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Aula 13 - 15-09-2010 - Economia mineratória I

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Aula 13 - 15/09/2010 - Economia mineratória I
Texto
	FURTADO (2009, caps. 5, 6,10 a 12)
Economia mineratória I (aula 13)
- Produção de ouro
- Do açúcar para o ouro
- A Coroa e os fluxos migratórios para Minas Gerais
- Paulista e emboabas
- Simonsen: açúcar foi mais rentável que a mineração (300 milhões X 200 milhões, em libras)
- Potencial diferenciado para um desenvolvimento auto-propulsionado
 	- CF: decadência da produção de ouro traz novamente indução econômica
 	<>potencial não se realiza
- Noya Pinto: dados da produção de ouro (“praticamente uma distribuição Normal”, ou seja, cresce relativamente rápido, tem um pico e descresce quase no mesmo ritmo)
 	- 1700, 1750 (pico) e 1800
 	- Não considera a produção de algumas regiões e nem o contrabando
 	- Ouro de aluvião
 	<>divisibilidade do investimento
 	<>Simonsen: 85% da produção mundial desse gênero (século XVIII) e 15% (1930)
-sendo ouro de aluvião as bandeiras muitas vezes passaram por regiões que tivessem ouro, mas como a pesquisa implicava em tempo e conhecimento de algumas técnicas então as bandeiras não se davam ao trabalho, visto que sua principal meta era o de caçar indígenas.
 	<>contrabando deve aumentar a média da produção de ouro
-coroa precisou “aprender” a conviver com o contrabando, visto que queria explorar as jazidas o mais rápido possível e para isso precisava que pessoas extraíssem o ouro.
 	<>Renda:
 	- 	1600	1650	1700	1750	1800
 	Açúcar 90 	95 	75 	47 	31
 	Ouro	- 	- 	13 	47 	24
- Bandeiras
 	- Do apresamento de índios para a pesquisa mineral
 	<>demanda (crise açúcar); oferta (difícil encontrar índios); estímulo da coroa
 	- CF: metais como “única” saída
 	- Romeiro: “receio e temor”; “ameaça ao domínio português”
- Conhecimento técnico dos paulistas
 	- CF X Zemella
-CF: aparentemente havia fragilidade das colônias portuguesas
- Devido a isso, supostamente, portugueses voltam-se à “miragem do ouro” como única saída / utilidade das colônias
- Romeiro: descoberta do ouro poderia aguçar a concorrência (cobiça de todos) em relação à colônia, semelhante ao caso dos espanhóis
-CF: era necessário haver conhecimentos técnicos para encontrar o ouro, pois se o tivessem já estariam explorando faz tempo, ora bolas; o que paulistas possuíam era o conhecimento interiorano
- Zemella: idem ao CF, entretanto ressalta que alguns sertanistas já faziam alguma extração
 	- 1674 (Bandeira Fernão Dias) -> abriu caminho para as minas
 	- 1693 -> primeira notícia oficial de descoberta de ouro
- Romeiro: região das minas “aparentava” caos, tanto que a Coroa não conseguia dominar politicamente, sendo que este deixa a cargo dos paulistas (não “há” poder público)
 	- Os paulistas receberam carpos para “administrar” (auxiliar) a exploração de ouro
 	- População: 300k em 1700 -> 3250k em 1800
<>esvaziamento de certas regiões (devido à cobiça dos indivíduos), mas que depois se recuperaram (indivíduos percebem que produzir para suprir a demanda dos mineradores era rentável)
<>até o pessoal a metrópole foi atrás do ouro
- Na época da mineração tem-se queda da renda per capita devido às migrações (ressaltar que apesar de entrar bastante escravo, estes não entram na conta da renda per capita)
- Posição da Coroa
 	- Política: Fiscal X Social
- Lencastro: defendia um acesso restrito às minas, de modo que privilegiasse um caminho que ligasse o Espirito Santo às minas (supostamente ele era a favor da produção agrícola), mas seus projetos não chegaram a vingar
- Sá de Menezes: política de porta aberta, promover povoamento das regiões mineradoras e incrementar exploração de ouro; conquistar confiança dos paulistas (resultou em uma estratégia de cooptação bem sucedida)
<>foi uma “forma de compensar” os paulistas, que agora, são importantes (outrora foram excluídos das épocas de glória do açúcar
-efeito colateral: despovoamento do reino, litoral, exército, engenhos, igreja e entre outros
-primeiras décadas século XVIII -> “caos”
<>os mais ricos “demonstravam” seu poder, tem papel de destaque na história da capitania
(NOZOE)
FES – Aula do dia 29/09/2008 (segunda)
A Aula de hoje será a única sobre a mineração (não vai errar a palavra)
A bibliografia de hoje trata dos capítulos 13 a 15 de Furtado
As leituras pós-prova será Godinho...
2. Brasil de Colônia a império
No final da aula passada, falando sobre o Brasil no séc. XVII, aponta a queda da renda e aumento dos gastos de defesa da colônia e a queda das receitas de exportação e a concorrência internacional: tudo isso faz com que a coroa invista no bandeirantismo para preação (prender indígenas) e exploração (encontrar metais preciosos).
O bandeirantismo remonta a um fenômeno desde o séc XVI, que começou com a preação e se espalhou inclusive com adentramento na Amazônia.
A empreitada do bandeirantismo de exploração foi mais sutil e teve mais sucesso em Minas Gerais, onde o fenômeno teve mais importância e foi mais lucrativo. O prof. mostra um mapa físico no qual se destaca as cidades de São Paulo (de onde irradia-se o bandeirantismo), Rio de Janeiro (principal beneficiário do processo), e ouro preto. Até então a colonização brasileira foi de caranguejo (perto da praia), observa que era difícil adentrar o Brasil, devido ao relevo de costa.
Segundo Simonsen, começou-se encontrando as minas de cataguases (entre 1693-95), com os paulistas sendo pioneiros tentando controlar a exploração. Isso causa a Guerra dos Emboabas com a coroa ( 1708) implicando na expulsão dos paulistas da região das Minas. Depois continuam explorando MT e GO, o que também acabou não dando certo.
A aula não esta completamente baseada no Celso Furtado, mas existem enxertos de outros autores.
A descoberta do ouro e o afluxo populacional. O fenômeno aconteceu no séc XVI com grande afluxo populacional, até então era populada somente no litoral, a partir daí adentra-se numa área totalmente virgem e inexplorada. Causas: 
Pobreza no reino e na colônia; 
Mineração de aluvião que era viável a pessoas de poucas posses (solos decompostos)
A coroa fazia restrições, e abriu as pernas com a lei que regularizou a exploração no Brasil  Regimentos dos superintendentes (1702), estabelecendo os critérios de concessão de datas de extração (30 braças em quadra = 4356 m2). Nesse regimento:
 O descobridor tinha obrigação de comunicar as descobertas
O número de funcionários da Intendência determinava a demarcação e distribuição de datas, onde o primeiro e terceiro lote pertenceriam ao descobridor, e o segundo é da fazenda real, sendo os demais em função da força de trabalho, que para 12 escravos = 1 data, e cada escravo adicional era igual a 5,5 m2. 
Observe que isso não impedia o favorecimento de pessoas sem recursos.
Tinha-se 40 dias para iniciar a exploração da data (pela ânsia da coroa), de forma inalienável exceto em caso de morte de todos escravos.
A segunda data de um minerador somente poderia ser dada depois da exploração por completo da primeira data, ou seja, o proprietário corria para esgotar o que conseguisse e deixava para trás áreas para os faiscadores...
Vale observar que as duas principais formas de extração eram as Lavras com obras e grande número de trabalhadores e os faiscamentos ou faisqueiras, com poucos indivíduos.
Por conta dos critérios acima, o prof. mostra um quadro no qual mostra-se a evolução da população de 1600 com 100.000 habitantes no Brasil, 1700 com 300.000 e 1800 com 3.250.000.
Furtado estima que cerca de 700 mil europeus vieram no séc. XVIII para o Brasil, aumentando a população LIVRE como maioria (1.600.00) -> 51%
As conseqüências imediatas do afluxo populacional levaram a:
Crise de abastecimento, elevando-se enormemente os preços dos produtos em minas gerais, tudo comparado em ouro. Comparando-se os preços de MG com SP, as diferençasde preços eram coisa de 10 vezes a 70 vezes mais caros em minas.
Carestia persistente torna a região das gerais um mercado interno interessante e por conta disso as varias regiões da colônia tentam ligar com essa região, de áreas bastante distantes, como foi o caso do rio grande do sul.
Outra conseqüência foi um grande processo de urbanização, que enquanto nos fins do séc. 17 tinham poucas cidades, no séc. 18 tinham-se 14 vilas oficiais e vários povoamentos (1710 a 1730). Como exemplo, temos a Vila Rica que chegou a ter 100 mil habitantes, rivalizando com Salvador e Rio de Janeiro, tinha administração, comercio e serviços, ostentando luxo, com grande variedade de profissões, e com maior mobilidade social, a parcela de população alforriada era considerável.
Capacidade dinamizadora da mineração
Especialização na extração de ouro, pois era compensatório: a mineração não compensava investir muito no mesmo local, logo tinha a mobilidade da empresa mineratória e grande lucratividade. Isso gerava altos preços dos alimentos e dos animais de transporte (mulas). Concentra-se na extração do Ouro (Au).
Existiam grandes restrições à produção na zona de mineração, como a proibição de produção de açúcar e do fabrico de aguardente, pois concorre com a coroa.
Economia criatória do sul sobrevivia com baixa rentabilidade propiciada pela exportação de couro, que se torna lucrativa nos segmentos do mercado de animais de cargas (como mulas) e de carne seca, integra-se à economia da mineração. Surgem as grandes Estâncias como o rio grande do sul. Vale observar que para a coroa controlar o escoamento do ouro, o gado devia dirigir-se ate o Rio de Janeiro e de lá para as Gerais (somente da região do São Francisco), mas isso era impossível.
São Paulo foi favorecido por ficar no caminho dessa rotas, especializando-se na engorda e distribuição do gado (observe as feiras de Sorocaba)
A Baía especializou na produção de tabaco, que propiciava a importação de escravos.
As áreas açucareiras também produziram aguardente para importar escravos e consumir nas minas.
Os últimos pólos são os próprios caminhos para as minas que foram salpicados com ranchos, pousos e tropas.
O primeiro caminho foi o caminho velho paulista, que vai de Lorena até o Paraíba do Sul (sai o RJ). Acompanha a serra da Mantiqueira na sua lateral. A transposição é bastante difícil, através d garganta do Embau, chegando até a serra de Itatiaia ou o Rio das Velhas. As viagens demoravam 2 meses.
O caminho velho de Parati, que foi melhorado com a estrada real, reduziu para 12 dias e tornou o RJ o principal porto da colônia. Em 1763 foi eleito para a sede do vice reino. Como conseqüência, murcha economicamente São Paulo, separando-se da capitania de São Paulo primeiro o RS e na seqüência o MT e GO. Fica tão insignificante que se subordina ao RJ. Em 1765 volta a ser capitania por causa do Marquês de Pombal, devido à situação da guerra com a Espanha.
PRODUCAO de ouro: tentativas de estimar ou calcular essa produção (por autores diferentes), mas não sabemos mesmo o total produzido devido ao contrabando da época:
Virgulino Noya Pinto disse que somente era possível ter uma idéia que no séc. XVIII tinha 976.000 quilos, no qual o principal centro produtor era MG com 70%.
Calogeras, o palpite entre 1700-99 era 948.000 quilos.
O prof. mostra um gráfico do Virgulino no qual o auge da produção foi em 1750, com 16 toneladas de media qüinqüenal. O auge de MG foi em 1730, que não coincide coma media brasileira.
A renda da mineração (segundo furtado)
Auge da produção em 1750-60 com 2,5 milhões de libras
Rápido declínio em 1780 já era 1 milhão de libras
A renda percapita foi dez vezes maior, pois a população tratada nesse cálculo também era menor (região das minas)
O potencial de desenvolvimento endógeno foi maior que o da economia açucareira dos núcleos mineratórios em termos de mercado, concentração da renda, % de bens de consumo corrente, urbanização e custos de transporte. Em suma, apesar desse potencial, o desenvolvimento foi praticamente nulo. Na fase ascendente todos os fatores se concentram na atividade (isso está certo), porém na fase descendente houve uma queda na capacidade de importação, que poderia ter havido uma mudança na estrutura produtiva. O professor observa que a capacidade de importação era igual ao preço de exportação sobre o preço de importação multiplicado pela quantidade exportada (que estava a caindo) (Qm=(Px/Pm)*Qx). Furtado supõe que havia uma pressão para substituir as importações, mas isso NOVAMENTE não aconteceu.
Por que isso não aconteceu:
Legislação portuguesa (alvará de D Maira I – a louca - em 1785) proibiu a fabricação de tecidos. Isso não suscitou reação na colônia porque não havia manufatura (isso segundo o professor a explicação é fraca, visto que existia muita resistência em minas, mas já não se fabrica têxteis)
Mas a principal causa para Furtado foi a incapacidade técnica dos imigrantes (também é polêmico). Trata-se dos 700mil imigrantes atraídos pela mineração. Historicamente, a industrialização portuguesa foi abandonada pelo tratado de Methuen (1703) com a Inglaterra (exclusividade de comercio entre panos e vinhos), que segundo Furtado destruiu o desenvolvimento manufatureiro em curso. O ouro brasileiro sustentou esse tratado, pois Portugal operava no prejuízo, e não seria possível sustentar esse tratado por muito tempo. Segundo Furtado, os EUA desenvolveram-se por que a Inglaterra era industrializada.
O destino do ouro do Brasil foi para as importações de bens de luxo e na forma de tributos transformou-se em: monumentos religiosos, como o convento de Mafra, gastos religiosos e pagamento de dividas.
Somente para falar de decadência, seguem algumas idéias de furtado: a decadência da atividade mineratória era semelhante à açucareira, com empresários de lavras transformando-se em faiscadores, com a falsa crença de que a situação melhoraria, em vez de mudar o foco de investimento. Por conseqüência, desagrega-se numa economia de subsistência.

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