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Saúde do Idoso Profª Silvana Flora Aspectos demográficos, epidemiológicos e sociais do envelhecimento. Aspectos demográficos No Brasil e no mundo, a parcela da população com idade acima de sessenta anos está crescendo em um ritmo mais acelerado do que qualquer outro grupo etário. Historicamente, o número de crianças sempre foi superior ao número de idosos. Porém, espera-se que em 2050 o percentual da população mundial acima de sessenta anos ultrapasse o percentual de jovens de até 14 anos. No Brasil, essa transição deve ocorrer já em 2030. A proporção da população idosa (acima de sessenta anos) está aumentando, enquanto a proporção da população de jovens (zero a 14 anos) e de adultos (de 15 a sessenta anos) se reduz. O peso das pessoas economicamente dependentes, na população brasileira, chamado de razão de dependência, aumentaria de 0,53, em 2015, para 0,59, em 2030 (UNITED NATIONS, 2015). O processo de evolução demográfica das sociedades é usualmente descrito em quatro etapas. Na primeira, a taxa de nascimento e a taxa de mortalidade são altas, resultando em baixo crescimento populacional e estrutura etária com formato de pirâmide, com muitas crianças e pouca população idosa. Na segunda etapa, a queda da mortalidade infantil combinada com a manutenção de altas taxas de fertilidade provoca crescimento populacional, potencialmente com um efeito virtuoso, o chamado “bônus demográfico”, uma vez que cresce a proporção da população em idade ativa. Na terceira etapa, o fato relevante é a queda na taxa de fertilidade, estreitando a base da pirâmide e empurrando para cima a média de idade da população. Por fim, na quarta, a mortalidade e a fertilidade são baixas e estáveis, o crescimento populacional estabiliza-se e a estrutura etária torna-se quase retangular, com maior peso da população idosa, marcada pelo fenômeno do envelhecimento populacional (HE; GOODKIND; KOWAL, 2016). Fonte: Elaboração própria, com base em United Nations (2015). Aspectos epidemiológicos Segundo o Ministério da Saúde, o perfil epidemiológico da população idosa tem como característica três cargas de doenças com forte predominância das condições crônicas, dominância de elevada mortalidade e morbidade por condições agudas resultante de causas externas. Grande parte dos idosos são portadores de disfunções ou doenças orgânicas. Contudo, devemos destacar que tal quadro não significa necessariamente a limitação de atividades, restrição de participação social ou desempenho de papel social. Como exemplo temos o contágio pelo vírus da SARS –COV. Os dados da COVID-19 apontam que entre as pessoas com 80 anos ou mais 14,8% dos infectados morreram, comparado a 8,0% entre os idosos de 70 a 79 anos e 8,8% entre aqueles de 60 a 69 anos (taxa 3,82 vezes maior que a média geral), Aspectos sociais do envelhecimento A etapa da vida caracterizada como velhice, com suas peculiaridades, só pode ser compreendida a partir da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos cronológicos, biológicos, psicológicos e sociais. Essa interação institui-se de acordo com as condições da cultura na qual o indivíduo está inserido. Condições históricas, políticas, econômicas, geográficas e culturais produzem diferentes representações sociais da velhice e também do idoso. Há uma correspondência entre a concepção de velhice presente em uma sociedade e as atitudes frente às pessoas que estão envelhecendo. O envelhecimento ativo é definido como a forma de aperfeiçoar as oportunidades de saúde, participação e segurança, objetivando a melhora da qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas. São termos importantes para essa política: autonomia, independência, qualidade de vida e expectativa de vida saudável, mesmo nos casos em que já esteja instalado algum grau de comprometimento da capacidade funcional. Falar em envelhecimento saudável é necessário pensar na interação de múltiplos fatores, dentre eles: saúde física e mental, independência de vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica, dentre outros. A discussão sobre envelhecimento bem-sucedido é relativamente nova, considerado um dos temas amplamente difundidos entre os meios de comunicação, serviços, pesquisas e textos que instruem leis e políticas públicas no campo da gerontologia. Referências: 1https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/noticias/noticia/ envelhecimento- transicao-demografica 2 https://www.scielo.br/j/rbgg/a/84SR89v94tDTH3tdppdDjtj/?format=pdf&lang=pt 3 https://www.scielo.br/j/estpsi/a/LTdthHbLvZPLZk8MtMNmZyb/?lang=pt 4 https://adm.online.unip.br/img_ead_dp/31512.PDF
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