Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Salário e Remuneração 1. Introdução • O TST edita, através de súmulas, a CLT para que ela melhor se aplique à realidade • Salário: O que empregado recebe do empregador como contraprestação a um serviço → Seja ele um valor fixo ou variável → Se não fosse dessa forma, seria muito fácil fraudar a CLT, diminuindo o valor do FGTS Art. 457 Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. §1º Integram o salário a importância fixa es0pulada, as gra0ficações legais e as comissões pagas pelo empregador. • O salário é pago em moeda corrente nacional → Exceto se o empregado trabalha em outro país • É vedado o pagamento de parte do salário com produto da empresa • O salário deve ser pago até o 5º dia ú0l do mês subsequente 2. Diferença entre Remuneração e Salário • Remuneração e salário são iguais para a grande maioria dos trabalhadores → Exceção: Funcionário que recebe gorjetas, como garçons e manobristas - A gorjeta é adicionada ao salário e se torna remuneração - Deve informar ao empregador • A gorjeta não incide em aviso prévio, horas extras, adicional noturno e DSR (S. 354) • Todos os encargos são pagos tendo como base o valor da remuneração • As gueltas são quando um parceiro comercial do empregador dá uma gorjeta → Possui o mesmo raciocínio da gorjeta → Devem ser juntadas ao salário e compor a remuneração → É um terceiro que não pertence à relação empregado-empregador nem é cliente • Em regra, todo pagamento deve ser colocado na carteira, senão é pagamento por fora 3. Casos em que o empregador paga algo ao empregado sem natureza salarial §2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a @tulo de ajuda de custo, auxílio- alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não cons0tuem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. • Ajuda de custo → Tem uma natureza indenizatória → Não é recebida mensalmente → Ex.: Transferência do empregado, comprovada a real necessidade - Deve ser paga pelo empregador • Diárias quando limitadas a até 50% do valor do salário mensal → Ultrapassando esse valor, todo o valor é considerado salário (S.101, TST) → Aplicam-se a funcionários que trabalham na rua e gastam com gasolina, hotel, etc → Normalmente, o empregado tem um cartão de crédito corpora0vo da empresa → O funcionário pode pagar e, ao levar as notas fiscais, ser ressarcido • Par0cipação nos lucros e resultados → O empregador distribui parte dos seus lucros aos trabalhadores - Ele não é obrigado a fazer isso, pois assume sozinho os riscos da empresa → Se 0vesse que pagar os encargos, não daria mais a par0cipação nos lucros → Lei 10.101/00, Art. 3º • Plano de demissão voluntária/Plano de incen0vo à demissão voluntária → Via de regra, o empregador não precisa mo0var a dispensa - Mi0gado em certos casos, como concursos públicos → Rescisão e indenização por pedir demissão → Normalmente é feito por acordo cole0vo, mas não está na CLT 4. Salário in natura/U%lidade • O salário não é pago em espécie (dinheiro), mas em beneJcios → Uma parte é dinheiro e a outra é beneJcios • Os beneJcios integram o salário, recolhendo encargos, senão haveria fraude → O empregador pagaria tudo e anotaria só a parte em dinheiro na CTPS → Está expressa essa obrigação no ar0go 458 • Pelo menos 30% do salário deve ser concedido em espécie • As empresas passaram a não fornecer mais beneJcios (retrocesso salarial) → No ar0go 458, p. 2º estão os beneJcios sem natureza salarial Art. 458 Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permi!do o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. §2º Para os efeitos previstos neste ar!go, não serão consideradas como salário as seguintes u!lidades concedidas pelo empregador: I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e u!lizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores rela!vos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didá!co; III – transporte des!nado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro- saúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada; VII – (VETADO) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. • Ferramenta indispensável para o trabalho não tem natureza salarial • Os beneJcios que são um luxo tem natureza salarial, deve ter analisado caso a caso → Em caso X pode ser um luxo, em outro um beneJcio → Para = Ferramenta; Pelo = Luxo • A alimentação dada pelo empregador tem natureza salarial → Súmula 241, TST → Exceção: Empresas inscritas no programa de alimentação ao trabalhador (MTE) - Para os que já trabalham na empresa, ela con0nua a ter natureza salarial - A inscrição no PAT só afeta os empregados contratados a par0r de então → Na negociação cole0va com o sindicato, o empregador se compromete a dar comida desde que ela não tenha natureza salarial • Um carro que seja usado tanto para o trabalho quanto para o lazer é ferramenta → Usa o carro da empresa por um tempo, trabalhando, e usa-o para fins par0culares → Súmula 367 • O cigarro não pode ser considerado salário in natura 5. Princípios da Irredu%bilidade Salarial e Intangibilidade Salarial • O salário-mínimo é unificado e de competência da União → Não existe salário-mínimo estadual, mesmo se maior que o nacional → O que muitos estados fizeram foi criar o piso salarial para várias profissões • Ninguém pode ganhar menos que o salário-mínimo, exceto: → Aprendiz: Art. 433 → Regime parcial: Art. 58-A → Paga-se o salário-mínimo proporcional ao tempo de serviço • A Cons0tuição proíbe que o salário seja reduzido, mesmo se ele é maior que o mínimo → Presume-se que o empregado só aceitaria essa redução mediante coação • A redução salarial é possível apenas mediante acordo cole0vo • O salário é intocável pois possui natureza alimentar (Art. 462, OJ 153) → Os credores não podem penhorar o salário → O empregador não pode descontar o salário, exceto - Prejuízo causado por dolo - Prejuízo causado por culpa, havendo cláusula contratual nesse sen0do - Não há limite para o desconto, exceto na rescisão contratual (1 remuneração) → Exceção: Pensão Alimen@cia • Descontos salariais: Súmula 342, TST → Para plano de saúde → Não se presume a coação → São válidos a não ser que o empregado comprove o vício ao assinar o desconto • Salário complecivo: Salário que não discrimina as parcelas → Paga um valor X a @tulo de todos os beneJcios → Súmula 91, TST: Esse 0po de salário é nulo 6. Equiparação Salarial • Baseia-se no princípio da isonomia • Quem exercem a mesma função para o mesmo empregador recebe o mesmo salário • Propondo a ação, o salário apontado como isonômico deve ter um paradigma → Um colega de trabalho com a mesma função e que recebe a mais • Requisitos para a equiparação salarial: → Função idên0ca → Trabalho na mesma localidade (mesmo município ou mesma região metropolitana) - Locais diferentes podem exigir diferentes pagamentos por conta do custo de vida → Igual produ0vidade - A empresa deve provar se alega que a produ0vidade é diferente → Diferença de tempo na função entre o autor e o paradigma deve ser de até 2 anos - O empregado mais experiente terá um salário maior - Na função, não no tempo de admissão na empresa • Não existe equiparaçãosalarial se a empresa possui um plano de carreira → Plano de carreira = Plano de cargos e salários homologado pelo MTE - An0guidade e merecimento - Não se aplica à Administração Pública • O trabalhador readaptado por deficiência não serve como paradigma → É uma vantagem pessoal dele → A lei não autoriza a sua redução salarial
Compartilhar