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Eficácia da Lei Penal em Relação às Pessoas - Resumo de Rogério Sanches

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Eficácia da Lei Penal em Relação às Pessoas
1. Introdução
• A lei penal se aplica a todos, não existindo privilégios pessoais
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
• Existem pessoas que gozam de imunidades
→ Em virtude de suas funções ou regras internacionais
→ São prerrogativas funcionais, não privilégios
Privilégio Prerrogativa
Exceção da lei comum deduzida da situação de
superioridade das pessoas que a desfrutam
Conjunto de precauções que rodeiam a função e
que servem para o exercício desta
É subjetivo e anterior à lei É objetiva e deriva da lei
Tem uma essência pessoal Anexo à qualidade do órgão
É poder frente a lei É conduto para que a lei se cumpra
É próprio das aristocracias das ordens sociais É próprio da aristocracia das funções
governamentais
2. Imunidades Diplomáticas
• Prerrogativa de direito público internacional
• Aplicam-se a:
→ Chefes de Governo ou de Estado estrangeiro, sua família e comitiva
→ Embaixador e sua família
→ Funcionários do corpo diplomático e família
→ Funcionários das Organizações Internacionais quando em serviço
• Reguladas pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
Questão: O diplomata não deve obediência à nossa Lei?
• Todos devem obediência à lei do país em que se encontram
→ A diferença é que o diplomata não sofre a consequência jurídica
• O diplomata permanece sob a eficácia da lei penal do Estado a que pertence
• O diplomata não pode ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão
• Essa imunidade tem natureza jurídica de causa pessoal de isenção de pena
→ Aplica-se a qualquer crime, não só aos praticados no exercício da função
• Os agentes consultares não desfrutam da imunidade diplomática
→ Exercem função meramente administrativa
→ Possuem imunidade funcional relativa, restrita aos atos de ofício
• As imunidades são irrenunciáveis, não pode o agente abdicar da prerrogativa
→ Pode haver renúncia expressa por parte do Estado de origem do agente
3. Imunidades Parlamentares
• Estão previstas na Constituição Federal
• Visam assegurar a independência do Poder Legislativo
• Como são prerrogativas do órgão legislativo e não da pessoa, são irrenunciáveis
3.1. Imunidade Parlamentar Absoluta
• Imunidade substancial, material, real, inviolabilidade ou indenidade
Art. 53 Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos. 
• Há controvérsia acerca da natureza jurídica da imunidade absoluta
→ O STF segue a corrente que diz que ela torna o fato atípico
 - Sendo assim, a conduta do partícipe será impunível
Questão: Quais os limites da imunidade parlamentar material?
• Deve haver vínculo entre as palavras do parlamentar e o exercício da sua função
→ Presume-se absolutamente o nexo se ele está nas dependências do parlamento
→ Fora do parlamento, deve apresentar provas que demonstrem o nexo
• Geração de mensagem eletrônica no parlamento não presume o nexo
→ É necessária a prova de relação com o exercício da função
3.2. Imunidade Parlamentar Relativa
• Também conhecida como imunidade formal, processual ou adjetiva
3.2.1. Relativa ao foro
§1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal. 
• Aplica-se a infrações penais cometidas antes ou depois do início do mandato
• O foro especial não se estende ao concorrente sem imunidade
→ Há a separação de processos
• Estende-se da diplomação até o fim do mandato
→ Não se inicia na posse, mas sim já na diplomação
→ Se o processo já está em andamento no STF, o fim do mandato não o desloca para a 1ª
instância
3.2.2. Relativa à prisão
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a
prisão. 
• É a incoercibilidade pessoal dos congressistas
• Esta garantia recai sobre a prisão provisória
→ Exceção: Prisão em flagrante decorrente da prática de crime inafiançável
 - Ex.: Racismo, onde há a segregação ou incentivo à segregação
• Se for preso em flagrante, os autos serão remetidos em até 24 horas para a Casa
→ Realizará uma deliberação política acerca da prisão, não técnica
Questão: Cabe prisão civil contra o Congressista devedor de alimentos?
• É uma questão bastante controversa na doutrina
• Gilmar Mendes: Não, pois visa-se impedir a perseguição pessoal do parlamentar
→ A imunidade abarca qualquer ato de privação de liberdade
• Sanches: Sim, somente no caso de alimentos definitivos
→ Foram fixados por juízo que exauriu a prova
3.2.3. Relativa ao processo
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta
e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
• Aplica-se aos crimes praticados após a diplomação
• A Casa Legislativa do acusado pode sustar o andamento da ação penal
→ A suspensão deve ser analisada no prazo de 45 dias (improrrogável)
→ Se decidirem pela sustação, ela persiste enquanto durar o mandato
 - Acarreta também na suspensão da prescrição
• A imunidade ão alcança os inquéritos policiais instaurados contra membros do CN
→ Exige-se apenas a iniciativa no MPF e supervisão do STF
3.2.4. Relativa à condição de testemunha
• Os parlamentares são obrigados a testemunhar, exceto:
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas
ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
receberam informações. 
• Possuem a prerrogativa de ajustar dia, horário e local em que testemunharão
→ Não se aplica ao parlamentar investigado ou acusado
3.3. Imunidades parlamentares e o estado de sítio
• Estas imunidades subsistem durante o estado de sítio
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo
ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da
medida. 
• Mesmo na hipótese acima, ainda há imunidade para:
→ Os atos praticados dentro do Congresso Nacional
→ Os atos praticados fora do Congresso e compatíveis com a execução da medida
3.4. Imunidades do parlamentar licenciado
• Se tirar licença do cargo eleito para exercer outro, não mantém a imunidade
→ Exceto a de foro especial
3.5. Imunidades dos deputados estaduais
Art. 27 O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da
representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
• Aplicam-se a eles as imunidades acima estudadas
→ Princípio da simetria
• Diferença: O foro especial será o TJ, TRF ou TRE
3.6. Imunidades dos vereadores
• Desfrutam somente da imunidade absoluta e desde que suas opiniões sejam:
→ Proferidas no exercíciodo mandato e na circunscrição do Município
• A Constituição Estadual pode prever foro especial
→ Se não o fizer, o processo tramita perante o órgão jurisdicional de 1º grau
3.7. Foro por prerrogativa de função x Tribunal do Júri
• O foro por prerrogativa de função prevale sobre a competência do Tribunal do Júri
→ O congressista será julgado perante o STF
→ O parlamentar estadual será julgado pelo Tribunal de Justiça ou Regional Federal
• Não se aplica aos vereadores, mesmo se previsto o foro na Constituição Estadual
→ Será julgado pelo Tribunal do Júri
Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro
por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.

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