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PERGUNTAS - CAS0 SOP: 1. O que explica o hiperandrogenismo característico da doença? Dentre os mecanismos endócrinos envolvidos na etiopatogênese da SOP está o padrão de secreção de gonadotrofinas, com hipersercreção característica de Hormônio Luteinizante (LH), evento patognomônico desta síndrome, com aumento na amplitude dos pulsos e com secreção de Hormônio Folículo Estimulante (FSH) baixa ou no limite inferior da normalidade. Esta secreção aumentada de LH leva à uma hiperatividade das células da teca que produzirão quantidades aumentadas de androgênios, predominantemente testosterona, sem a conversão proporcional deste androgênio em estradiol, dado o desbalanço entre as secreções de LH e FSH, o que explica o hiperandrogenismo característico da doença. 2. Sabe-se que no diagnóstico é muito utilizado o critério de Rotterdam. Sendo assim, quais são esses critérios diagnósticos e pelo menos quantos devem ser levados em conta? Levaremos em consideração, a presença de ao menos dois dos três critérios diagnósticos: oligomenorreia, hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial e morfologia ultrassonográfica de policistose ovariana. 3. O que pode explicar o atraso menstrual e a possível infertilidade da paciente? Como já sabemos, o hiperandrogenismo está implicado em alterações na programação do eixo HHO (hipotálamo-hipófise-ovário), com interferências na sensibilidade do hipotálamo ao feedback exercido pelo estrogênio e pela progesterona de origem ovariana. Desta maneira, ocorre uma secreção atípica de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina), que determina a secreção de pulsos anárquicos de gonadotrofinas, caracterizado pela hipersecreção de LH, levando a ciclos anovulatórios (ciclo menstrual acontece sem a ovulação), com o recrutamento inicial de múltiplos folículos, porém sem a maturação completa de nenhum, mantendo-os retidos em estágio intermediário de desenvolvimento (morfologia policística dos ovários). A anovulação secundária a este processo gera atraso menstrual com ciclos longos, porém normoestrogênicos, já que o crescimento folicular ocorre parcialmente, por isso há oligomenorreia e a infertilidade. 4 - Normalmente, como é caracterizado o histórico menstrual de uma pessoa com SOP? O histórico menstrual de oligomenorreia será caracterizado como a ausência de menstruação por 90 dias ou mais, ou a ocorrência de menos de 9 ciclos menstruais em um ano, sendo, portanto, um critério bastante objetivo. 5 - Quais são os critérios ultrassonográficos padronizados, segundo às recomendações da ASRM/ESHRE de 2018? Presença de 20 ou mais folículos com diâmetro médio de 2 a 9 mm e/ou volume ovariano total maior ou igual 10cm³ (exceto se houver cisto funcional, neste caso deve-se repetir o exame no ciclo seguinte), em um ou ambos os ovários.
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