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Ativismo Judicial e Impeachment no Brasil

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A. No que consiste o ativismo judicial? Ele é positivo para o sistema jurídico brasileiro? De um exemplo prático de uma decisão do STF que se mostrou ativista.
R: O ativismo judicial foi mencionado pela primeira vez em 1947, pelo jornalista norte-americano Arthur Schlesinger, numa interessante reportagem sobre a Suprema Corte dos Estados Unidos. Ele é uma escolha de um modo específico e proativo que o Poder Judiciário possui de interpretar a Constituição, muitas vezes expandindo seu sentido e seu alcance, também se revela como um fenômeno em que o Poder Judiciário transforma seu estado de passividade para uma de atitude proativa, dessa forma, optando pela interpretação dos preceitos constitucionais, de modo a atribuir a máxima efetividade e concretização a direito. “O sistema de controle de constitucionalidade brasileiro também favorece o ativismo judicial na medida em que permite que todos os tribunais e juízes sejam capazes de declarar a inconstitucionalidade de uma lei (SALGADO, et al, 2015).” 
Ademais um exemplo de uma decisão do STF que se mostrou ativista, foi a Vedação ao voto impresso nas urnas eletrônicas, onde, após o regular procedimento legislativo que aprovou a minirreforma eleitoral, o STF interveio, de maneira ativista ao declarar a inconstitucionalidade do voto impresso na urna eletrônica. Também se utilizou uma série de princípios, numa tentativa de dar razão à sua decisão. Sobre essa decisão, evidencia-se que o voto impresso não ficaria de posse do eleitor, e mesmo assim, um dos princípios que norteou a decisão do STF foi a vedação ao retrocesso. Essa decisão foi, e ainda é muito questionada no que tange à ingerência política sofrida para que fosse declarada esta inconstitucionalidade.
B) O impeachment tem natureza política ou jurídica? Justifique.
R: Não há consenso sobre a natureza pontual do impeachment. Por um lado, alguns juristas defendem que sua natureza é majoritariamente política pois, além de ser julgado pelo Congresso, os aspectos políticos (no que diz respeito aos crimes de responsabilidade, conveniências partidárias e impactos sociais) se sobressaem aos jurídicos. Por outro lado, há juristas que defendem que o processo de impeachment, embora julgado pelo Congresso, deve ter caráter exclusivamente jurídico, decidindo os deputados e senadores unicamente de acordo com as normas jurídicas, conforme a lei 1.079, de abril de 1950, da Constituição Federal. De todas as formas, todos os processos jurídicos – incluindo o impeachment, independente de onde julgados, possuem impacto e subjetividade política.

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