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Aula 9 - 30-08-2010 - Fundamentos Econômicos da Ocupação da Colônia Brasileira

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Aula 9 - 30/08/2010 - Fundamentos Econômicos da Ocupação da Colônia Brasileira
Texto
	FURTADO (2009, caps. 1 a 4)
L.F. Thomaz: o grande projeto de D. Manuel (1495-1521) era essencialmente de cruzada, visando atacar o Imp. Mameluco e recuperar Jerusalém.
Jorge Couto: o afastamento da frota de Cabral fazia parte do plano da Coroa de explorar o restante das terras encontradas por Colombo e talvez estabelecer uma escala para a rota do Cabo.
L.F. Thomaz: descarta a justificativa geográfica (ventos), e vincula a possível intencionalidade à coroa, que instruíu Cabral para realização do bordo (D. Manuel, o Venturoso). A justificativa mais simples seria a busca por água após a passagem por Cabo Verde. Bastava entender o porque da encenação do descobrimento.
A descoberta da américa foi de fato um acontecimento com importância secundária. A burguesia portuguesa não era interessada pelas Índias, por ser um projeto de grandes distância que exigia um investimento inicial alto com retorno demorado e dominado pela coroa, com posterior o monopólio. Logo, essa burguesia tinha interesse pelo Atlântico.
Resumindo: descobrimento do Brasil como fruto de uma polítca comercia, liberalizante e atlântica da oposição ao Venturoso.
Jorge Couto: D. João III (1521 - 1557), contrariamente ao seu antecessor, vai concentrar esforços na manutenção da hegemonia do Atlantico Sul: início do processo de colonização do Brasil. Os ataques estrangeiros (franceses, espanhóis, etc) são a motivação inicial. Como o sistema de capitanias (iniciativa privada) não deu certo, a saída é colonizar.
O Brasil não possuía nenhum atrativo ( riqueza fácil de ser explorada, semelhante às especiarias ou metais preciosos). Além dos altos custos manutenção e longa distância.
Miragem do ouro (1450 - 1520 - 1530)
 	- CF: Ouro africano chega a portugal
 	- Portugal tende sempre a achar que vai encontrar ouro nas novas terras
- CF
 	- Portugal teve que achar outra fonte econômica nas terras americanas
 	<>Portugal volta-se para a exploração agrícola das terras brasileiras
- Boxer
- A exemplo de São Tomé, produção de açúcar torna-se exemplo para implantação no Brasil.
- Experiência nacional, monocultura, latifúndio e trabalho escravo
- Participação Holandesa
- CF: considera que os flamengos recebiam cerca de 1/3 da produção de Portugal (em 1496), e eram também responsáveis pelo refino do açúcar.
<>motivos? Desconhecido nessa aula, mas provavelmente era fruto de algum acordo comercial entre os países (rever após a próxima aula)
- Holandeses possuíam capital, tecnologia e meios de transporte. Ou seja, podiam financiar implantação de engenhos, fornecer tecnologia a eles (ou refinar o açúcar depois) e também transportar o produto.
- Boxer
 	- Portugal já conhecia o trabalho escravo.
- Quando ainda era a base do escambo ainda podia se utilizar da mão-de-obra (MDO) indígena. Problemas surgem quando os engenhos, em busca de MDO criam concorrência com a MDO indígena presente, outrora ligados ao escambo.
<>coloca-se o índio em posição de selvagem irremediável (sem fé, sem rei, sem lei)
<>supostamente o trabalho escravo era mais disciplinado
- Jonhson/Silva
 	- Disputa por trabalho indígena (escambo X engenho) aumenta o preço do índio.
 	- “aumenta o salário” dos índios (pau-brasil longe, espelhinhos de mais, etc)
 	<>escravidão começa a se impor como forma de trabalho
<>diminuiu a quantidade de índio disponível (começado a algum tempo, devido aos conflitos e às doenças europeias)
<>igreja parecia enxergar nos índios os novos fiéis
- CF
- Técnica, mercado, fianciamento e MDO foram resovidos no tempo certo, fazendo valer (ou possibilitando) o sonho português de encontrar metais preciosos (miragem)
- Monopólio português
- Espanha estava ocupada demais com os metais preciosos (ou seja, não representou concorrente na produção de açúcar)
- Cresce o poder econômico do Estado
- Aumenta fluxo de renda gerada pelo governo (coroa subsidia setor privado)
- Espanha torna-se centro de inflação crônica (inflação se propaga pela europa)
- Espanha com problemas
 	<>persistência em déficit comercial
<>aumena o número de pessoas dependentes do Estado (classe de “vagabundos” nobres)
<>doença holandesa
- Boxer
- 1575 a 1699 o açúcar cresceu demais. A produção no Brasil veio a tornar-se mais rentável que o comércio das Índias.
(NOZOE)
Sobre Furtado e o livro “Formação Econômica do Brasil”
Na década de 40 estuda na Itália, depois vai para franca e defende sua tese de doutorado, volta para o Brasil no governo de Getulio Vargas. Vira diretor da divisão de desenvolvimento econômico do CEPAL, onde com base em vários autores, chega no ESTRUTURALISMO (características keynesianas e duais, como exportação e importação, denomina paises desenvolvidos e subdesenvolvidos, etc.)
O Estruturalismo na obra de Furtado também envolve a utilização da teoria de vantagens comparativas.
Quantitativamente, o livro de Furtado, usa agressivamente o pensamento keynesiano, mas faz somente uma leve referência ao autor. O autor mais citado é o Simonsen, porém referenciado somente 4 vezes (o pecado bibliográfico de Furtado). Adam Smith é citado em exemplos liberais, mas os ingleses não ficam satisfeitos. Cita vários outros historiadores, mas sendo somente 2 brasileiros.
Voltando aos principais temas de sua obra:
Economias exportadoras (escravista e depois assalariada)
Industrialização substutiva de importações, obra da fase otimista, permeada pela ideologia do desenvolvimentismo, numa fase do Brasil em que caminha para a estruturação de uma economia nacional, com aumento dos excedentes, internalização de indústrias de bens de capital, expansão de suas forças produtivas, crescimento do mercado interno, etc.
O livro divide-se em cinco tópicos
Fundamentos econômicos da ocupação territorial (como se instala o sentido da colonização). A expansão comercial européia, empresa agrícola, e de povoamento.
Economia escravista de agricultura tropical (mais analítica sobre a economia que se instalou no séc. 16, macroeconômica e keynesiana). Economia açucareira, pecuária, formação do complexo econômico do nordeste, contração econômica e expansão territorial. Pra onde foi o dinheiro?
Economia escravista mineira (XVIII). Povoamento e articulação das regiões meridionais, o fluxo de renda e a regressão econômica de subsistência. Tenta fazer a mesma análise da economia açucareira, mas sua base quantitativa é fraca, comparando entre açúcar e mineração. E que também não gera dinheiro! (idéia dos soçobros, ou seja, decadências).
Economia de transição para o trabalho assalariado (XIX). 2º metade do séc. VXIII, com a vinda da corte e a transição para república.
Economia de transição para um sistema industrial (XX). Crise cafeeira (1929)
Os elementos estruturais da formação da economia brasileira
E ......
Cap. 1 – da expansão comercial e empresa agrícola. Vamos ver tudo o que foi tratado por Caio Prado, Novais, Godinho (existe contradição com este do que está escrito no texto dando importância à expansão turca) 
Cap. 2 – Fatores de êxito da empresa açucareira no Brasil (tema da aula de hoje) 
Cap. 3 –
Cap. 4 – Desarticulação
Começamos a aula a partir do capitulo 2, onde o prof. exibe um gráfico de furtado baseado em Simonsen (maior parte dos dados de sua obra), que explica a evolução do açúcar no Brasil de 1560 a 1831. Cujo êxito ocorreu a partir de 1600 e será o tema aqui tratado. Essa produção foi feita por 120 engenhos (que em 1560 era somente a metade), concentradas no nordeste, principalmente em Pernambuco (66) e Bahia (36), não existia nenhum em SP e somente 18 no RJ.
Na ilha da madeira, em 1455 era produzido 20 toneladas, 1493, 1.200 ton; 1498, 1.800 ton; enquanto no Brasil em 1600, tinha-se 31.000 toneladas (primeiro aspecto de sucesso do Brasil). Em 1498 D.Manuel limitou a produção nas ilhas do atlântico para 1800 toneladas para não baixar ainda mais o preço, conforme abaixo. Porem com a tomada de Alexandria, ocorre um salto no preço do açúcar,e o começo da exploração do açúcar no Brasil.
Outro aspecto é o preço da arroba de açúcar em gramas de ouro em Londres foi em 1440, 10 g; 1501, 1.65g (ate aqui o açúcar era um energético); 1535, 35g; 1560, 11g; séc. 1600, 14g.
Segundo furtado as causas do êxito da produção açucareira no Brasil foram:
A experiência anterior de Portugal nas ilhas do atlântico
Técnica de produção diferencia de Portugal para o açúcar branco, com desenvolvimento de industria de equipamentos. Moagem, cozimento (melaço), purificação e secagem, depois envolve processo de comercialização com a quebra e transporte em caixas
Mercado. Nessa época o açúcar era vista como remédio, uma droga/medicamento para estimulação. Porem em toda essa época o açúcar era utilizado pelas classes mais ricas: 
Circuito comercial com as cidades flamengas (holandesas) onde o açúcar era refinado e distribuído
Cerca de 2/3 do açúcar é comercializado por estas cidades
Com base nisso foi possível o Rompimento do monopólio das cidades italianas, pois Portugal consegue introduzir o açúcar para dentro da Europa, como Alemanha, etc.
Financiamento: os holandeses contribuem com o Brasil
Mão de obra: solução do problema de Mao de obra. 
Segundo Schuwartz, era uma tradição portuguesa o escravismo domestico, em 1448, mais de 100 mil escravos já haviam entrado em Portugal (biotipo do árabe - branco), mas depois estabilizou-se em 800 (?). O que estimulou o uso de escravos foi a escassez de braços e o baixo preço dos escravos, provenientes do Senegal e do Congo.
O uso de escravos na agricultura de cana de açúcar nas ilhas do atlântico foi baixa em madeira e açores, mas em C.Verde, S.Tomé e Príncipe chegou-se a 75% em XVI nas plantações açucareiras. O Brasil chegou nesse percentual com a escravização também de índios
O negro africano chegou no Brasil a partir de 1538, ate a difusão da utilização do negro, que em 1600, tinham-se 30mil brancos, 60 mil escravos índios e60 mil escravos negros. Com base nisso vale observar que a montagem da produção açucareira no Brasil deu-se com a MAODE OBRA INDIGENA e não com a negra, como se imagina.
Monopólio português graças a decadência econômica da Espanha
Esse ultimo é o argumento mais difícil de entender:
Ocorre uma precoce descoberta de metais na colônia (México e Peru), pois os espanhóis acham o ouro trabalhado (que é mais fácil de obter do que se extrair). Ou seja, enriquecem rapidamente através da pilhagem, com uso da Mao de obra indígena e de maneira violenta. A Espanha, além disso, tentou tornar a colônia o mais auto-suficiente possível, pois a metrópole não precisaria se preocupar em abastecer a colônia (artesanato local). Defende somente as áreas de extração, perdendo as Antilhas e tudo o que se localizava acima da Flórida. Preocupa-se somente com Cuba, em cuja baía concentravam-se as frotas da Espanha. (3 portos nas Américas 1 porto em Sevilha)
Com esse ouro, tem-se um grande crescimento do poder econômico do Estado com elevação dos gastos públicos e aumento dos gastos privados subsidiados pelo governo (aumento de puxa-sacos do rei). Isso aumenta a demanda agregada e aumento dos preços internos (conforme teoria econômica, da qual Furtado gosta de lançar mão). O professor mostra graficamente como aumentaram os preços com relação à entrada de metais da América na Espanha. O aumento do preço relativo gera prejuízo da produção interna, pois aumentou o produto e correspondentemente a capacidade de importação e diminuição das exportações. Ocorre fortalecimento político dos segmentos que vivem em torno da coroa, em detrimento dos setores manufatureiros, interessados no consumo colonial. A Espanha consegue ainda extrair das colônias quase todo o ouro devido à repressão da demanda da colônia (demorava muito para chegar os produtos manufaturados nas colônias, e quando chegavam eram em pequena quantidade). Ocorre o desenvolvimento de economias de subsistência nessas áreas.
A técnica produtiva da Espanha foi extraída da experiência de Andaluzia e ilhas canárias (introduzida por Portugal). A Espanha é pioneira na America com o Haiti (de 1506, com o primeiro engenho, e até 1550 com 40 engenhos), e depois abandou devido ao ouro. Em termos de localização, a América espanhola era muito mais próxima da Europa, que lhe dava grande vantagem, além das navegações serem baseadas nas correntes marítimas (sentido anti-horário no hemisfério sul e horário no norte, o que arremetia os navios portugueses para a África quando saíam da América do Sul). O mercado interno espanhol era bem maior que o de Portugal também. Na América Central era grande a variedade de riquezas (esmeraldas, ouro, especiarias, etc.). A Espanha abusa de grande suntuosidade disso, com sua época de ouro durante reinado de Felipe II.

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