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O QUE O ENFERMEIRO FAZ NO PROTOCOLO DE IAM? Para ser um enfermeiro ou técnico de enfermagem diferenciado, é preciso ter uma rápida percepção quando chega um paciente com angina. Existem quatro tipos de anginas: angina estável, angina instável, angina prinzmetal e o infarto agudo do miocárdio. Quando chega um paciente com dor precordial, deve-se instigar o paciente para que ele fale os sintomas que estão relacionados ao infarto. Não perguntar ao paciente o tipo da dor que está sentindo, mas deixar o paciente falar por conta própria. Se o paciente apresentar uma angina instável ou um infarto, o atendimento deve ser feito o mais rápido possível. Nesses casos, em cerca de 10 minutos, deve-se monitorizar o paciente, fazer um eletrocardiograma e uma leitura de derivação 2, na procura de uma infra ou supra do seguimento ST, uma onda T invertida, uma onda Q muito negativa, tudo isso é sugestivo de infarto. Colocar um cateter tipo óculos para oxigênio no paciente (de 2 a 3L por min), fazer um acesso venoso com soro fisiológico, verificar todos os sinais vitais do paciente e pedir um hemograma completo. Devemos usar a morfina como uma segunda tentativa para aliviar a dor, nesse caso, não estaremos usando a morfina como um analgésico opioide, estaremos usando a morfina como um venodilatador, para dilatar os vasos. A morfina pode causar algumas situações adversas, como a hipotensão. A morfina deverá ser diluída e administrada em pequenas doses. Administrar nitrato de 5mg sublingual, fazer dosagem máxima até 15mg. É contraindicado nitrato, quando a pressão arterial está menor que 60x90 mmHg. AAS (ácido acetilsalicílico), deverá dar a dose de ataque e depois a dose de manutenção. No momento da emergência, administrar 200mg via oral. Não dar betabloqueador para pacientes com insuficiência cardíaca congestiva. O clopidogrel vai ser substituído pelo ticagrelor, pelo simples fato de ter algumas alterações conforme a idade do paciente. O clopidogrel, em dose de ataque, administrar 300mg e 75mg sob dose de manutenção. O ticagrelor, administrar 180mg em dose de ataque e depois 90mg, duas vezes ao dia, de dose de manutenção. Pacientes maiores de 75 anos, a dose de ataque é de 75mg. Ou seja, o clopidogrel é administrado 300mg para todo mundo, exceto para quem tem idade igual ou maior de 75 anos. Anticoagulante, como a heparina, quem tem idade inferior a 75 anos, usará 30mg intravenoso em pó, é calculado 1mg por quilo. Já um paciente com idade superior a 75, a dosagem será de 0,75mg por quilo. Não possui dose de ataque. É administrado estatina de 20mg em 24h, CONDUTAS COM O PACIENTE INFARTADO NO PRONTO SOCORRO A angina estável, faz com que o paciente tenha uma dor em período curto, por volta de 5 min e um intervalo longo de horas entre um episódio e outro de dor. O paciente que tem uma angina instável, a dor aumenta a sua duração e o intervalo entre uma dor e outra diminui. Angina é uma dor que passa, dói muito, mas depois de um tempo ela passa. O paciente que infarta, a dor é contínua, o paciente não tem um alívio de dor, ela é constante. A dor da angina é a mesma do infarto. Pela fisiopatologia, a artéria coronária, se ela está privando oxigênio, a tendência é de que aquela região entre em isquemia, logo, o paciente terá uma dor isquêmica. É importante que os enfermeiros tenham conhecimento das dores características de infarto, como: dor precordial, que geralmente irradia para o braço esquerdo, mandíbula, dor retroesternal que está localizada na região central do tórax. Em algumas situações, a dor pode irradiar para o braço direito. Na duvida se é infarto, ou um outro tipo de dor, de uma outra origem, deverá ser feita uma monitorização, um eletrocardiograma de 12 derivações. No eletrocardiograma, precisamos analisar se no segmento ST que é isoelétrico ela está abaixo, que a gente chama de infra do segmento ST, ou se essa linha isoelétrica esta positiva, a gente chama de supra do segmento ST. Quando um paciente apresenta uma infra do segmento ST, significa que ele está apresentando uma lesão, principalmente do endocárdio. Quando essa lesão passa por todas as camadas do miocárdio, endocárdio e pericárdio, é uma lesão transmural, e geralmente nessa lesão, o paciente apresenta supra do segmento ST. Além dessa alteração, também temos a onda T, ela é apiculada e positiva, ela não é tão alta. E se ela estiver muito elevada, já devemos suspeitar de IAM. A onda T é positiva nas derivações e se estiver negativa, também é um dado muito importante. O paciente também pode ter algumas outras alterações no eletrocardiograma, ele pode ter um infarto e um bloqueio de ramo direito ou esquerdo. V1, V2 e V3, tem como referência a parte direita dos ventrículos. V4 fica na parte septal. V5 e V6 ficam do lado esquerdo. Se houver alguma alteração no complexo QRS, principalmente na onda R, esse paciente também estará tendo um bloqueio de ramo. Depois da monitorização, deve ter os dados da PA, FC, FR, saturação, glicemia e coleta de sangue arterial (gasometria, troponina, mioglobina, CK-MB e CPK). Medicamentos para um paciente que esta infartando, “MONACHEBI” (morfina, oxigênio, nitrato, aspirina, clopidogrel, heparina, estatina, betabloqueador e IECA) Essas drogas são utilizadas neste protocolo e em momentos certos, não necessariamente tem que usar todas essas drogas para qualquer paciente que estiver com dor precordial. É importante aguardar o resultado de troponina, o ideal é que ele chegue um pouco antes. Se apresentar troponina positiva, esse paciente está infartado, deve-se ligar para hemodinâmica e passar o quadro do paciente, informações pessoais e anamnese. Deve-se esperar os resultados dos exames para ver qual conduta tomar. Em hemodinâmica, existe a fibrinolise e a angioplastia coronária percutânea. A fibrinólise, em geral, se faz em até 60 minutos e a angioplastia em até 90 minutos. Esses tempos são chamados de “Porta-agulha e Porta-balão”. AS DROGAS MAIS USADAS NO INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO Para o uso dos medicamentos, é usado o protocolo de IAM, que faz parte da SAE. Morfina é um opioide potente. Porém, para paciente que está com dor precordial, este medicamento não fará o efeito esperado. A morfina fará uma vasodilatação. Ela não será a melhor droga do protocolo, tendo em vista que ela trás problemas respiratórios, o paciente poderá ter uma depressão respiratória. O oxigênio será instalado no paciente, caso a saturação estiver inferior a 94%. Nitrato será a melhor droga para dor precordial, ela fará uma vasodilatação. Administrar 5mg sublingual. A aspirina é um antiagregante plaquetário, analgésico e anti-inflamatório. Ela inibe a síntese da prostaglandina. Administrar entre 160 a 325mg. Clopidogrel é muito bom, mas é metabolizado pelo fígado e pode causar uma hepatotoxicidade. Heparina é um anticoagulante. Estatina vai inibir a síntese do colesterol. Ajudará na agregação plaquetária, atividades trombóticas, revestimento do endotélio... Beta-bloqueador diminui a FC, força de contração... A força de contração faz com que o coração tenha menos atividade, logo reduz pós-carga, favorecendo o paciente que está com uma dor precordial, ele aliviará o trabalho do coração, que é a força, frequência e fará uma vasodilatação. A IECA – inibidor da enzima conversora de angiotensina. Após a conversão, a angiotensina 2 fará uma vasoconstrição boa, estimula aldosterona, que fará o aumento da reabsorção de água, sódio e estimula a sede, aumentando o débito cardíaco. A IECA reduz o débito cardíaco, faz uma vasodilatação, melhorando a atividade cardíaca.
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