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Resposta endócrina e metabólica ao trauma Junyara Souza 2 Mecanismos que promovem a homeostasia. Fundamental para aumentar a probabilidade de sobrevivência; Resposta coordenada objetivando: · Manutenção do fluxo sanguíneo e do O2; · Mobilização de substrato energético; · Reparo dos danos causados / cicatrização; · Combater infecções; Duas fases: Catabólica e anabólica Benéfica X Maléfica TRAUMA: Natureza da agressão: · Natureza física: politraumatismo, frio, choque elétrico, cirurgias; · Natureza biológica: infecções; · Natureza emocional: ansiedade, depressão; O ato cirúrgico é uma “agressão” controlada: técnicas que minimizam agressões · Incisão cirúrgica; · Morte de células; · Ruptura de vasos sanguíneos; · Descolamento de tecidos; · Destruição / manipulação / cauterização de tecidos; · Exposição / manuseio de estruturas nobres; · Perda de calor, líquidos, sangue. Fatores desencadeantes: · Redução da PA e volume arterial (barorreceptores) · Mudanças na osmolaridade; · Modificações do pH (quimiorreceptores); · Conteúdo arterial de oxigênio; · Dor; · Ansiedade; · Mediadores tóxicos (infecção, injúria tecidual). Tudo depende do porte da cirurgia e da monitorização do paciente. AGRESSÃO LOCAL: Receptores captam informações → levam ao SNC (tálamo e hipotálamo – homeostasia) → resposta neuro-endócrina. RESPOSTA NEURO-ENDÓCRINA: Complexa interrelação de sistemas e substâncias: · Eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal; · Sistema nervoso autônomo; · Sistema hormonal (somatotrópico, tireoide, gonodal, lactotrófico); · Mediadores com ações locais e sistêmicas (citocinas, cortisol, sistema complemento). Cortisol e ACTH; Catecolaminas; ADH; Aldosterona; Glucagon e insulina; GH e IGF-1; TSH, T3 e T4. ANATOMIA DA HIPÓFISE: localização, adeno e neuro Cortisol: Efeito generalizado sobre o catabolismo tecidual, mobilizando aminoácidos (ALA, GLU) da musculatura esquelética – gliconeogênese; Estímulo à lipólise – gliconeogênese; Aumento de 4-5x o normal, por mais de 2h; Estimulado pela liberação do ACTH; Hormônio do stress – consumo de glicose; Glicogenólise e gliconeogênese. Catecolaminas – epinefrina: Necessário presença de glicocorticóides (insulina e glucagon). Mobilizam reservas de glicogênio. Age RAPIDAMENTE. Elevadas por 48-72h (urinária). Ação metabólica das catecolaminas: · Estímulo à glicogenólise, gliconeogênese e lipólise; · Liberação de aminoácidos pelo tecido muscular; Ação hormonal das catecolaminas: · ↓ insulina · ↑ ACTH e glucagon Ação hemodinâmica das catecolaminas: · Estimulação cardíaca; · Vasoconstrição. ADH: Reabsorção de H2O pelos túbulos coletores; Retenção hídrica no pós-operatório; Oligúria funcional, edema; Vasoconstrição esplâncnica (acidental); Em níveis elevados: estimula glicogenólise e gliconeogênese; Pode permanecer elevado por 1 semana – depende da intensidade do trauma. Aldosterona: Lesão tecidual = balanço K+ positivo; Manutenção do volume intravascular (mais Na+; menos K+ e H+). Renina: liberada quando perda de volemia. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA: Aldosterona: · Secreção pelo córtex adrenal aumentada até alguns dias pós-operatório; · Diminuição da excreção renal de Na, HCO3- e água; · Urina com pH diminuído e perda de K+; · Expansão de volume; · Angiotensina II: importante vasoconstrictor. RETENÇÃO HIDROSSALINA! Glucagon: Estimula a glicogenólise e inibe a glicogênese. Aumenta os níveis séricos da glicose; Atividade lipolítica (liberação de ácidos graxos livres e glicerol pelo tecido adiposo); Efeito permissivo do cortisol. Insulina: Principal hormônio anabolizante, armazenando glicose, ácidos graxos; Secreção reduzida pelas catecolaminas; Meia vida reduzida; Ação periférica bloqueada; Trauma: secreção diminuída de insulina!! Paciente diabético pode descompensar rapidamente. A hiperglicemia pós-operatória (moderada) é necessária!! GH e IGF-1: Classicamente anabólico, está aumentado no trauma; IGF-1: produzido pelo fígado e tem estímulo pelo GH. IGF-1 inibido por IL-1, IL-6, TNFα; GH + epinefrina = lipólise → mobiliza reservas de lipídios. Fase catabólica: Adrenérgica-corticoide Alterações promovidas pela epinefrina e glicocorticóides são mais intensas; Máxima detecção de mediadores pró-inflamatórios; Níveis máximos de gliconeogênese, síntese de PFA, atividade imune celular e balanço negativo de nitrogênio; Lipólise intensa; Duração 6 a 8 dias em cirurgias eletivas não complicadas. Fase anabólica precoce: Retirada do glicocorticoide. Declínio na excreção de nitrogênio com o balanço nitrogenado tendendo ao equilíbrio; Restauração do balanço do potássio; Presença da ação anabólica do IGF-1; Diminuição dos níveis de ADH, início da diurese da água retida; Desejo de se alimentar (redução TNF-α); Ganho de massa corporal magra (até 100g) e peso. Fase anabólica tardia: Ganho de peso mais lento (tecido adiposo); Balanço positivo de carbono; Duração: meses a anos. QUANDO LIMITADA É BENÉFICA: · Disponibiliza glicose aos tecidos nobres; · Mantém fluxo sanguíneo; · Disponibiliza AA para cicatrização; · Retém líquido sem alterar a osmolaridade; · Inflamação local (defesa). QUANDO EXACERBADA É MALÉFICA: · Hipercatabolismo protéico; · Intolerância periférica à glicose; · Isquemia renal e instestinal; · SIRS; · Imunodepressão e apoptose
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