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Victoria Chagas 1 HÉRNIA DE DISCO DOENÇA DEGENERATIVA DISCAL – HÉRNIA DE DISCO EPIDEMIO Mais comum na região lombar (L4-L5 e L5-S1) Terceira causa de aposentadoria por invalidez Mais comum em homens Pico de incidência entre a 30-40 anos 60% das hérnias de disco visualizadas em exames são assintomáticas FATORES DE RISCO: - Genética - Envelhecimento natural dos discos vertebrais - Traumas – fraturas - Sedentarismo e excesso de peso - Tabagismo - Trabalho de transporte de cargas e má postura (ex.: pedreiro) - Fatores psicológicos - Atividades físicas de alto impacto e prática de movimentos incorretos FISIOPATO A hérnia de disco consiste em um pro- cesso patológico (radiculopatia) no qual a degeneração do disco intervertebral leva à formação de fissuras no anel fibroso e consequentemente deslocamento do material discal, causando compressão das raízes nervosas Dor é causada pela compressão dos ligamentos, de raiz nervosa ou pela reação inflamatória. Ocorre uma diminuição dos proteoglicanos no núcleo pulposo (responsáveis pela hidratação, dando sua propriedade de gel que distribui as pressões no anel de forma uniforme)→ diminui hidratação do disco → pressão irregular → locais com maior pressão do anel fibroso sofrem fissuras → instabilidade e prolapso do anel fibroso → expulsão do núcleo pulposo → compressão de raízes nervosas, inflamação, erosão articular, osteófitos. FASES DA HERNIAÇÃO: - Abaulamento Discal: anel fibroso com fissuras fazendo com que o disco assuma formato de arco - Protusão discal: abaulamento fica maior e já pode atingir nervos, medula e saco dural (dura-máter) - Extrusão/hérnia discal: núcleo pulposo passa o ânulo fibroso - Sequestro: fragmento extravasa e fica livre, sem contato com restante do núcleo → mais raro Victoria Chagas 2 CLASSIFICAÇÃO TEMPO DE EVOLUÇÃO - Aguda → < que 3 meses - Crônica → > que 3 meses LOCALIZAÇÃO - Central - Foraminal - Extraforaminal - Centrolateral - Sequestrada Se ela for central/mediana → pode pegar qualquer raiz Se for foraminal → comprime a raiz nervosa de mesmo nível (raiz emergente) → se a hérnia for entre L4 e L5, ela irá comprimir raiz de L5. Se for centrolateral (recesso lateral) → comprime a raiz de L4 Se for extraforaminal, ou extremo-lateral → afeta a L4 e pode afeta a raiz superior (L3), visto que as raízes possuem trajeto oblíquo. MORFOLOGIA - Protusas/contida (abaulamento sem ruptura do ânulo fibroso) - Extrusas (extravasamento ainda em contato com núcleo pulposo) - Sequestradas (pedaço se solta do núcleo pulposo e fica livre CLÍNICA Sintomas estão relacionados com tamanho e localização da hérnia Dor intensa radicular com irradiação (pelo dermátomo) para o membro cuja raiz foi afetada em forma de pontada, queimação e parestesia e fraqueza muscular → LOMBOCIATALGIA Dor geralmente é unilateral e ipsilateral a compressão Victoria Chagas 3 CLÍNICA HÉRNIAS CERVICAIS - Locais mais comuns: C5-C6 e C6-C7 - Sintomas: Rigidez nucal, mobilização reativa dos músculos eretores da cabeça, desconforto na borda medial da escapula e em comprometimentos mais graves, podem causar parestesias e dor. HÉRNIAS TORÁCICAS - Como é uma parte mais rígida, o desgaste pode não causar protrusão dos discos torácicos e os transtornos clínicos são raros. HÉRNIAS LOMBARES: - Mais comum: L4-L5 e L5-S1. - Dor tem início na lombar e pode irradiar para nádegas, coxa e joelho. - Dor é agravado com tosse, espirro ou manobra de Valsalva. - Dor melhora quando deita/repouso - Sintomas: assimetria de membros, redução da amplitude da coluna lombar, amplitude reduzida na elevação da perna estendida (sinal de laségue) e perda da lordose lombar Victoria Chagas 4 SÍNDROME DA CAUDA EQUINA → urgência cirúrgica - Compressão aguda das raízes nervosas da cauda equina (L1-L2) - Dor forte, compressão ciática bilateral, anestesia em sela - Pacientes perdem capacidade de mover os pés, associados a retençao urinária e incontinência fecal. DIAGNÓSTICO Clínica + exame físico + exame neurológico Colher a história focando na evolução temporal, respostas aos tratamentos testados, a interferência do quadro clínico da vida do paciente, situação laboral e hábitos de vida, buscando identificar os fatores predisponentes. Avaliar capacidade funcional e os aspectos psicológicos Pode ser usado a escola de dor visual para classificar a dor em momentos diferentes durante o dia. EXAME FÍSICO - Realização do exame neurológico: força motora (grau de 0 a 5), sensibilidade tátil e dolorosa, reflexos fisiológicos e patológicos. -Avaliar a marcha → marcha de trendelemburg devido compressão grave da raiz de L5 que pode gerar fraqueza abdutora; marcha com pé caído, devido paresia extensora do pé por compressão das raízes L4 e L5; marcha de base alargada que pode significar compressão mais superior. O paciente pode andar com o tronco curvado para frente e a mão nas costas. - Fraqueza muscular → pode pedir para caminhar sobre calcanhares e dedos dos pés (testa L5 e S1) Victoria Chagas 5 DIAGNÓSTICO TESTES ESPECÍFICOS - Teste de laségue (elevação) - Fabere/Patrick (Flexão, Abdução e Rotação Externa do membro inferior) - Valsava - Spurling (para cervicalgia) EXAMES DE IMAGEM - RESSONÂNCIA MAGNÉTICA → exame de escolha. Por ela, é possível identificar a localização da hérnia e as estruturas que estão sendo comprimidas. - TC → visualização da hérnia - RAIO X → Perda de espaços do disco, esclerose e visualiza osteófitos. - Quando os exames de imagem não são compatíveis com a clínica, pedir uma eletroneuromiografia (ENMG) TRATAMENTO TRATAMENTO CONSERVADOR DE 3-6 MESES - Analgésicos → paracetamol e dipirona - Medicação para dores neuropáticas → anticonvulsionantes (Pregabalina, gabapentina), antidepressivos (duloxetina e amitriptilina) - Em casos de dor persistente → opioides como codeína ou tramadol - Fisioterapia, acupuntura e crioterapia - Parar de fumar - Exercício físico e perda de peso para pacientes obesos • Retorno dentro de 3 meses para nova avaliação • A maioria dos discos degeneram de maneira a regredirem de tamanho independente do tratamento instituído. • Em cerca de 5 a 10% dos pacientes os sintomas irão reaparecer. CIRÚRGICO → Indicado quando: não há melhora com tratamento conservador e quando; encontra transtorno neurológico grave, com compressão medular; déficit motor progressivo e síndrome da cauda equina → deve haver uma forte correlação entre a clínica e as imagens radiológicas do paciente. - Discectomia/microdiscectomia → remoção da parte lesada para aliviar compressão → se houver instabilidade pode ser feito junto a artrodese (fixação com pinos) - Laminectomia → remoção de osso para aliviar o excesso de pressão sobre o nervo espinhal https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwj1lYaXjeDiAhX0H7kGHZXKAxQQjRx6BAgBEAU&url=https%3A%2F%2Fdrgilberto.com%2Fhernia-de-disco.html&psig=AOvVaw3S-6o4okgIDjUDLBcfwloa&ust=1560296927618134
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