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Princípio da Dignidade Humana

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ATIVIDADE AVALIATIVA N2B2
História e Teoria Geral do Direito
Sérgio Taquini
1) Com base na obra A Era dos Direitos de Norberto Bobbio, disserte sobre a mudança na relação governante-governado a partir das revoluções liberais, tendo em vista as construções modernas da noção de Estado de Direito e de Democracia (Valor: 2,5 pontos).
É preciso, primeiramente, contextualizar o momento histórico e político pelo qual passava a sociedade ocidental nesse período. Estamos falando a partir do século XVII e mais fortemente a partir do século XVIII. 
A Europa, centro das transformações econômicas, sociais e políticas, passava por um processo de urbanização fruto do processo de evolução do sistema capitalista de produção, que já se encontrava em sua segunda fase, o capitalismo industrial. 
Esse processo não repercute apenas na produção de bens materiais, mas também no pensamento filosófico, pois o rompimento de formas de sobrevivência mais rudimentares, que remontavam ao período feudal (séculos V a XV), permitem ao homem reconhecer-se como ser capaz de evoluir e descobrir novas formas de viver e se organizar.
Nesse processo, surgem os movimentos de cunho humanista, tais como o Iluminismo e a Reforma Protestante e, como consequência a Revolução Industrial e as Revoluções Burguesas, com destaque para a Americana (1776) e a Francesa (1789).
De posse desse resumido histórico, podemos prever uma sociedade que passa a questionar-se, e como são reconhecidos os seus fragmentos sociais.
A relação governante-governado é antes disso um questionamento do homem e seus direitos, em tela, a concepção de direitos do homem, naturais e os direitos fundamentais, os últimos, legitimados em cartas constitucionais.
Nesse sentido, a relação governado e governante, na qual a maior parcela da sociedade está submissa aos desejos e vontades do governante, nos Estados Absolutistas, por exemplo, emerge conflitos de interesse, sendo o homem “urbano” o primeiro a questionar essa forma de Estado. A noção de direitos naturais, quer sejam a vida, a liberdade e a propriedade ganham novas interpretações e passam a ser considerados fundamentais, incluindo novos direitos, tais como o direito de livre manifestação do pensamento, de escolher seu governante e retirá-lo se não estiver atendendo aos interesses sociais. 
Nesse sentido, Norberto Bobbio (2004), traz a ideia de que os direitos fundamentais, de fato não existiam, pois são construções mutáveis conforme a época, a civilização e a cultura (BOBBIO, 2004, p.12).
Por fim, sem que o tema esteja esgotado, a Democracia enquanto forma de governo ressurge e se diferencia de sua antepassada democracia grega, pois fundamenta-se na inclusão de todas as pessoas sob o governo do mesmo Estado. O pensamento democrático precisava encontrar uma organização de Estado que o validasse enquanto forma, nesse sentido o Estado de Direito, no qual a Constituição e sua força normativa se tornem o código principal de condutas humanas esperadas e limite as ações violentas, autoritárias e ambiciosas, que remetem ao “homem selvagem” da pré-civilização.
2) Com base no escrito A teoria freudiana e o padrão da propaganda fascista de Theodor Adorno, disserte sobre os mecanismos psicológicos que compõem o vínculo entre as massas e o demagogo fascista, tendo em vista as noções de racionalidade/civilização e irracionalidade/arcaísmo (Valor: 2,5 pontos). 
Analisando o comportamento das massas, estas sendo entendidas como um grupo de pessoas que compartilham comportamentos e ações semelhantes, bem como encontram no grupo a afirmação e senso de unidade.
O grupo não é a soma dos interesses individuais, mas os interesses atribuídos ao grupo. O coletivo é mais importante que o particular.
No entanto, compartilhar da mesma forma de compreender as coisas e, naturalmente, agir de forma semelhante, notadamente desprovidas de motivos racionais e embebidas de agressividade em relação aos que se propõe a questionar, os membros das massas são contemporâneas, o que afasta o álibi de serem povos arcaicos.
Essas massas são objeto de manipulação dos demagogos fascistas, mobilizadas em torno de sua libido, não de sua razão. A libido é o que aproxima o homem de seu estado de natureza. No entanto, há mecanismos psicológicos que fazem os indivíduos providos de razão e conhecimentos complexos a comportarem-se de forma totalmente opostas, se submetendo as vontades do grupo, que representam, por sua vez, as vontades do autoritário fascista. 
Conforme Freud, são chamados de sugestão e sugestibilidade. A sugestão é o que esconde a relação passional entre o ditador e as massas. É antes de tudo um cobertor para esconder o quão desejoso por autoridade estão os integrantes das massas. O discurso que denota unidade do grupo é um cobertor para questionar a racionalidade e o porquê concordar com a massa.
As pessoas contemporâneas nasceram em um período onde a individualidade e o pensamento racional encontram forma na produção material e científica e no empoderamento do ser dotado de direitos, liberdade e expressar-se conforme pensa. As massas renegam essa conquista do homem moderno em troca de submissão e devoção à autoridade paternal, representada no fascista demagogo.
3) Explique detalhadamente a relação entre a noção de homem cordial de Sérgio Buarque de Hollanda em Raízes do Brasil, a ideia do favor como o nexo efetivo da vida ideológica no Brasil Imperial de Roberto Schwarz em As Ideias Fora de Lugar e a impropriedade da construção do Estado Liberal Moderno no Brasil (Valor: 2,5 pontos). 
O homem cordial de Sérgio Buarque de Hollanda não apresenta em seus traços, como parece ser, condutas educadas e reconhecidamente virtuosas. A cordialidade citada faz referência aos comportamentos do típico brasileiro, dotado de emoções expressadas de forma exacerbada, voluptuoso, hospitaleiro, de fácil conversa, generoso e paternalista. Tem essas características pois descende do brasileiro nascido no meio rural do período colonial. Manifesta-se de forma intempestiva. Tem dificuldade de separar o trabalho da vida pessoal, do que é público e do que é particular. Vê no Estado um resolvedor de seus problemas individuais.
Esse homem cordial dialoga facilmente com o homem “livre” do período escravocrata brasileiro, pois este compartilha a visão de Estado patriarcal. O favor é a moeda de troca do homem livre, que buscava junto aos latifundiários o auxílio necessário para exercer sua atividade profissional como homem livre. Em troca oferecia seu apoio político e seu silêncio diante da corrupção contra o Estado pela elite.
O contexto de surgimento do homem brasileiro também traz contradições do ponto de vista econômico e político pois, o Brasil foi um dos primeiros a adotar a mão-de-obra escrava e um dos últimos a abolir a escravidão, mesmo buscando sua inserção no liberalismo político e econômico.
Enquanto o liberalismo pregava a racionalidade no uso de recursos, incluindo na mão-de-obra o Brasil se destacava por comprar e manter a mão-de-obra como se mercadoria fosse. E de fato os escravos eram vendidos como mercadoria. Mas na lógica liberal, o trabalhador livre é mais barato pois só se paga as horas de trabalho, enquanto que o escravo paga-se do nascimento a morte, por mais mórbida que essa lógica possa parecer.
Nesse sentido, após o fim do período colonial no Brasil não houve a emergência para a República, ou seja, a transição do Estado patrimonialista para o Estado Moderno.
4) Explique as características da legalidade autoritária/legalidade sem legitimidade democrática tendo como base a configuração institucional da ditadura militar no Brasil (Valor: 2,5 pontos).
A ditadura militar no Brasil, iniciada em 1964 e que terminou com a redemocratização de 1985, apresenta uma característica incomum, quando o governo se institui de forma não legítima, pois foi às custas de um rompimento com a legalidade, através do Golpe de 64, e quando tomado o poder político, institui novas cartas constitucionais na busca de encontrar legalidade com base no autoritarismo, da gestão de seu governo.

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