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LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 DEFINIção • Psychè s ign i f i c a a lma ; pà thos , sofrimento ou doença; e logos, estudo ou ciência.. • É a ciência que estuda as alterações patológicas da vida mental. Importância - Identificação; - Classificação; - Elaboração; ↳ do fenômeno mental, no dia-a- dia. Objetivo: • Obter dados a respeito dos problemas mentais. • Principal instrumento para a realização d a a n amne se , d a f o rmu l a ç ão diagnostica e do plano de tratamento. • A psicopatologia necessita de uma boa entrevista. • A boa entrevista é considerada uma arte. • Cabe ao médico utilizar dos seguintes meios, afim de manter uma ligação mais forte e empática para com o paciente, por meio de: - AUTENTICIDADE: “eu sou como você” - EMPATIA: “eu o compreendo.” - CONHECIMENTO: “eu conheço o seu problema” - ALIANÇA TERAPÊUTICA: “eu aceito a sua visão do problema.” - LIDERANÇA: “pode contar comigo.” Características em um bom entrevistador: • Eficiente • Natural • Humano. ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA Psicopatologia VÍNCULO: FORÇA DE LIGAÇÃO ENTRE MÉDICO E PACIENTE LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 - Na internação - voluntár ia ou involuntaria; - No consultorio ou ambulatório; - Ao responder pedido de parecer; - Via pública; - Domicílio; - Online; • Deve: 1. Deixar o paciente falar livremente; 2. Sempre contro lar e d ir ig ir a entrevista; 3. Diálogo tão informal quanto possível; 4. Não aceitar “ jargões” . Ut i l izar linguagem acessível. • Estrutra da anamnese psiquiátrica é a mesma de qualquer anamnese. • Funções psíquicas: - Atitude; - Aparência; - Consciência; - Orientação; - Atenção; - Memória; - Pensamento; - Linguagem; - Inteligência; - Sensopercepcão; - Juízo e crítica da realidade; - Humor e afeto; - Psicomotricidade; - Volição; - S e n t i m e n t o s d e s p e r t a d o s e impressões subjetivas. 1. Aparência: - Tem deformidade fisica? - Há alguma expressão facial ou corporal característica? - Está vestido de que modo? - Apresenta algum odor, ou algo que denote falta de higiene? - Como é o aspecto geral da aparência? - Cuidada ou descuidada? - Adequada, bizarra (extravagantes ou excêntrica) ou exibicionista? 2. Atitude (comportamento): - Cooperante; - Amistosa; - Confiante; - Interessada; - São desejáveis. 2 . 1: Alterações da atitude: - Não cooperante; De oposição; Hostil; Fuga; De desconfiança.; Querelante; Reivindicativa; Arrogante; Evasiva; Invasiva; De esquiva; Inibida; Desinibida; Inconven iente; Jocosa; I rôn ica ; Lamur iosa; Dramát ica ; Teatra l ; Sedutora; Pueril; Gliscróide ou viscosa; EXAME PSÍQUICO I LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 Simuladora; Dissimuladora; Indiferente; Manipuladora; Submissa; Expansiva; Amaneirada; Reação de últ imo momento. 3. Consciência: • Qualquer alteração no estado de consciência, compromete o restante do exame psíquico. • Estado alterado de consciência: pensar em causa orgânica. • Consciente: vigilância, lucidez, boa avaliação. • Quantitativa: rebaixamento, coma. • Alterações qualitativas: estreitamento 4. Orientação: • Estar orientado significa saber se orientar e se integrar a um dado momento em relação ao tempo, a um lugar no espaço (aspectos alopsíquicos) e também a situações e pessoas (aspectos autopsíquicos). 4 . 1: Exame da orientação: - Interrogatório; - Expressão fisionômica; - Orientação temporal; - Orientação espacial; - Orientação quanto a situação. 5. Atenção: • Capacidade do individuo de direcionar e manter o foco de sua consciência em determinado objetivo na presença de estímulos externos ou internos. 5 . 1: Alterações quantitativas: hipoprosexia, aprosexia 5 . 2: Alterações qualitativas: rigidez, labilidade. 6. Memória: • É um sistema de armazenamento múltiplo e com formas distintas de processamento. • Por meio dela se pode registrar as vivências e evocar experiências anteriores. 6 . 1: Ferramentas de avaliação: 6 . 2: Alterações observadas: - Amnésia lacunar; Capacidade de fixação; Capacidade de evocação; Amnésia selet iva; Hiperamnésia; Hipomnésia ou amnésia retrograda/ anterógrada Confabulações. 7. Linguagem: • É um sistema de sinais - fonéticos e gráficos, que funciona como um processo intermediár io entre o pensamento e o mundo externo. • Funções : comun i c ação soc i a l , expressão de pensamentos e sentimentos, indicação e descrição das coisas, transmissão de conhecimentos, etc. • F o r m a d e c o m u n i c a ç ã o especificamente humana. 7 . 1 : A l te rações da l i nguagem quantitativas: - Afasias; Agrafia; Alexia; Mutismo; Logorréia; Ol igola l ia; Hiperfonia; LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 Hipofonia; Taqui lal ia e bradi lal ia; Latência da resposta. • Mais comuns: - Aprosódia: perda da modulação afetiva da fala - Hiperprosódia: fala enfática - Jargonofasia: salada de palavras - Ecolalia: repetição da última palavra do médico - Palilalia: repetição de sua última palavra - Logoclonia: repetição de sua última silaba. 7 . 2: Alterações da linguagem qualitativas: - Estereotipia: repetição monótona; Mussitação; Neologismos; Solilóquio; Coprolal ia; Maneirismos: palavras difíceis ou diminutivos; Pedolalia; Pararrespostas 8. Pensamento: • Aspectos do pensamento: - Curso: refere-se a velocidade e ritmo do pensamento, à quantidade de ideias. - Forma: está relacionada à estrutura do pensamento, à relação entre as ideias. - Conteúdo: temática, às qualidades ou características das ideias. 8 . 1: Alterações quantitativas: - Curso: aceleração, alentecimento, interrupção. 8 . 2: Alterações qualitativas (forma) do pensamento: - Prolixidade, perseveração, fuga das ideias, incoerência ou desagregação, minuciosidade 8 . 3: Alterações qualitativas (conteúdo) do pensamento: Concretismo, ideias delirantes. 8 . 4: Pensamento: delírio / juízo falso - Convicção extraordinaria - Não são suscetíveis a influencia - Possuem um conteúdo impossível. 8 . 5: Tema do delirio: - Perseguição, prejuízo, reivindicação, i n f l u en c i a , g r a ndez a , c i úmes , erotomaníaco, ruína , somát ico, negação, culpa, místico, fantástico. • Delírio: - Vivência individual - Eixo em torno do qual passa a girar a vida do indivíduo. 1. Sensopercepção: • A sensopercepção constitui a primeira etapa da cognição, ou seja, do conhecimento do mundo externo. • Este se refere aos objetos reais (aqueles que estão fora de nossa consciência). 1 . 1: Sensação: • É um fenômeno passivo, fisico e objetivo, que resulta das alterações produzidas por estímulos externos sobre os órgãos sensoriais. EXAME PSÍQUICO II LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 • Através da sensação, podemos d i s t i n g u i r a s q u a l i d a d e s ma i s elementares dos objetos: cor, forma, peso, temperatura, consistência, sabor… 1 . 2: Percepção: - É um fenômeno ativo, psíquico e subjetivo. - Um fenômeno consciente, que resulta da integração das impressões sensoriais e da associação destas às representações. - Está relacionada à identificação, reconhecimento e discriminação dos objetos. - É o que dá significação as sensações. - Sensação e percepção: exemplos: - Sensações: formas e cores em uma fotografia. - Percepções: crianças uniformizadas, carteiras e tubos de ensaio. - Apreensão: uma aula de ciências. 1 . 3: Sensopercepção - Alterações quantitativas: • Hiperestesia (hiperpercepção): - Aumento global da intensidade perceptiva, que ocorre na mania, intoxicação por anfetamina, cocaína, maconha e a l u c i n ógenos ; ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais comuns, como ocorre na depressão, estados de ansiedade, enxaqueca, no autismo e na “ressaca” pós-intoxicação alcoólica. • Hipoestesia (hipopercepção):diminuição da intensidade perceptiva. - O mundo parece mais escuro e sem brilho, a comida é -insossa, os sons abafados… - Depressão, esquizofrenia. • Anestesia: - Abolição da sensibilidade. - Quadros conversamos (amaurose ou surdez histérica, anestesias ‘em bota’ ou ‘em luva’), intoxicação alcoólica e coma. 1 . 4: Sensopercepção - Alterações qualitativas: • Ilusão: - Percepção falseada de um objeto real. - Não é influenciada pela vontade. - Ocorrem em doentes mentais ou indivíduos saudáveis. • Pareidolia: - Cons is te numa imagem cr iada i n tenc iona lmente , a pa r t i r de percepções reais de elementos sensoriais imprecisos. - Não é patológica. • Alucinação: - É uma percepção na ausencia dos estímulos externos correspondentes. - Visuais, auditivas, olfativas, gustativas, cutâneas. 2. Conação (volição): LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 • Conjunto de atividades psíquicos direcionadas para a ação. • A volição é uma dimensão que envolve a vontade e a ação. • Engloba: avaliação, julgamento, análise e decisão. 2 . 1: Conação - Alterações quantitativas: • Hipobulia ou abulia: - Sensação de indisposição, fraqueza, desanimo ou falta de energia; perda de iniciativa, da espontaneidade e do interesse pelo mundo externo; indecisão; dificuldade de transformar as decisões em ações; e inibição da psicomotricidade. • Hiperbulia: - Sentimento subjetivo de força, energia, disposição… 2 . 2: Conação - Alterações qualitativas: • Impulsos: - Caracterizam-se por serem súbitos e incontroláveis. - São atos desprovidos de finalidade consciente. - Espécie de curto-circuito do ato voluntário. Induz o individuo a satisfazer uma necessidade. Associados a intolerância e frustração. Ausência de deliberação ou decisão. • Compulsão: - São atos que o individuo se sente compelido a realizar. - Ações motoras complexas, que e n v o l v e a t o s r i t u a l i z amo s e estereotipados. - A execução não se dá de imediato, mas sim após alguma deliberação consciente, havendo resistência contra a sua execução. - Sensação de alivio após sua realização. - Associados a ideias obsessivas. • T O C ( T r a n s t o r n o O b s e s s i v o Compulsivo) 3. Pragmatismo: • Capacidade de colocar em prática aquilo que foi planejado. 3 . 1: Exame do pragmatismo: - Não pode ser avaliado se a conação está diminuída. - Só pode a l terar para menos : hipopragmatismo. - Serve como uma medida do grau de eficácia das funções psíquicas como um todo. - Identificar os interesses e objetivos do paciente e avaliar a adequação do comportamento quanto à realização de tais objetivos. 4. Psicomotricidade: • Hipocinesia: - Inibição psicomotora. - Movimentos voluntários lentos e realizados com dificuldade. - Ex.: esquizofrenia catatonica, depressão grave, parkinsonismo. LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 2 • Hipercinesia: - Exaltação psicomotora. - Aumento da at iv idade motora voluntaria. - Ex . : mania , depressão ans iosa , ansiedade, TDAH. 5. Humor e afeto: • Os afetos são estados psíquicos subjetivos e podem ser agradáveis ou desagradáveis. • A b r a n g e m a s e m o ç õ e s , o s sentimentos, as paixões e o humor. • Humor representa o “tônus” emocional mantido, não reativo. • É o “pano de fundo” da afetividade, não muda rápido. • Foge a vontade, à biografia, não obedecendo a história de vida do indivíduo. • Normal: eutímico • Hipot ímico/h ipert ímico/desfór ico/ ansioso/pueril. 5 . 1 : Alterações quantitativas da afetividade: - Exaltação afetiva; - Embotamento afetivo. 5 . 2: Alterações qualitativas da afetividade: Incontinência afetiva: - Perda da capacidade de controle da expressão afetiva. - As reações afetivas são exageradas e desproporcionais. - Ex. : intoxicação alcoól ica e TP Borderline. • Rigidez afetiva: - Perda da capacidade de modular a resposta afetiva de acordo com. a situação. - O estado de humor independe dos acontecimentos externos. - Ex. : esquizofrenia, depressão e demência. 6. Consciencia do eu: • Propriedade psíquica através da qual “o eu se faz consciente de si mesmo”. • Alterações são encontradas na esquizofrenia e intoxicação por alucinógenos. • O paciente se sente capaz de ler o pensamento de outras pessoas, ou pode achar que estão lendo seus pensamentos. 7. Consciência de morbidade: • Se refere ao entendimento que o indivíduo tem sobre o seu próprio estado de saúde. • Tem grande importância para a adesão ao tratamento. • A ausênc ia de consc iênc ia de morbidade é comum na psiquiatria.
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