurou o processo, ele deverá ser 
obrigatoriamente ouvido. 
Afasta a necessidade de escritura pública, contudo, assim como a emancipação 
voluntária deve ser registrada no Registro Civil de pessoas naturais. 
A emancipação judicial é limitada, visto que o juiz não pode emancipar o menor 
contra a vontade de ambos os pais, pois isso importaria na destituição do poder 
familiar por vias transversas. 
Para que essa emancipação produza efeitos, deve ser registrada no Cartório de 
Registro Civil de Pessoas Naturais. 
● A vontade do menor é considerada? 
No caso de emancipação judicial, é conveniente que a vontade do menor seja 
levada em consideração, contudo isso não é obrigatório. 
FERNANDA CAUS PRADO DIREITO CIVIL - PARTE GERAL I 
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Emancipação legal 
Concretizada quando o menor, com pelo menos 16 anos de idade, vem a praticar 
determinado ato reputado incompatível com a sua condição de incapaz. Vem de 
maneira automática, desde que alguns requisitos sejam preenchidos. Estabelecida 
pelo art. 5º, pár. ún., II a V. Aplicada nas seguintes hipóteses: 
Casamento: é o casamento que emancipa e não a união estável. Como se 
trata de instituto que extingue o poder familiar, não se admite interpretação 
extensiva. A capacidade para casar inicia-se aos 16 anos . Entre 16 e 18 anos 
é necessária a autorização do representante ou do juiz . 
No Brasil, em duas hipóteses o casamento antes dos 16 anos era admitido: 
em caso de gravidez e para evitar a imposição de sanção penal. A Lei 
13.811/2018, porém, vedou a possibilidade de casamento de menores de 16 
anos em qualquer hipótese. 
Ainda que haja separação/divórcio, os efeitos da emancipação remanescem . 
Em caso de invalidação, a emancipação perde os seus efeitos , salvo se 
contraído o casamento de boa-fé (casamento putativo). 
Quem tem casamento invalidade retoma o estado de solteiro porque o 
registro é cancelado. 
 
Exercício de emprego público efetivo: o Código Civil quis dizer exercício de 
função pública efetiva (cargo/emprego). Obviamente, excetuam-se do 
dispositivo os ocupantes de cargos temporários ou comissionados. Válida 
para cargos ou empregos públicos, desde que haja nomeação de forma 
definitiva. Há pouca probabilidade de ocorrência, exceto no caso de carreira 
militar , que pode ser iniciada aos 17 anos. 
 
Colação de grau em curso de ensino superior: de ocorrência ainda mais 
remota. Evidentemente, essa hipótese não se aplica à mera aprovação no 
vestibular, nem ao encerramento de curso normal; deve ser o curso superior 
reconhecido.Estabelecimento civil, comercial ou exercício de relação de emprego, desde 
que o menor com 16 anos completos tenha economia própria: há diferenças 
entre estabelecimento civil e empresarial. A expressão “economia própria” 
configura um conceito aberto, que deve ser preenchido no caso concreto. Por 
isso, relaciona-se com o princípio da operabilidade , que, como vimos, 
consagra o Direito como um sistema de normas abertas, repleto de conceitos 
vagos e cláusulas gerais. Em geral, ter economia própria significa receber um 
salário mínimo. 
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