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MICROBIOLOGIA – Rafaela Negri MICROBIOLOGIA – Rafaela Negri Infecções sexualmente transmissíveis Informações gerais: -As ISTs são acompanhadas de complicações (como doença inflamatória pélvica e infertilidade) e de cronicidade (problemas de longa duração e câncer) Gonorreia: -Neisseria gonorrhoeae -Diplococo gram negativo -(0,6-1,5m) -Aeróbios -Não flagelado, não forma esporos Fatores de risco: -Adolescência -Novo ou múltiplos parceiros -História de DST prévia -Presença de outra DST -Uso de contraceptivo oral -Não uso de contraceptivo de barreira Transmissão: -Sexual ou vertical (muito eficiente) -Homem → mulher: 50-90% -Mulher → homem: 20-80% -É transmitida entre portadores assintomáticos -Aumenta a transmissão do HIV 2 a 5x -Período de incubação: 3 a 10 dias Patologia: -Infecta células do epitélio colunar Cérvice uterina, uretra, reto, faringe e conjuntiva Epitélios não queratinizados Manifestações clinicas: -Mulheres: · Cervicite: · Apresentação clinica mais frequente · Descarga endocervical purulenta e disúria · Edema da cérvice uterina, eritrema e friabilidade · Abscesso da glândula de Bartholin · Muito doloroso -Homens: · Uretrite: · Maioria sintomática (até 95%) · Descarga uretral purulenta · Disúria · Epididimite: · Edema doloroso -Na gestação: · Endometrite pós-parto · Aborto séptico · DIP pós-aborto · Sangramento durante a gestação · Parto prematuro Ruptura prematura de membranas Diagnóstico laboratorial: Bacterioscopia (Gram) alta eficiência e uretrite masculina -Cultura método tradicional, de referencia -Métodos de amplificação e ácidos nucleicos ótimo desempenho Clamídia: -Chlamydia trachomatis: · Variantes A,B tracoma · Variantes não LGV uretrite, cervicite, DIP, conjuntivite, doença neonatal · Variantes LGV Linfogranoloma venéreo -Coco-bacilo gram-negativo -Ovalado -Aeróbio -Uma biologia muito especial -Parede celular diferente -Ciclo reprodutivo especial se assemelha a ciclo de vírus pois é um parasita intracelular obrigatório Fatores de risco: -Adolescência -Novo ou múltiplos parceiros -História de DST prévia -Presença de outra DST -Uso de contraceptivo oral -Não uso de contraceptivo de barreira Transmissão: -Sexual ou vertical -Elevada transmissibilidade -Período de incubação: 7 a 21 dias -Importante reservatório em população assintomática Manifestações clinicas: -Homens: · Uretrite · Proporção de assintomáticos (>50%) · Secreção mucoide clara, descarga uretral ou disúria · Complicações: Epididimite ou Síndrome Reiter (artrite reativa) -Mulheres: · Cervicite · Maioria assintomática (>70%) · Descarga endocervical clara · Edema da cérvice uterina, eritema e friabilidade · Uretrite · Usualmente assintomática · Disúria é o mais frequente, pode haver piúria · Complicações: · Doença inflamatória pélvica (DIP) · Síndrome Fitz-Hugh-Curtis · Síndrome de Reiter · Gravidez ectópica e infertilidade podem ser consequências da clamídia Diagnóstico: -Não é visível no gram -Métodos de amplificação de ácidos nucleicos (PCR) Sífilis: -Causada pelo Treponema pallidum espiroqueta -Replicação lenta e não-cultivável -Pode sobreviver até 10 horas em locais úmidos baixa tolerância a dessecação, temperaturas elevadas, altas tensões e oxigênio e desinfetantes -Infecção de transmissão sexual, crônica, curável, com alta infectividade nos estágios recentes da doença -Hospedeiro natural é o ser humano -Período de incubação médio de 3 semanas -Não exista vacina disponível -Transmissão horizontal (contato sexual) 60% -Transmissão vertical (via transplacentária) 80% -Aumenta a eficácia da transmissão do HIV -Aumenta a replicação viral (ativação de citocinas) -Reduz a contagem de CD4 -Causam úlceras genitais -Sifilis adquirida recente menos de 1 ano de evolução (desde o aparecimento da úlcera até o diagnóstico) -Sífilis adquirida tardia mais de 1 ano de evolução Sífilis Primária: -Contato em poucas horas ocorre a disseminação do Treponema em aproximadamente 21 dias, ocorre a formação do cancro duro -Cancro curo ulceração indolor, com bordas endurecidas, elevadas, de fundo limpo, e geralmente única (lesões são muito ricas em treponemas) -Anticorpos podem ser percebidos no exame de sangue de 1 a 4 semanas após o cancro Sífilis secundária: -Caracterizada pela disseminação dos treponemas pelo organismos -As manifestações ocorrem de 6 semanas a 8 meses após o aparecimento do cancro -Apresentam lesões cutâneas sobre toda a superfície corporal roséola (machas rosadas) -Todos os testes sorológicos são positivos -Podem surgir lesões papulosas, placas mucosas, gânglios generalizados, queda de cabelo em clareira e condilomas planos, que desaparecem aproximadamente em 6 meses -Evolução do caso não tratado nessa fase: · Doença pode sofrer remissão espontânea · Entrar na fase de latência sem manifestações clinicas visíveis · Progredir para fase tardia Sífilis latente: -Período após o desaparecimento dos sinais e sintomas entre as fases clinicas primaria e secundaria -Ausência de sintomas -Treponema pallidum ocasiona doença de natureza crônica que envolve uma relação delicadamente equilibrada entre patógeno e hospedeiro Sífilis terciária: -Cerca de 1/3 dos paciente não tratados progridem para o estado terciaria da sífilis -Os sintomas reaparecem, com lesões mais localizadas e destrutivas lesões cutâneo-mucosas, hepáticas, cardiovasculares, neurológicas e articulares -Pode se manifestar entre 2 a 40 anos após infecção Sífilis congênita: -Algumas evidencias estimam que, na ausência de tratamento eficaz na gestante: · 11% de morte fetal a termo · 13% de partos prematuros ou baixo peso ao nascer · 25% de abortos no segundo bimestre ou óbito fetal · 20% dos RN apresentaram sintomas sugestivos de sífilis congênita -Decorre da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante infectada não tratada, ou inadequadamente tratada, por via transplacentária, em qualquer fase gestacional ou estagio da doença · Precoce diagnosticado até o segundo ano de vida · Sintomas discretos ou inespecíficos · Hematoesplenomegalia · Deve ser acompanhado por no mínimo 18 meses · Tardia diagnosticado após o segundo ano de vida Testagem: -Saber IDENTIFICAR manifestações clinicas -Saber SOLICITAR os testes -Saber EXECUTAR o teste rápido -Saber INTERPRETAR os testes · Provas diretas: · Possuem sensibilidade de 74% a 86% · Indicados para fase inicial da doença, quando os treponemas são muito numerosos · Exame em campo escuro · Pesquisa direta com material corado · Imunofluorecência direta · Material coletado do cancro primário, lesões bolhosas, placas mucosas ou condilomas secundários · Teste imunológicos: · Testes treponêmico reagente + teste não treponêmico · Testes treponêmico detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos; Sua reatividade indica que o usuário teve contato com Treponema em alguma época da sua vida e desenvolveu anticorpos · Teste não treponêmico (teste de floculação) Não específicos; Podem estar positivas em outras trepanomatoses e em varias outras situações; Apresentam mais resultados falso-positivos que os teste treponêmicos · Testes rápidos: · Execução, leitura e interpretação são feitas em, no máximo, 30 minutos · Utilizam o principio metodológico da imunocromatografia ou fluxo lateral, para detecção de anticorpos treponêmicos Tratamento: -Sífilis primária ou secundária 1 série (dose única) de Penicilina com dose total de 2.400.000 UI IM -Sífilis terciária 3 séries com 2.400.000 UI IM semanal, com intervalo entre as series de 1 semana, e dose total de 7.200.000 UI IM *Caso o intervalo entre as doses ultrapasse 14 dias, o esquema deverá ser reiniciado -Neurossífilis penicilina cristalina, pois atravessa a membrana hemato-encefálica -Muito importante tratar os parceiros sexuais -Comprovar a cura da sífilis solicitar VDRL 30 a 45 dias após o termino do tratamento -Gestantes VDRL mensal -Diminuição de 2 títulos a partir de 3 meses após a conclusão do tratamento demonstracura da infecção.
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