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WL-OO-Questões-04-Direito Constitucional-400 Questoes_Dir.Constitucional

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Considere que a Constituição de 1988, em relação a determinada matéria, tenha passado a exigir regulação por lei complementar, ao passo que a Constituição anterior previa que a mesma matéria fosse disciplinada por lei ordinária, que fora editada e encontrava-se vigente e eficaz ao tempo da promulgação da nova Constituição. À luz dessa situação, julgue os três itens seguintes.
Dependendo da matéria, as leis ordinárias podem ser modificadas por medida provisória a ser convertida em lei no prazo máximo de sessenta dias, vedada qualquer prorrogação.
Comentário - Falsa; essa questão é do Cespe, concurso de Delegado da Polícia Federal de 2002, muito boa; leis ordinárias realmente podem ser modificadas, revogadas por medida provisória, exceto naquelas matérias em que a constituição veda a edição de medida provisória (CF, art. 62, § 1º); porém, após a EC 32 as medidas provisórias passaram a ter eficácia inicial de 60 dias, admitindo-se uma única prorrogação por igual período, se esse prazo inicial de 60 dias não for suficiente para a conclusão da votação nas duas casas do congresso nacional; importante observar que essa prorrogação não tem nada a ver com reedição da medida provisória, com a edição de uma nova medida provisória; é uma mera prorrogação do prazo inicial de eficácia da mesma medida provisória, quando os 60 dias iniciais não são suficientes para a conclusão do processo legislativo nas duas casas do congresso nacional; vale também destacar que esse prazo de 60 dias não corre nos períodos de recesso do congresso nacional.
Na hipótese proposta, não há possibilidade de recepção formal da lei ordinária, porque o quorum qualificado da lei complementar é maior. 
Comentário - Falsa; no confronto entre uma norma pré-constitucional (editada antes da promulgação da atual constituição) e a atual constituição só interessa a chamada compatibilidade material, isto é, só interessa se o conteúdo da lei antiga é compatível com a nova constituição; qualquer aspecto de natureza formal deve ser desconsiderado, tais como: espécie normativa (se a lei velha é ordinária, complementar, decreto-lei etc.); processo legislativo da época (se a lei era aprovada por maioria simples, maioria absoluta etc.) etc.; portanto, na assertiva, é irrelevante o fato de mudança de quorum. 
Em hipótese diversa - a Constituição anterior requerendo lei complementar e a atual exigindo lei ordinária -, poderia ser recepcionada a legislação preexistente, mas as alterações posteriores deveriam ser procedidas por meio de lei complementar. 
Comentário - Falsa; se a constituição antiga exigia lei complementar e a atual constituição exige lei ordinária, o que era lei complementar será recepcionado com força de lei ordinária, pois quem define o status da lei antiga no novo ordenamento constitucional é sempre a constituição nova; se a lei vai ser recepcionada com status de lei ordinária, significa que ela poderá, daí por diante, ser alterada e revogada por meio de lei ordinária, e até mesmo por medida provisória, se não for matéria proibida para esta espécie normativa. 
Um ato normativo anterior à Constituição em vigor, que com ela é compatível materialmente, mas que não se reveste de forma legislativa prevista nessa mesma Constituição, é tido como revogado. 
Comentário - Falsa; conforme dito antes, na análise da compatibilidade entre o direito pré-constitucional e a nova constituição só interessa o aspecto material (conteúdo da norma), sendo absolutamente irrelevante qualquer análise de fundo formal; se o direito anterior é compatível, será recepcionado e pronto, qualquer que seja a espécie legislativa da época (não interessa se era decreto-lei, que não existe mais hoje); no caso, não importa que a espécie legislativa não exista mais, tanto que temos hoje diversos decretos-lei em plena vigência, apesar de a atual constituição não prever mais essa espécie normativa entre aquelas do nosso processo legislativo, previsto no art. 59 da CF.
Não se pode discutir em juízo a validade de uma lei em face da Constituição que vigorava quando o diploma foi editado, se a lei é plenamente compatível com a Constituição que se encontra atualmente em vigor. 
Comentário - Falsa; essa questão é do concurso do Banco Central, de 2001, muito boa; não existe impedimento algum para essa análise, veja só: o indivíduo pode ter interesse em questionar a validade de uma lei de 1980 em face da constituição da época (de 1969), sabendo que ela é compatível com a constituição de hoje (de 1988)? Sim, para afastar a sua aplicação durante a vigência da antiga constituição, no caso entre 1980 e 1988; o que não se admite é a discussão da constitucionalidade de uma lei editada na vigência da constituição de 1969 em confronto com a constituição de 1988, pois nesse caso não se pode falar em "constitucionalidade", pois isso é caso de revogação ou recepção, a depender do conteúdo da lei antiga. 
Uma norma do poder constituinte originário pode afetar efeitos ainda por ocorrer de fato ocorrido no passado (retroatividade mínima). 
Comentário - Certa; segundo o STF, as normas constitucionais têm retroatividade mínima, isto é, alcançam, de imediato, as prestações futuras de fatos ocorridos no passado; por exemplo, com a promulgação da nossa constituição, em 1988, ela passou a regular imediatamente as prestações futuras de contratos já celebrados antes de 1988; essa mesma aplicabilidade vale para as emendas à constituição. 
O instituto da desconstitucionalização das normas da Constituição anterior é pacificamente aceito pela doutrina brasileira. 
Comentário - Falsa; a desconstitucionalização é a tese segundo a qual os dispositivos da constituição passada que não forem conflitantes com a nova constituição serão recepcionados por esta, com força de normas infraconstitucionais, ordinárias; o dispositivo deixaria de ser constitucional e seria recepcionado como lei; essa tese não é aceita no Brasil, pois aqui a o entendimento é de que a nova constituição revoga inteiramente a anterior, independentemente de compatibilidade ou incompatibilidade de conteúdo. 
Uma norma editada em data anterior à atual Constituição poderá ser declarada inconstitucional em face desta, caso venha a ferir um de seus preceitos fundamentais.
Comentário - Falsa; uma lei pré-constitucional jamais será inconstitucional ou constitucional em face da nova constituição; será ela recepcionada (se materialmente compatível com a nova constituição) ou revogada (se materialmente incompatível com a nova constituição); segundo o STF, só se pode falar em constitucionalidade de uma lei em confronto com a constituição da sua época, vigente quando a lei foi editada.
De acordo com a opinião predominante, as normas da Constituição anterior, não incompatíveis com a nova Lei Maior, continuam válidas e em vigor, embora com status infra-constitucional. 
Comentário - Falsa; a assertiva está questionando se a opinião predominante aceita a tese da desconstitucionalização, que vimos antes, no exercício 7; vimos que não se aceita essa tese no Brasil, pois aqui o entendimento majoritário é no sentido de que a nova constituição revoga completamente a antiga, independentemente da compatibilidade entre os dispositivos das duas constituições.
As normas ordinárias anteriores à nova Constituição, com esta materialmente compatíveis, mas elaboradas por procedimento diverso do previsto pela nova Carta, tornam-se constitucionalmente inválidas. 
Comentário - Falsa; as normas ordinárias pré-constitucionais materialmente compatíveis com a nova constituição são por esta recepcionadas, pouco interessando o procedimento de sua elaboração na época; os aspectos formais não interessam em nada para o fim de recepção ou revogação do direito pré-constitucional. 
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a superveniência de norma constitucional materialmente incompatível com o direito ordinário anterior opera a revogação deste. 
Comentário - Certa; é exatamente esse o entendimento do STF: se com a promulgação da nova constituição há um choquematerial (de conteúdo) entre uma lei antiga e a nova constituição, esta revoga aquela; não é caso de inconstitucionalidade, mas sim de revogação.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o advento de nova Constituição não pode afetar negativamente direitos adquiridos sob o regime constitucional anterior. 
Comentário - Falsa; segundo o STF, não há direito adquirido em face de uma nova constituição, ou seja, a nova constituição pode afetar direito adquirido sem problema algum; afinal, o poder constituinte originário é ilimitado, incondicionado.
Dá-se o nome de repristinação ao fenômeno da novação de fontes, que garante a continuidade da vigência, sob certas condições, do direito ordinário em vigor imediatamente antes da nova Constituição. 
Comentário - Falsa; a esse fenômeno dá-se o nome de recepção; repristinação constitucional seria o fato de a nova constituição trazer de volta leis que estavam fora do ordenamento jurídico, revogadas, no momento da sua promulgação; e no Brasil a constituição não traz de volta essas leis revogadas automaticamente (não há repristinação tácita das leis revogadas); a constituição até poderá trazê-las de volta, mas terá que ser expressa nesse sentido (pode haver repristinação expressa das leis revogadas).
As normas jurídicas devem ser editadas em conformidade com a Carta Política vigente. É certo, porém, que, sobrevindo uma nova Constituição, a norma jurídica anterior, cuja origem seja formalmente incompatível com o novo processo legislativo, não será recepcionada. 
Comentário - Falsa; já vimos que para se saber se uma norma pré-constitucional foi recepcionada ou revogada pela nova constituição só interessa a compatibilidade material (de conteúdo); o fato de o processo legislativo da época ser diferente do atual não interessa, pois isso é compatibilidade formal, irrelevante. 
A posição hierárquica de uma norma é definida pelas regras constitucionais vigentes. Por essa razão, pode-se encontrar, hoje, decreto presidencial vigendo com força de lei, tendo sido recepcionado como tal pela Constituição superveniente. 
Comentário - Certa; está perfeita a questão; como na análise da compatibilidade da norma antiga em confronto com a nova constituição só interessa o conteúdo da norma, se o conteúdo do decreto presidencial antigo era compatível com a nova constituição, foi ele recepcionado por ela; e foi recepcionado com que força? Depende da nova constituição: se ela agora exigir para o trato desse conteúdo lei ordinária, o decreto presidencial será recepcionado com força de lei ordinária (como dito na assertiva); se a nova constituição tivesse passado a exigir lei complementar para o trato do conteúdo desse antigo decreto, o decreto presidencial teria hoje força de lei complementar.
Quanto ao direito ordinário pré-constitucional é correto afirmar-se: deve ser considerado como recepcionado pela nova ordem constitucional, desde que se mostre com ela compatível tanto sob o aspecto formal, quanto sob o aspecto material. 
Comentário - Falsa; já vimos que para o direito pré-constitucional ser recepcionado pela nova constituição basta que ele seja com ela materialmente compatível (o seu conteúdo, a matéria tratada na norma antiga, deve ser compatível com a nova constituição); a compatibilidade formal, de processo legislativo etc., não interessa em nada. 
Quanto ao direito ordinário pré-constitucional é correto afirmar-se: deve ser considerado como recebido pela nova ordem constitucional, desde que se mostre compatível com a Constituição de uma perspectiva estritamente formal. 
Comentário - Falsa; pelo mesmo motivo da questão anterior: só interessa a compatibilidade material (conteúdo da norma), a compatibilidade formal é absolutamente irrelevante. 
Quanto ao direito ordinário pré-constitucional é correto afirmar-se: a incompatibilidade entre lei anterior e norma constitucional superveniente refere-se apenas a aspectos materiais (conteúdo). 
Comentário - Certa; essa questão é da Esaf, concurso de Auditor da Receita, e está perfeita; a análise da compatibilidade entre o direito pré-constitucional e a nova constituição é feita levando-se em conta somente o conteúdo da norma. 
Na vigência do regime jurídico anterior à Constituição Federal de 1988 (CF), determinado tema havia sido disciplinado por meio de lei ordinária. A CF passou a exigir que o mesmo assunto fosse disciplinado por lei complementar. Em face dessa situação, a antiga lei foi recepcionada pelo novo ordenamento jurídico com status de lei complementar. 
Comentário - Certa; é a questão mais manjada sobre esse assunto que cai em concurso; se a constituição antiga exigia lei ordinária e a atual exige lei complementar, a norma, desde que materialmente compatível com a nova constituição, será por esta recepcionada, com força de lei complementar; na prova, é só lembrar: sempre quem define com que status a lei antiga vai entrar no novo ordenamento constitucional é a constituição nova, não interessa o tipo de norma que ela era na vigência da constituição antiga. 
A lei ordinária anterior à nova Constituição, que com esta é materialmente incompatível, continua em vigor até que seja revogada por outra lei do mesmo status hierárquico. 
Comentário - Falsa; a lei antiga que se tornar materialmente incompatível com a nova constituição será automaticamente revogada por esta, independentemente de disposição expressa nesse sentido na nova constituição; se no futuro houver dúvida se determinada lei foi recepcionada ou revogada pela nova constituição, o caso concreto deverá ser levado ao conhecimento do poder judiciário, para que este decida a respeito (no controle difuso ou incidental, e não em ADIn). 
Sabe-se que a Constituição em vigor não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta, é possível afirmar que deve ser considerado formalmente inconstitucional e, por isso, insuscetível de produzir efeitos, pelo menos a partir da Constituição de 1988. 
Comentário - Falsa; completamente falsa: se o conteúdo do decreto-lei é compatível com a nova constituição, será ele recepcionado, continuando seus efeitos sob a vigência da nova constituição; como não existe a figura do decreto-lei na nova constituição, ele terá a força que a nova constituição lhe der, de acordo com o tratamento que ela der à matéria: se ela exigir lei ordinária para o trato da matéria do antigo decreto-lei, será ele recepcionado com força de lei ordinária; se ela exigir lei complementar para o trato do conteúdo do decreto-lei, será ele recepcionado com status de lei complementar; a questão também fala em o decreto-lei ser considerado "formalmente inconstitucional", e nós já vimos que ele jamais poderia ser considerado inconstitucional em confronto com a nova constituição, mas sim revogado ou recepcionado, a depender da compatibilidade material.
Sabe-se que a Constituição em vigor não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta, é possível afirmar que deve ser considerado revogado com o advento da nova Constituição. 
Comentário - Falsa; se o conteúdo do decreto-lei é compatível com a nova constituição, será ele recepcionado por esta. 
Sabe-se que a Constituição em vigor não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta, é possível afirmar que continua a produzir efeitos na vigência da nova Carta, por força do mecanismo da recepção. 
Comentário - Certa; se o conteúdo do decreto-lei é compatível com a nova constituição, será ele recepcionado por esta, pouco importando que esta nova constituição não preveja a figura do decreto-lei, pois isso é aspecto formal, que não interessa; o que interessa é a compatibilidade material, do conteúdo da norma antiga com o texto e princípios da nova constituição.
Substituída uma Constituição por outra, as normas da Constituição antiga que não forem, noseu conteúdo, incompatíveis com o novo Texto Magno, continuam em vigor, mas com hierarquia de lei ordinária. 
Comentário - Falsa; essa é a tese da desconstitucionalização, que já vimos na questão 7 que não é admitida no Brasil, pois aqui a constituição nova revoga, automaticamente e por completo, a constituição antiga, seja qual for o conteúdo desta.
Normas de Constituição revogada continuam valendo como normas constitucionais, naquilo que não contrariarem a nova Lei Maior, em face do mecanismo conhecido como recepção. 
Comentário - Falsa; as normas da constituição antiga são total e automaticamente revogadas pela promulgação da nova constituição, perdem inteiramente sua eficácia de normas constitucionais; seria um absurdo dispositivos da constituição passada continuarem valendo com a promulgação da nova constituição como normas constitucionais antigas, pois aí teríamos dois ordenamentos constitucionais no país, o velho e o novo, o que é inadmissível juridicamente.
Uma das classificações das constituições leva em consideração os mecanismos previstos para a mudança delas, do que resultam as categorias de constituições rígidas, flexíveis e semi-rígidas; as flexíveis são aquelas que não exigem mecanismos especiais de alteração, mais solenes e complexos que os aplicados à produção do direito infraconstitucional; em todas essas espécies, devido à supremacia da Constituição, deve haver mecanismos adequados de controle de constitucionalidade. 
Comentário - Falsa; essa questão é do concurso de Procurador Federal da AGU, de 2002; a parte inicial da questão, até o segundo ponto e vírgula, está perfeita; entretanto, na parte final, há um erro, porque, segundo a melhor doutrina, não se pode falar em controle de constitucionalidade efetivo nas constituições flexíveis, pois nesta não haveria a supremacia formal da constituição em relação às demais normas do .
É critério para a definição de uma norma como formalmente constitucional o fato de que ela esteja inserida no texto da Constituição, independentemente da matéria que trate. 
Comentário - Certa; a noção formal de constituição leva em conta justamente o fato da norma estar inserida na constituição, formal e solenemente elaborada pelo órgão constituinte; segundo a ótica formal de constituição, se a norma está inserida na constituição, ela é constitucional e pronto, qualquer que seja o seu conteúdo.
A doutrina constitucionalista aponta o fenômeno da expansão do objeto das constituições, que têm passado a tratar de temas cada vez mais amplos, estabelecendo, por exemplo, finalidades para a ação estatal. Considerando a classificação das normas constitucionais em formais e materiais, é correto afirmar que as normas concernentes às finalidades do Estado são apenas formalmente constitucionais. 
Comentário - Falsa; até o primeiro ponto, após a palavra estatal, a assertiva está corretíssima, pois há realmente uma tendência atual de expansão do objeto das constituições; porém, a conclusão está equivocada, pois as normas que cuidam das finalidades do Estado são normas tipicamente materialmente constitucionais; no caso da nossa constituição de 1988, essas normas que cuidam das finalidades do Estado são normas materialmente (devido ao conteúdo, por tratarem de um tema substancialmente constitucional) e também formalmente constitucionais (pelo fato de estarem inseridas numa constituição escrita, formal); normas apenas formalmente constitucionais são aquelas que, apesar de inseridas no texto de uma constituição, não tratam de temas substancialmente constitucionais, que deveriam estar sendo tratados em lei ordinária.
As normas constitucionais, do ponto de vista formal, caracterizam-se por cuidar de temas como a organização do Estado e os direitos fundamentais. 
Comentário - Falsa; as normas constitucionais que cuidam de temas substancialmente constitucionais, como a organização do Estado e os direitos fundamentais são normas materialmente constitucionais; normas apenas formalmente constitucionais são aquelas que tratam de temas irrelevantes, que deveriam estar sendo tratados em leis ordinárias, mas que o constituinte optou por colocar na constituição; como o próprio nome indica, são normas que têm apenas forma de constituição (por estarem dentro da constituição), mas não têm matéria de constituição (por não cuidarem de um dos aspectos relevantes do Estado.
Considerando a classificação das normas constitucionais em formais e materiais, seriam dessa última categoria sobretudo as normas concernentes à estrutura e à organização do Estado, à regulação do exercício do poder e aos direitos fundamentais. Desse ângulo, outras normas, ainda que inseridas no corpo da Constituição escrita, seriam constitucionais tão-somente do ponto de vista formal. 
Comentário - Certa; essa questão não tem muito o que comentar, pois ela define exatamente o que é uma norma materialmente constitucional (que cuida de matérias substancialmente constitucionais) e o que é uma norma apenas formalmente constitucional (que, embora esteja dentro da constituição, não cuida de tema essencial do Estado, cuida de temas irrelevantes, que deveriam estar sendo tratados em lei ordinária).
Diz-se outorgada a constituição que surge sem a participação popular. 
Comentário - Certa; outorgada ou antidemocrática é a constituição que nasce sem a participação popular, que é imposta por um ditador; a constituição resultante da participação popular, participação popular esta que pode ser direta ou representativa, chama-se constituição democrática, popular ou promulgada.
A vigente Constituição da República, promulgada em 1988, prevê os respectivos mecanismos de modificação por meio de emendas, podendo ser classificada, por esse motivo, como uma constituição flexível. 
Comentário - Falsa; constituição flexível é aquela que admite a modificação do seu texto pelo mesmo processo de elaboração das leis, sem necessidade de processo especial, mais difícil; a nossa constituição é tipicamente rígida, pois exige um procedimento especial, muito mais difícil do aquele de elaboração das demais leis do país; enquanto uma lei ordinária é aprovada por maioria simples, em um só turno de votação, a Proposta de Emenda à Constituição só é aprovada após votação em dois turnos em cada uma das casas do congresso, com deliberação mínima de três quintos dos votos.
A Supremacia material e formal das normas constitucionais é atributo presente tanto nas constituições rígidas quanto nas flexíveis. 
Comentário - Falsa; a supremacia material decorre do conteúdo da norma; a supremacia formal decorre do processo mais difícil de elaboração e modificação da constituição; logo, numa constituição rígida, pode-se falar tanto em supremacia material de um dispositivo constitucional (em razão do seu conteúdo) quanto em supremacia formal (pelo fato de o dispositivo estar dentro da constituição, que foi elaborada por um processo mais difícil do que aquele de elaboração das demais leis); já numa constituição flexível, só se pode falar em supremacia material (de conteúdo), pois não há supremacia formal dela em relação às demais leis (já que tanto a constituição flexível como as demais leis são elaboradas pelo mesmo processo, não há distinção no processo legislativo).
Não há supremacia formal da Constituição costumeira em relação às demais leis do mesmo ordenamento jurídico. 
Comentário - Certa; a constituição costumeira, consuetudinária ou histórica é aquela que não é elaborada, num dado momento, por um órgão constituinte; é aquela que surge ao longo do tempo, como resultado do evoluir da própria sociedade; é do tipo não escrita e, portanto, flexível; se a supremacia formal decorre justamente do processo especial e rígido da elaboração da constituição, eu não posso falar em supremacia formal neste tipo de constituição, pois nela não há processo especial de elaboração; posso sim falar em supremacia material dos seus dispositivos em relação às demais leis ordinárias do ordenamento, devido ao seu conteúdo, que é substancialmente constitucional.A Constituição Brasileira vigente não é revestida de supremacia, haja vista proclamar que todo o poder emana do povo, sendo este, então, supremo perante o ordenamento jurídico do Brasil. 
Comentário - Falsa; a nossa atual constituição é do tipo formal e rígida, dotada tanto de supremacia formal quanto de supremacia material; quanto à supremacia formal, todos os seus artigos, do primeiro ao último, inclusive o ADCT, são superiores formalmente em relação às demais leis do nosso ordenamento; quanto à supremacia material, ela está presente apenas naqueles dispositivos que tratam de assuntos substancialmente constitucionais; assim, se eu pego o art. 5º da CF, posso afirmar que ele é, ao mesmo tempo, formalmente (por fazer parte do texto da constituição) e materialmente (devido ao seu conteúdo substancialmente constitucional) constitucional; já se eu pego um artigo da Constituição que cuida da estabilidade do empregado da CIPA, estarei diante de um dispositivo apenas formalmente constitucional (tem forma de constituição, por estar dentro da Constituição, mas não é matéria substancialmente constitucional. 
O princípio da supremacia da Constituição é a primordial conseqüência da rigidez constitucional. 
Comentário - Certa; a rigidez, por exigir um procedimento mais dificultoso para a elaboração/modificação das normas constitucionais, coloca a constituição num patamar de superioridade em relação às demais normas; a partir de então, todas as leis inferiores hierarquicamente devem obedecer a constituição; portanto, a principal conseqüência da rigidez é a supremacia da constituição. 
A rigidez das normas constitucionais decorre dos mecanismos diferenciados, previstos para sua modificação, em relação aos das demais normas jurídicas. 
Comentário - Certa; rigidez é isso mesmo: o fato de a constituição exigir para a modificação do seu texto um processo especial, mais difícil do que aquele de elaboração das demais leis.
Apenas as normas das constituições escritas possuem supremacia. 
Comentário - Falsa; tanto as normas da constituição escrita quanto as da constituição não escrita possuem supremacia material (de conteúdo); o que só as constituições escritas possuem é a chamada supremacia formal, porque esta decorre justamente do processo especial de elaboração, coisa que a constituição não escrita não tem, pois ela não foi solenemente elaborada por um órgão constituinte, por um processo diferenciado, especial.
A Constituição brasileira em vigor é flexível, em razão da grande quantidade de temas que disciplina. 
Comentário - Falsa; a nossa constituição é rígida, porque exige um procedimento especial para sua reforma, estabelecido no seu art. 60; a quantidade de temas que a constituição trata não tem nada a ver com rigidez, mas sim com ser a constituição analítica (ou prolixa) ou sintética; e, nesse ponto, a nossa é do tipo analítica ou prolixa, pois trata de uma infinidade de temas. 
Uma constituição que se origina de órgão constituinte composto de representantes do povo denomina-se constituição outorgada. 
Comentário - Falsa; a constituição que é elaborada com a participação do povo é a democrática, popular ou promulgada; a participação do povo pode ser direta (quando o próprio povo aprova diretamente sua constituição, por meio de referendo ou plebiscito) ou representativa (quando o povo elege seus representantes e estes elaboram e promulgam a constituição); constituição outorgada é aquela em que não há participação popular na sua elaboração. 
Constituições, como a brasileira de 1988, que prevêem a possibilidade de alteração do seu próprio texto, embora por um procedimento mais difícil e com maiores exigências formais do que o empregado para a elaboração de leis ordinárias, classificam-se como constituições semi-rígidas. 
Comentário - Falsa; já vimos que constituições como a nossa, que exigem um procedimento especial, mais difícil, para sua modificação, são classificadas como rígidas; semi-rígidas são aquelas que exigem um procedimento especial para a mudança de parte do seu texto e permite a mudança de outra parte por processo simples, como se modifica as demais leis; enfim, semi-rígida é aquela que é parte rígida (que só pode ser modificada por processo especial) e parte flexível (que pode ser modificada pelo processo simples, como se modifica uma lei). 
São apenas normas formalmente constitucionais as concernentes à forma do Estado, à forma do Governo e ao modo de aquisição e exercício do poder. 
Comentário - Falsa; normas que cuidam de temas substancialmente constitucionais como estes são normas tipicamente materialmente constitucionais, e não apenas só formalmente constitucionais.
A classificação de uma Constituição como semi-rígida indica que o seu conteúdo é apenas de normas materialmente constitucionais. 
Comentário - Falsa; a classificação de uma constituição como semi-rígida não tem relação alguma com a existência ou não de normas formalmente constitucionais; só tem a ver com o seu processo de reforma, significando que ela admite que parte de seus dispositivos sejam alterados como se modificam as demais leis (parte flexível) e que exige um procedimento especial, mais dificultoso, para a outra parte dos seus dispositivos (parte rígida). 
Considerando a noção de constituição material, o ato de um agente público pode ser considerado inconstitucional, mesmo que afete norma não constante do texto da Constituição escrita. 
Comentário - Certa; vimos que na concepção material de constituição, não interessa o processo de elaboração da norma, só interessa o seu conteúdo: se o seu conteúdo for substancialmente constitucional, a norma será constitucional, esteja ou não dentro de uma constituição escrita; portanto, para essa concepção, o texto da constituição não exaure os temas constitucionais, podendo haver leis constitucionais fora da constituição; logo, o ato de um agente público (um decreto, por exemplo), pode vir a ser declarado inconstitucional em face de uma lei "A", que esteja fora da constituição, mas que, devido ao seu conteúdo, é tida por norma constitucional. 
Em relação à supremacia material e formal das constituições, podemos afirmar que a formal é reconhecida nas constituições flexíveis. 
Comentário - Falsa; a supremacia formal, decorrente do processo de elaboração das normas constitucionais, só está presente nas constituições rígidas e semi-rígidas (nestas, na parte rígida); na constituição flexível não há distinção no processo de elaboração da constituição e das demais leis; logo, não se pode falar em supremacia formal, pois esta decorre justamente do processo diferenciado, mais difícil, de elaboração da constituição.
Em relação à supremacia material e formal das constituições, podemos afirmar que a material está relacionada à produção de um documento escrito. 
Comentário - Falsa; a supremacia material não se importa com o processo de elaboração da norma constitucional; só se importa com o conteúdo da norma: se o seu conteúdo for substancialmente constitucional, a norma terá supremacia material em relação às demais leis, esteja ela onde estiver, dentro ou fora de uma constituição escrita; portanto, para a visão material de constituição, a existência (ou não) de um documento escrito é irrelevante - o que vale é o conteúdo da norma.
 
Em relação à supremacia material e formal das constituições, podemos afirmar que a material tem a ver com o modo como as normas constitucionais são elaboradas. 
Comentário - Falsa; a supremacia material é decorrente do conteúdo da norma, em nada interessando o seu processo de elaboração; quem se preocupa com o processo de elaboração é a supremacia formal. 
Em relação à supremacia material e formal das constituições, podemos afirmar que a formal resulta da situação da Constituição no topo da hierarquia das normas, independentemente da matéria tratada. 
Comentário - Certa; supremacia formal é exatamente isso: uma decorrência imediata da rigidez constitucional, do fato de a constituição exigir um procedimento especial para a elaboração de suasnormas, o que a coloca no topo da pirâmide do ordenamento jurídico; é isso: pelo simples fato de a norma constar de uma constituição escrita, rígida, solenemente elaborada pelo órgão competente, a norma já é formalmente superior às demais leis, seja qual for o seu conteúdo; quem se preocupa com conteúdo é a supremacia material.
Em relação à supremacia material e formal das constituições, podemos afirmar que a jurisdição constitucional está concebida para proteger a supremacia material, mas não a supremacia formal da Constituição. 
Comentário - Falsa; a jurisdição constitucional (a competência para fiscalizar a constitucionalidade das leis) está pronta para proteger a supremacia material e formal da constituição, a depender do seu tipo; numa constituição escrita, formal, igual a nossa, a jurisdição constitucional é concebida para proteger a supremacia formal da constituição, pois o poder judiciário, ao confrontar a lei com a constituição, deve sempre zelar pela obediência de todas as normas da constituição, ainda quando estas sejam apenas formalmente constitucionais; todo e qualquer dispositivo da nossa constituição é formalmente constitucional, é dotado de supremacia formal, e deve ser obedecido, sob pena de inconstitucionalidade.
Todas as normas estabelecidas pelo poder constituinte originário no texto constitucional são formalmente constitucionais e se eqüivalem em nível hierárquico. 
Comentário - Certa; todos os dispositivos inseridos pelo legislador originário na constituição são formalmente constitucionais, são dotados de supremacia formal e devem ser obedecidos; todos eles estão num mesmo patamar hierárquico, com a mesma força jurídica; não se pode diferenciar os dispositivos da nossa constituição entre formais e materiais, para o fim de estabelecer entre eles uma hierarquia, colocando num patamar de superioridade aqueles que são materialmente constitucionais, em detrimento daqueles que são apenas formalmente constitucionais; se foram obra do poder constituinte, todos têm a mesma força, todos estão num mesmo patamar hierárquico.
Numa Constituição classificada como dirigente, não se encontram normas programáticas. 
Comentário - Falsa; constituição dirigente é justamente aquela cheia de normas programáticas, que estabelecem diretrizes e planos de ação futura para os órgãos do Estado; tanto é assim que o nome desse tipo de constituição é constituição dirigente ou programática.
As normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988 não se definem como normas formalmente constitucionais. 
Comentário - Falsa; todas as normas de uma constituição escrita são formalmente constitucionais, pelo simples fato de estarem na constituição, não interessa o seu conteúdo; na nossa atual constituição, todos os seus artigos são formalmente constitucionais, todos são dotados de supremacia formal, do art. 1º ao último, inclusive o ADCT. 
Apresenta característica típica de Constituição rígida aquela que somente admite mudanças no seu texto por meio de procedimentos mais demorados e difíceis do que o procedimento comum de elaboração das leis. 
Comentário - Certa; é exatamente este o conceito de uma constituição rígida: é aquela que exige um processo especial, mais difícil do aquele de elaboração das demais leis, para a modificação do seu texto. 
Pelo princípio da interpretação conforme a Constituição, o aplicador evita declarar inconstitucional uma norma, buscando um sentido teleológico do preceito que o compatibilize com a Constituição, sendo irrelevante para esse esforço o sentido literal da norma. 
Comentário - Falsa; esta e as três próximas questões são da Esaf, de um concurso de Promotor do Estado do Ceará, sobre interpretação da constituição, são ótimas; a interpretação conforme a constituição é uma técnica de pronúncia de inconstitucionalidade muito utilizada pelo STF, baseada na idéia de que se uma lei inferior admite mais de uma interpretação, deve ser dada a ela aquela interpretação que a compatibilize com a constituição; com isso, ao invés de se declarar a nulidade da lei, salva-se ela, dando-lhe uma interpretação que a compatibilize com a constituição; essa técnica é decorrência dos princípios da supremacia da constituição (a constituição está num patamar de superioridade em relação às demais leis; logo, as leis devem ser interpretadas de acordo com a constituição, e não o inverso) e da presunção de constitucionalidade das leis (a regra das leis é a constitucionalidade, não se deve sair declarando a inconstitucionalidade das leis, o ideal é tentar salvar a lei, se for possível dar-lhe uma interpretação de acordo com a constituição); a assertiva, até a segunda vírgula, está perfeita; porém, na parte final, há um erro, pois a interpretação conforme a constituição não pode contrariar a literalidade da norma, não pode o poder judiciário ir contra o texto literal da norma, senão estaria o judiciário agindo como legislador positivo, criando uma nova norma, e isso não é admitido, em face do princípio da separação dos poderes; segundo o STF, a expressão literal do texto da lei funciona como um limite à interpretação conforme a constituição, pois o intérprete, o poder judiciário, não pode contrariar o sentido literal da norma (ver itens 44 e 479 e seus subitens, nos quais eu trato da interpretação conforme a constituição segundo a jurisprudência do STF).
O princípio da concordância prática ou da harmonização, numa sociedade democrática, determina que se dê sempre prevalência aos bens protegidos como direitos fundamentais em caso de conflito com outros bens também constitucionalmente protegidos. 
Comentário - Falsa; não existe uma regra pré-definida para a harmonização de conflitos entre normas constitucionais, no sentido de que uma delas (ainda que seja um direito fundamental) vá prevalecer sempre sobre as outras; diante de cada caso concreto é que deve o juiz se utilizar da "ponderação" para "harmonizar" os preceitos conflitantes; por exemplo, na hipótese de conflito entre os dispositivos "A" e "B" da constituição, não se pode pensar que o dispositivo "A" sempre prevalecerá em relação ao "B"; diante de cada caso concreto é que um poderá prevalecer sobre o outro; num caso concreto hoje, poderá prevalecer o "A"; amanhã, em outro caso concreto, poderá prevalecer o "B".
Segundo o princípio da força normativa da Constituição, os critérios interpretativos teleológico e histórico devem invariavelmente preponderar sobre o sistemático e o gramatical, quando se tratar de interpretar e aplicar a norma constitucional. 
Comentário - Falsa; em se tratando de interpretação da constituição, não se deve dar preponderância a um ou outro critério de interpretação; a boa interpretação, seja da constituição, seja de qualquer outra lei, é sempre aquela que não olvida, que conjuga e harmoniza, os diferentes critérios. 
Segundo o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser consideradas, não isoladamente, mas como preceitos integrados num sistema interno unitário de regras e princípios. 
Comentário - Certa; o princípio da unidade da constituição diz exatamente isso: que a constituição deve ser vista como uma unidade harmônica, que seus dispositivos não devem ser interpretados isoladamente, mas sim de forma sistemática; por força desse princípio é que se pode afirmar que não há normas inconstitucionais dentro da própria constituição, que não há antinomia verdadeira entre dispositivos de uma mesma constituição, que um artigo da constituição não pode ser inconstitucional em face de outro.
A constituição material do Brasil é a parte da Constituição da República integrada pelas regras materialmente constitucionais, ou seja, os dispositivos que tratam dos direitos fundamentais e da organização do Estado. Já a constituição formal do Brasil é a parte da Constituição da República integrada pelas regras formalmente constitucionais, ou seja, os preceitos que estão presentes no texto constitucional mas que disciplinam assuntos normalmente regulados pelo poder legislativoconstituído, e não pelo poder constituinte originário. 
Comentário - Falsa; essa questão é do Cespe, foi cobrada no concurso de agente da polícia federal; é um equívoco afirmar que a nossa atual constituição é parte formal e parte material; a nossa constituição é tipicamente formal, escrita, rígida; o que acontece é que ela possui algumas normas formal e materialmente constitucionais (aquelas que possuem conteúdo substancialmente constitucional) e outras apenas formalmente constitucionais (aquelas de conteúdo irrelevante, que deveria estar sendo tratado em lei ordinária).
Uma das principais diferenciações do sentido de "Constituição" para a Ciência do Direito aponta-lhes uma significação material e uma formal, esta dependente do processo por intermédio do qual surgem as normas constitucionais; em sentido material, é correto afirmar que todos os Estados possuem Constituição; não obstante, sob a luz dessa teoria, no caso brasileiro, nem todas as normas existentes no texto da Constituição promulgada em 1988 são normas materialmente constitucionais. 
Comentário - Certa; esta questão também é do Cespe, ótima, por conter três informações corretíssimas: o sentido formal de uma constituição leva em conta o modo de sua elaboração, como surgiram as normas constitucionais; no sentido material (de conteúdo), pode-se afirmar que todo Estado possui constituição, pois todo Estado possui uma organização mínima, uma estruturação de seus elementos básicos, esteja ela escrita ou não escrita num documento chamado de constituição (em sentido material é irrelevante se a constituição é escrita ou não escrita); nem todas as normas constantes da nossa constituição de 1988 são materialmente constitucionais, pois têm diversas delas que cuidam de temas irrelevantes, que nada têm a ver com a organização do Estado (agora, todas as normas da nossa constituição são formalmente constitucionais, pois estão dentro de uma constituição escrita, rígida).
Na moderna interpretação constitucional, assim como na interpretação jurídica em geral, a doutrina aceita, de forma majoritária, a aplicação do princípio in claris cessart interpretatio. 
Comentário - Falsa; está hoje superada a idéia da existência de normas constitucionais que, de tão claras, de tão óbvias, dispensam interpretação; ao contrário, juridicamente falando, norma constitucional é norma interpretada, sempre. 
A Constituição é o conjunto de normas que, entre outros aspectos da vida em sociedade, regula os modos de aquisição e exercício do poder, a organização do estado e os direitos fundamentais; em virtude disso, a interpretação das normas constitucionais difere, na essência, dos demais ramos e normas do ordenamento jurídico. 
Comentário - Falsa; a interpretação da constituição segue as mesmas regras de hermenêutica aplicáveis à interpretação das demais leis (critérios literal, teleológico, histórico, sistemático etc.); evidentemente, isso não afasta a existência de alguns critérios próprios, específicos da interpretação da constituição (princípio da unidade da constituição, critério da harmonização e concretização etc.).
Para a teoria que reparte as normas constitucionais em material e formalmente constitucionais, são normas constitucionais em sentido formal todas aquelas integrantes do corpo da Constituição, independentemente do tema de que tratem, isto é, ainda que a norma em questão cuide de relações jurídicas que poderiam ser disciplinadas por normas de nível infraconstitucional. 
Comentário - Certa; para a concepção formal de constituição, só interessa o processo de elaboração da norma, se a norma está ou não no texto de uma constituição escrita, do tipo formal; logo, são constitucionais todas as normas inseridas na constituição, independentemente do conteúdo tratado; a norma é formalmente constitucional pelo simples fato de integrar a constituição.
 
Suponha que uma emenda à Constituição resolva permitir a criação de um novo tributo, não previsto na Lei Maior, afastando, com relação a ele, expressamente, a incidência do princípio da anterioridade. Nesse caso, é correto afirmar que essa emenda é inconstitucional por ferir cláusula pétrea. 
Comentário - Certa; uma das cláusulas pétreas previstas pelo legislador constituinte foi a vedação de emenda tendente a abolir "os direitos e garantias individuais" (CF, art. 60, § 4º, IV); o STF entende que essa cláusula pétrea alcança outros direitos e garantias individuais além daqueles previstos no art. 5º da CF; o STF já decidiu que o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é garantia individual do contribuinte, portanto cláusula pétrea, insuscetível de ser afastada por meio de emenda constitucional. 
A Constituição prevê expressamente a possibilidade de ser emendada por proposta de um determinado número de cidadãos (iniciativa popular). 
Comentário - Falsa; não existe previsão constitucional de iniciativa popular para apresentação de proposta de emenda à constituição (PEC); a iniciativa popular prevista na constituição (art. 61, § 2º) é para apresentação de projeto de lei; só pode apresentar PEC os legitimados do art. 60, I a III, da CF. 
Somente em caso de urgência e relevância, é possível emendar a Constituição durante a vigência de intervenção federal. 
Comentário - Falsa; em hipótese alguma é possível emendar a constituição federal durante a vigência de intervenção federal; trata-se de uma limitação circunstancial ao poder de reforma, prevista no art. 60, § 1º, da CF. 
Não cabe sanção ou veto do Presidente da República em proposta de Emenda à Constituição. 
Comentário - Certa; a emenda à constituição não está sujeita à sanção do presidente da república; ela é diretamente promulgada pelas mesas da câmara e do senado federal; as outras espécies normativas do nosso processo legislativo que prescindem de sanção são: lei delegada, decreto legislativo e resolução; ademais, a lei resultante de conversão integral (sem alterações) de medida provisória também não está sujeita à sanção do chefe do Executivo.
Emenda à Constituição não é suscetível de controle abstrato de normas perante o Supremo Tribunal Federal. 
Comentário - Falsa; a emenda à constituição pode ser objeto de controle abstrato perante o STF (pode ser objeto de ADIN, ADECON); pode ela também ser objeto de controle difuso ou incidental, diante de um caso concreto (uma emenda que institua um tributo, por exemplo, pode ser objeto de mandado de segurança, se estiver ferindo direito líquido e certo do indivíduo).
O Presidente da República tem iniciativa reservada para a proposta de emenda à Constituição sobre matéria relacionada a direitos e deveres de servidores públicos. 
Comentário - Falsa; a iniciativa privativa (exclusiva ou reservada) do presidente da república (CF, art. 61, § 1º) refere-se à apresentação de projeto de lei, e não à apresentação de PEC; não há iniciativa reservada ou privativa do presidente da república em se tratando de emenda à constituição; todos os legitimados (CF, art. 60, I a III) concorrem entre si na apresentação de PEC sobre qualquer matéria possível; por exemplo: um projeto de lei que cuide do regime jurídico dos servidores públicos federais é de iniciativa privativa do presidente da república; já se esta matéria for tratada em emenda à constituição, qualquer um dos legitimados poderá apresentar PEC.
A análise do processo de reforma da Constituição brasileira permite afirmar que foi adotado entre nós um modelo de constituição rígida. 
Comentário - Certa; o processo de reforma da nossa constituição é muito mais rígido, muito mais difícil do que aquele previsto para a elaboração das leis comuns; enquanto uma lei ordinária pode ser aprovada por maioria simples, em um só turno de votação, a aprovação da emenda exige dois turnos de votação em cada uma das casas do congresso nacional e deliberação de, pelo menos, três quintos dos votos; essa dificuldade caracteriza a nossa rigidez. 
Um projeto de lei pode ser proposto à Câmara dos Deputados por iniciativa popular; a Constituição, porém, nãoprevê a possibilidade de o Congresso Nacional ser provocado a deliberar sobre proposta de Emenda à Constituição resultante diretamente de iniciativa popular. 
Comentário - Certa; não existe na constituição federal previsão de iniciativa popular em PEC, os cidadãos não podem apresentar uma proposta de emenda à constituição; a iniciativa popular que existe é para apresentação de projeto de lei (CF, art. 61, § 2º) .
A Constituição da República pode ser classificada como rígida, em face da existência de normas que não podem ser modificadas pelos agentes políticos investidos do poder constituinte derivado (cláusulas pétreas). 
Comentário - Falsa; a nossa constituição realmente é do tipo rígida; entretanto, rigidez não tem nada a ver com a existência ou não de cláusula pétrea; a constituição pode ser flexível e ter cláusula pétrea, ou pode ser rígida e não possuir cláusula pétrea; rigidez só tem a ver com a dificuldade imposta pela constituição para a elaboração de emenda, com a exigência de um processo mais dificultoso do que aquele de elaboração das demais leis para a sua reforma; a nossa constituição é rígida porque exige um processo dificultoso para a sua modificação, previsto no art. 60 da CF. 
Na Constituição, há regras que podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado e preceitos que não podem ser abolidos por aquele poder, os quais são identificados como cláusulas pétreas. Em virtude desse tratamento díspar atribuído a regras igualmente constitucionais, conclui-se que a Constituição vigente é semi-rígida. 
Comentário - Falsa; vale aqui a mesma explicação da questão anterior, ou seja, o fato de a constituição possuir cláusula pétrea não tem nada a ver com rigidez (ou semi-rigidez) da constituição.
É expressa ou explícita a vedação ao poder reformador de se suprimir o artigo da Constituição da República que trata das cláusulas pétreas. 
Comentário - Falsa; nesse caso estamos diante de uma limitação implícita, que veda alterações prejudiciais no procedimento de reforma da constituição federal; a mais significativa limitação implícita ao poder de reforma é a que veda alterações prejudiciais no art. 60 da constituição, que estabelece o rito de aprovação de uma emenda constitucional; a aprovação de qualquer emenda que simplifique o procedimento de reforma é inconstitucional; enquanto a atual constituição estiver vigente, a única forma de alterar o seu texto é o procedimento previsto no art. 60; qualquer outra tentativa de criar um mecanismo mais simplificado será inconstitucional; por exemplo, seriam inconstitucionais, por ofensa a uma limitação material implícita, emendas à constituição: que estabelecem um novo procedimento mais simplificado para a aprovação de futuras emendas (deliberação de maioria absoluta, ao invés de três quintos, um só turno de votação, ao invés dos dois turnos atuais etc.); que suprimissem a vedação de promulgação de emenda durante estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal; que passassem a permitir a volta de matéria rejeitada em PEC na mesma sessão legislativa etc. 
O poder constituinte derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, possui limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. 
Comentário - Certa; a questão apresenta o conceito de poder constituinte derivado ou de reforma: é um poder de autenticidade constitucional, pois é criado pelo poder constituinte originário, no momento da elaboração da constituição; possui limitações constitucionais expressas e implícitas; são expressas aquelas expressamente previstas na constituição federal, como as circunstanciais (art. 60, § 1º), as materiais (art. 60, § 4º) e processual (art. 60, § 5º); são implícitas aquelas que não foram colocadas textualmente na constituição, mas em relação as quais há um entendimento de que não podem ser prejudicadas pelo poder constituinte derivado; são implícitas as limitações que vedam: ao poder constituinte derivado o poder de alterar o procedimento de reforma originariamente previsto na constituição (art. 60), com a finalidade de tornar mais fácil a aprovação de futuras emendas; ao poder constituinte derivado o poder de transferir a outro órgão o poder de emendar a constituição (seria inconstitucional a delegação de competência do congresso nacional para o presidente da república para que este reforme a constituição). 
A matéria constante de proposta de emenda à Constituição, rejeitada num determinado ano, pode ser reapresentada no mesmo ano, desde que em sessão legislativa diferente. 
Comentário - Certa; esta questão é da Esaf, e foi considerada correta; o entendimento é de que a constituição, ao vedar o retorno na mesma sessão legislativa de matéria objeto de PEC rejeitada ou havida por prejudicada (art. 60, § 5º), não especificou a que tipo de sessão legislativa se referia; é sabido que temos dois tipos distintos de sessão legislativa: a sessão legislativa ordinária (SLO), que vai de 15/02 a 30/06 e de 01/08 a 15/12, e a sessão legislativa extraordinária (SLE), que poderá ser convocada nesses intervalos de recesso; portanto, como podemos ter no mesmo ano civil (de 1º de janeiro a 31 de dezembro) mais de uma sessão legislativa, desde que haja convocação de uma SLE, poderia a PEC rejeitada numa SLO voltar nessa outra sessão legislativa (SLE), mesmo dentro do mesmo ano civil. 
A Constituição Federal pode ser emendada mediante proposta de um por cento do eleitorado nacional.
Comentário - Falsa; não existe previsão de iniciativa popular para apresentação de PEC; a iniciativa popular prevista na constituição é para apresentação de projeto de lei. 
As emendas à Constituição devem receber a sanção do Presidente da República antes de serem promulgadas.
Comentário - Falsa; a emenda à constituição não está sujeita à sanção do presidente da república nem antes nem depois de ser promulgada; a emenda é diretamente promulgada pelas mesas da câmara dos deputados e do senado federal, sem se falar em sanção ou veto do presidente da república. 
Sendo os direitos e garantias individuais cláusulas pétreas, estão proibidas as emendas à Constituição que tenham por objeto esse tema. 
Comentário - Falsa; não existe vedação para que qualquer uma das cláusulas pétreas (art. 60, § 4º) seja objeto de emenda à constituição; qualquer cláusula pétrea pode ser objeto de emenda à constituição; qualquer emenda pode tratar do veto, da forma federativa de estado, da separação dos poderes ou dos direitos e garantias individuais, desde que tal emenda não seja "tendente a abolir", tendente a enfraquecer um desses institutos; portanto, a vedação do art. 60, § 4º, da CF só impede emendas "tendentes a abolir" as cláusulas pétreas. 
A Constituição de 1988 não conhece limitações temporais nem circunstâncias ao exercício do poder de emenda da Carta. 
Comentário - Falsa; a constituição de 1988 não conhece limitações temporais ao poder de reforma, pois logo após a sua promulgação, no dia seguinte, seu texto já podia ser alterado mediante emenda à constituição (só o procedimento de revisão é que foi postergado para cinco anos após a promulgação, mas nesse tempo a constituição já podia ser alterada normalmente, desde que por meio de emenda); entretanto, a constituição estabelece expressamente limitações circunstanciais ao poder de reforma, ao vedar a promulgação de emenda durante o estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal (art. 60, § 1º). 
É pacífico, entre nós, que não existem limitações implícitas ao poder constituinte de reforma.
Comentário - Falsa; ao contrário, hoje é pacífico que existem limitações implícitas ao poder de reforma; a mais importante delas é a que veda alterações no procedimento estabelecido pelo poder constituinte originário para a reforma da constituição (art. 60), no sentido de enfraquecê-lo; qualquer alteração no art. 60 da constituição, no intuito de tornar mais fácil, mais simplificado, a aprovação de futuras emendas será inconstitucional, por afronta a uma limitação implícita; serátambém inconstitucional a criação, por meio de emenda, de qualquer outro meio mais fácil para emendar a constituição; será também inconstitucional, por afronta a uma limitação implícita, a delegação pelo congresso nacional do seu poder de emendar a constituição (a aprovação de uma emenda outorgando essa competência para o presidente da república, por exemplo). 
Uma proposta de emenda à Constituição que tenda a abolir uma cláusula pétrea não pode sequer ser levada à deliberação do Congresso Nacional. 
Comentário - Certa; é exatamente isso que diz a constituição no seu art. 60, § 4º, ao fixar as cláusulas pétreas: "não será objeto de deliberação"; tanto isso é verdade que o STF admite mandado de segurança para sustar processo legislativo de emenda à constituição que seja tendente a abolir cláusula pétrea; é o caso de controle de constitucionalidade judicial preventivo no Brasil; mas, cuidado, esse controle preventivo só é possível através de mandado de segurança (controle difuso ou incidental), impetrado por um dos participantes do processo legislativo (partido político, congressistas etc.); não poderá, em hipótese alguma, ser objeto de ADIn, pois não existe ADIN preventiva no Brasil, de jeito nenhum. 
As emendas à Constituição expressam meio típico de manifestação do poder constituinte originário. 
Comentário - Falsa; as emendas à constituição são manifestação típica do poder constituinte derivado, também chamado de poder de reforma, poder reformador, poder constituinte de segundo grau, poder constituinte secundário, poder de revisão, poder de emenda; poder constituinte originário é aquele que elabora a constituição. 
A Constituição de 1988 contemplou ao Presidente da República a titularidade para promulgação das emendas Constitucionais. 
Comentário - Falsa; as emendas à constituição são promulgadas diretamente pelas mesas da câmara e do senado federal (art. 60, § º); não vão nem à sanção nem à promulgação do presidente da república; a única participação do presidente da república no processo de emenda é a possibilidade de apresentar a proposta de emenda, nos termos do art. 60, II, da CF.
 O poder de reforma ou de emenda é um poder ilimitado na sua atividade de constituinte de primeiro grau. 
Comentário - Falsa; o poder de reforma é um poder criado pelo poder constituinte originário, que lhe impõe certas limitações; portanto, o poder de reforma ou de emenda não é ilimitado, pois sofre limitações impostas pelo poder constituinte originário (limitações circunstanciais, limitações materiais etc.); a parte final da assertiva também está falsa, porque o poder de reforma não exerce atividade de constituinte de primeiro grau (essa atividade é do poder constituinte originário), mas sim atividade de constituinte de segundo grau. 
A reforma constitucional, no sistema constitucional brasileiro, não conhece limites materiais.
Comentário - Falsa; a reforma constitucional no Brasil sofre limitações materiais expressas ou explícitas (que são as cláusulas pétreas constitucionais expressas, previstas no art. 60, § 4º, da CF) e também limitações materiais implícitas ou tácitas (não pode ser transferido o poder de emendar a constituição para outro órgão, nem simplificado o procedimento de emenda, previsto no art. 60 da CF). 
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os princípios gravados com cláusula pétrea devem ser interpretados de forma tão estrita que a simples alteração de sua expressão literal, mediante emenda, pode significar uma violação da Constituição.
Comentário - Falsa; as cláusulas pétreas podem ser objeto de emenda à constituição, podendo sofrer alterações, desde que estas alterações não sejam tendentes a abolir tais garantias; só violarão a constituição aquelas emendas que tratarem uma cláusula pétrea com tendência a abolir, a enfraquecer uma das garantias do art. 60, § 4º, da CF.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as cláusulas pétreas protegem direitos e garantias individuais que não integram expressamente o capítulo relativo aos direitos individuais. 
Comentário - Certa; o STF já se manifestou nesse exato sentido, dispondo que existem outros direitos e garantias individuais fora do art. 5º da constituição que também são cláusulas pétreas; o princípio da anterioridade tributária, previsto no art. 150, III, b, da CF, já foi declarado cláusula pétrea pelo STF, não podendo ser afastado através de emenda constitucional.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as disposições constitucionais transitórias não são modificáveis mediante emenda constitucional. 
Comentário - Falsa; o ADCT pode ser objeto de emenda constitucional normalmente, já tendo sido alterado por diversas emendas na vigência da atual constituição (ver itens 593 a 597 do livro, nos quais eu falo tudo sobre ADCT). 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal enfatiza que as disposições protegidas pelas cláusulas pétreas não podem sofrer qualquer alteração. 
Comentário - Falsa; já vimos que as cláusulas pétreas podem ser objeto de emenda à constituição, desde que esta não seja tendente a abolir uma de tais garantias; o que o art. 60, § 4º, da CF veda é a promulgação de emenda tendente a abolir uma daquelas garantias.
Os direitos e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea são somente aqueles elencados no catálogo de direitos individuais. 
Comentário - Falsa; o STF já decidiu que existem outros direitos e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea além daqueles enumerados no art. 5º da CF; o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é um exemplo típico de cláusula pétrea fora do art. 5º da CF.
Segundo entendimento pacífico do Supremo Tribunal Federal, qualquer alteração que afete os direitos fundamentais configura lesão expressa à cláusula pétrea. 
Comentário - Falsa; só haverá lesão à cláusula pétrea se a alteração for tendente a abolir um dos direitos e garantias individuais; note-se que a constituição só enumerou como cláusula pétrea os direitos e garantias INDIVIDUAIS, ou seja, nem todos os direitos fundamentais são cláusula pétrea, somente aqueles de natureza individual; o mandado de segurança individual, por exemplo, é típica cláusula pétrea; o mandado de segurança coletivo, apesar de estar no art. 5º da constituição, não é cláusula pétrea, pois é garantia coletiva, e não individual; ainda assim, mesmo um direito ou garantia individual pode ser afetado por emenda à constituição, desde que esta emenda não seja tendente a abolir um deles.
Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não só as normas constantes do catálogo de direitos fundamentais, mas também outras normas consagradoras de direitos fundamentais constantes do Texto Constitucional podem estar gravadas com a cláusula de imutabilidade. 
Comentário - Certa; o STF já decidiu que existem outros direitos e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea além daqueles enumerados no art. 5º da CF; o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é um exemplo típico de cláusula pétrea fora do art. 5º da CF.
É vedada a alteração de disposições transitórias constantes do texto constitucional original.
Comentário - Falsa; já comentei antes que o ADCT pode ser objeto de emenda à constituição normalmente, já tendo sofrido várias modificações na vigência da atual constituição; como é importante estudar fazendo exercícios de concursos passados, as questões se repetem muito! 
A Câmara dos Deputados atua como Casa revisora no que diz respeito a projetos de Emenda Constitucional aprovados pelo Senado Federal.
Comentário - Falsa; no processo de emenda à constituição, uma casa legislativa não atua como revisora da outra; são dois turnos de votação autônomos em cada uma das casas do congresso nacional; a atuação como casa iniciadora e revisora é para o processo legislativo de elaboração das leis. 
É possível sustar, via mandado de segurança, o trâmite de projeto de emenda à Constituição que afronte cláusula pétrea. 
Comentário - Certa; comentei antes que éo caso de controle de constitucionalidade judicial preventivo no Brasil, pois o poder judiciário vai apreciar um mero projeto de emenda, antes da norma ficar pronta; isso ocorre quando é colocada em votação uma PEC que afronte cláusula pétrea; como o STF entende que uma PEC violadora de cláusula pétrea não deve sequer ser objeto de deliberação no congresso, pois o próprio processo legislativo já afronta diretamente a constituição, qualquer participante do processo legislativo da PEC poderá impetrar mandado de segurança para suspender o trâmite da proposta de emenda; lembrar que esse controle judicial só poder ser feito através de MANDADO DE SEGURANÇA (jamais por ADIN).
Dentro do poder de conformação da sua ordem constitucional, pode o Estado-membro estabelecer "quorum" para a aprovação de emenda constitucional mais rígido do que o previsto na Constituição Federal. 
Comentário - Falsa; segundo o STF, os estados-membros não podem estabelecer um quorum diferenciado do federal para a aprovação das emendas à constituição estadual; os estados-membros deverão obedecer exatamente o quorum previsto para a modificação da constituição federal, que é de três quintos; não poderão estabelecer nem quorum mais flexível (maioria absoluta, por exemplo), nem quorum mais rígido (quatro quintos, por exemplo). 
Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, o Estado-membro pode adotar modelo de revisão constitucional simplificado, tal como previsto no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. 
Comentário - Falsa; segundo o STF, os estados estão proibidos de adotar um modelo simplificado de revisão conforme aquele previsto para a constituição federal, para cinco anos após a sua promulgação (ADCT, art. 3º); isso quer dizer que os estados membros nunca puderam (nem poderão) fazer modificações na sua constituição pelo procedimento de revisão; só poderão os estados reformar sua constituição através de emenda, e assim mesmo pelo mesmo quorum previsto para modificação da constituição federal, que é de três quintos dos votos. 
Nos termos da Constituição Federal, os projetos de lei e de emenda à Constituição deverão ser aprovados, necessariamente, pelo plenário da Câmara e do Senado Federal. 
Comentário - Falsa; em relação à emenda, a assertiva está correta, pois os projetos de emenda à constituição realmente devem ser necessariamente aprovados pelo plenário das duas casas legislativas; entretanto, quanto aos projetos de lei, a afirmação está falsa, pois existe a possibilidade de que eles venham a ser aprovados definitivamente pelas comissões, sem passar pelo plenário, conforme prevê a constituição federal no seu art. 58, § 2º, I; portanto, há possibilidade de que uma lei venha a ser aprovada no Brasil só pelas comissões do congresso nacional, sem passar pelo plenário de nenhuma das casas legislativas; com emenda à constituição, isso jamais ocorrerá, pois estas dependem de aprovação do plenário das duas casas do congresso nacional, em dois turnos de votação em cada casa e com deliberação de três quintos dos votos. 
Segundo o entendimento dominante do Supremo Tribunal Federal, os direitos sociais são insuscetíveis de alteração mediante emenda constitucional. 
Comentário - Falsa; na verdade o STF ainda não decidiu expressamente se os direitos sociais são ou não cláusula pétrea, mas sabe-se que há, entre os ministros do tribunal, opiniões divergentes: alguns acham que sim, outros que não; a controvérsia é porque os direitos sociais são, sem dúvida, direitos fundamentais, pois estão enumerados dentro do Título II da CF; porém, a constituição não disse que todos os direitos fundamentais são cláusula pétrea; ao contrário, disse que só os direitos e garantias INDIVIDUAIS são cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, IV); esse o motivo da dúvida; portanto, como o STF ainda não decidiu sobre o assunto, a questão está falsa.
A Constituição brasileira em vigor permite e prevê a possibilidade de sua própria transformação, disciplinando os modos por meio dos quais sua reforma pode ocorrer; acerca da reforma constitucional, a doutrina é pacífica no sentido de que limitam a ação do poder constituinte derivado apenas as restrições expressas no texto constitucional. 
Comentário - Falsa; já vimos que a doutrina e a jurisprudência no Brasil reconhecem a existência das chamadas limitações implícitas ou tácitas ao poder de reforma, sendo a mais importante aquela que impede que o procedimento de reforma seja simplificado por meio da aprovação de uma emenda nesse sentido.
Uma proposta de emenda à Constituição, tendente a abolir a separação dos poderes, não deverá ser apreciada pelo Congresso Nacional. Todavia, se as Casas Legislativas vierem a aprová-la e promulgá-la, a proposição será válida, já que passará a integrar o texto constitucional.
Comentário - Falsa; uma emenda tendente a abolir a separação dos poderes, ou qualquer outra cláusula pétrea prevista no art. 60 da CF, será flagrantemente inconstitucional; a sua mera aprovação segundo o procedimento estabelecido no art. 60 da CF não é legitima, podendo ela vir a ser declarada inconstitucional por qualquer juízo ou tribunal do país; emenda tendente a abolir cláusula pétrea é emenda inconstitucional e assim deverá ser declarada pelo poder judiciário, seja no controle difuso ou incidental ou no controle concentrado ou abstrato. 
A matéria constante de projeto de lei ou de emenda constitucional somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
Comentário - Falsa; a assertiva está correta em relação ao projeto de lei, que realmente, mesmo rejeitado, poderá voltar na mesma sessão legislativa por solicitação da maioria absoluta dos membros de uma das casas do congresso nacional (CF, art. 67); entretanto, com a proposta de emenda à constituição, a coisa é diferente: ela não poderá voltar, em hipótese alguma, na mesma sessão legislativa, conforme previsto no art. 60, § 5º, da CF. 
Assim como os demais produtos do processo legislativo, as emendas constitucionais estão sujeitas a controle de constitucionalidade, tanto formal quanto material; em conseqüência, poderá ser julgada inconstitucional a emenda à constituição que careça de sanção presidencial.
Comentário - Falsa; a primeira parte da assertiva está corretíssima, pois uma emenda realmente está sujeita ao controle de constitucionalidade, tanto sobre o aspecto material (o seu conteúdo pode violar uma cláusula pétrea) quanto sob o aspecto formal (pode ser desobedecido o procedimento formal, o processo legislativo rígido, estabelecido no art. 60 para sua aprovação); agora, a parte final da assertiva está errada, pois emendas à constituição não estão sujeitas à sanção do presidente da república, pois são elas promulgadas diretamente pelas mesas da câmara dos deputados e do senado federal (CF, art. 60, § 3º).
Na Constituição brasileira, as limitações à reforma constitucional conhecidas como cláusulas pétreas proíbem apenas emendas que extirpem, por inteiro, a forma federativa de Estado, a separação dos poderes e os direitos e garantias individuais. 
Comentário - Falsa; a meu ver, esta questão está falsa por dois motivos: primeiro, porque faltou na enumeração das cláusulas pétreas o voto direto, secreto, universal e periódico (CF, art. 60, § 4º, II); segundo porque, ainda que não tivesse faltado o voto, a questão estaria falsa, porque a proibição das cláusulas pétreas não é só quanto a emendas que extirpem por inteiro tais garantias, pois bastam que as emendas sejam "tendentes a abolir" as cláusulas pétreas; por exemplo: em relação à forma federativa de Estado, não precisa que a emenda venha e diga que fica abolida, extirpada, a forma federativa de Estado, que passará a ser unitário; basta que a emenda seja tendente a abolir a forma federativa de Estado, enfraquecendo a nossa federação.
Se uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que vise estabelecer a nomeação, pelo Presidente da República,dos governadores dos estados federados seguir as normas constitucionais e regimentais aplicáveis ao processo de tramitação das PECs, nenhum óbice jurídico haverá à sua promulgação e entrada em vigor. 
Comentário - Falsa; ainda que obedecido fielmente o rito estabelecido pelo art. 60 da CF, tal emenda seria flagrantemente inconstitucional, pois restariam afrontadas cláusulas pétreas; a meu ver, pelo menos duas cláusulas pétreas estariam sendo atingidas: a forma federativa de estado, pois com a nomeação dos governadores pelo presidente da república os estados perderiam totalmente sua autonomia federativa; e o direito ao voto, pois os cidadãos dos estados estariam perdendo o seu direito constitucional de escolher seus governantes; seria, portanto, uma emenda flagrantemente inconstitucional, por ser "tendente a abolir" a forma federativa de estado e o direito ao voto direto, secreto, universal e periódico, duas cláusulas pétreas previstas na nossa constituição (art. 60, § 4º). 
Supondo que haja sido rejeitada uma proposta de emenda à Constituição abolindo o segundo turno nas eleições para cargos executivos no país, somente na sessão legislativa seguinte nova proposta com a mesma matéria poderá ser apresentada. 
Comentário - Certa; esta questão é do Cespe, assim como a maioria desta relação, e foi considerada correta pelo gabarito oficial; e, a meu ver, está corretíssima mesmo; numa primeira olhada, dá a impressão de que ela estaria falsa, por estar tal emenda ferindo a cláusula pétrea do direito ao voto e, portanto, jamais poderia voltar legitimamente à deliberação do congresso nacional; no entanto, será que esta emenda é mesmo "tendente a abolir" o direito de voto? não me parece, pois a simples extinção do segundo turno das eleições não afetaria a democracia, o direito de o povo manifestar-se sobre a escolha de seus governantes não restaria prejudicado, apenas mudaria a forma de apuração dos votos; com um ou dois turnos, o povo continuaria escolhendo seus governantes, democraticamente, através do voto; portanto, se não afetada cláusula pétrea, aplica-se a regra do art. 60, § 5º, da CF, segundo a qual a proposta de PEC rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá voltar numa sessão legislativa distinta.
Se o Presidente da República decretar intervenção federal em um Estado-membro, isso terá como efeito colateral impedir a promulgação de qualquer proposta de emenda à Constituição em trâmite no Congresso Nacional. 
Comentário - Certa; trata-se de uma limitação circunstancial ao poder de reforma, que veda a promulgação de emenda à constituição durante a vigência de estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). 
Considerando que a Constituição da República confere autonomia administrativa e financeira a cada um dos Poderes e define-lhes as competências, suponha uma proposta de emenda à Constituição que pretenda atribuir ao Poder Executivo as competências do Senado Federal, extinguindo-se esse órgão, mas mantendo a Câmara dos Deputados. À luz das normas constitucionais, essa proposta poderia tramitar regularmente no Congresso Nacional, mas, se viesse a ser aprovado, deveria ser vetada pelo Presidente da República. 
Comentário - Falsa; esta emenda seria flagrantemente inconstitucional, por violar cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, III), pois seria tendente a abolir a separação dos poderes, enfraquecendo em demasia o poder Legislativo em favor do fortalecimento do Executivo. 
Aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto de Emenda Constitucional pode ser vetado pelo Presidente da República. 
Comentário - Falsa; a emenda não está sujeita a veto ou sanção do presidente da república; a emenda é diretamente promulgada pelas mesas da câmara e do senado federal. 
Os Estados-membros não têm qualquer participação ou iniciativa, direta ou indireta, no processo de Emenda da Constituição Federal. 
Comentário - Falsa; essa afirmação estaria correta se fosse em relação aos municípios, pois estes, de fato, não possuem nenhuma participação no processo de reforma da constituição federal; porém, em relação aos estados, a assertiva está incorreta, pois estes possuem duas participações importantes no processo de reforma da constituição federal: primeiro, porque os estados podem, por meio de suas assembléias legislativas, apresentar proposta de emenda à constituição federal (CF, art. 60, III); segundo porque, apresentada a proposta de emenda por qualquer um dos legitimados, os estados estarão representados na sua aprovação, por meio do senado federal, que representa, de forma paritária, os estados-membros e o Distrito Federal; portanto, os estados-membros participam sim do processo de reforma da constituição federal, seja apresentando PEC por meio das assembléias legislativas, seja por meio da votação da PEC no senado federal, que os representa. 
Os princípios constitucionais protegidos por cláusula pétrea não podem ser suprimidos por Emenda Constitucional. 
Comentário - Certa; aqui não há dúvida: se as cláusulas pétreas não admitem sequer emenda "tendente a abolir" as garantias nelas enunciadas, é óbvio que a emenda não poderá suprimir nenhuma regra ou princípio erigidos pela constituição como cláusula pétrea. 
A proposta de emenda à Constituição que disponha sobre regime jurídico dos servidores públicos, importando aumento de despesa, é da iniciativa exclusiva do Presidente da República. 
Comentário - Falsa; esta questão é do Cespe e interessantíssima, pois exige um profundo conhecimento do que seja iniciativa exclusiva do chefe do Executivo; veja só: essa matéria, por força do art. 61, § 1º, da CF, realmente é de iniciativa privativa do presidente da república; só que a iniciativa privativa outorgada pela constituição ao presidente da república só se refere à apresentação de projeto de LEI, isto é, quando esta matéria for tratada por meio de LEI; portanto, se esta matéria for tratada em LEI, a iniciativa realmente será exclusiva (reservada ou privativa, aqui dá na mesma) do presidente da república; porém, se esta mesma matéria for tratada em emenda à constituição, não será ela de iniciativa privativa do presidente da república, pelo simples motivo de que a constituição não assegurou iniciativa privativa (exclusiva ou reservada) ao presidente da república quando se tratar de apresentação de proposta de emenda à constituição; ou seja, mediante emenda, qualquer um dos legitimados (art. 60, I a III) pode apresentar PEC sobre qualquer matéria; decore essa idéia: não existe iniciativa privativa (exclusiva ou reservada) em PEC (em PEC todos os legitimados concorrem entre si na apresentação de proposta de emenda sobre qualquer matéria); a iniciativa privativa outorgada ao presidente da república, no art. 61, § 1º, da CF, refere-se tão-somente à apresentação de projeto de LEI. 
A proposta de emenda à Constituição votada e aprovada no Congresso Nacional não é submetida à sanção do Presidente da República antes de ser promulgada. 
Comentário - Certa; a PEC aprovada no congresso nacional não é submetida à sanção do presidente da república em momento algum, nem antes, nem depois de ser promulgada; aprovada a PEC, será ela promulgada diretamente pelas mesas da câmara dos deputados e do senado federal, sem ser submetida à sanção ou veto; eu já disse antes: a única participação do presidente da república no processo legislativo de PEC é a possibilidade de apresentação de proposta de emenda, nos termos do art. 60, II, da CF. 
Uma emenda à Constituição que institua a forma unitária de Estado é, ela própria, inconstitucional e pode ser assim declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
Comentário - Certa; uma das cláusulas pétreas é exatamente a forma federativa de estado (CF, art. 60, § 4º, I); portanto, será flagrantemente inconstitucional qualquer emenda que suprima (ou enfraqueça, que seja "tendente a abolir") a forma federativa de estado; enquanto tiver vigência a atual constituição, não há possibilidade de o estado brasileiro vir a ser um estado unitário; caso haja a aprovação

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