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Disposições Finais - Resumo de Rogério Sanches

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Disposições Finais
1. Eficácia da Sentença Estrangeira
• Se já há sentença condenatória criminal, o autor pode ser responsabilizado civilmente
→ Não é possível a discussão do mérito da sentença criminal
→ Se essa sentença condenatória é estrangeira, deve antes ser homologada pelo STJ
 - A homologação de sentença estrangeira não analisa o seu mérito
 - Analisa se foram preenchidos os requisitos do artigo 788 do CPP
STF – Súmula 420: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em
julgado. 
• A homologação de medida de segurança depende de tratado de extradição com o país
→ Faltando tratado, este pode ser suprido pela requisição do Ministro da Justiça
• Se há extraterritorialidade incondicionada, os fatos podem ser julgados novamente no BR
→ A sentença estrangeira não fará coisa julgada
• Sentença condenatória estrangeira que trata de crime praticado no Brasil não é executada
• A sentença proferida no estrangeiro acerca de crime no exterior obsta nova ação penal
→ Exceto se houve condenação no estrangeiro sem cumprimento de pena
• Alguns efeitos não dependem de homologação, como a reincidência
• Os efeitos civis da sentença condenatória devem se requeridos pelo interessado
2. Contagem do Prazo
• Os prazos processuais são contados diferentemente dos prazos penais
Art. 798 Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
§2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado
findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a
correr.
§3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
• A intimação na sexta conduz ao início do prazo processual no primeiro dia útil seguinte
→ Esta é a Súmula 310 do STF
Art. 10 O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calendário comum.
• Essa diferença na contagem dos prazos visa beneficiar o réu
→ Os prazos penais sempre correm em favor do réu, são improrrogáveis
 - Podem ser suspendidos ou interrompidos de acordo com o artigo 116 e 117
3. Frações Não Computáveis da Pena
Art. 11 Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
• A previsão legal é dispensável no caso das restritivas de direitos
→ As frações já terão sido desconsideradas em momento anterior
4. Conflito Aparente de Normas
• O conflito aparente de normas difere da sucessão de leis penais no tempo
→ Este se dá entre leis vigentes
• Pressupostos do conflito: Unidade de fato e Pluralidade de normas vigentes
• O conflito deve ser solucionado para garantir a harmonia e coerência do sistema
→ Também evita o bis in idem
• Princípios fundamentais válidos para resolver o aparente conflito:
→ Especialidade
→ Subsidiariedade
→ Consunção
4.1. Especialidade (lex specialis derogat legi generali)
Art. 12 As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta
não dispuser de modo diverso. 
• A lei especial contém os elementos da norma geral, acrescida de outros que a distinguem
• Afasta-se a lei geral para a aplicação da lei especial
→ É irrelevante se a lei especial aumenta ou diminui a pena
• Via de regra, a lei especial não sofre nenhuma consequência pela alteração da geral
→ Exceto se a lei geral nova beneficia o réu de alguma forma
4.2. Subsidiariedade (lex primaria derogat legi subsidiariae)
• A norma subsidiária só atua quando o fato não está submetido a crime mais grave
→ Ocorrendo o delito principal, afasta-se a aplicação da regra subsidiária
• A relação entre a norma geral e a subsidiária é relativa à gravidade
• Alguns autores não enxergam utilidade nesse princípio
→ Para eles, ele representa a mesma coisa que a especialidade
4.3. Consunção (lex consumens derogat legi consumptae)
• Também chamado de princípio da absorção
• O crime previsto por uma norma é uma fase de realização ou transição para o outro crime
• Ocorre em quatro hipóteses:
→ Crime progressivo: Passa-se necessariamente por um crime A para atingir um mais grave
→ Progressão criminosa: Substituição do dolo do agente, causando resultado mais grave
 - Realiza um crime A (menor) e depois pensa em realizar um crime B (maior) e o realiza
 - Atenta contra o mesmo bem jurídico
→ Antefactum impunível: Fatos anteriores, não essenciais, a caminho do crime mais grave
 - É um meio para o crime mais grave, mas não o único possível
→ Postfactum impunível: Considera-se exaurimento do crime principal praticado

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