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EMPREENDEDORISMO E-book 3 Alessandra Simões Neste E-book: Introdução ���������������������������������������������������� 3 Preparação Inicial ��������������������������������������4 As equipes necessárias �������������������������������������������5 O Plano de negócios ������������������������������������������������9 Diretrizes Estratégicas ����������������������������19 Missão ������������������������������������������������������������������� 21 Visão ���������������������������������������������������������������������� 22 Valores ������������������������������������������������������������������� 25 Objetivos do negócio �������������������������������������������� 27 Considerações finais�������������������������������30 Síntese ��������������������������������������������������������� 32 2 E-book 3 Empreendedorismo na prática E-book 3 INTRODUÇÃO Com as ideias exploradas e as oportunidades iden- tificadas, cabe ao empreendedor, agora, colocar em prática seu negócio� Sendo assim, vamos apresentar a primeira fase do desenvolvimento prático do negócio, chamada de fase inicial de preparação, que acontece por meio do planejamento. Considerada uma das fases mais importantes, que pode determinar o sucesso ou fra- casso de um negócio, é nesse momento que acon- tece a seleção das equipes e o desenvolvimento do plano de negócios� Aqui você conhecerá quais são as equipes neces- sárias para se iniciar um negócio, bem como suas habilidades e quais devem ser os profissionais de apoio. Na sequência, serão apresentados o plano de negócios e os benefícios pretendidos com seu desen- volvimento, bem como sua importância e estrutura. Para complementar o estudo, serão apresentados materiais extras através de podcasts e caixas com- plementares. Este conteúdo pretende aperfeiço- ar seu conhecimento e auxiliar o desenvolvimen- to de alguns itens essenciais ao planejamento no empreendedorismo� O objetivo aqui é promover a discussão sobre a prá- tica empreendedora, principalmente no que diz res- peito à importância da execução de um planejamento adequado, estudado e estruturado. 3 PREPARAÇÃO INICIAL Definido qual o novo negócio em que o empreendedor irá engajar seus esforços para obter sucesso, agora é necessário iniciar a preparação para que o mesmo se concretize e saia do papel. Essa preparação deve ser iniciada por meio de um planejamento, que nada mais é que uma “ferramenta administrativa capaz de assegurar a previsibilidade nos resultados das organizações, atribuindo-lhes a capacidade de garantir a sustentabilidade do negó- cio”, conforme Almeida (2016). O planejamento deve prever todas as áreas necessárias ao funcionamento do negócio e ter objetivos definidos, assim como os responsáveis por cada atividade a ser executada� Quando bem estruturado, o planejamento atri- bui sequência lógica e ordenada do processo produtivo, normatiza a realização das tare- fas com o propósito de alcançar os objetivos necessários para garantir os princípios que regem as empresas. Devem ser projetados para atuarem de forma interdependente, con- templando todos os setores organizacionais envolvidos, potencializando-se assim as ex- pectativas dos resultados (ALMEIDA, 2016). 4 Planejar tem por definição, segundo Chiavenato (2012, p. 131), “estudar antecipadamente a ação que será realizada ou colocada em prática”, além dos objetivos que devem ser alcançados e como os negócios serão organizados para enfrentar os obstá- culos e dificuldades que surgirão ao longo do tempo. Ainda segundo Chiavenato (2012), os empreende- dores tendem a não desenvolver um planejamento na fase inicial dos negócios, seja pela ansiedade em iniciar seu novo negócio ou por não saber ela- borar um� Segundo pesquisa sobre a causa mortis das empresas, realizada pelo Sebrae (CAUSA, 2014), mais da metade dos negócios que fechou as portas não realizou planejamento básico antes de iniciar as atividades, assim como parte dos empreendedores não levantou informações sobre o mercado que iria atender� O tempo de planejamento é essencial para se au- mentar as chances de sucesso do novo negócio, por isso deve ser a primeira iniciativa prática de um empreendedor que deseja sucesso, estabelecendo objetivos, tarefas e responsabilidades. Dentre as tarefas do planejamento, é preciso determinar-se as equipes e estabelecer-se um plano de negócios, conforme analisaremos a seguir. As equipes necessárias Identificar a equipe inicial e prepará-la, assim como definir a produção, as vendas e as finanças, é o 5 primeiro ponto a se trabalhar, os quais exigem pla- nejamento adequado (CHIAVENATO, 2012). Nesse momento será definido, entre outras coisas, quem irá trabalhar, como a produção acontecerá, como se dará o processo de vendas e como as finanças serão geridas, tendo em mente que os passos iniciais virão com dificuldades, mas também com muita aprendi- zagem. Aliás, o processo de aprendizagem deve ser contínuo e requer investimento desde os primeiros passos, para garantir o progresso dos negócios. A seguir, Chiavenato (2012) detalha essa fase de pre- paração inicial, pensando nas áreas envolvidas: Equipe Geral Pessoal contratado, integrado e treinado para de- senvolver tarefas diversas. Identificar quem vai colaborar na preparação do começo do negócio. Quem fizer parte deve conhecer a fundo os deta- lhes do negócio. Processo de comunicação eficaz é fundamental, além de contar-se com habilidades e conhecimentos adequados da equipe participante� Caso necessário, treinamento adequado deverá ser provido� Produção Para iniciar a produção dos bens, ou a prestação dos serviços do negócio, devem ser providenciados: local adequado para instalações, máquinas e equi- 6 pamentos, pessoal capacitado e treinamento, bem como estoque adequado� Acordo com fornecedores, para fornecimento com qualidade e prazos adequados. Conhecer bem o processo de produção pode auxiliar na antecipação a eventuais problemas ou dificuldades. Manter a conversa aberta entre toda a equipe também pode ajudar a resolver problemas logo que surgirem� Marketing Disponibilizar local e instalações adequadas para atender os clientes, assim como para expor os pro- dutos ou serviços. Treinar a equipe que fará o atendimento aos clien- tes, para que estes tenham total domínio sobre o produto ou serviço, no que diz respeito às caracte- rísticas, preço e qualidade. Identificar as necessidades e expectativas dos clientes para atendê-los da melhor maneira. Realizar reuniões periódicas com a equipe de ven- das para discutir os resultados, assim como avaliar a receptividade dos produtos e serviços, identificar e corrigir problemas, objetivando a melhoria contínua dos negócios� Finanças Preparar as finanças é um dos pontos primordiais da fase inicial de preparação dos negócios. 7 Alguns recursos financeiros, como conta bancária, dinheiro em caixa etc., devem estar à disposição para se adquirir os demais recursos necessários para iniciar o negócio, como matéria-prima, entre outros. Dificilmente um negócio consegue captar lucro logo que as vendas se iniciam, por isso se faz ne- cessário ter também um capital de giro. Desenvolva um planejamento financeiro para os primeiros meses do negócio� Determinadas áreas são de suma importância para o início dos negócios, o que leva o empreendedor a buscar ajuda com profissionais especialistas ou empresas (CHIAVENATO, 2012, p. 125): • Contadores: auxiliam no momento de legalizar um negócio, assim como se informar sobre impostos que incidem, fazer planejamento tributário e reduzir custos desnecessários� • Advogados: auxiliam nas questões jurídicas que permeiamo mundo dos negócios, desde o desen- volvimento de um contrato de aluguel até questões trabalhistas. • Gerentes de banco: por terem sólidos conhecimen- tos em finanças, podem ser grandes aliados quando o assunto for dinheiro e capital. • Organizações de apoio: o Sebrae é o mais conhe- cido neste setor. Estas organizações auxiliam os empreendedores com material, cursos e plantão de dúvidas sobre assuntos relacionados ao mundo do empreendedorismo� 8 • Governo: órgãos governamentais podem esclarecer dúvidas em relação a impostos, licenças e outros assuntos ligados às regulamentações dos negócios. • Universidades: por meio de projetos como escola júnior ou laboratórios, muitas universidades possuem alunos e professores que promovem assessorias a pequenos empreendedores� A assessoria pode ser gratuita ou por preços mais baixos que outros lugares� O Plano de negócios Conforme pesquisa do Sebrae, dentre as empresas que fracassaram nos cinco primeiros anos de vida, 55% não tinham um plano de negócios desenvolvido (CAUSA, 2014). Isso aponta o quanto é importante para o sucesso dos negócios realizar um planeja- mento adequado antes de se iniciar as atividades� Planejar traz como resultado concreto um plano, cujo propósito é estabelecer recursos e programar e coordenar uma sequência lógica de tarefas, por um período determinado, para que sejam bem-sucedidas e alcancem os objetivos do negócio (CHIAVENATO, 2012). Segundo Kuratko (2016), o plano de negócios é um documento formal onde é descrito o empreendimen- to, seu status atual, as necessidades prévias e os resultados que se pretendem alcançar, pensando em todos os aspectos envolvidos, como o projeto, 9 marketing, gerenciamento, riscos, finanças etc., con- forme a Figura 1 ilustra. Essa descrição de todos os aspectos do negócio permite estabelecermos uma imagem do que é o negócio e, também, aonde se quer chegar com ele, além de como se pretende chegar até lá, como se fosse um roteiro do empreendedor, que também é conhecido como plano empresarial (KURATKO, 2016). De acordo com Dornelas (2018, p. 95), o plano de negócios auxilia nos seguintes aspectos: • Compreensão e estabelecimento de diretrizes para os negócios; • Tomada de decisões mais assertivas e gerencia- mento de maneira mais eficaz; • Monitoração das operações, permitindo a tomada de ações corretivas no tempo certo; • Conseguir recursos financeiros junto a diversos órgãos, como governamentais ou particulares; • Identificação de oportunidades de negócio, tornan- do-as um diferencial competitivo; • Estabelecimento da comunicação interna e externa entre todos os envolvidos com o negócio� 10 Plano de Negócios Figura 1: Planejamento e plano de negócios. Fonte: adaptado de Pixabay. Diferentemente do que muitos acreditam, o plano de negócios não leva muito tempo para ser desenvolvido e também não é difícil, sendo que sua construção exige dedicação do empreendedor (ALMEIDA, 2016). O plano de negócios pode ser aplicado a negócios novos, mas também aos negócios que necessitam de uma reorientação ou remodelagem, da empresa inteira ou de um setor específico, sendo “uma fer- ramenta competente de planejamento empresarial, respondendo de maneira efetiva as dúvidas a res- peito da identidade do empreendimento” e não só para a aquisição de empréstimos (ALMEIDA, 2016). Mesmo após a fase inicial do novo negócio, o pla- no de negócios continua sendo uma ferramenta de planejamento contínuo para que o empreendedor consiga fazer seus negócios crescerem e lucrarem 11 cada vez mais. Por isso, o mesmo deve ser sempre atualizado, apresentando números reais, os novos produtos e serviços, assim como as equipes de co- laboradores, refletindo sempre as necessidades dos clientes, para que as finanças sejam direcionadas de forma mais adequada (KURATKO, 2016). Benefícios O desenvolvimento de um plano de negócios também promove ao empreendedor diversos benefícios den- tro de um processo de aprendizagem no mundo dos negócios, pois, para se chegar à versão final, diversas versões e revisões são realizadas, contando com a participação de vários colaboradores (DORNELAS, 2018). Dentre alguns benefícios ao empreendedor, Kuratko (2016, p. 284) destaca: • O tempo, a pesquisa e o esforço dedicados no de- senvolvimento do plano de negócios obriga o empre- endedor a visualizar o empreendimento de maneira objetiva e crítica. • As análises econômicas, financeiras e competitivas acabam por permitir ao empreendedor uma análise também dos pressupostos do sucesso do negócio. • Por abordar todos os aspectos do negócio, o em- preendedor acaba por analisar as estratégias ope- racionais e os resultados esperados� 12 • Ao quantificarmos os objetivos no plano de negó- cios, mensuramos as previsões para comparação com os resultados obtidos� • Serve como documento formal para comunicação com fontes financeiras, além de direcionar a opera- ção da empresa rumo ao sucesso. • O plano de negócios fornece informações sobre o mercado potencial, que vão auxiliar o negócio a garantir a presença nesse mercado. • Fornece também informações sobre riscos, que são fonte para o desenvolvimento de um plano de continuidade dos negócios� Conteúdo Em relação ao seu conteúdo, o plano de negócios é composto por diversas seções, entre elas: o ramo de atividade e a justificativa para sua escolha; quem serão os clientes e o valor que se espera agregar a estes; quem serão os fornecedores, assim como os concorrentes; quais são os produtos e serviços oferecidos, bem como as vantagens que oferecem aos clientes frente aos seus concorrentes; a loca- lização das instalações e sua importância; como se dará o processo operacional; a previsão de pro- dução, vendas e prestação de serviço e a análise financeira (CHIAVENATO, 2012). De maneira geral, o plano de negócios deve conter (CHIAVENATO, 2012; DORNELAS, 2018): 13 • Capa: deve ser desenvolvida de maneira enxuta e conter somente o necessário para identificar o documento a quem lê; • Sumário: deve conter o título de cada seção e a respectiva página, facilitando ao leitor encontrar de forma rápida o que busca; • Sumário executivo: descrição da natureza do negó- cio e os aspectos mais relevantes, apresentando uma síntese do plano de negócios, elencando a missão, visão e valores do negócio, mercado que a empresa vai atender e um resumo das suas características, as responsabilidades sociais e resumo sobre os só- cios do empreendimento e dos recursos financeiros necessários; • Análise estratégica ou plano estratégico: apre- sentar os rumos da empresa, sua missão e visão, a situação atual e as ameaças externas, assim como suas forças e fraquezas, objetivos, metas e estraté- gias do negócio; • Descrição da empresa: histórico, crescimento ao longo do tempo, faturamento nos últimos anos, razão social, estrutura organizacional e jurídica, parceiros, quem são os sócios e quais suas competências, perfil técnico de cada funcionário, localização, re- conhecimentos etc. • Produtos e serviços: descrição de como são pro- duzidos e seu ciclo de vida, quais recursos são utili- zados, tecnologias envolvidas, principais clientes, de- tenção da marca e patente e satisfação dos clientes; 14 • Plano operacional: ações planejadas aos proces- sos produtivos, indicando impacto de ações e ava- liação de produtos; • Plano de recursos humanos: devem ser apresen- tadas ações de desenvolvimento e treinamento de colaboradores, assim como o nível educacional e experiências necessárias aos cargos da empresa; • Análise de mercado: apresentar o mercado con- sumidor, como está segmentado, potenciais de crescimento, características do consumidor, loca- lização, sazonalidade, concorrentese aumento na participação do mercado. Aqui também deve-se apre- sentar as variáveis econômicas, sociais e políticas que influenciam o mercado, bem como as possíveis oportunidades; • Estratégia e marketing: ações de vendas, capta- ção e retenção de clientes, abordando os métodos de comercialização, política de preços, canais de distribuição e estratégias de comunicação; • Plano financeiro: apresentar em números as ações planejadas para a empresa. Fazem parte os demons- trativos de fluxo de caixa, balanço patrimonial, análise de ponto de equilíbrio, necessidades de investimen- tos e qualquer outro indicador financeiro relativo ao negócio. No caso de novas empresas, deve-se apresentar simulações; • Apêndices ou anexos: qualquer material informati- vo relevante, como contatos, informações técnicas, plantas de localização, currículo dos sócios, pesqui- sas de mercado, planilhas financeiras etc. 15 Para se elaborar o sumário executivo de modo mais adequado, de forma a atrair a atenção do leitor, fique ligado às dicas do podcast� Podcast 1 Dicas são sempre bem-vindas Kuratko (2016, p. 287) lista algumas dicas ou reco- mendações aos empreendedores para se desenvol- ver um plano de negócios que realmente auxilie o negócio a alcançar o sucesso: • O plano deve ser curto: o novo negócio deve ser explicado de maneira objetiva e concisa, contendo as informações que realmente são importantes aos leitores; • Estruture o plano de maneira correta: apresente um sumário, resumo executivo, anexos e apêndices, gráficos e tabelas, utilize o português de maneira adequada e organize a estrutura de maneira lógica; • O plano deve orientar em direção ao futuro: o em- preendedor deve descrever as tendências e previsões do mercado em que se pretende empreender, listando as oportunidades de negócio; • Evite exagero: o plano deve apresentar um cenário melhor, outro pior e outro provável, sem elevar o po- tencial de vendas e estimativas de receita. Listar as ações para cada um dos cenários permite aos inte- ressados nos negócios sentirem-se mais confiantes; 16 • Destacar riscos críticos: conhecer e estudar os riscos mais críticos permite um planejamento mais adequado das ações preventivas e corretivas, que minimizam ou eliminam esses riscos do negócio; • Equipe eficaz: deve-se identificar as habilidades das pessoas, bem como de que modo essas pessoas podem trabalhar juntas, de maneira eficaz, gerencian- do de forma adequada o empreendimento; • Não diversificar demais: um novo negócio não deve tentar desenvolver mercados múltiplos, até que seja capaz de fazer isso. O ideal é concentrar a atenção em uma oportunidade principal, para que todos os esforços sejam canalizados em uma direção única; • Identificar o mercado-alvo: identifique o seu mer- cado potencial e suas características, pois assim os critérios de negociação serão mais assertivos; • Plano escrito na terceira pessoa: não personalize o plano com a escrita do eu ou nós, utilize ele, ela ou eles. Mantenha a escrita objetiva; • Busque o interesse do leitor: utilize o resumo exe- cutivo e a página de títulos para capturar a atenção do leitor, despertando o interesse em buscar mais informações nas próximas páginas. Investidores costumam receber inúmeros planos de negócios� Algumas etapas de preparação do plano de negócios são apresentadas por Chiavenato (2012, p. 134) para auxiliar o empreendedor durante o desenvolvimento do seu próprio plano: 17 • Análise de forma completa do setor que o negócio irá atuar – busque o perfil do cliente, as característi- cas do mercado e da concorrência, assim como o ce- nário econômico, social e tecnológico do momento; • Levantamento completo sobre as características do negócio – conheça o produto e serviço ofertado, preços, condições de vendas, forma jurídica da em- presa e sua estrutura organizacional; • Plano estratégico – defina a missão, visão, valores, o negócio e seus objetivos estratégicos; • Plano operacional – faça a previsão de vendas, das despesas gerais e do fluxo de caixa, assim como o planejamento da produção; • Resumo executivo das informações – deve conter um resumo de todas as informações citadas acima; • Revisão de todo o conjunto – faça uma revisão de todos os custos, preços, previsões e despesas que compõem o plano, constatando sua viabilidade e confiabilidade. SAIBA MAIS Ter um plano de negócios estruturado requer conhe- cimento e mão na massa, para que assim o futuro da empresa seja planejado de forma adequada. O Sebrae auxilia os empreendedores apresentando material com conteúdo rico para quem deseja desenvolver o plano de negócios, de forma didática e clara. Acesse através do link e confira: http://www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/artigos/como-elaborar-um-plano- -de-negocio,37d2438af1c92410VgnVCM100000b272 010aRCRD. 18 DIRETRIZES ESTRATÉGICAS Segundo Mendes (2017), as diretrizes estratégicas fazem parte do planejamento estratégico, que nada mais é que um “método gerencial que permite esta- belecer a direção a ser seguida pela empresa”, com o objetivo de promover maior interação ao ambiente. De uma maneira geral, o planejamento estratégico define os objetivos que serão perseguidos durante um tempo pela organização, por meio de diretrizes definas pela alta direção, levando em conta os fatores internos e externos que influenciam os negócios. Ao elaborar e implementar o planejamento estratégico, a empresa será capaz de conhecer e utilizar melhor seus pontos fortes, conhecer e eliminar seus pontos fracos, conhecer e fazer uso das oportunidades ex- ternas, assim como conhecer e evitar as ameaças externas (MENDES, 2017). O plano de negócios surge a partir do planejamento estratégico e suas etapas de desenvolvimento estão formuladas na Figura 2, que analisaremos adiante� As diretrizes estratégicas também são conhecidas como identidade organizacional, determinando os meios para que o negócio alcance o sucesso, trans- formando os objetivos em realidade. São realizadas por várias análises que compõem a gestão estraté- gica da empresa (CHIAVENATO, 2012, p. 153): 19 Figura 2: Diretrizes estratégicas. Fonte: adaptado 20 Missão A missão de um negócio está voltada à sua razão de existir, na sua definição e na do cliente, focada na sociedade, e determina o que fazer, como fazer e para quem fazer (CHIAVENATO, 2012, p. 142). O empreendedor deve definir nesse momento, por meio de um texto curto e simples, por que sua empresa precisa existir, não simplesmente para obter lucro, mas para produzir bens ou ofertar serviços que inte- ressem aos clientes, com qualidade, confiabilidade e por um preço justo (CHIAVENATO, 2012, p. 143). A missão é um compromisso formal do motivo central da existência da empresa, que, quando bem fundamentada, proporciona um senso de comparti- lhamento de propósito e direção a toda a sociedade envolvida com os negócios, expressando credibilida- de (MENDES, 2017). Como exemplo, para melhor compreensão, citamos a missão da empresa de chocolates Cacau Show: “Proporcionar ao maior número de pessoas uma experiência memorável e excelência em produtos e serviços, sendo referência em gestão do negócio de chocolate” (SOBRE, 2019). A missão deve refletir exatamente o que se dese- ja transmitir ao cliente, sendo desafiadora, mas, ao mesmo tempo, atingível, deixando “claro que o em- preendedor entende qual é o seu negócio, que possui uma estratégia definida e que sabe como atingir seus objetivos” (MENDES, 2017). 21 Planejamento estratégico • Feedback • Monitoração • Melhorias Etapas complementares • Desdobramentos • Integração com orçamento • Plano de comunicação Implementação • Porque existimos? Definir a missão • Oque queremos ser? Definir a visão • Em que acreditamos? Definir os valores Identidade organizacional • Metas • Indicadores • Planos de ação Objetivos específicos • Decisões estratégicas • Objetivos estratégicos • Políticas organizacionais Diretrizes organizacionais Análise de cenários • Ambiente externo e interno • Tendências e oportunidades 2 34 5 6 1 Figura 3: Etapas do planejamento estratégico. Fonte: adaptado de Mendes (2017) Visão Diferentemente do item anterior, o objetivo da visão é apresentar o futuro e o destino do negócio, aonde o empreendedor pretende chegar ao longo do tempo (CHIAVENATO, 2012), a Tabela 1 apresenta essas diferenças. 22 MISSÃO VISÃO Inclui o negócio da empresa É o sonho no negócio Ponto de partida Para onde vamos Documento de identidade da empresa Passaporte para o futuro Identifica quem somos Projeta quem desejamos ser Dá rumo à empresa, sendo um orientador Fornece energia à empresa, inspira O foco é do presente ao futuro Tem foco no futuro Tem vocação à eternidade Muda conforme os desafios Tabela 1: Diferença entre missão e visão. Fonte: adaptado de Chiavenato (2012). A visão funciona como um direcionamento ao futu- ro, permitindo visualizar aonde se pretende chegar e qual a imagem que a empresa vai alcançar, o que permite ao empreendedor estabelecer metas e ob- jetivos, bem como indicadores de desempenho para saber se está ou não no rumo certo que projetou, conforme avalia Chiavenato (2012). Para Mendes (2017), a visão representa o que a empresa será em um futuro distante ou próximo e os limites que os empreendedores enxergam dentro de um período. O objetivo principal da divulgação da visão do ne- gócio é fazer com que os parceiros e colaboradores entendam e auxiliem o empreendedor a alcançar o sucesso, funcionando como uma bússola a todos os envolvidos, tirando principalmente a empresa da zona 23 de conforto, buscando desafios cada vez maiores, segundo Chiavenato (2012). Para Mendes (2017), a visão de futuro deve ser ins- piradora a ponto de fazer com que os envolvidos gastem energia a fim de alcançá-la. Para formulá- -la, o empreendedor deve ter em mente que a visão deve respeitar os direitos das pessoas, assim como a missão da empresa� Alguns benefícios são pretendidos pelo empreen- dedor quando este formula a visão e a divulga am- plamente, como estreitar a parceria entre todos os envolvidos no negócio, estimulando a inovação dos negócios de forma contínua, promover mudanças, motivando e inspirando a equipe, além de atribuir res- ponsabilidade aos envolvidos (CHIAVENATO, 2012). Ao determinar uma visão duradoura, as escolhas organizacionais são mais sensatas e a possibilidade de se selecionar colaboradores com a mesma visão da empresa é maior. Para desenvolver essa visão, pensemos nas respostas às questões seguintes (MENDES, 2017): • Qual é o diferencial da empresa frente aos concorrentes? • Quais são as prioridades da empresa? • O que faria com que eu me comprometes- se com essa visão durante os próximos anos? • O que a empresa pode oferecer ao mundo? 24 • O que a empresa precisa fazer para que seus colaboradores se comprometam e sintam orgulho de trabalhar nela? De maneira geral, a visão deve transportar as pessoas para o futuro, exercendo apelo emocional. De forma clara e compreensível, promoverá a orientação de todos os envolvidos, indicando um objetivo possível de ser alcançado (MENDES, 2017). Para a Cacau Show, exemplo utilizado em nosso es- tudo, a visão é definida como: “Ser a maior e melhor rede de chocolates finos do mundo, oferecendo aos seus clientes e parceiros uma relação duradoura, com foco no crescimento, rentabilidade e responsabilida- de socioambiental” (SOBRE, 2019). Valores Os valores refletem as opções morais de uma or- ganização em uma determinada época e socieda- de. Segundo Mendes (2017), esses valores morais “permeiam a existência humana desde os tempos mais remotos”, sendo determinantes na vida das pessoas, distinguindo o bom do mau, o que é aceito e o que não é, sendo a maior referência o “respeito à integridade física e à dignidade do ser humano”: 25 A ordem de importância dos valores varia de empreendedor para empreendedor, de acordo com os modelos mentais adotados, geralmen- te associados a características ou fontes dis- tintas. Todo ser humano tem uma escala de valores de acordo com a importância atribuída ao meio em que viveu desde pequeno. Por essa razão, alguns valorizam mais a família, outros o dinheiro e os bens materiais e outros o cargo ou a profissão (MENDES, 2017). A visão e a missão possuem como base os valores, que devem ser praticados desde que o empreendi- mento nasce e por todos que fazem parte do negó- cio. São os valores que dão características morais à organização, devem ser vividos no dia a dia, com o objetivo de serem vistos e reconhecidos pela socie- dade, segundo Mendes (2017). Os valores devem ser elementos inegociáveis, porém alguns empreendedo- res são tentados a abrir mão de suas convicções mo- rais em troca de benefícios ao seu negócio ou para sua pessoa em particular. Ainda para o autor, essa escolha pode trazer consequências irreversíveis: De maneira geral, o empreendedor deve adotar valores dos quais não se pretende abrir mão durante a vida toda, a fim de gerar a credibili- dade necessária no seu círculo de relaciona- mentos e no mercado em que atua. Adotar uma postura perante os fornecedores e outra perante os clientes colocará em risco a sua 26 integridade, ou seja, o discurso será diferente da prática, e isso nunca será bom para o ne- gócio (MENDES, 2017). Em nosso exemplo de estudo, a empresa Cacau Show, os valores são apresentados conforme a se- guir (SOBRE, 2019): • Ética, respeito e honestidade; • Compromisso com o crescimento e resultados; • Incentivo e reconhecimento; • Desenvolvimento individual; • Prática da inovação; • Cuidado consigo mesmo, com o outro e com os detalhes. Objetivos do negócio Os objetivos do negócio são definidos como pontos a serem alcançados e passíveis de serem realizados, e, para que isso aconteça, são constituídos meios e metas para se chegar lá (CHIAVENATO, 2012). Devem ser formulados de forma criativa, abrangente – e ao mesmo tempo restrita, para fornecer uma direção ao negócio – e, principalmente, convergentes entre si, para que um auxilie o outro a ser alcançado, sendo eles financeiros, comerciais, administrativos ou tec- nológicos, entre outros (CHIAVENATO, 2012). 27 Ainda segundo Chiavenato (2012), as empresas definem hierarquias conforme suas prioridades a serem atingidas, sendo classificadas em três tipos de objetivo: • Objetivos globais ou estratégicos: aqueles mais importantes, que envolvem a empresa como um todo e tem duração de longo prazo. Sendo assim, reque- rem um esforço integrado e coeso, como exemplo: aumentar o faturamento da empresa em 25%. • Objetivos táticos ou departamentais: aqueles es- pecíficos de cada departamento ou área da empre- sa. São de médio prazo, normalmente um período contábil. Podem ser objetivos, por exemplo, financei- ros, com a diminuição do orçamento, das despesas administrativas ou o aumento da produtividade das máquinas� • Objetivos operacionais: são os objetivos relaciona- dos às tarefas da empresa, relacionados ao cotidiano de uma atividade ou produto, por isso são de curto prazo. Podem ser relativos à produção ou venda diárias, como aumentar as visitas a clientes em 5% no mês seguinte� Importante lembrarmos que esses objetivos, indepen- dentemente do tipo, não são inflexíveis ou estáticos, podem ser alterados conforme novas oportunidades ou estratégias forem surgindoao negócio. 28 SAIBA MAIS Algumas ferramentas foram elaboradas para au- xiliar no desenvolvimento das estratégias da em- presa. Assim é a matriz SWOT, que permite iden- tificar as forças e fraquezas da empresa, bem como as oportunidade e ameaças. Para conhecer essa ferramenta, e sua aplicação, acesse o link: http://www.portal-administracao.com/2014/01/ analise-swot-conceito-e-aplicacao.html. Tão importante quanto se definir os itens citados neste capítulo, é saber comunicá-los aos envolvidos para que possam colocá-los em prática e vivenciá- -los. Para conhecer algumas formas adequadas de realizar-se essa comunicação, atente-se às dicas no podcast 2� Podcast 2 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Colocar em prática um novo negócio requer passar por algumas etapas indispensáveis, as quais envol- vem não só o empreendedor, mas todos que farão parte da cadeia de relacionamento do novo negócio� E planejar de forma adequada deve ser a primeira etapa do processo prático do negócio� A preparação inicial requer um planejamento adequa- do e cuidadosamente desenvolvido, selecionando- -se primeiramente os colaboradores que farão parte das diversas equipes que compõem a empresa, que devem estar engajados e comprometidos na busca do sucesso do negócio. Tendo as equipes definidas, assim como os papéis e responsabilidades dos seus integrantes, é hora de documentar o que é a empresa, os objetivos pretendidos e as estratégias que serão seguidas. Assim, observamos o papel importante do plano de negócios dentro dessa fase inicial do desenvolvimento prático, pois ele é a apresentação formal de tudo aquilo que foi pensado e idealizado pelo empreendedor, e serve como ferramenta de co- municação com possíveis parceiros ou investidores, mostrando o que é o negócio, como e onde se pre- tende chegar. Estabelecer uma identidade ao novo negócio, por meio da definição da missão, visão, valores e obje- tivos, deve refletir não somente a identificação da 30 empresa, mas também a representação de todos os parceiros, como clientes, colaboradores e fornecedo- res� Deve representar a postura e atitude da empresa frente à sociedade, de forma que as pessoas também sintam representadas suas atitudes e posturas, bem como seus valores morais� Assim o empreendedor deve ter em mente que para atingir o sucesso, liderar pessoas e promover o bem- -estar de todos que se relacionam com a empresa deve fazê-lo necessariamente por meio dos seus exemplos pessoais, dos seus valores e, principal- mente, das suas atitudes e condutas positivas, pois são elas que estão sendo observadas e são elas as primeiras a serem tentadas a falhar. O que pode levar o negócio ao fracasso. 31 Síntese Apresentar a importância do planejamento na etapa inicial da prática do negócio. Estudar o que é plano de negócios, sua importância e benefícios ao sucesso do negócio, assim como seu conteúdo e dicas para o desenvolvimento efetivo de um. Analisar também a importância da seleção dos colaboradores adequados, identificando papéis e responsabilidades, que farão parte das equipes necessárias ao desenvolvimento do negócio; EMPREENDEDORISMO NA PRÁTICA Preparação Inicial Diretrizes Estratégicas Apresentar a importância de se estabelecer as diretrizes estratégicas e objetivos, bem como estabelecer a identidade da organização por meio da missão, visão e valores, que devem refletir os aspectos morais e positivos da conduta do empreendedor. Salientar a importância do papel de todos os envolvidos, internalizando e praticando no dia a dia essa identidade. Referências ALMEIDA, D. Como fazer um plano de negó- cios. In: PATRÍCIO, P. S.; CANDIDO, C. R. (Org.). Empreendedorismo: uma perspectiva multidiscipli- nar. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. BASTOS, M. 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