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Disposições Finais 1. Eficácia da Sentença Estrangeira • Se já há sentença condenatória criminal, o autor pode ser responsabilizado civilmente → Não é possível a discussão do mérito da sentença criminal → Se essa sentença condenatória é estrangeira, deve antes ser homologada pelo STJ - A homologação de sentença estrangeira não analisa o seu mérito - Analisa se foram preenchidos os requisitos do artigo 788 do CPP STF – Súmula 420: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado. • A homologação de medida de segurança depende de tratado de extradição com o país → Faltando tratado, este pode ser suprido pela requisição do Ministro da Justiça • Se há extraterritorialidade incondicionada, os fatos podem ser julgados novamente no BR → A sentença estrangeira não fará coisa julgada • Sentença condenatória estrangeira que trata de crime praticado no Brasil não é executada • A sentença proferida no estrangeiro acerca de crime no exterior obsta nova ação penal → Exceto se houve condenação no estrangeiro sem cumprimento de pena • Alguns efeitos não dependem de homologação, como a reincidência • Os efeitos civis da sentença condenatória devem se requeridos pelo interessado 2. Contagem do Prazo • Os prazos processuais são contados diferentemente dos prazos penais Art. 798 Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. §1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. §2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr. §3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. • A intimação na sexta conduz ao início do prazo processual no primeiro dia útil seguinte → Esta é a Súmula 310 do STF Art. 10 O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. • Essa diferença na contagem dos prazos visa beneficiar o réu → Os prazos penais sempre correm em favor do réu, são improrrogáveis - Podem ser suspendidos ou interrompidos de acordo com o artigo 116 e 117 3. Frações Não Computáveis da Pena Art. 11 Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. • A previsão legal é dispensável no caso das restritivas de direitos → As frações já terão sido desconsideradas em momento anterior 4. Conflito Aparente de Normas • O conflito aparente de normas difere da sucessão de leis penais no tempo → Este se dá entre leis vigentes • Pressupostos do conflito: Unidade de fato e Pluralidade de normas vigentes • O conflito deve ser solucionado para garantir a harmonia e coerência do sistema → Também evita o bis in idem • Princípios fundamentais válidos para resolver o aparente conflito: → Especialidade → Subsidiariedade → Consunção 4.1. Especialidade (lex specialis derogat legi generali) Art. 12 As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. • A lei especial contém os elementos da norma geral, acrescida de outros que a distinguem • Afasta-se a lei geral para a aplicação da lei especial → É irrelevante se a lei especial aumenta ou diminui a pena • Via de regra, a lei especial não sofre nenhuma consequência pela alteração da geral → Exceto se a lei geral nova beneficia o réu de alguma forma 4.2. Subsidiariedade (lex primaria derogat legi subsidiariae) • A norma subsidiária só atua quando o fato não está submetido a crime mais grave → Ocorrendo o delito principal, afasta-se a aplicação da regra subsidiária • A relação entre a norma geral e a subsidiária é relativa à gravidade • Alguns autores não enxergam utilidade nesse princípio → Para eles, ele representa a mesma coisa que a especialidade 4.3. Consunção (lex consumens derogat legi consumptae) • Também chamado de princípio da absorção • O crime previsto por uma norma é uma fase de realização ou transição para o outro crime • Ocorre em quatro hipóteses: → Crime progressivo: Passa-se necessariamente por um crime A para atingir um mais grave → Progressão criminosa: Substituição do dolo do agente, causando resultado mais grave - Realiza um crime A (menor) e depois pensa em realizar um crime B (maior) e o realiza - Atenta contra o mesmo bem jurídico → Antefactum impunível: Fatos anteriores, não essenciais, a caminho do crime mais grave - É um meio para o crime mais grave, mas não o único possível → Postfactum impunível: Considera-se exaurimento do crime principal praticado
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