Buscar

Indicação de Antidepressivos para Depressão Maior

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Atividade de Psiquiatria 
Aula de 31 de maio 
Eduarda Rebés Müller 
 
1. A partir da exposição feita nesta aula e da leitura do tópico sobre 
farmacoterapia do Transtorno depressivo maior no Kaplan (pp. 374-
7, sem entrar no tratamento dos transtornos bipolares), comente os 
aspectos principais envolvidos na indicação dos antidepressivos 
nestes casos. 
 
A indicação de antidepressivos para Depressão Maior (DM) visa a 
completa remissão dos sintomas, visto que sua permanência aumenta a chance 
de recidiva dos episódios depressivos. Quando ocorre pelo menos 50% de 
redução dos sintomas, considera-se resposta. Quando a remissão permanece 
por pelo menos 6 meses, considera-se recuperação. Entretanto, não se 
considera cura, pois ainda há risco de recorrência. 
Os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e antidepressivos tricíclicos 
(ATCs) foram os primeiros agentes antidepressivos. Embora ainda usados, 
surgiram outros compostos mais novos. Os antidepressivos mais usados 
atualmente são os inibidores seletivos da receptação da serotonina (fluoxetina, 
sertralina, paroxetina, citalopram, escitalopram), inibidores da receptação da 
serotonina e noradrenalina (ATCs, venlafaxina, duloxetina) e inibidores da 
receptação da noradrenalina e dopamina (bupropiona). Os inibidores da 
receptação da serotonina e noradrenalina podem proporcionar melhora de uma 
ampla gama de sintomas, uma vez que todos os domínios funcionais são 
mediados em alguma extensão por serotonina e noradrenalina. 
A escolha do medicamento depende dos seus efeitos colaterais, da 
cronicidade da condição, do curso da doença, da história familiar de doença e 
resposta ao tratamento, da gravidade dos sintomas, das condições clínicas 
gerais ou outras condições psiquiátricas concomitantes, das respostas 
anteriores a outros tratamentos da fase aguda, de possíveis interações 
medicamentosas, da probabilidade de sintomas de descontinuação, da 
facilidade de ajuste de dose e da preferência do paciente. 
Além disso, a escolha do medicamento deve levar em conta o subtipo da 
depressão. Por exemplo, antidepressivos com ação dupla demonstram maior 
eficácia nas depressões melancólicas. O tratamento de episódios depressivos 
maiores com aspectos psicóticos pode requerer uma combinação de um 
antidepressivo e um antipsicótico atípico. Pacientes com DM com aspectos 
atípicos podem responder preferencialmente a tratamento com IMAOs, ISRSs 
ou bupropiona. 
O tratamento antidepressivo deve ser mantido por pelo menos 6 meses 
ou de acordo com a duração de um episódio anterior. O tratamento profilático 
pode reduzir o número e a gravidade das recorrências. Quando não ocorre 
resposta ao tratamento, isso pode ser causado por: intolerância aos efeitos 
colaterais; ocorrência de evento adverso idiossincrásico; resposta clínica 
inadequada; diagnóstico errado; dosagem baixa por curto tempo. Quando o 
tratamento antidepressivo for interrompido, a dose deve ser diminuída 
gradualmente ao longo de 1 a 2 semanas. 
Os antidepressivos atuais levam cerca de 4 a 6 semanas para promover 
efeitos terapêuticos significativos. A ausência de resposta parcial nesse período 
indica necessidade de mudança no tratamento. Cerca de 50% dos pacientes 
requer uma segunda tentativa de tratamento medicamentoso devido à ineficácia 
ou má tolerabilidade do medicamento inicial. Após a falha de tratamento inicial, 
mudar o medicamento é preferível a acrescentar. No entanto, estratégias de 
acréscimo são úteis com pacientes que obtiveram algum benefício com o 
tratamento inicial, mas que não alcançaram a remissão. Essas estratégias 
envolvem lítio, hormônio tireoidiano ou uma combinação de um ISRS e 
bupropiona. 
Uma nova terapia envolve o uso do agente anestésico cetamina, que 
demonstrou eficácia na depressão resistente a tratamento. Ela inibe o receptor 
da proteína ligante de glutamato N-metil-D-aspartato pós-sináptica. Visto que as 
anormalidades na sinalização glutamatérgica foram implicadas no transtorno 
depressivo maior, isso pode explicar sua eficácia. Os pacientes geralmente 
recebem uma única infusão de cetamina, em um período de 30 minutos, a uma 
concentração de 0,5 mg/kg. Uma resposta positiva costuma ser observada em 
24 horas, e a melhora do humor dura cerca de 2 a 7 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
SADOCK, B. J. et al. Compêndio de Psiquiatria: Ciência do Comportamento e Psiquiatria 
Clínica. 11. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

Outros materiais