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Aula 12 - 15-09-2010 - Economia Açucareira III

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Aula 12 - 15/09/2010 - Economia Açucareira III
Texto
	FURTADO (2009, caps. 5, 6,10 a 12)
Economia Açucareira III (aula 12)
- 1st Guerra Mundial (Port X Holanda), concorrência Antilhas, pecuária e complexo econômico nordestino (pecuária e escravidão africana)
- açúcar e pecuária em relação “simbiótica” (pecuária ameniza demografia durante as crises do açúcar)
- Boxer: na guerra dos 80 anos (1568 a 1648) os holandeses atacavam mais as possessões portuguesas que as espanholas
- Pela dispersão geográfica (Portugal possuía colônias em 4 continentes) Boxer justifica que seria então a 1st Guerra Mundial
- Logicamente era mais fácil para os holandeses atacarem via marítima costas expostas, sendo as colônias portuguesas a maioria desse aspecto (talassocracia), ao contrário dos reinos espanhóis que eram voltados para o interior
- Holanda X Portugal, inicia 1598 a 1663, em 1648 havia sido o fim com a Espanha
- Simplificando: guerra colonial = luta pela comercialização das especiarias, tráfico de escravos e importação/revenda do açúcar brasileiro
 	<>Holanda ganha na ásia, empata com Portugal na África e perde no Brasil
- Cabral Melo: economia açucareira cresceu nos anos de trégua (1609 a 1621)
- Principalmente devido à tecnologia dos 3 cilindros e a quase plenitude da transição do trabalho indígena para o trabalho escravo africano
- Se Portugal não tivesse se restaurado em 1640 era possível que a Holanda tivesse adquirido o nordeste (sendo cedido pela Espanha, a exemplo do tratado de Munster) e assim comprometido a unidade territorial brasileira
 	<>perder o nordeste teria modificado radicalmente a unidade do Brasil
 	<>autor considera que a perda de RS não seria tão vital quanto o NE
- Holanda apenas reconhece nordeste como sendo posse portuguesa em troca de concessões econômicas generosas
<>1654 a 1669: a coroa portuguesa estava sempre com medo de ataques holandeses, o que fez com que ocorresse uma maior afinidade entre Portugal e Inglaterra; vale ressaltar que em 1640 Portugal saiu bastante enfraquecido da união Ibérica, e em vista de manter sua independência também “junta-se” à Inglaterra
- Vitória de Pirro? Açúcar das Antilhas
 	- Século XVI: Grandes Antilhas (Espanha)
 	<>34 engenhos, plantation com 150 a 200 escravos
<>porém açúcar é atividade secundária (papel improdutivo espanhol nas américas)
 	-devido ao metalismo obcecado dos espanhóis
 	- Século XVII, Pequenas Antilhas (França, Inglaterra)
<>população europeia + pequena propriedade; do fumo ao açúcar, da pequena à grande propriedade
<>1623 (França e Inglaterra), 1629 (Espanha), 1632 (Holanda)
<>século dos flibusteiros e bucaneiros (“dos atrasados”)
 	- Século XVII e XVIII
 	<>maior participação da França, Inglaterra e Luso-holandesa
 	<>fluxo migratório e expulsão dos holandeses do Brasil
 	<>saída das ilhas para as colônias de povoamento
- CF: puritanos fixam-se nas colônias de povoamento, que se mostram complementares às colônias das ilhas centrais
- Expulsão dos holandeses fez Antilhas trocarem a população europeia em grande propriedade/escravidão
<>europeus estavam de “tocaia” para piratear, agora com o advento do açúcar é rapidamente substituída (população europeia por africana) para produção
-riqueza das ilhas aumenta e há aumento populacional nas colônias de povoamento
 	<>colônia de povoamento -> colônia Antilhas
 	-viola o clássico Pacto Colonial
 	-colônia inglesa fornece matérias-primas (lenha, comida) para Antilhas
<>ocupação das colônias inglesas faz surgir economia semelhante à europeia, criando direção de dentro para fora, para mercado interno, sem haver distinção entre atividades destinadas à exportação ou ao mercado interno, há auto-propulsão
- Gorender: Século XVII, novos atores como concorrência, época colonial fica mais complexa
- Pecuária: complexo econômico nordestino
 	- Simonsen: demanda por açúcar -> engenho -> pecuária
<>pecuária “permitiu” a interiorização do nordeste, ao contrário dos engenhos (deslocamento dos “caranguejos”)
 	-gado difunde interior (da costa para Norte e Centro-Oeste)
 	- Aproveitamento do impulso dinâmico dado pela demanda externa do açúcar
 	<>pecuária = sistema econômico secundário a partir do açúcar
 	<>rentabilidade baixa e praticamente induzida
 	<>fator fundamental de penetração e ocupação do território
 	- CF:
<>colônia da Nova Inglaterra -> auto-propulsão
<>colônia portuguesa -> dinâmica limitada pela economia açucareira
<>CF defende que a Inglaterra teve problemas para manter colonização mercantilista das colônias
-contradição com o fato de a Inglaterra dizer que os Atos de Navegação “funcionaram”, excluindo Holanda das colônias
-Independência das colônias inglesas -> em parte justificadas pela época da revolução industrial (liberalismo econômico)
-Brasil possuía mais terras que as ilhas, logo poderia se praticar a pecuária extensiva (negócio do peixe-boi nas Antilhas)
-açúcar X pecuária
<>engenho demanda gastos monetários (engenho, tráfico, transporte) e a população da mão de obra (escrava) decaía vegetativamente
<>pecuária não demandava gastos monetários (poderia ser subsistência no pior dos casos) e a população crescia vegetativamente
-Cresce setor de subsistência, absorvendo até a mão de obra folgada dos engenhos
<>ruim economicamente, diminui a renda monetária, diminui produtividade, diminui especialização e diminui a divisão de trabalho
<>lento atrofiamento econômico com crescimento da população (vegetativamente)
(NOZOE)
O tema de hoje é a continuação da aula anterior (açúcar)
Na quarta feira vamos discutir a formação do complexo econômico nordestino
Hoje caps. 5,6,8,9 de furtado. . Até a prova teremos a leitura caps. 10,12,13,15 de Furtado
Fatores do êxito da empresa agrícola portuguesa na America:
Experiência anterior nas ilhas do atlântico
Técnica de produção
Mercado (fundamental colaboração holandesa)
Financiamento (fundamental colaboração holandesa)
Solução do problema de mão de obra
Decadência econômica da Espanha, permitindo o monopólio do mercado de açúcar pelos portugueses.
Nesta aula será explicado como Portugal perdeu este monopólio para os holandeses, a iniciar-se a partir da ocupação holandesa no Brasil. Várias ilhas antilhanas caem sob domínio dos europeus, gerando concorrência com Portugal (Barbados, Jamaica, São Domingos) em fins do séc. XVII.
CONSEQÜÊNCIA após o terceiro quarto do séc XVII:
a) queda 50% preço internacional
b) queda no volume exportado (50%):
Redução na rentabilidade da atividade açucareira, pois renda caiu a a ¼ (o prof. fez um cálculo)
Depreciação moeda portuguesa na mesma proporção
c) criação do complexo de povoamento açucareiro entre as Antilhas e as colônias de povoamento. Cria-se um sistema de abastecimento entre as duas regiões.
O professor mostra um gráfico em que a partir de 1670 caem o preço do açúcar e a paridade da moeda portuguesa em relação a outras moedas metalizadas.
Ocorre a desvalorização cambial como um meio de beneficiar os produtores coloniais, que foi um meio de amenizar os problemas do produtor de engenho (lavradores) portugueses, compensando a queda da produção com estes. Como se a metrópole sustentasse a colônia por um período, invertendo a relação inicial. 
Esse beneficio acabou quando se iniciou a extração de ouro no séc XVIII, que assinala, por isso, um período de dificuldades para a produção açucareira colonial. Mantendo-se uma linha horizontal do câmbio fazia com que não fosse mais sustentado o açúcar por Portugal.
Segundo Furtado, ele repele esta explicação do Simonsen, de que a depreciação cambial não implicou nesta transferência de renda (ver depois no PPT)
A analise econômica açucareira por Furtado:
Capitulo 8:
Capitalização (qual era o valor do patrimônio que existia na atividade açucareira). Quanto custava os 120 engenhos no ápice da economia açucareira?Nível da distribuição de renda (gerada pelos 120 engenhos). Qual a renda per capita?
Uso da renda. Como poupança se transforma em investimento. Como a capacidade produtiva duplicou. A taxa de crescimento foi razoável e baseada no potencial interno ou financiado ?
Capitulo 9:
4. A formação do capital (fluxo e renda criado no momento do investimento). Quais os fatores produtivos que entram no consumo e produção ? Quais os insumos que entram na produção do açúcar? Para produzir o açúcar, quais os encadeamentos necessários ? Encadeamentos para frente: custos de transportes, armazenamento. Encadeamentos para trás: insumos, como lenha, animais, tudo o que é consumido no processo produtivo. Estamos conversando sobre um fluxo de renda baseada no trabalho escravo.
5. Possibilidade de expansão
Capitulo 10:
Economia Criatória
Capitulo 11:
Formação do complexo nordestino
A razão da renda per capita do Brasil ser baixa em 1750 é que a maioria da população brasileira se encontrava na parte mais pobre do Brasil (complexo nordestino). No séc. 18 tivemos a economia mineratória, e no séc. 19 a economia cafeeira.
Cálculos de furtado no inicio do séc XVII:
Numero de engenhos = 120, o dobro do numero de 1570.
Montante de capital aplicado = 1,8 milhões de libras. O valor médio de cada engenho = 15 mil libras
Produção = 2 milhões de arrobas. Dez vezes maior que 1570 = 180 mil arrobas
Renda per capita da colônia =66,7 libras (próximo de US$350 de 1957). Somente para a população européia no Brasil (30.000 pessoas) . Ou seja, a maior renda per capita que o Brasil conheceu em todo o sistema colonial, maior que da Europa e que da economia mineratória.
Este curso é para mostrar que o Brasil cresce, mas ficando cada vez mais pobre (eis o sentido profundo da colonização de Caio Prado) chegando ao ápice da queda em 1850, que volta a melhorar a partir de 1850 com o café.
O pagamento dos fatores produtivos era de 10 % da renda, mais destacado para os transportes, salários e lenha e gado. 90% fica para o senhor de engenho. 
O lucro do senhor de engenho descontada a depreciação dos escravos e equipamentos, chegava ao total de 89% da renda, e a taxa e retorno = 67%. Taxas excepcionalmente altas. Nas ilhas britânicas o lucro era de 5%, com 10% tido como excepcional. Ou seja, as taxas eram muito altas no Brasil. O professor disse que fez os cálculos e que não conseguiu quebrar essa hipótese de Furtado.
Lucro=(receita-pagamento de fatores) – gastos de produção
A capacidade de crescimento da economia açucareira continua sendo explicada por Furtado mostrando a capacidade de importação do Brasil. Furtado chega a conclusão de que o Brasil tinha potencial de duplicar o numero de engenhos em 2 anos de 1570 a 1574, mas demorou 30 anos. O que aconteceu então?
A primeira constatação que Furtado faz é que esse dinheiro não deve ter sido investido em outras atividades na colônia, pois não existia nenhuma atividade capaz de absorver tal volume de capital, e sem registro de utilização pelos senhores de engenho, levando a crer que a maioria foi pagamento de juros do senhor de engenho. Furtado diz que pode ter sido levado por proprietários do capital que eram os comerciantes não-residentes, explicando a coordenação entre produção e comercio.
Para Furtado, a atividade açucareira era altamente rentável e com enorme capacidade de resistência (300 anos), mesmo com grandes flutuações da renda monetária. Promoveu pequena mudança na estrutura produtiva colonial, não obstante seu alto potencial de dinamização.
A alta rentabilidade tornava a economia altamente especializada, abrindo espaço para outras atividades como o setor de subsistência, mas isso não se verificou no Brasil, ficando num estado de precariedade muito grande. 
A grana nas Antilhas induziu o desenvolvimento de regiões de povoamento, com o comercio com a nova Inglaterra, que era fracassada na explorarão colonial, que lançava mão de extrativismo e atividades do mar, de baixa rentabilidade. Vale observar que existia uma região com característica de povoamento no Brasil, caso se São Vicente, mas fracassa, somente com economia de caca ao índio.
Qual a explicação de que a atividade açucareira do nordeste não dinamizou a região de povoamento?
Existiam baixos fretes de retorno, pois os navios portugueses traziam de Portugal até pedra para fazer lastro, logo era tão barato vir para o Brasil, que inclusive compensava enviar mercadorias manufaturadas, que não esbarrariam no custo de transporte.
A política portuguesa proibia qualquer tipo de produção concorrente a metrópole, inclusive a produção gráfica e de pinga (concorria com a bagaceira portuguesa). Podia somente produzir pinga para o trafico escravo.
Alta disponibilidade de terras na proximidade do núcleo canavieiro, onde a área de subsistência era ligada com a área produtiva de açúcar
Etapas de analise:
Características do Processo de formação de capital:
Importação de bens essenciais à instalação do engenho
Discrepância entre o montante de recursos financeiros necessários e o valor criado
O processo gera renda real, mas não renda monetária
O lucro liquido do senhor de engenho era dado pelo preço da produção ( do açúcar) que não dependia dele, menos os custos fixos. O escravo gerava ativo com a manutenção
Os gastos de consumo eram semelhantes a investimentos, como escravos que trabalhavam diretamente para os senhores (cozinheira)
O fluxo monetário na economia escravista açucareira 
Potencialidade de que a economia açucareira promova mudanças na estrutura econômica da colônia:
(aqui faltou o raciocínio - estou muito cansado, mas isso vai cair na prova)

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