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Anestésicos - Farmacologia - Super Material - SanarFlix

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Anestésicos
SUMÁRIO
1. Introdução e definição ........................................................................................3
2. Anestésicos gerais .............................................................................................4
Estágios da anestesia geral ......................................................................................... 5
Anestésicos inalatórios................................................................................................ 8
Anestésicos venosos ................................................................................................. 11
3. Anestésicos locais ............................................................................................14
Propriedades dos anestésicos locais ....................................................................... 16
Mecanismo de ação dos anestésicos locais ........................................................... 18
Referências .......................................................................................................................21
Anestésicos   3
1. INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO
Anestesia é definida como a perda da função sensitiva, desse modo, os anesté-
sicos são fármacos capazes de bloquear as capacidades sensitivas do organismo, 
sendo utilizados no alívio da dor e bloqueio de outras funções sensitivas para realiza-
ção de procedimentos médicos invasivos, tais como cirurgias e alguns exames (Ex.: 
endoscopia). 
De maneira geral, os anestésicos são divididos em anestésicos gerais e anes-
tésicos locais, que se diferem principalmente pela capacidade de induzir ou não 
perda da consciência. Os anestésicos gerais são amplamente utilizados nos pro-
cedimentos em que se necessita retirar os reflexos do paciente, além de promover 
diminuição da dor e desconforto, levando à perda momentânea da consciência. Já 
os anestésicos locais não provocam alterações no nível de consciência do paciente 
e são utilizados em procedimentos menores. Outros fatores diferem entre esses dois 
grupos, como mecanismo de ação e efeitos colaterais, e serão abordados detalhada-
mente nos próximos tópicos. 
MAPA MENTAL: INTRODUÇÃO AOS ANESTÉSICOS
ANESTÉSICOS
GERAIS LOCAIS
SEDAÇÃO/
INCOSCIÊNCIA
CIRURGIAS
 GRANDES
CONSCIÊNCIA 
PRESERVADA
CIRURGIAS DE 
PEQUENO/MÉDIO 
PORTE
Anestésicos   4
2. ANESTÉSICOS GERAIS
Os anestésicos gerais são utilizados quando se deseja provocar depressão global 
do sistema nervoso central (SNC), levando à perda da percepção e resposta aos estí-
mulos externos, cursando com perda da consciência, amnésia anterógrada, analgesia, 
inibição dos reflexos autônomos e relaxamento da musculatura esquelética. A aneste-
sia geral pode ser feita por via venosa ou inalatória e conta com o auxílio de fármacos 
coadjuvantes, chamados de pré-anestésicos, que servem para abolir a dor, gerar seda-
ção, proteger as vias aéreas, bloquear os reflexos vagais e reduzir o metabolismo. As 
classes de medicamentos utilizados como pré-anestésicos são:
• Anticolinérgicos: esses bloqueadores muscarínicos são utilizados para proteger 
o coração de uma possível parada durante o processo de indução anestésica. 
• Antieméticos: inibem a náusea e o vômito durante a anestesia e no período 
pós-anestésico.
• Anti-histamínicos: evitam a ocorrência de reação alérgica e auxiliam na seda-
ção diminuindo a quantidade de anestésico a ser administrado.
• Ansiolíticos e/ou hipnóticos: aqui são utilizados principalmente os benzodia-
zepínicos e os barbitúricos. Os barbitúricos ajudam na velocidade da sedação, 
temos como principal exemplo o Tiopental, fármaco bastante eficaz nesse 
processo, capaz de tornar desnecessária a fase excitatória da anestesia. Já os 
benzodiazepínicos são utilizados normalmente 24 horas antes da anestesia, 
com o objetivo de controle da ansiedade do paciente. 
• Relaxantes musculares: são utilizados para evitar os reflexos autônomos du-
rante a indução e também para facilitar a intubação. Opioides também podem 
ser utilizadas para controle dos reflexos autonômicos, bem como auxílio na 
analgesia. 
Anestésicos   5
Estágios da Anestesia Geral
A administração dos anestésicos gerais deve ser guiada pelos princípios de segu-
rança e eficiência, baseada na natureza do procedimento a ser realizada, condições 
fisiológicas atuais do paciente e propriedades do fármaco. Com isso, o processo 
anestésico segue as seguintes etapas:
1. Preparação pré-anestésica: nesse estágio são utilizados ansiolíticos, como 
Midazolam ou Diazepam. 
2. Indução anestésica: representa a etapa inicial da anestesia, que consiste no 
momento de transição ente o estado consciente para o estado inconsciente. 
Como já mencionado anteriormente, o Tiopental é o fármaco mais utilizado 
nessa etapa devido à sua capacidade de “pular” a fase de excitação (descrita a 
seguir).
3. Bloqueio neuromuscular: pode ser feito com succinilcolina e ou rocurônio para 
facilitar a intubação orotraqueal.
4. Manutenção: é a fase de ajuste da quantidade de droga inalada e/ou infundida, 
minuto a minuto, seguindo os parâmetros clínicos e os dados fornecidos pela 
monitorização do paciente. Aqui utiliza-se comumente Propofol, e outras clas-
ses medicamentosas podem ser usadas, como antieméticos, antiarrítmicos, 
entre outros, a depender da necessidade clínica do paciente.
MAPA MENTAL: ANESTESIA GERAL
ANESTESIA 
GERAL
VIA VENOSA
VIA INALATÓRIA
• INSENSIBILIDADE À DOR 
• BLOQUEIO DOS REFLEXOS AUTONÔMICOS
• IMOBILIDADE E RELAXAMENTO MUSCULAR
• PERDA DA CONSCIÊNCIA
• AMNÉSIA ANTERÓGRADA
COADJUVANTES
 PRÉ-ANESTÉSICOS
ANTI-HISTAMÍNICOS
ANTICOLINÉRGICOS
ANTIEMÉTICOS
ANSIOLÍTICOS
RELAXANTES MUSCULARES
Anestésicos   6
5. Recuperação anestésica: consiste na etapa de retorno da consciência quando 
é retirado o anestésico gradativamente, mantendo apenas a oxigenação. Nessa 
etapa faz-se uso de Neostigmina, que reverte os efeitos dos bloqueadores mus-
culares, e Atropina, um anticolinérgico utilizado para diminuir os efeitos bradi-
cárdicos da Neostigmina e para diminuir as secreções brônquicas.
MAPA MENTAL: ETAPAS DA ANESTESIA GERAL
5. RECUPERAÇÃO
ETAPAS DA 
ANESTESIA 
GERAL
2. INDUÇÃO
3. BLQUEIO 
NEUROMUSCULAR
4. MANUTENÇÃO
1. PREPARAÇÃO
Neostigmina e Atropina
Anestésicos endovenosos 
(Tiopental)
Succinilcolina/Rocurônio
Propofol, anti-eméticos, 
antiarrítmicos...
Ansiolíticos 
(Diazepam/Midazolam)
 Se liga! A consulta pré-anestésica é fundamental, é uma avalia-
ção clínica que deve ser realizada previamente à realização de qualquer ato 
anestésico. Os principais objetivos dessa consulta são informar os cuidados 
perioperatórios, determinar a condição do paciente, estimar o risco anesté-
sico-cirúrgico do procedimento e orientar a escolha do tipo de anestesia. Na 
consulta pré-anestésica o paciente informa se já recebeu anestesia em algum 
momento da vida, seus hábitos (tabagismo, alcoolismo, drogas ilícitas), aler-
gias, data da última menstruação, entre outras informações relevantes para es-
colha da melhor técnica anestésica.
Anestésicos   7
Com isso, a anestesia profunda passa pelos estágios a seguir, referente às fases 
de ação do anestésico:
1. Estágio I – Analgesia: consiste na inibição da transmissão sensorial, mas que 
ainda mantém o paciente desperto e responsivo. Fentanil é o sedativo preferen-
cial para esse estágio, visto que apresenta rápido início de analgesia e é seguro 
para pacientes com instabilidade hemodinâmica ou insuficiência renal. 
2. Estágio II – Excitação: fase caracterizada por delírios e comportamentos agres-
sivo/violento. Esse estágio, na verdade, é indesejado, e busca-se preveni-lo com 
o uso de pentobarbital endovenoso (intermediário do Tiopental). Vale pontuar 
que a sedação de pacientes agitados só deverá ser iniciada após confirmação 
e analgesia adequada e tratada as possíveis causas fisiológicas que estiverem 
provocando esse estado. 
3. Estágio III – Anestesia cirúrgica: nesse momento a respiração encontra-se re-
gular e ocorre relaxamentoda musculatura. O reflexo pupilar também diminui e 
os movimentos oculares cessam até a pupila ficar fixa.
4. Estágio IV – Paralisia bulbar: esse estágio curso com intensa depressão dos 
centros respiratórios e vasomotor (Bulbo) e, por isso, o paciente precisa ser 
bem monitorizado, assistido e ventilado durante os procedimentos cirúrgicos, 
visto que pode ocorrer hipotensão e parada cardiorrespiratória.
MAPA MENTAL: ESTÁGIOS DA ANESTESIA PROFUNDA
ESTÁGIOS DA 
ANESTESIA 
PROFUNDA
2. EXCITAÇÃO
3. ANESTESIA 
CIRÚRGICA
4. PARALISIA 
BULBAR
1. ANALGESIA
DELÍRIOS E COMPORTAMENTO 
AGRESSIVO
RESPIRAÇÃO REGULAR
RELAXAMENTO DA MUSCULATURA
REFLEXO PUPILAR DIMINUÍDO
MOVIMENTOS OCULARES AUSENTES
INTENSA DEPRESSÃO 
RESPIRATÓRIA E VASOMOTORA
INIBIÇÃO DA 
TRANSMISSÃO SENSORIAL
Anestésicos   8
Anestésicos Inalatórios
Os anestésicos inalatórios são utilizados quando se deseja anestesia prolonga-
da, possibilitando o controle da profundidade da anestesia. Esses fármacos agem 
principalmente no sistema nervoso central, porém apresentam efeitos colaterais em 
outros sistemas, visto que são absorvidos pela circulação sistêmica. Os anestési-
cos inalatórios apresentam uma baixa margem de segurança, uma vez que não é 
possível determinar com exatidão a absorção e distribuição desses fármacos pelo 
organismo.
A potência dos anestésicos inalatórios depende da sua lipossolubilidade (quanto 
mais lipossolúvel, menos potente) e da Concentração Alveolar Mínima (CAM), que é 
a concentração de anestésico capaz de manter 50% de uma população insensível a 
um estímulo doloroso padronizado, como a incisão da pele com o bisturi. Em outras 
palavras, os efeitos anestésicos aparecem quando a droga estabelece determinada 
concentração molar nos lipídios da célula.
A absorção e distribuição desses fármacos é regulada pela pressão parcial do 
gás, o que depende da frequência respiratória, solubilidade no sangue (que está re-
lacionada com as propriedades físico-químicas de cada gás anestésico) e captação 
tecidual (que está diretamente relacionada com o fluxo sanguíneo tecidual).
Diferentes anestésicos apresentam diferentes mecanismos de ação, uma vez que 
não formam uma classe química única. Acreditava-se que os anestésicos inalatórios 
agiam causando disfunção das membranas celulares, através do aumento da fluidez 
da membrana e/ou expansão do volume, porém atualmente se defende que a rela-
ção entre a potência e solubilidade do fármaco é explicada pela ligação das molécu-
las do anestésico nos bolsões hidrofóbicos de proteínas membranares específicas. 
Além disso, o mecanismo de ação de alguns anestésicos envolve canais iôni-
cos. A maioria dos anestésicos potencializa a ação do GABA sobre os receptores 
GABAA, que são canais ativados por ligantes de cloreto. Vale lembrar que o GABA é 
o principal neurotransmissor inibidor do SNC, e com isso a potencialização de sua 
ação promove inibição tônica. Os anestésicos gerais também alteram outros canais 
neuronais, como aqueles ativados por glicina (outro neurotransmissor inibidor), ace-
tilcolina e serotonina. Além disso, outros canais iônicos podem estar envolvidos no 
processo de anestesia, como os canais de potássio, cuja abertura promovida pelos 
anestésicos causa redução da excitação, visto que mantém a célula hiperpolarizada 
(incapaz de receber novo potencial de ação).
Anestésicos   9
Os principais anestésicos inalatórios estão descritos na tabela abaixo:
HALOTANO: é administrado com o óxido nitroso por ser pouco solúvel no sangue, além de opiáceos e/ou 
anestésicos locais. É um potente hipnótico, não causa irritação e não é hepatotóxico, podendo ser usado em 
pacientes pediátricos. Porém, esse anestésico provoca bradicardia, devido à depressão da resposta simpática 
e do efeito direto no nó sinoatrial (marca-passo cardíaco), além de hipercapnia, arritmias cardíacas, hipoten-
são, formação de metabólitos tóxicos e aumento da pressão intracraniana em anestesias profundas.
ENFLURANO: apresenta recuperação rápida, menor ocorrência de arritmias e efeito curare-simile, o que 
dispensa a utilização de relaxantes musculares, pois o mesmo já realiza essa função. Como desvantagem, 
esse medicamento causa excitação do SNC, é nefrotóxico e é contraindicado para pacientes com distúrbios 
convulsivos.
ISOFLURANO: apresenta como vantagem pouca alteração do débito cardíaco e maior estabilidade do ritmo 
cardíaco, apesar de causar hipotensão. Além disso, não provoca atividade convulsivante. Porém, em aneste-
sias mais profundas provoca aumento do fluxo sanguíneo cerebral e aumento da pressão intracraniana, ape-
sar desse efeito ser mais brando do que o provocado pelo halotano, o que torna o isoflurano preferencial na 
neurocirurgia.
METOXIFLURANO: é mais potente por ser muito lipossolúvel e, apesar de ser nefrotóxico, é muito empregado 
na obstetrícia por não provocar relaxamento da musculatura uterina, importante para o momento do parto.
SEVOFLURANO: não irrita as vias aéreas e não provoca alterações significativas no débito e ritmo cardíaco, o 
que é benéfico para pacientes com doença isquêmica do miocárdio. Outra vantagem desse anestésico é que 
tem captação e eliminação rápidas.
ÓXIDO NITROSO: é um analgésico potente, com fraco efeito anestésico, requerendo associação com outros 
adjuvantes. É o mais seguro dos anestésicos gerais, desde que administrado com 20% de oxigênio, o que 
retarda a captação de O2 durante a recuperação. Não altera a frequência cardíaca e nem a pressão arterial, 
tem pouco efeito sobre o fluxo sanguíneo cerebral e é menos hepatotóxico do que os outros anestésicos 
inalatórios.
Anestésicos   10
 Se liga! A absorção e a distribuição dos fármacos interferem dire-
tamente na velocidade de ação destes. A absorção se refere à passagem da 
droga do seu local de administração para o sangue e a distribuição está relacio-
nada com o transporte da droga do sangue para o tecido alvo. Com isso, vale 
ressaltar que a absorção dependerá das vias de administração e da lipossolubi-
lidade do fármaco, visto que as membranas são lipídicas e com isso só podem 
ser atravessadas por substâncias lipídicas, sendo o grau de hidrossolubilidade 
também importante nesse processo, para garantir o transporte da droga no 
meio aquoso (plasma). A distribuição, por sua vez, é realizada pelas hemácias 
e proteínas plasmáticas, especialmente a albumina, e quanto maior o grau de 
afinidade entre as proteínas transportadoras e as moléculas do fármaco, maior 
será o tempo necessário para o surgimento de seus efeitos.
MAPA MENTAL: ANESTÉSICOS INALATÓRIOS 
ANESTÉSICOS 
INALATÓRIOS
Ação principal no SNC
Potência: CAM e 
lipossolubilidade 
Principais fármacos: 
Halotano e Óxido nítrico
Anestesia prolongada
Mecanismo de ação: 
Potencializa ação 
do GABA sobre os 
receptores GABAA
Controle de 
profundidade da 
anestesia
Efeitos colaterais 
sistêmicos
Absorção e distribuição: 
-Pressão parcial do gás
-Solubilidade no sangue
-Captação tecidual
Anestésicos   11
Anestésicos Venosos
Os anestésicos venosos são mais utilizados no estágio de indução anestésica, 
visto que levam ao estado de inconsciência em cerca de 20 segundos, assim que o 
fármaco chega ao cérebro. A vantagem desses anestésicos é que eles “burlam” a 
fase excitatória da anestesia, que é indesejável. Porém, os anestésicos venosos não 
devem ser utilizados para manutenção da anestesia, pois sua eliminação é relativa-
mente lenta quando comparada com os fármacos inalatórios, exceto em procedi-
mentos de curta duração, nos quais pode-se usar a ketamina sem a necessidade de 
um anestésico inalatório.
Os principais anestésicos venosos são barbitúricos (ansiolíticos/hipnóticos), que 
são potentes anestésicos, com alguma ação analgésica. Por serem altamente lipos-
solúveis, têm ação ultrarrápida e metabolismo lento, ou seja, sua excreção é mais 
demorada, visto que a alta lipossolubilidade provoca maior grau de distribuição des-
sas drogas pelos tecidos do corpo. Vale ressaltar que,apesar de provocar perda do 
fármaco para compartimentos não desejados, a lipossolubilidade dos anestésicos é 
extremamente importante para os tornarem capazes de atravessar a barreira hema-
toencefálica, caso contrário eles não conseguiriam gerar seus efeitos no cérebro.
Esses fármacos provocam poucos efeitos sobre o sistema cardiovascular, porém 
podem contribuir para a hipotensão. Além disso, apresentam como efeito colateral 
apneia, tosse, laringoespasmo e broncoespasmo, alta capacidade de gerar parada 
cardiorrespiratória e são contraindicados para pacientes com porfiria.
MAPA MENTAL: ANESTESIA VENOSA
ANESTESIA 
VENOSA
Indução anestésica
Efeitos colaterais: apneia, 
tosse, laringoespasmo, 
broncoespasmo, PCR
Ação ultrarrápida
Contraindicados em 
portadores de porfiria
Anestesia de 
curto duração
Barbitúricos 
(ansiolíticos/hipnóticos) 
Anestésicos   12
Os anestésicos venosos mais utilizados são os sedativos hipnóticos, mas fár-
macos com ação dissociativa também são usados. Os sedativos hipnóticos funcio-
nam como ansiolíticos, porém exercem pouca ação sobre as funções motoras ou 
mentais. Os efeitos hipnóticos estão mais relacionados com uma depressão mais 
profunda do SNC do que a sedação. A depressão gradativa do SNC provocada pelos 
sedativos hipnóticos passa pelos seguintes estágios: sedação, hipnose, anestesia, 
depressão respiratória e cardiovascular e coma.
Os principais sedativos hipnóticos estão descritos na tabela abaixo e se diferem, 
principalmente, pela relação entre a dose e o grau de depressão do SNC. 
PROPOFOL: normalmente utilizado nas grandes anestesias, sendo um indutor de ação rápida com recupera-
ção muita rápida. É um agonista de receptores GABA, cuja ligação leva à abertura de canais de cloreto, pro-
vocando a hiperpolarização neuronal. Sua utilização requer associação com narcóticos para analgesia, pois 
causa dor no local de injeção, além de provocar diminuição da pressão arterial sem deprimir o miocárdio e 
reduzir a pressão intracraniana.
MIDAZOLAM: comumente utilizado na cirurgia pediátrica. Além de suas funções sedativas/hipnóticas, tam-
bém age como ansiolítico, droga amnésica, anticonvulsivante e relaxante muscular de ação central. Uma van-
tagem do uso desse anestésico é sua capacidade de manter a estabilidade hemodinâmica.
ETOMIDATO: apresenta excelente controle hemodinâmico para o processo de indução, além de gerar inibição 
do eixo hipotálamo-hipofisário (quando administrado em infusão contínua) e diminuir a pressão intracraniana. 
Sua dose letal é 15 vezes maior que a dose terapêutica, garantindo uma margem de segurança maior do que 
outros anestésicos. 
TIOPENTAL: pode ser usado tanto na indução da anestesia geral quanto na anestesia completa de curta 
duração. Apresenta indução rápida, porém cursa com “ressaca anestésica”, ou seja, tem recuperação lenta 
devido ao acúmulo nos compartimentos. Esse anestésico também é utilizado para o controle de convulsões 
e redução da pressão intracraniana, sendo empregado na neurocirurgia. A grande vantagem do Tiopental é 
que não provoca a fase de excitação anestésica e, além disso, apresenta potencial anestésico e de relaxante 
muscular.
Os fármacos dissociativos são aqueles que favorecem a ativação dos sistemas psi-
cológicos e geram alterações comportamentais no paciente. O principal fármaco 
dissociativo é a ketamina, um anestésico de curta duração que fornece sedação, 
amnésia e imobilidade, além de causar alucinações na fase pós-anestésica. O pa-
ciente em uso de ketamina fica num estado em que parece estar acordado, mas está 
inconsciente e não sente dor. Esse fármaco é indicado quando se deseja evitar a 
Anestésicos   13
depressão circulatória, pois ela estimula o tônus simpático, porém é contraindicada 
para pacientes hipertensos ou com históricos de acidente vascular cerebral (AVC).
Os anestésicos venosos são utilizados associados a adjuvantes que atuam dimi-
nuindo a dor provocada pela administração dos anestésicos, além de potencializar 
sua ação. Os principais adjuvantes são:
• α2agonistas: a ativação dos receptores α2agonistas da membrana pré-sinápti-
ca inibe a secreção de noradrenalina, levando a uma inibição do fluxo simpático 
central e, consequentemente, inibição de todos os efeitos hipertensivos por ele 
causado. Os principais representantes dessa classe são a Dexmedetomidina e 
Clonidina.
• Opioides: são derivados da morfina, apresentando função analgésica, no entan-
to, a principal ação desses fármacos é a estabilidade hemodinâmica durante a 
anestesia. Os opioides não promovem boa amnésia, podem causar hipotensão, 
depressão respiratória, rigidez muscular, náuseas e vômitos. Os principais re-
presentantes dessa classe são o Fentanil, Sufentanil, Alfentanil e Remifentanil.
• Droperidol + fentanil: agem como antipsicóticos que provocam neuroleptoa-
nalgesia através de bloqueio adrenérgico quando associados a um anestésico. 
Esses fármacos são sedativos, antieméticos e anticonvulsivantes. Seu uso é 
contraindicado em pacientes com Parkinson, pois causam movimentos muscu-
lares extrapiramidais.
Anestésicos   14
MAPA MENTAL: ANESTÉSICOS VENOSOS
Anestésicos 
venosos
Sedativos hipnóticos Fármacos dissociativos Adjuvantes da anestesia venosa
Depressão gradativa 
dose-dependente
Propofol, Midazolam, 
Etomidato, Tiopental
Alterações 
comportamentais, 
ilusões e pesadelos
Ketamina
Sedação
Hipnose
Anestesia
Depressão respiratória 
e cardiovascular
Coma
Curta ação
Estado dissociativo: 
falsa impressão 
de consciência e 
ausência de dor
Contraindicado 
para hipertensos e 
vítimas de AVC
Evita depressão 
circulatória
α2 agonistas 
Opioides
Droperidol + fentanil
3. ANESTÉSICOS LOCAIS
Os anestésicos locais, como já mencionado, são fármacos que provocam anes-
tesia sem causar alteração no nível de consciência do paciente e recebem esse 
nome por serem administrados nas proximidades do local que se deseja aneste-
siar. Justamente por sua ação local, os efeitos adversos desses fármacos ocorrem 
quando eles atingem a corrente sanguínea (devido a problemas no processo de 
absorção), além das reações alérgicas que são passíveis de ocorrer com qualquer 
medicamento. 
Anestésicos   15
Os anestésicos locais podem ser administrados para anestesia de mucosa (via 
tópica) através de cremes, pomadas ou colírios; anestesia Infiltrativa, através da inje-
ção diretamente no tecido, sem considerar o trajeto de nervos cutâneos; e anestesia 
regional (exemplo: raquianestesia), que consiste no bloqueio da sensibilidade de 
determinada região do corpo. No caso da raquianestesia, o medicamento é admi-
nistrado no canal raquidiano e promove perda da sensibilidade da parte inferior do 
abdome e dos membros inferiores, porém o paciente continua acordado e o tônus 
muscular é preservado, por isso é a anestesia de escolha para parto cesárea.
A concentração do anestésico no local que se deseja provocar anestesia influen-
cia diretamente os efeitos e o tempo de duração da anestesia. A concentração do 
fármaco dependerá de sua taxa de lipossolubilidade, que afeta diretamente seu pro-
cesso de distribuição: quanto mais lipossolúvel for o anestésico, mais facilmente ele 
será distribuído para os tecidos, ou seja, menor será sua concentração no local alvo.
Os anestésicos locais são classificados em dois grupos:
• Amino-ésteres: são biotransformados por pseudocolinesterases plasmáticas e 
podem competir com as outras drogas que também precisam dessas enzimas 
para serem ativadas. Esse processo aumenta o tempo de duração do anestési-
co no local de aplicação. Os principais representantes deste grupo são a benzo-
caína, a cocaína, a procaína, a tetracaína e a cloroprocaína.
• Amino-amidas: são biotransformadas por peroxidases hepáticas e, por isso, 
indivíduos hepatopatas podem cursar com tempo prolongado de anestesia. Os 
principais representantes desse grupo são a lidocaína, a prilocaína, a mepivacaí-
na, a etidocaína, a ropivacaína, dentre outros.
 Se liga! Abiotransformação é o processo de metabolização do 
fármaco para que se ele seja ativado e eliminado do organismo. Isso ocorre 
através de transformações químicas feitas por enzimas, que promovem a eli-
minação da pró-droga (substância inativa do fármaco) e convertem o fármaco 
lipossolúvel em hidrossolúvel, facilitando sua excreção. O fígado é o principal 
órgão envolvido na metabolização, enquanto os rins são os principais agentes 
no processo de excreção, mas vale ressaltar que nem todas as drogas preci-
sam ser biotransformadas para serem ativadas e/ou excretadas.
Anestésicos   16
Propriedades dos anestésicos locais
Os anestésicos locais são formados por um radical aromático hidrofóbico, uma 
cadeia intermediária e um grupo amina terciária hidrofílica. Com isso, são bases 
fracas pouco solúveis e instáveis, com pKa > 7,4, o que os tornam parcialmente ioni-
zados em pH fisiológico, fornecendo boa capacidade de penetração pela membrana 
axônica. Quando apresentados como sais ácidos (cloridratos), esses fármacos se 
tornam mais solúveis, com maior estabilidade em solução com pH entre 5 e 6.
MAPA MENTAL: ANESTÉSICOS LOCAIS
ANESTÉSICOS 
LOCAIS
ANESTESIA INFILTRATIVA ANESTESIA REGIONALANESTESIA DE MUCOSA
AMINO-ÉSTERES AMINO-AMIDAS
Benzocaína
Cocaína
Procaína
Tetracaína
Cloroprocaína
Lidocaína
Prilocaína
Mepivacaína
Etidocaína
Ropivacaína
Anestésicos   17
 Relembrando A velocidade de ação dos fármacos possui rela-
ção inversa com seu grau de ionização, que depende do pK (constante de io-
nização) e do pH do meio em que o fármaco é dissolvido. Com isso, fármacos 
ácidos em meios ácidos se encontrarão na sua forma protonada, enquanto fár-
macos básicos em meio ácidos terão grande probabilidade de receber prótons, 
e vice-versa. Isso interfere na absorção das drogas, pois substâncias ácidas em 
meios ácidos não precisarão doar prótons e, dessa forma, permanecem na sua 
forma apolar, que é lipossolúvel, enquanto que em meios básicos se tornarão 
polar, devido à tendência de doar prótons, dificultando a absorção, pois o fár-
maco ficará aprisionado no compartimento. A relação inversa ocorre com os 
fármacos básicos.
A potência dos anestésicos está relacionada com a lipossolubilidade do fármaco, 
assim, anestésicos muito lipossolúveis tendem a apresentar potência diminuída, 
visto que se distribuem com maior facilidade para sítios inespecíficos, diminuindo 
assim a concentração do fármaco no local que se deseja causar o bloqueio nervoso. 
Além disso, o grau de lipossolubilidade também interfere no grau de toxicidade e 
margem de segurança do anestésico local: quanto mais lipossolúvel, maior o risco 
de toxicidade e menor a margem de segurança.
 Se liga! A duração de ação do anestésico local está diretamente re-
lacionada com o tempo em que o fármaco está em contato com a terminação 
nervosa. Por isso, alguns anestésicos locais são administrados em associação 
com vasoconstrictores adrenérgicos para retardar a distribuição do anestésico 
para circulação sistêmica. Anestésicos com vasoconstrictor deve ser evitado 
em locais de circulação pobre (cartilagem) ou com circulação terminal (dedos e 
pênis), pois podem acarretar em déficit no aporte sanguíneo, levando à necrose 
da região.
Outra propriedade importante dos anestésicos locais é o peso molecular, que es-
tá diretamente relacionado com a movimentação desses medicamentos no canal 
de sódio da membrana nervosa e influencia sua taxa de dissociação de seus sítios 
receptores.
O início de ação e tempo de duração dos anestésicos locais, assim como ocorre 
com todos os medicamentos, tem relação direta com o grau de ligação à proteína 
Anestésicos   18
plasmática, que também está associada com a concentração do fármaco. Quando 
maior a afinidade do anestésico pelas proteínas plasmáticas, menor será sua fração 
livre no plasma e, consequentemente menor será sua ação, levando a uma demora 
no início de ação e menor tempo de duração. Abaixo, algumas classificações em re-
lação ao tempo de início de ação de alguns anestésicos locais:
• Início rápido: lidocaína, mepivacaína, prilocaína e etidocaína.
• Início intermediário: bupivacaína, levobupivacaína e ropivacaína.
• Início lento: procaína e tetracaína.
Os efeitos colaterais dos anestésicos locais são mais brandos, podendo apresen-
tar dormência para além da área anestesiada, perda temporária do tônus muscular 
na região anestesiada e reações alérgicas. 
Mecanismo de ação dos anestésicos locais
Os anestésicos locais, como já mencionado, bloqueiam a condução nervosa, 
“adormecendo” inicialmente o componente sensitivo, em seguida o componente 
motor. A eficiência clínica desses fármacos, assim como todos os outros medica-
mentos, é baseada na ação, potência e duração de seus efeitos. Com isso, existem 4 
teorias sobre como os anestésicos locais agem:
• Teoria 1: agem inibindo a condução nervosa periférica através da diminuição 
da permeabilidade de sódio, impedindo assim a despolarização da membrana, 
ou seja, a transmissão do impulso nervoso.
• Teoria 2: a fração lipossolúvel do anestésico local causa expansão da mem-
brana celular, afetando a condução elétrica nervosa dependente das concentra-
ções de sódio.
• Teoria 3: agem provocando alterações das cargas na superfície de membrana, 
principalmente nos nódulos de Ranvier.
• Teoria 4: em uma segunda fase, agem gerando o deslocamento dos íons cálcio, 
diminuindo a condutância de sódio e, consequentemente, a propagação do po-
tencial de ação.
Anestésicos   19
 Relembrando Um potencial de ação é gerado quando a membra-
na celular sofre despolarização, que é provocada pela abertura dos canais iôni-
cos e fluxo de íons entrando e saindo da célula. A despolarização da membrana 
é o que promove a condução nervosa saltatória. Isso significa que o impulso 
é transmitido pelo axônio pelos nódulos de Ranvier, pois a bainha de mielina, 
devido à sua propriedade isolante, “repele” o impulso, fazendo com que a con-
dução nervosa ocorra em saltos (condução saltatória), tornando as sinapses 
muito rápidas.
Figura 1: Estrutura do neurônio
Fonte: ShadeDesign/Shutterstock.com
Anestésicos   20
MAPA MENTAL: MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS
MECANISMO DE 
AÇÃO DOS 
ANESTÉSICOS LOCAIS
TEORIA 2: expansão 
da membrana celular
TEORIA 4: deslocação 
dos íons cálcio
TEORIA 1: diminuição 
da permeabilidade 
de sódio 
TEORIA 3: alterações 
das cargas na superfície 
de membrana
FLUXOGRAMA ANESTÉSICOS
ANESTÉSICOS
Halotano
Gerais Locais
Via Inalatória Via Venosa Amino-ésteres Amino-amidas
Isoflurano
Enflurano
Óxido Nitroso
Sevoflurano
Propofol
Midazolam
Etomidato
Tiopental
Ketamina
Benzocaína
Cocaína
Procaína
Tetracaína
Cloroprocaína
Lidocaína
Prilocaína
Mepivacaína
Etidocaína
Ropivacaína
Anestésicos   21
REFERÊNCIAS 
Brunton LL, Chabner BA, Knollmann BC. As bases farmacológicas da terapêutica de 
Goodman & Gilman. 12. ed. [S.l.]: McGraw-Hill; Artmed, 2012. 
Rang HP, Dale MM, Ritter JM, Flower RJ, Henderson G. Rang & Dale Farmacologia. 7. 
ed. [S.l.]: Elsevier, 2012. 
Machado A, Haertel LM. Neuroanatomia funcional. 3. ed. [S.l]: Atheneu, 2013.
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