Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ACÚSTICA ARQUITETÔNICA Silvana Laiz Remorin Problemas específicos de acústica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os tipos e níveis de ruídos nas edificações. � Diferenciar os fenômenos acústicos de absorção, transmissão e re- verberação sonoras. � Avaliar os ruídos estruturais, ruídos do sistema hidráulico e do ar-condicionado. Introdução Atualmente, a maioria da população vive em centros urbanos e passa grande parte do seu dia em uma edificação, seja trabalhando, estudando, repousando e “aguentando” as condições do local. Porém, a tecnologia trouxe mais informação e mais alternativas para a construção de locais com boas condições acústicas. Neste capítulo, vamos abordar o ruído interno de uma edificação. Você vai conhecer os tipos de ruídos e os fenômenos acústicos de ab- sorção, transmissão e reverberação sonora. Outro item importante é a avaliação do ruído estrutural, ruídos provenientes do sistema hidráulico e do ar-condicionado. Reconhecimento dos tipos e níveis de ruídos nas edificações O desenvolvimento industrial e da tecnologia são fontes geradoras de polui- ção ambiental e que causam danos à saúde do ser humano. O que também agravou o quadro foi o desenvolvimento urbano nos centos, com excessiva atividade (NUNES, 1999). O espaço a ser utilizado pelo homem, o edifício ou um espaço urbano, é direcionado às suas atividades. Os elementos externos Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 podem contribuir para a possibilidade de o ambiente ser confortável. Para que isso ocorra, são necessárias algumas medidas a serem utilizadas no ambiente. Em primeiro lugar, deve-se identificar o objetivo da edificação para estudar a melhor solução acústica. Essa informação nos permite uma melhor organização de tudo o que será preciso realizar em cada ambiente, cuidando com as suas especificações e necessidades. Souza, Almeida e Bragança (2006) mencionam que os ruídos mínimos em um determinado ambiente são chamados de ruído de fundo e que esses podem ser decorrentes de atividades desenvolvidas nesse espaço ou prove- nientes de espaços externos, urbano ou de vizinhos (ruídos intrusos). Esses sons intrusos e os ruídos de fundo devem ser eliminados em locais como câmaras e estúdios, por exemplo. Nos demais espaços comuns é necessário apenas reduzir a intensidade sonora, eliminá-lo, porque reduzir totalmente o som, ter um espaço em total silencio acaba aumentando a percepção, deixa o ouvido mais sensível, o que pode ser facilmente mascarado com algum mínimo som de fundo. Catai, Penteado e Dalbello (2006) indicam que os materiais utilizados na construção civil como blocos cerâmicos, de concreto e o concreto armado, já possuem características isolantes, porém, não o suficiente para todos os tipos de construções e suas especificações. Para Souza, Almeida e Bragança (2006), qualquer material apresenta capacidade de redução da intensidade do som e essa capacidade varia, que os materiais específicos têm as frequências definidas. Essa capacidade é expressa em decibéis e é chamada também de índice de atenuação. Se o material indicar que é de 45 dB, isso significa que uma onda, ao atravessar esse material, tende a reduzir o mesmo valor na intensidade sonora. Isso porque, variando o tipo de uso da edificação, o uso de lã de rocha, lã de vidro, espuma acústica e fibras, podem ser bons aliados para esse isolamento. Catai, Penteado e Dalbello (2006) também mencionam que máquinas e equipamentos utilizados podem atingir níveis excessivos, podendo provocar sérios prejuízos à saúde. Problemas específicos de acústica2 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Catai, Penteado e Dalbello (2006) definem os níveis de ruídos em: � Ruído contínuo, do ponto de vista técnico, é quando a pressão sonora varia 3 dB por mais de 15 minutos. � Ruído intermitente é aquele que a pressão sonora varia 3 dB em um período maior que 0,2 s e no máximo 15 minutos. A NR 15 menciona que os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos, sempre, em decibéis, utilizando o aparelho adequado de medição do nível de pressão sonora (BRASIL, 1978). De acordo com Souza, Almeida e Bragança (2006), da mesma forma que para o ambiente urbano, as medidas de controle do ruído interno podem ser elaboradas com a intervenção da fonte, no meio de propagação ou no receptor. Buxton (2017) menciona que há três áreas principais a serem consideradas no projeto de uma edificação: 1. Controle de barreiras das fontes de ruídos externas — emitido pelos meios de transporte, bares e casas noturnas. 2. Controle da transmissão sonora em um prédio, devido a seus moradores ou televisões, sons, passos, ou então casa de máquinas, sistema de ventilação. 3. Desempenho acústico do recinto — nível de eco do espaço. Uma das fontes de ruídos internos pode ser o arranjo interno, que pode facilitar ou dificultar o controle acústico. De uma forma geral, afastar os locais ruidosos dos ambientes pode ajudar. Evitar colocar instalações (climatização ou com pressão) dentro de espaços sensíveis ao ruído, posicionar cômodos com instalações (cozinha) em cima de recintos silenciosos (dormitórios) (BUXTON, 2017). A rigidez de um elemento estrutural afeta a maneira como ele transmite o som, ainda mais se for de baixa frequência. As lajes de concreto, por exemplo, podem oferecer um nível de isolamento entre dois pavimentos, isso porque a transmissão sonora é a passagem das ondas de pressão à estrutura. Separar ou isolar os diferentes elementos de uma estrutura pode interromper os percursos de transmissão sonora, como se fossem criados interruptores. O isolamento 3Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 reduz a transmissão forçada, portanto, quanto mais paredes o som tiver que atravessar, menos energia ele vai ter (BUXTON, 2017). Isolar é importante para a proteção de ruídos de impacto dentro de uma edificação. As bases e mantas resistentes ao impacto, barrotes de pisos iso- lados ou o sistema de piso flutuante ajudam a isolar a estrutura de um ruído de impacto. Ao acrescentar materiais absorventes às cavidades de uma parede, consegue-se aumentar a quantidade de som absorvido, reduzindo o nível de som transmitido. Essa saída também ocorre ao adicionar um material poroso como uma manta de lã de rocha, que pode melhorar o isolamento de uma parte ou de um piso entre 3 e 6 dB (BUXTON, 2017). Os níveis de ruídos admissíveis dentro de uma edificação vão depender das necessidades do cliente, e devem ser definidos desde o início, competindo ao projetista os critérios a serem seguidos. Diferenças entre os fenômenos de absorção, transmissão e reverberação O conhecimento das diferenças e fenômenos dos sons, nos ajuda a compreender qual a melhor forma de adaptar o ambiente para que este seja melhor aprovei- tado. Dependendo da sua utilidade, a variação de materiais e o efeito acústico que se quer, será melhor adaptado para cada tipo de ambiente, tornando cada projeto único para o que se espera. O aspecto da capacidade de absorção é o quanto o material pode dissipar de energia sonora que incide sobre ele, transformando a energia mecânica vibratória em energia térmica (NAKAMURA, 2006). Materiais que corri- gem a reverberação do som, como forros e paredes com recheio absorvente, lã minerais, podem ser utilizados como em ambientes grandes, com pé di- reito alto ou com superfícies metálicas, onde a reverberação seria grande. Porém, deve-se tomar cuidado com o uso de materiais absorventes, que ao comprometer a reverberação do som, tornam uma simples conversa na sala Problemas específicos de acústica4 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 algo inteligível. Empresas de telemarketing, por exemplo, devem trabalhar com materiais absorventes como lãs minerais nas divisórias das baias, para que os sons não se dissipem no espaço.Já em uma sala de aula, se o uso de um material absorvente for feito em toda a sala, o som pode não chegar aos alunos do fundo, não sendo compreensível o que o professor está explicando. Conforme Simões et al. (2011), as reflexões curtas, que chegam à orelha dentro de 50 milissegundos, são as que contribuem para uma boa compreensão, e são as que devem ser buscadas em projetos. As reflexões laterais são as mais adequadas. Se for em música, o limite vai de 80 a 100 milissegundos. Simões et al. (2011) afirmam que o desempenho acústico nas edifica- ções (Quadro 1) depende de dois elementos que devem ser analisados independentemente: � Absorção: a qualidade acústica do local. Fonte e receptor encontram-se no mesmo espaço. � Transmissão: determina o nível de ruído que se transmite através de esquadrias paredes e forros. Fonte e receptor estão em ambientes diferentes. Quando o som atingir uma superfície, uma parte da energia reflete e volta ao ambiente, outra parte é retida e a última parte é transmitida ao outro lado da parede. Para que o isolamento seja mais adequado, deve-se aumentar a massa, transformando em uma parede dupla. Pode-se também aplicar a instalação de um material absorvente na superfície, ajudando a controlar a energia refletida para o ambiente (SIMÕES et al., 2011). 5Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Fonte: Adaptado de Simões et al. (2011). Acústica de edificações Fenômenos Absorção Transmissão Fonte e receptor Mesmo ambiente Ambiente diferente Forma de atuar Condicionamento acústico � Isolamento acústico � Ruído aéreo � Ruído estrutural Parâmetros � Tempo de reverberação � Inteligibilidade Nível de pressão sonora NPS (dB ou dBA) Controle Materiais de revestimento e geometria � Lei de massa � Lei de massa-mola- -massa Quadro 1. Absorção vs. transmissão Simões et al. (2011) mencionam que quanto maior a porosidade do ma- terial, maior será a absorção dos sons agudos. A absorção dos sons graves e médios depende de grandes espessuras do material. A absorção de sons graves é mais complexa e se produz por transformação de energia sonora em energia mecânica. O autor menciona ainda que o tempo de reverberação ocorre quando a fonte para de emitir energia sonora e a energia começa a diminuir. O tempo que essa energia permanece audível, depois que a fonte parou de emitir, é a reverberação. Esse tempo de reverberação é a excelência acústica de um ambiente, e é determinado pelo tempo de coeficiente de absorção dos materiais que revestem o espaço. O eco é um grande problema, quando se trata da compreensão dos sons. Para que seja evitado, duas condições não podem ocorrer: � reflexão forte, refletir em superfícies com baixa absorção; � reflexão atrasada em mais de 50 milissegundos. Para evitar reverberação excessiva: fazer uso de materiais absorventes, porosos, elásticos, que impeçam a reflexão. Para evitar a transmissão, utilizam- -se materiais com massa elevada, que dissipem energia, sem vibrar. Problemas específicos de acústica6 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Para analisar qual tipo de material deve ser utilizado e em que quantidade, são usadas, de acordo com Simões et al. (2011), normas internacionais, ensaios e métodos de absorção do coeficiente alfa (α) e esse coeficiente varia de 0,0 a 1,0, indicando a quantidade da energia sonora que o material absorve a cada reflexão: � α = 0,01 significa absorção de 1% da energia do raio sonoro e a devolução de 99% para o ambiente. Exemplo: concreto liso. � α = 1,00 significa absorção de 100% da energia do raio sonoro, e devolução de 0% para o ambiente. Exemplo: janela aberta. A fórmula de Sabine permite que o tempo de reverberação de uma sala seja previsto antes da sua construção. Para isso, deve-se conhecer o volume total do espaço, em m³, a superfície de cada material que ficará aparente e os respectivos coeficientes de absorção para cada banda de frequência, normal- mente entre 125 a 4.000 Hz. O tempo de reverberação depende da capacidade de absorção (α) dos materiais de revestimento, da quantidade (m2) de cada material aplicado no interior do ambiente e do seu volume (m2). Grandeza utilizada com mais frequência para caracterizar a acústica de recintos, conhecida como “fórmula de Sabine”: TR = 0,16 · V S ·�� Onde: TR = tempo de reverberação 0,16 = constante V = volume da sala em m2 S = área das superfícies em m2 α = coeficiente de absorção dos materiais. Obs: S . α = S1 . α1 + S2 . α2 + S3 . α3 + ... + Sn . αn Fonte: Simões et al. (2011). 7Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Avaliação dos ruídos estruturais: sistema hidráulico e ar-condicionado Identificar a causa é o início para a adequação do espaço e a melhoria do projeto. Isso porque, dependendo do ruído e de onde ele vem, é buscada a melhor solução. A solução para um ruído estrutural, não necessariamente vai funcionar para um ruído aéreo, podendo até mesmo agravar a situação. Nakamura (2006) menciona que as aplicações em residências e edifícios, a especificação do tratamento acústico são determinações do arquiteto, de- finindo as características estáticas, acabamentos e demais elementos, além dos aspectos visuais. O ruído pode ser transmitido por paredes e teto, também por frestas de esquadrias, instalações e divisórias. Dutos de ar-condicionado, ventilação, pisos elevados e forros rebaixados são canais de transmissão de ruídos, e devem ser tratados com cuidado (SIMÕES et al., 2011). Para Antunes et al. (2016), as vibrações dos edifícios podem ser de fontes internas, do funcionamento de equipamentos como ar-condicionado, elevador ou compressor, ou então de fonte humana como uma atividade doméstica ou ouvir música. As vibrações que ocorrem podem se estender a desconforto dos ocupantes do ambiente, do edifício, danos a equipamentos sensíveis ou então danos estruturais no prédio. Dependendo da fonte, muitas vezes a grandeza da vibração dentro do edifício pode ser muito maior do que a magnitude da vibração de fontes externas. Antunes et al. (2016) ainda mencionam que são duas as fontes de ruídos internos que geram insatisfação por parte dos ocupantes: vibração perceptível de pisos ou paredes, percebidas pela sensação tátil ou pelo ruído da vibração dos vidros nas janelas; ruído de baixa frequência (entre 10/20 Hz e os de 150/200 Hz), que são vibrações propagadas na fundação e que geram ondas que podem ser percebidas e gerar um desconforto no corpo humano. O corpo humano, quando exposto a essa vibração das edificações, pode ter diversas percepções, que variam desde uma reação de desconforto até um grande incômodo. Para compreender melhor, observe o Quadro 2. Problemas específicos de acústica8 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Fonte: Adaptado de Antunes et al. (2016). Valor eficaz (RMS) de aceleração ponderada (m/s2) Percepção < 0,01 Não perceptível 0,015 Limiar da percepção � 0,02 � 0,08 � Raramente perceptível � Facilmente perceptível 0,315 Fortemente perceptível > 0,315 Extremamente perceptível Quadro 2. Percepção e amplitude de vibração O mesmo autor ainda salienta que essa avaliação de incômodo sofrido por cada indivíduo é particular, e pode variar por uma série de fatores como idade, genética, saúde, atividade desenvolvida, entre outros. Para esse controle, as especificações técnicas que se referem ao isolamento devem constar no projeto. Em geral, projetos complementares como hidrossanitários, elétricos, sistema de ar-condicionado e climatização, devem ser analisados para que haja o controle de ruído na fonte, sempre que possível, por enclausuramento do equipamento. Apoios elásticos e conexões flexíveis são auxiliares, pois evitam a transmissão da vibração. No sistema de ventilação, o uso de atenuadores, que baixam a transmissão de ruído, é uma boa escolha, além de uma manutenção adequada de rolamentos,eixos, mancais e hélice dos ventiladores, reduzindo a poluição sonora do ambiente (NAKAMURA, 2006). Simões et al. (2011) indicam que a energia transmitida entre ambientes tem duas classificações: � Ruído aéreo — Que se propaga pelo ar (a velocidade de transmissão pelo ar é de 340 m/s). Como exemplos são citados os ruídos de bares, lojas na rua, trânsito, conversas, obras. � Ruído estrutural — Que se propaga pela estrutura da edificação, gerado por vibrações como máquinas ou impactos. Esse ruído tem uma velocidade maior que a do ar, sendo de 4.000 a 6.000 m/s. Como exemplo, a passagem de veículos pesados em ruas ou avenidas, central de ar-condicionado, geradores, maquinário do elevador. 9Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Souza, Almeida e Bragança (2006) informam que a intervenção sobre a fonte engloba medidas como: � escolha de máquina adequada ou substituição por fontes menos ruidosas; � alteração do ritmo e horário de funcionamento da máquina; � redução do número de fontes ou distanciamento da fonte, do homem ou do local que não pode ter ruído. Intervenção sobre o receptor: � redução do tempo de exposição ao ruído ou uso de EPI. Ruídos aéreos são principalmente transmitidos por janelas, portas, paredes, pisos, tetos, frestas ou fendas, no ambiente. A pressão da variação sonora que acontece em janelas, portas e teto, gera uma vibração que, em locais com apenas divisórias, não permite o isolamento, fazendo com que o som seja difundido nos ambientes. Além de um afastamento entre as paredes, com ar, é aconselhada a aplicação de materiais absorventes (Figura 1) no espaço que há entre as paredes duplas. Uso de material isolante e lã de rocha, por exemplo, ajudam no conforto. Em materiais porosos, a energia sonora é perdida, gerando um melhor isolamento do espaço, conforme apontam Souza, Almeida e Bragança (2006). Problemas específicos de acústica10 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Figura 1. Aplicação dos materiais de absorção para atenuar reflexões. Fonte: Souza, Almeida e Bragança (2006, p. 88). Para a redução de ruídos aéreos, os materiais absorventes podem ser uti- lizados para controlar o tempo de reverberação e reduzir ruído de fundo. A aplicação desse material no ambiente promove a atenuação das reflexões, controlando a intensidade (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2006). Souza, Almeida e Bragança (2006) ainda mencionam que as vibrações em sólidos são transmitidas por impacto e provocam uma vibração no ar. Essas vibrações são comuns a uma associação de máquinas e fricções. Em uma edificação, o que mais está propenso a esse impacto é o piso e o teto, excluindo alguma situação de impacto a que sejam submetidas as paredes. Se o objetivo 11Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 for o isolamento da máquina, pode-se construir superfícies ao redor desse equipamento, com materiais resilientes amortecendo as vibrações e matérias absorventes no interior do enclausuramento, auxiliando na diminuição dos níveis de ruído. As vibrações são transmitidas pelas estruturas, então, se puder promover a descontinuidade dessa estrutura, ajudaria a pensar na solução para esse isolamento. Esse mesmo princípio é seguido ao se pensar na instalação de tubulações e dutos que também são considerados como fonte de ruído. Para uma melhor minimização desse ruído, a conexão entre estrutura e duto não pode ser rígida. Além do afastamento da fonte de ruído, podemos pensar em soluções para o ambiente, Silva (2018) nos traz algumas ideias: uso de placa de drywall (Figura 2), um reforço de paredes e teto ajudam a amenizar ruídos de outros cômodos. Quando aplicada no teto, com o uso de um forro entre o teto e o drywall, ameniza ainda mais o som. O mercado também oferece placas perfuradas, próprias para o forro. Essas placas ajudam a diminuir o tempo de reverberação do som. Figura 2. Aplicação do drywall em cima de espuma acústica. Fonte: Nepomuceno e Holtz (2018, documento on-line). Esquadrias acústicas também podem ser utilizadas, pois auxiliam para que ruídos externos não invadam o ambiente interno. Esquadrias feitas sob medida levam em consideração a intensidade e a frequência do som na região e a fonte de ruído até o local. Se não houver possibilidade de alteração na fachada, a alternativa é o uso de janelas sobrepostas na parte interna, conforme as Figura 3. Problemas específicos de acústica12 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Figura 3. Janela sobreposta. Fonte: Silenzio (2018, documento on-line). Portas reforçadas, que podem ser de madeira maciça ou recheadas com material acústico e com vedação nos fechamentos e arestas, são indicadas para prédios onde há movimentação das pessoas, ou barulhos internos em algum cômodo. É um bom isolamento em uma sala de escritório para reuniões. Pisos flutuantes são aplicados em cima de pisos já existentes, ou a aplicação na manta acústica. A qualidade acústica do ambiente e o isolamento de ruídos entre os pavimentos proporciona um melhor conforto. A Figura 4 traz um exemplo de planejamento acústico para ruídos de impacto. 13Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 Figura 4. Piso reforçado. Fonte: Souza e Serrano (2018, documento on-line). Laje Sound soft contrapiso Contrapiso Piso O ruído é um dos principais vilões de uma boa convivência e do bem-estar que envolvem moradores ou trabalhadores de um determinado condomínio. Conhecer o problema e buscar a solução, é fundamental. Solucionar o problema dos ruídos é o melhor passo para gerar conforto e satisfação dentro dos espaços. ANTUNES, S. et al. Vibrações em edifícios: aspetos a ter em consideração na avaliação do ruído induzido por vibrações. In: EROREGIO, 2016, Porto. Artigos... Porto: EAA, 2016. Disponível em: <http://www.sea-acustica.es/fileadmin/Oporto16/125.pdf>.Acesso em: 21 dez. 2018. BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 15: atividades e operações insalubres. Brasília, DF, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/ NR-15.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018. BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. CATAI, R. E.; PENTEADO, A. P.; DALBELLO, P. F. Materiais, técnicas e processos para iso- lamento acústico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DOS MA- TERIAIS, 17., 2006, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: IPEN, 2006. NAKAMURA, J. Conforto Acústico. Téchne, n. 106, jan. 2006. Disponível em: <http://te- chne17.pini.com.br/engenharia-civil/106/artigo286049-1.aspx>. Acesso em: 21 dez. 2018. Problemas específicos de acústica14 Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1 NEPOMUCENO, J. A.; HOLTZ, M. Conforto acústico do drywall depende da combinação com outros materiais. 2018. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/ rev/conforto-acustico-do-drywall-depende-da-combinacao-com-outros-mate- riais_15469_10_0>. Acesso em: 21 dez. 2018. NUNES, M. F. O. Poluição sonora em centros urbanos: o ruído de tráfego veicular. 1999. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0068.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018. SILENZIO. Janela anti ruído sobreposta. 2018. Disponível em: <http://www.silenzio.com. br/janela-anti-ruido-sobreposta>. Acesso em: 21 dez. 2018. SILVA, G. Conheça soluções que ajudam a amenizar o ruído em edificações. 2018. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/conheca-solucoes-que-ajudam-a- -amenizar-o-ruido-em-edificacoes_10189_0_1>. Acesso em: 21 dez. 2018. SIMÕES, F. M. et al. Acústica arquitetônica. Brasília, DF: Procel Edifica, 2011. SOUZA, I. K.; SERRANO, P. G. Contrapiso flutuante: chega de ruído! 17 out. 2018. Dispo- nível em: <http://portalacustica.info/contrapiso-flutuante/>. Acesso em: 21 dez. 2018. SOUZA, L. C. L.; ALMEIDA, M. G.; BRAGANÇA, L. Bê-á-bá da acústica arquitetônica:ouvindo a arquitetura. São Carlos: EdUFSCar, 2006. Leituras recomendadas GABRIEL, I. Isolamento acústico em casas: experts respondem as principais dúvidas! 20 dez. 2016. Disponível em: <https://casa.abril.com.br/materiais-construcao/isolamento- -acustico-em-casas-experts-respondem-as-principais-duvidas/>. Acesso em: 21 dez. 2018. MATEUS, D. Acústica de edifícios e controle de ruído. 2008. Disponível em: <https:// paginas.fe.up.pt/~earpe/conteudos/ARE/Apontamentosdadisciplina.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2018. 15Problemas específicos de acústica Identificação interna do documento KYAP482M4J-LIZD7N1
Compartilhar