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ACÚSTICA 
ARQUITETÔNICA
Silvana Laiz Remorin
Problemas específicos 
de acústica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os tipos e níveis de ruídos nas edificações.
 � Diferenciar os fenômenos acústicos de absorção, transmissão e re-
verberação sonoras.
 � Avaliar os ruídos estruturais, ruídos do sistema hidráulico e do 
ar-condicionado.
Introdução
Atualmente, a maioria da população vive em centros urbanos e passa 
grande parte do seu dia em uma edificação, seja trabalhando, estudando, 
repousando e “aguentando” as condições do local. Porém, a tecnologia 
trouxe mais informação e mais alternativas para a construção de locais 
com boas condições acústicas.
Neste capítulo, vamos abordar o ruído interno de uma edificação. 
Você vai conhecer os tipos de ruídos e os fenômenos acústicos de ab-
sorção, transmissão e reverberação sonora. Outro item importante é a 
avaliação do ruído estrutural, ruídos provenientes do sistema hidráulico 
e do ar-condicionado.
Reconhecimento dos tipos e níveis de ruídos nas 
edificações
O desenvolvimento industrial e da tecnologia são fontes geradoras de polui-
ção ambiental e que causam danos à saúde do ser humano. O que também 
agravou o quadro foi o desenvolvimento urbano nos centos, com excessiva 
atividade (NUNES, 1999). O espaço a ser utilizado pelo homem, o edifício ou 
um espaço urbano, é direcionado às suas atividades. Os elementos externos 
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
podem contribuir para a possibilidade de o ambiente ser confortável. Para que 
isso ocorra, são necessárias algumas medidas a serem utilizadas no ambiente. 
Em primeiro lugar, deve-se identificar o objetivo da edificação para estudar a 
melhor solução acústica. Essa informação nos permite uma melhor organização 
de tudo o que será preciso realizar em cada ambiente, cuidando com as suas 
especificações e necessidades.
Souza, Almeida e Bragança (2006) mencionam que os ruídos mínimos 
em um determinado ambiente são chamados de ruído de fundo e que esses 
podem ser decorrentes de atividades desenvolvidas nesse espaço ou prove-
nientes de espaços externos, urbano ou de vizinhos (ruídos intrusos). Esses 
sons intrusos e os ruídos de fundo devem ser eliminados em locais como 
câmaras e estúdios, por exemplo. Nos demais espaços comuns é necessário 
apenas reduzir a intensidade sonora, eliminá-lo, porque reduzir totalmente o 
som, ter um espaço em total silencio acaba aumentando a percepção, deixa 
o ouvido mais sensível, o que pode ser facilmente mascarado com algum 
mínimo som de fundo.
Catai, Penteado e Dalbello (2006) indicam que os materiais utilizados na 
construção civil como blocos cerâmicos, de concreto e o concreto armado, 
já possuem características isolantes, porém, não o suficiente para todos os 
tipos de construções e suas especificações. Para Souza, Almeida e Bragança 
(2006), qualquer material apresenta capacidade de redução da intensidade do 
som e essa capacidade varia, que os materiais específicos têm as frequências 
definidas. Essa capacidade é expressa em decibéis e é chamada também de 
índice de atenuação. Se o material indicar que é de 45 dB, isso significa que 
uma onda, ao atravessar esse material, tende a reduzir o mesmo valor na 
intensidade sonora. Isso porque, variando o tipo de uso da edificação, o uso 
de lã de rocha, lã de vidro, espuma acústica e fibras, podem ser bons aliados 
para esse isolamento.
Catai, Penteado e Dalbello (2006) também mencionam que máquinas e 
equipamentos utilizados podem atingir níveis excessivos, podendo provocar 
sérios prejuízos à saúde.
Problemas específicos de acústica2
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Catai, Penteado e Dalbello (2006) definem os níveis de ruídos em:
 � Ruído contínuo, do ponto de vista técnico, é quando a pressão sonora varia 3 dB 
por mais de 15 minutos.
 � Ruído intermitente é aquele que a pressão sonora varia 3 dB em um período 
maior que 0,2 s e no máximo 15 minutos.
A NR 15 menciona que os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem 
ser medidos, sempre, em decibéis, utilizando o aparelho adequado de medição 
do nível de pressão sonora (BRASIL, 1978). De acordo com Souza, Almeida 
e Bragança (2006), da mesma forma que para o ambiente urbano, as medidas 
de controle do ruído interno podem ser elaboradas com a intervenção da fonte, 
no meio de propagação ou no receptor.
Buxton (2017) menciona que há três áreas principais a serem consideradas 
no projeto de uma edificação:
1. Controle de barreiras das fontes de ruídos externas — emitido pelos 
meios de transporte, bares e casas noturnas.
2. Controle da transmissão sonora em um prédio, devido a seus moradores 
ou televisões, sons, passos, ou então casa de máquinas, sistema de 
ventilação.
3. Desempenho acústico do recinto — nível de eco do espaço.
Uma das fontes de ruídos internos pode ser o arranjo interno, que pode 
facilitar ou dificultar o controle acústico. De uma forma geral, afastar os locais 
ruidosos dos ambientes pode ajudar. Evitar colocar instalações (climatização 
ou com pressão) dentro de espaços sensíveis ao ruído, posicionar cômodos com 
instalações (cozinha) em cima de recintos silenciosos (dormitórios) (BUXTON, 
2017).
A rigidez de um elemento estrutural afeta a maneira como ele transmite o 
som, ainda mais se for de baixa frequência. As lajes de concreto, por exemplo, 
podem oferecer um nível de isolamento entre dois pavimentos, isso porque a 
transmissão sonora é a passagem das ondas de pressão à estrutura. Separar ou 
isolar os diferentes elementos de uma estrutura pode interromper os percursos 
de transmissão sonora, como se fossem criados interruptores. O isolamento 
3Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
reduz a transmissão forçada, portanto, quanto mais paredes o som tiver que 
atravessar, menos energia ele vai ter (BUXTON, 2017).
Isolar é importante para a proteção de ruídos de impacto dentro de uma 
edificação. As bases e mantas resistentes ao impacto, barrotes de pisos iso-
lados ou o sistema de piso flutuante ajudam a isolar a estrutura de um ruído 
de impacto.
Ao acrescentar materiais absorventes às cavidades de uma parede, consegue-se 
aumentar a quantidade de som absorvido, reduzindo o nível de som transmitido. 
Essa saída também ocorre ao adicionar um material poroso como uma manta de lã 
de rocha, que pode melhorar o isolamento de uma parte ou de um piso entre 3 e 
6 dB (BUXTON, 2017).
Os níveis de ruídos admissíveis dentro de uma edificação vão depender 
das necessidades do cliente, e devem ser definidos desde o início, competindo 
ao projetista os critérios a serem seguidos.
Diferenças entre os fenômenos de absorção, 
transmissão e reverberação
O conhecimento das diferenças e fenômenos dos sons, nos ajuda a compreender 
qual a melhor forma de adaptar o ambiente para que este seja melhor aprovei-
tado. Dependendo da sua utilidade, a variação de materiais e o efeito acústico 
que se quer, será melhor adaptado para cada tipo de ambiente, tornando cada 
projeto único para o que se espera.
O aspecto da capacidade de absorção é o quanto o material pode dissipar 
de energia sonora que incide sobre ele, transformando a energia mecânica 
vibratória em energia térmica (NAKAMURA, 2006). Materiais que corri-
gem a reverberação do som, como forros e paredes com recheio absorvente, 
lã minerais, podem ser utilizados como em ambientes grandes, com pé di-
reito alto ou com superfícies metálicas, onde a reverberação seria grande. 
Porém, deve-se tomar cuidado com o uso de materiais absorventes, que ao 
comprometer a reverberação do som, tornam uma simples conversa na sala 
Problemas específicos de acústica4
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
algo inteligível. Empresas de telemarketing, por exemplo, devem trabalhar 
com materiais absorventes como lãs minerais nas divisórias das baias, para 
que os sons não se dissipem no espaço.Já em uma sala de aula, se o uso de 
um material absorvente for feito em toda a sala, o som pode não chegar aos 
alunos do fundo, não sendo compreensível o que o professor está explicando.
Conforme Simões et al. (2011), as reflexões curtas, que chegam à orelha dentro de 
50 milissegundos, são as que contribuem para uma boa compreensão, e são as que 
devem ser buscadas em projetos. As reflexões laterais são as mais adequadas. Se for 
em música, o limite vai de 80 a 100 milissegundos.
Simões et al. (2011) afirmam que o desempenho acústico nas edifica-
ções (Quadro 1) depende de dois elementos que devem ser analisados 
independentemente:
 � Absorção: a qualidade acústica do local. Fonte e receptor encontram-se 
no mesmo espaço.
 � Transmissão: determina o nível de ruído que se transmite através 
de esquadrias paredes e forros. Fonte e receptor estão em ambientes 
diferentes.
Quando o som atingir uma superfície, uma parte da energia reflete e volta 
ao ambiente, outra parte é retida e a última parte é transmitida ao outro lado da 
parede. Para que o isolamento seja mais adequado, deve-se aumentar a massa, 
transformando em uma parede dupla. Pode-se também aplicar a instalação de 
um material absorvente na superfície, ajudando a controlar a energia refletida 
para o ambiente (SIMÕES et al., 2011).
5Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Fonte: Adaptado de Simões et al. (2011).
Acústica de edificações
Fenômenos Absorção Transmissão
Fonte e receptor Mesmo ambiente Ambiente diferente
Forma de atuar Condicionamento 
acústico
 � Isolamento acústico
 � Ruído aéreo
 � Ruído estrutural
Parâmetros � Tempo de 
reverberação
 � Inteligibilidade
Nível de pressão sonora 
NPS (dB ou dBA)
Controle Materiais de 
revestimento e 
geometria
 � Lei de massa
 � Lei de massa-mola- 
-massa
Quadro 1. Absorção vs. transmissão
Simões et al. (2011) mencionam que quanto maior a porosidade do ma-
terial, maior será a absorção dos sons agudos. A absorção dos sons graves 
e médios depende de grandes espessuras do material. A absorção de sons 
graves é mais complexa e se produz por transformação de energia sonora em 
energia mecânica. O autor menciona ainda que o tempo de reverberação ocorre 
quando a fonte para de emitir energia sonora e a energia começa a diminuir. 
O tempo que essa energia permanece audível, depois que a fonte parou de 
emitir, é a reverberação. Esse tempo de reverberação é a excelência acústica 
de um ambiente, e é determinado pelo tempo de coeficiente de absorção dos 
materiais que revestem o espaço. 
O eco é um grande problema, quando se trata da compreensão dos sons. 
Para que seja evitado, duas condições não podem ocorrer:
 � reflexão forte, refletir em superfícies com baixa absorção;
 � reflexão atrasada em mais de 50 milissegundos.
Para evitar reverberação excessiva: fazer uso de materiais absorventes, 
porosos, elásticos, que impeçam a reflexão. Para evitar a transmissão, utilizam-
-se materiais com massa elevada, que dissipem energia, sem vibrar.
Problemas específicos de acústica6
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Para analisar qual tipo de material deve ser utilizado e em que quantidade, são usadas, de 
acordo com Simões et al. (2011), normas internacionais, ensaios e métodos de absorção 
do coeficiente alfa (α) e esse coeficiente varia de 0,0 a 1,0, indicando a quantidade da 
energia sonora que o material absorve a cada reflexão:
 � α = 0,01 significa absorção de 1% da energia do raio sonoro e a devolução de 99% 
para o ambiente. Exemplo: concreto liso.
 � α = 1,00 significa absorção de 100% da energia do raio sonoro, e devolução de 0% 
para o ambiente. Exemplo: janela aberta.
A fórmula de Sabine permite que o tempo de reverberação de uma sala 
seja previsto antes da sua construção. Para isso, deve-se conhecer o volume 
total do espaço, em m³, a superfície de cada material que ficará aparente e os 
respectivos coeficientes de absorção para cada banda de frequência, normal-
mente entre 125 a 4.000 Hz. 
O tempo de reverberação depende da capacidade de absorção (α) dos materiais de 
revestimento, da quantidade (m2) de cada material aplicado no interior do ambiente 
e do seu volume (m2). Grandeza utilizada com mais frequência para caracterizar a 
acústica de recintos, conhecida como “fórmula de Sabine”:
TR = 
0,16 · V
S ·�� 
Onde:
TR = tempo de reverberação
0,16 = constante
V = volume da sala em m2
S = área das superfícies em m2
α = coeficiente de absorção dos materiais.
Obs: S . α = S1 . α1 + S2 . α2 + S3 . α3 + ... + Sn . αn
Fonte: Simões et al. (2011).
7Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Avaliação dos ruídos estruturais: sistema 
hidráulico e ar-condicionado
Identificar a causa é o início para a adequação do espaço e a melhoria do 
projeto. Isso porque, dependendo do ruído e de onde ele vem, é buscada a 
melhor solução. A solução para um ruído estrutural, não necessariamente 
vai funcionar para um ruído aéreo, podendo até mesmo agravar a situação.
Nakamura (2006) menciona que as aplicações em residências e edifícios, 
a especificação do tratamento acústico são determinações do arquiteto, de-
finindo as características estáticas, acabamentos e demais elementos, além 
dos aspectos visuais.
O ruído pode ser transmitido por paredes e teto, também por frestas de 
esquadrias, instalações e divisórias. Dutos de ar-condicionado, ventilação, 
pisos elevados e forros rebaixados são canais de transmissão de ruídos, e 
devem ser tratados com cuidado (SIMÕES et al., 2011).
Para Antunes et al. (2016), as vibrações dos edifícios podem ser de fontes 
internas, do funcionamento de equipamentos como ar-condicionado, elevador 
ou compressor, ou então de fonte humana como uma atividade doméstica ou 
ouvir música. As vibrações que ocorrem podem se estender a desconforto dos 
ocupantes do ambiente, do edifício, danos a equipamentos sensíveis ou então 
danos estruturais no prédio. Dependendo da fonte, muitas vezes a grandeza 
da vibração dentro do edifício pode ser muito maior do que a magnitude da 
vibração de fontes externas.
Antunes et al. (2016) ainda mencionam que são duas as fontes de ruídos 
internos que geram insatisfação por parte dos ocupantes: vibração perceptível 
de pisos ou paredes, percebidas pela sensação tátil ou pelo ruído da vibração 
dos vidros nas janelas; ruído de baixa frequência (entre 10/20 Hz e os de 
150/200 Hz), que são vibrações propagadas na fundação e que geram ondas 
que podem ser percebidas e gerar um desconforto no corpo humano. O corpo 
humano, quando exposto a essa vibração das edificações, pode ter diversas 
percepções, que variam desde uma reação de desconforto até um grande 
incômodo. Para compreender melhor, observe o Quadro 2.
Problemas específicos de acústica8
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Fonte: Adaptado de Antunes et al. (2016).
Valor eficaz (RMS) de 
aceleração ponderada (m/s2) Percepção
< 0,01 Não perceptível
0,015 Limiar da percepção
 � 0,02
 � 0,08
 � Raramente perceptível
 � Facilmente perceptível
0,315 Fortemente perceptível
> 0,315 Extremamente perceptível
Quadro 2. Percepção e amplitude de vibração
O mesmo autor ainda salienta que essa avaliação de incômodo sofrido 
por cada indivíduo é particular, e pode variar por uma série de fatores como 
idade, genética, saúde, atividade desenvolvida, entre outros. Para esse controle, 
as especificações técnicas que se referem ao isolamento devem constar no 
projeto. Em geral, projetos complementares como hidrossanitários, elétricos, 
sistema de ar-condicionado e climatização, devem ser analisados para que haja 
o controle de ruído na fonte, sempre que possível, por enclausuramento do 
equipamento. Apoios elásticos e conexões flexíveis são auxiliares, pois evitam 
a transmissão da vibração. No sistema de ventilação, o uso de atenuadores, que 
baixam a transmissão de ruído, é uma boa escolha, além de uma manutenção 
adequada de rolamentos,eixos, mancais e hélice dos ventiladores, reduzindo 
a poluição sonora do ambiente (NAKAMURA, 2006).
Simões et al. (2011) indicam que a energia transmitida entre ambientes 
tem duas classificações:
 � Ruído aéreo — Que se propaga pelo ar (a velocidade de transmissão 
pelo ar é de 340 m/s). Como exemplos são citados os ruídos de bares, 
lojas na rua, trânsito, conversas, obras.
 � Ruído estrutural — Que se propaga pela estrutura da edificação, 
gerado por vibrações como máquinas ou impactos. Esse ruído tem 
uma velocidade maior que a do ar, sendo de 4.000 a 6.000 m/s. Como 
exemplo, a passagem de veículos pesados em ruas ou avenidas, central 
de ar-condicionado, geradores, maquinário do elevador.
9Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Souza, Almeida e Bragança (2006) informam que a intervenção sobre a 
fonte engloba medidas como:
 � escolha de máquina adequada ou substituição por fontes menos ruidosas;
 � alteração do ritmo e horário de funcionamento da máquina;
 � redução do número de fontes ou distanciamento da fonte, do homem 
ou do local que não pode ter ruído.
Intervenção sobre o receptor:
 � redução do tempo de exposição ao ruído ou uso de EPI.
Ruídos aéreos são principalmente transmitidos por janelas, portas, paredes, 
pisos, tetos, frestas ou fendas, no ambiente. A pressão da variação sonora que 
acontece em janelas, portas e teto, gera uma vibração que, em locais com 
apenas divisórias, não permite o isolamento, fazendo com que o som seja 
difundido nos ambientes.
Além de um afastamento entre as paredes, com ar, é aconselhada a aplicação 
de materiais absorventes (Figura 1) no espaço que há entre as paredes duplas. 
Uso de material isolante e lã de rocha, por exemplo, ajudam no conforto. Em 
materiais porosos, a energia sonora é perdida, gerando um melhor isolamento 
do espaço, conforme apontam Souza, Almeida e Bragança (2006). 
Problemas específicos de acústica10
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Figura 1. Aplicação dos materiais de absorção para atenuar reflexões.
Fonte: Souza, Almeida e Bragança (2006, p. 88).
Para a redução de ruídos aéreos, os materiais absorventes podem ser uti-
lizados para controlar o tempo de reverberação e reduzir ruído de fundo. A 
aplicação desse material no ambiente promove a atenuação das reflexões, 
controlando a intensidade (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2006).
Souza, Almeida e Bragança (2006) ainda mencionam que as vibrações em 
sólidos são transmitidas por impacto e provocam uma vibração no ar. Essas 
vibrações são comuns a uma associação de máquinas e fricções. Em uma 
edificação, o que mais está propenso a esse impacto é o piso e o teto, excluindo 
alguma situação de impacto a que sejam submetidas as paredes. Se o objetivo 
11Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
for o isolamento da máquina, pode-se construir superfícies ao redor desse 
equipamento, com materiais resilientes amortecendo as vibrações e matérias 
absorventes no interior do enclausuramento, auxiliando na diminuição dos 
níveis de ruído.
As vibrações são transmitidas pelas estruturas, então, se puder promover 
a descontinuidade dessa estrutura, ajudaria a pensar na solução para esse 
isolamento. Esse mesmo princípio é seguido ao se pensar na instalação de 
tubulações e dutos que também são considerados como fonte de ruído. Para 
uma melhor minimização desse ruído, a conexão entre estrutura e duto não 
pode ser rígida.
Além do afastamento da fonte de ruído, podemos pensar em soluções para 
o ambiente, Silva (2018) nos traz algumas ideias: uso de placa de drywall 
(Figura 2), um reforço de paredes e teto ajudam a amenizar ruídos de outros 
cômodos. Quando aplicada no teto, com o uso de um forro entre o teto e 
o drywall, ameniza ainda mais o som. O mercado também oferece placas 
perfuradas, próprias para o forro. Essas placas ajudam a diminuir o tempo 
de reverberação do som.
Figura 2. Aplicação do drywall em cima de espuma acústica.
Fonte: Nepomuceno e Holtz (2018, documento on-line).
Esquadrias acústicas também podem ser utilizadas, pois auxiliam para que 
ruídos externos não invadam o ambiente interno. Esquadrias feitas sob medida 
levam em consideração a intensidade e a frequência do som na região e a fonte 
de ruído até o local. Se não houver possibilidade de alteração na fachada, a 
alternativa é o uso de janelas sobrepostas na parte interna, conforme as Figura 3.
Problemas específicos de acústica12
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Figura 3. Janela sobreposta.
Fonte: Silenzio (2018, documento on-line).
Portas reforçadas, que podem ser de madeira maciça ou recheadas com 
material acústico e com vedação nos fechamentos e arestas, são indicadas 
para prédios onde há movimentação das pessoas, ou barulhos internos em 
algum cômodo. É um bom isolamento em uma sala de escritório para reuniões.
Pisos flutuantes são aplicados em cima de pisos já existentes, ou a aplicação 
na manta acústica. A qualidade acústica do ambiente e o isolamento de ruídos 
entre os pavimentos proporciona um melhor conforto. A Figura 4 traz um 
exemplo de planejamento acústico para ruídos de impacto.
13Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Figura 4. Piso reforçado.
Fonte: Souza e Serrano (2018, documento on-line).
Laje
Sound soft
contrapiso
Contrapiso
Piso
O ruído é um dos principais vilões de uma boa convivência e do bem-estar 
que envolvem moradores ou trabalhadores de um determinado condomínio. 
Conhecer o problema e buscar a solução, é fundamental. Solucionar o problema 
dos ruídos é o melhor passo para gerar conforto e satisfação dentro dos espaços. 
ANTUNES, S. et al. Vibrações em edifícios: aspetos a ter em consideração na avaliação 
do ruído induzido por vibrações. In: EROREGIO, 2016, Porto. Artigos... Porto: EAA, 2016. 
Disponível em: <http://www.sea-acustica.es/fileadmin/Oporto16/125.pdf>.Acesso 
em: 21 dez. 2018.
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 15: atividades e operações insalubres. Brasília, DF, 
1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/
NR-15.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018.
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017.
CATAI, R. E.; PENTEADO, A. P.; DALBELLO, P. F. Materiais, técnicas e processos para iso-
lamento acústico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DOS MA-
TERIAIS, 17., 2006, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: IPEN, 2006. 
NAKAMURA, J. Conforto Acústico. Téchne, n. 106, jan. 2006. Disponível em: <http://te-
chne17.pini.com.br/engenharia-civil/106/artigo286049-1.aspx>. Acesso em: 21 dez. 2018.
Problemas específicos de acústica14
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
NEPOMUCENO, J. A.; HOLTZ, M. Conforto acústico do drywall depende da combinação 
com outros materiais. 2018. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/
rev/conforto-acustico-do-drywall-depende-da-combinacao-com-outros-mate-
riais_15469_10_0>. Acesso em: 21 dez. 2018.
NUNES, M. F. O. Poluição sonora em centros urbanos: o ruído de tráfego veicular. 1999. 
Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0068.pdf>. Acesso 
em: 21 dez. 2018.
SILENZIO. Janela anti ruído sobreposta. 2018. Disponível em: <http://www.silenzio.com.
br/janela-anti-ruido-sobreposta>. Acesso em: 21 dez. 2018.
SILVA, G. Conheça soluções que ajudam a amenizar o ruído em edificações. 2018. Disponível 
em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/conheca-solucoes-que-ajudam-a-
-amenizar-o-ruido-em-edificacoes_10189_0_1>. Acesso em: 21 dez. 2018.
SIMÕES, F. M. et al. Acústica arquitetônica. Brasília, DF: Procel Edifica, 2011.
SOUZA, I. K.; SERRANO, P. G. Contrapiso flutuante: chega de ruído! 17 out. 2018. Dispo-
nível em: <http://portalacustica.info/contrapiso-flutuante/>. Acesso em: 21 dez. 2018.
SOUZA, L. C. L.; ALMEIDA, M. G.; BRAGANÇA, L. Bê-á-bá da acústica arquitetônica:ouvindo 
a arquitetura. São Carlos: EdUFSCar, 2006.
Leituras recomendadas
GABRIEL, I. Isolamento acústico em casas: experts respondem as principais dúvidas! 20 
dez. 2016. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/isolamento-
-acustico-em-casas-experts-respondem-as-principais-duvidas/>. Acesso em: 21 dez. 
2018.
MATEUS, D. Acústica de edifícios e controle de ruído. 2008. Disponível em: <https://
paginas.fe.up.pt/~earpe/conteudos/ARE/Apontamentosdadisciplina.pdf>. Acesso 
em: 21 dez. 2018. 
15Problemas específicos de acústica
Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1

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