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Analisadores Termoparamagnéticos Os analisadores termoparamagnéticos, também conhecidos como termomagnéticos, estão baseados na medição do vento magnético. Esse fenômeno pode ser obtido pela combinação apropriada de um gradiente de temperatura e de um campo magnético não uniforme, criando um fluxo gasoso proporcional à suscetibilidade do gás. Observa-se, pela figura 1, que o oxigênio frio é atraído para a região onde a intensidade do campo magnético é maior. Devido à presença de um filamento posicionado próximo aos pólos do ímã o oxigênio se aquece reduzindo, então, sua suscetibilidade magnética. O oxigênio aquecido será deslocado pelo oxigênio frio, que apresenta maior suscetibilidade magnética. Esse processo se tornará contínuo caracterizando, assim, o vento magnético. A intensidade do vento magnético corresponde à suscetibilidade do gás ou à concentração de oxigênio da amostra. Figura 1 – Vento Magnético Dependendo do método de medição, pode-se distinguir dois tipos de analisadores: • Analisador termomagnético convectivo. • Analisador termomagnético Lehrer. Analisador termomagnético convectivo No analisador termomagnético convectivo, o vento magnético é produzido por correntes de convecção térmica no gás. A fig. 2 mostra um tipo de célula genérica e o circuito elétrico de medição utilizado. Figura 2 – Célula do analisador termomagnético A célula é composta por duas câmaras idênticas, sendo uma de medição e outra de referência. A geometria interna da célula permite que o gás entre no interior das câmaras, por difusão. Um ímã permanente, estrategicamente posicionado, concentra as linhas do campo magnético sobre o filamento da câmara de medição. Dois filamentos idênticos são conectados a um circuito elétrico em ponte de Wheatstone, sendo esta a responsável pela detecção das variações de resistência dos filamentos. Quando a célula está em funcionamento uma corrente proveniente da fonte de tensão circula pelos dois filamentos, dissipando calor. Esse calor é transmitido à parede das câmaras por condução, convecção e radiação. As perdas por convecção são ocasionadas por correntes gasosas ascendentes e descendentes, no interior das câmaras, provocadas pela variação da densidade do gás quando este é aquecido pelo filamento. Caso a amostra não contenha oxigênio, a temperatura dos dois filamentos é igual, uma vez que não é observado qualquer efeito perturbador sobre as perdas de calor. A ponte permanecerá equilibrada eletricamente. Quando a amostra contém oxigênio, este é atraído para o interior da câmara de medição devido ao campo magnético. Estabelece-se, assim, o vento magnético, que provocará um incremento sobre a corrente convectiva de origem térmica. Esse aumento de convecção na câmara de medição reduz a temperatura do filamento correspondente, diminuindo sua resistência e, conseqüentemente, desequilibrando a ponte de Wheatstone. A temperatura do filamento da câmara de referência não é afetada pela presença de oxigênio na amostra. As variações de temperatura da célula e propriedades físicas da amostra afetam apenas 0,5% do fim de escala. Esta particularidade é devida ao fato de tais influências alterarem simultaneamente a temperatura dos dois filamentos. Analisador termomagnético Lehrer O analisador termomagnético Lehrer utiliza uma célula de análise que gera e mede o vento magnético. A célula mostrada na figura 3 é composta por um tubo anelar, perfeitamente simétrico, com derivações para entrada e saída de gás. Na parte central, um tubo faz a comunicação entre os dois lados do anel. A fim de se evitar em efeitos gravitacionais sobre o fluxo de gás no tubo, este deve ser montado horizontalmente. Nesse mesmo tubo são montados dois enrolamentos, conectados em um circuito de ponte de Wheatstone. Sobre o enrolamento mais próximo ao anel é direcionado um campo magnético proveniente de um ímã permanente. Figura 3 – Analisador termoparamagnético Lehrer Quando circula pela célula uma amostra sem oxigênio estabelece-se um fluxo igual dos dois lados. Como as pressões dos pontos 1 e 2 são iguais, não haverá fluxo no tubo de comunicação. A temperatura dos dois enrolamentos será igual e, portanto, a ponte permanecerá em equilíbrio. Quando for introduzida uma amostra contendo oxigênio, este será atraído pelo campo magnético e entrará no tubo horizontal. Devido à temperatura elevada na região do campo magnético inicia-se o vento magnético, cuja direção de fluxo é da esquerda para a direita. Essse fluxo permitirá a renovação de gás no tubo de comunicação. O enrolamento esquerdo, que libera o calor para aquecer o gás, ficará mas frio que o rolamento da direita, desequilibrando eletricamente a ponte Wheatstone.
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