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WL-OO-Questões-04-Direito Constitucional-400 Questoes_Dir

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3
 
 
 
 
 
 
 
Considere que a Constituição de 1988, em relação a 
determinada matéria, tenha passado a exigir regulação por lei 
complementar, ao passo que a Constituição anterior previa que a 
mesma matéria fosse disciplinada por lei ordinária, que fora 
editada e encontrava-se vigente e eficaz ao tempo da 
promulgação da nova Constituição. À luz dessa situação, julgue 
os três itens seguintes. 
 
01 . (Ed. Fundamental) Dependendo da matéria, as leis 
ordinárias podem ser modificadas por medida provisória a ser 
convertida em lei no prazo máximo de sessenta dias, vedada 
qualquer prorrogação. 
Comentário - Falsa; essa questão é do Cespe, concurso de 
Delegado da Polícia Federal de 2002, muito boa; leis ordinárias 
realmente podem ser modificadas, revogadas por medida 
provisória, exceto naquelas matérias em que a constituição veda 
a edição de medida provisória (CF, art. 62, § 1º); porém, após a 
EC 32 as medidas provisórias passaram a ter eficácia inicial de 
60 dias, admitindo-se uma única prorrogação por igual período, 
se esse prazo inicial de 60 dias não for suficiente para a 
conclusão da votação nas duas casas do congresso nacional; 
importante observar que essa prorrogação não tem nada a ver 
com reedição da medida provisória, com a edição de uma nova 
medida provisória; é uma mera prorrogação do prazo inicial de 
eficácia da mesma medida provisória, quando os 60 dias iniciais 
não são suficientes para a conclusão do processo legislativo nas 
duas casas do congresso nacional; vale também destacar que 
esse prazo de 60 dias não corre nos períodos de recesso do 
congresso nacional. 
 
02 . (Ed. Fundamental) Na hipótese proposta, não há 
possibilidade de recepção formal da lei ordinária, porque o 
quorum qualificado da lei complementar é maior. 
Comentário - Falsa; no confronto entre uma norma pré-
constitucional (editada antes da promulgação da atual 
constituição) e a atual constituição só interessa a chamada 
compatibilidade material, isto é, só interessa se o conteúdo da lei 
antiga é compatível com a nova constituição; qualquer aspecto de 
natureza formal deve ser desconsiderado, tais como: espécie 
normativa (se a lei velha é ordinária, complementar, decreto-lei 
etc.); processo legislativo da época (se a lei era aprovada por 
maioria simples, maioria absoluta etc.) etc.; portanto, na 
assertiva, é irrelevante o fato de mudança de quorum. 
 
03 . (Ed. Fundamental) Em hipótese diversa - a Constituição 
anterior requerendo lei complementar e a atual exigindo lei 
ordinária -, poderia ser recepcionada a legislação 
preexistente, mas as alterações posteriores deveriam ser 
procedidas por meio de lei complementar. 
Comentário - Falsa; se a constituição antiga exigia lei 
complementar e a atual constituição exige lei ordinária, o que era 
lei complementar será recepcionado com força de lei ordinária, 
pois quem define o status da lei antiga no novo ordenamento 
constitucional é sempre a constituição nova; se a lei vai ser 
recepcionada com status de lei ordinária, significa que ela poderá, 
daí por diante, ser alterada e revogada por meio de lei ordinária, e 
até mesmo por medida provisória, se não for matéria proibida 
para esta espécie normativa. 
 
04 . (Ed. Fundamental) Um ato normativo anterior à 
Constituição em vigor, que com ela é compatível 
materialmente, mas que não se reveste de forma legislativa 
prevista nessa mesma Constituição, é tido como revogado. 
Comentário - Falsa; conforme dito antes, na análise da 
compatibilidade entre o direito pré-constitucional e a nova 
constituição só interessa o aspecto material (conteúdo da norma), 
sendo absolutamente irrelevante qualquer análise de fundo 
formal; se o direito anterior é compatível, será recepcionado e 
pronto, qualquer que seja a espécie legislativa da época (não 
interessa se era decreto-lei, que não existe mais hoje); no caso, 
não importa que a espécie legislativa não exista mais, tanto que 
temos hoje diversos decretos-lei em plena vigência, apesar de a 
atual constituição não prever mais essa espécie normativa entre 
aquelas do nosso processo legislativo, previsto no art. 59 da CF. 
 
05 . (Ed. Fundamental) Não se pode discutir em juízo a 
validade de uma lei em face da Constituição que vigorava 
quando o diploma foi editado, se a lei é plenamente 
compatível com a Constituição que se encontra atualmente 
em vigor. 
Comentário - Falsa; essa questão é do concurso do Banco 
Central, de 2001, muito boa; não existe impedimento algum para 
essa análise, veja só: o indivíduo pode ter interesse em 
questionar a validade de uma lei de 1980 em face da constituição 
da época (de 1969), sabendo que ela é compatível com a 
constituição de hoje (de 1988)? Sim, para afastar a sua aplicação 
durante a vigência da antiga constituição, no caso entre 1980 e 
1988; o que não se admite é a discussão da constitucionalidade 
de uma lei editada na vigência da constituição de 1969 em 
confronto com a constituição de 1988, pois nesse caso não se 
pode falar em "constitucionalidade", pois isso é caso de 
revogação ou recepção, a depender do conteúdo da lei antiga. 
 
06 . (Ed. Fundamental) Uma norma do poder constituinte 
originário pode afetar efeitos ainda por ocorrer de fato 
ocorrido no passado (retroatividade mínima). 
Comentário - Certa; segundo o STF, as normas constitucionais 
têm retroatividade mínima, isto é, alcançam, de imediato, as 
prestações futuras de fatos ocorridos no passado; por exemplo, 
com a promulgação da nossa constituição, em 1988, ela passou a 
regular imediatamente as prestações futuras de contratos já 
celebrados antes de 1988; essa mesma aplicabilidade vale para 
as emendas à constituição. 
 
07 . (Ed. Fundamental) O instituto da 
desconstitucionalização das normas da Constituição anterior 
é pacificamente aceito pela doutrina brasileira. 
Comentário - Falsa; a desconstitucionalização é a tese segundo 
a qual os dispositivos da constituição passada que não forem 
conflitantes com a nova constituição serão recepcionados por 
esta, com força de normas infraconstitucionais, ordinárias; o 
dispositivo deixaria de ser constitucional e seria recepcionado 
como lei; essa tese não é aceita no Brasil, pois aqui a o 
entendimento é de que a nova constituição revoga inteiramente a 
 4
anterior, independentemente de compatibilidade ou 
incompatibilidade de conteúdo. 
 
08 . (Ed. Fundamental) Uma norma editada em data anterior 
à atual Constituição poderá ser declarada inconstitucional em 
face desta, caso venha a ferir um de seus preceitos 
fundamentais. 
Comentário - Falsa; uma lei pré-constitucional jamais será 
inconstitucional ou constitucional em face da nova constituição; 
será ela recepcionada (se materialmente compatível com a nova 
constituição) ou revogada (se materialmente incompatível com a 
nova constituição); segundo o STF, só se pode falar em 
constitucionalidade de uma lei em confronto com a constituição 
da sua época, vigente quando a lei foi editada. 
 
09 . (Ed. Fundamental) De acordo com a opinião 
predominante, as normas da Constituição anterior, não 
incompatíveis com a nova Lei Maior, continuam válidas e em 
vigor, embora com status infra-constitucional. 
Comentário - Falsa; a assertiva está questionando se a 
opinião predominante aceita a tese da 
desconstitucionalização, que vimos antes, no exercício 7; 
vimos que não se aceita essa tese no Brasil, pois aqui o 
entendimento majoritário é no sentido de que a nova 
constituição revoga completamente a antiga, 
independentemente da compatibilidade entre os dispositivos 
das duas constituições. 
 
10 . (Ed. Fundamental) As normas ordinárias anteriores à 
nova Constituição, com esta materialmente compatíveis, mas 
elaboradas por procedimento diverso do previsto pela nova 
Carta, tornam-se constitucionalmente inválidas. 
Comentário - Falsa; as normas ordinárias pré-constitucionais 
materialmente compatíveis com a nova constituição são por esta 
recepcionadas, pouco interessando o procedimento de sua 
elaboração na época;os aspectos formais não interessam em 
nada para o fim de recepção ou revogação do direito pré-
constitucional. 
 
11 . (Ed. Fundamental) Segundo a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, a superveniência de norma 
constitucional materialmente incompatível com o direito 
ordinário anterior opera a revogação deste. 
Comentário - Certa; é exatamente esse o entendimento do 
STF: se com a promulgação da nova constituição há um 
choque material (de conteúdo) entre uma lei antiga e a nova 
constituição, esta revoga aquela; não é caso de 
inconstitucionalidade, mas sim de revogação. 
 
12 . (Ed. Fundamental) De acordo com a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, o advento de nova Constituição 
não pode afetar negativamente direitos adquiridos sob o 
regime constitucional anterior. 
Comentário - Falsa; segundo o STF, não há direito adquirido 
em face de uma nova constituição, ou seja, a nova 
constituição pode afetar direito adquirido sem problema 
algum; afinal, o poder constituinte originário é ilimitado, 
incondicionado. 
 
13 . (Ed. Fundamental) Dá-se o nome de repristinação ao 
fenômeno da novação de fontes, que garante a continuidade 
da vigência, sob certas condições, do direito ordinário em 
vigor imediatamente antes da nova Constituição. 
Comentário - Falsa; a esse fenômeno dá-se o nome de 
recepção; repristinação constitucional seria o fato de a nova 
constituição trazer de volta leis que estavam fora do ordenamento 
jurídico, revogadas, no momento da sua promulgação; e no Brasil 
a constituição não traz de volta essas leis revogadas 
automaticamente (não há repristinação tácita das leis revogadas); 
a constituição até poderá trazê-las de volta, mas terá que ser 
expressa nesse sentido (pode haver repristinação expressa das 
leis revogadas). 
 
14 . (Ed. Fundamental) As normas jurídicas devem ser 
editadas em conformidade com a Carta Política vigente. É 
certo, porém, que, sobrevindo uma nova Constituição, a 
norma jurídica anterior, cuja origem seja formalmente 
incompatível com o novo processo legislativo, não será 
recepcionada. 
Comentário - Falsa; já vimos que para se saber se uma norma 
pré-constitucional foi recepcionada ou revogada pela nova 
constituição só interessa a compatibilidade material (de 
conteúdo); o fato de o processo legislativo da época ser diferente 
do atual não interessa, pois isso é compatibilidade formal, 
irrelevante. 
 
15 . (Ed. Fundamental) A posição hierárquica de uma norma 
é definida pelas regras constitucionais vigentes. Por essa 
razão, pode-se encontrar, hoje, decreto presidencial vigendo 
com força de lei, tendo sido recepcionado como tal pela 
Constituição superveniente. 
Comentário - Certa; está perfeita a questão; como na análise da 
compatibilidade da norma antiga em confronto com a nova 
constituição só interessa o conteúdo da norma, se o conteúdo do 
decreto presidencial antigo era compatível com a nova 
constituição, foi ele recepcionado por ela; e foi recepcionado com 
que força? Depende da nova constituição: se ela agora exigir 
para o trato desse conteúdo lei ordinária, o decreto presidencial 
será recepcionado com força de lei ordinária (como dito na 
assertiva); se a nova constituição tivesse passado a exigir lei 
complementar para o trato do conteúdo desse antigo decreto, o 
decreto presidencial teria hoje força de lei complementar. 
 
16 . (Ed. Fundamental) Quanto ao direito ordinário pré-
constitucional é correto afirmar-se: deve ser considerado 
como recepcionado pela nova ordem constitucional, desde 
que se mostre com ela compatível tanto sob o aspecto formal, 
quanto sob o aspecto material. 
Comentário - Falsa; já vimos que para o direito pré-
constitucional ser recepcionado pela nova constituição basta que 
ele seja com ela materialmente compatível (o seu conteúdo, a 
matéria tratada na norma antiga, deve ser compatível com a nova 
constituição); a compatibilidade formal, de processo legislativo 
etc., não interessa em nada. 
 
17 . (Ed. Fundamental) Quanto ao direito ordinário pré-
constitucional é correto afirmar-se: deve ser considerado 
como recebido pela nova ordem constitucional, desde que se 
mostre compatível com a Constituição de uma perspectiva 
estritamente formal. 
 5
Comentário - Falsa; pelo mesmo motivo da questão anterior: só 
interessa a compatibilidade material (conteúdo da norma), a 
compatibilidade formal é absolutamente irrelevante. 
 
18 . (Ed. Fundamental) Quanto ao direito ordinário pré-
constitucional é correto afirmar-se: a incompatibilidade entre 
lei anterior e norma constitucional superveniente refere-se 
apenas a aspectos materiais (conteúdo). 
Comentário - Certa; essa questão é da Esaf, concurso de 
Auditor da Receita, e está perfeita; a análise da compatibilidade 
entre o direito pré-constitucional e a nova constituição é feita 
levando-se em conta somente o conteúdo da norma. 
 
19 . (Ed. Fundamental) Na vigência do regime jurídico 
anterior à Constituição Federal de 1988 (CF), determinado 
tema havia sido disciplinado por meio de lei ordinária. A CF 
passou a exigir que o mesmo assunto fosse disciplinado por 
lei complementar. Em face dessa situação, a antiga lei foi 
recepcionada pelo novo ordenamento jurídico com status de 
lei complementar. 
Comentário - Certa; é a questão mais manjada sobre esse 
assunto que cai em concurso; se a constituição antiga exigia lei 
ordinária e a atual exige lei complementar, a norma, desde que 
materialmente compatível com a nova constituição, será por esta 
recepcionada, com força de lei complementar; na prova, é só 
lembrar: sempre quem define com que status a lei antiga vai 
entrar no novo ordenamento constitucional é a constituição nova, 
não interessa o tipo de norma que ela era na vigência da 
constituição antiga. 
 
20 . (Ed. Fundamental) A lei ordinária anterior à nova 
Constituição, que com esta é materialmente incompatível, 
continua em vigor até que seja revogada por outra lei do 
mesmo status hierárquico. 
Comentário - Falsa; a lei antiga que se tornar materialmente 
incompatível com a nova constituição será automaticamente 
revogada por esta, independentemente de disposição expressa 
nesse sentido na nova constituição; se no futuro houver dúvida se 
determinada lei foi recepcionada ou revogada pela nova 
constituição, o caso concreto deverá ser levado ao conhecimento 
do poder judiciário, para que este decida a respeito (no controle 
difuso ou incidental, e não em ADIn). 
 
21 . (Ed. Fundamental) Sabe-se que a Constituição em vigor 
não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, 
editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é 
compatível com esta, é possível afirmar que deve ser 
considerado formalmente inconstitucional e, por isso, 
insuscetível de produzir efeitos, pelo menos a partir da 
Constituição de 1988. 
Comentário - Falsa; completamente falsa: se o conteúdo do 
decreto-lei é compatível com a nova constituição, será ele 
recepcionado, continuando seus efeitos sob a vigência da nova 
constituição; como não existe a figura do decreto-lei na nova 
constituição, ele terá a força que a nova constituição lhe der, de 
acordo com o tratamento que ela der à matéria: se ela exigir lei 
ordinária para o trato da matéria do antigo decreto-lei, será ele 
recepcionado com força de lei ordinária; se ela exigir lei 
complementar para o trato do conteúdo do decreto-lei, será ele 
recepcionado com status de lei complementar; a questão também 
fala em o decreto-lei ser considerado "formalmente 
inconstitucional", e nós já vimos que ele jamais poderia ser 
considerado inconstitucional em confronto com a nova 
constituição, mas sim revogado ou recepcionado, a depender da 
compatibilidade material. 
 
22 . (Ed. Fundamental) Sabe-se que a Constituição em vigor 
não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, 
editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é 
compatível com esta, é possível afirmar que deve ser 
considerado revogado com o advento da nova Constituição. 
Comentário- Falsa; se o conteúdo do decreto-lei é compatível 
com a nova constituição, será ele recepcionado por esta. 
 
23 . (Ed. Fundamental) Sabe-se que a Constituição em vigor 
não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, 
editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é 
compatível com esta, é possível afirmar que continua a 
produzir efeitos na vigência da nova Carta, por força do 
mecanismo da recepção. 
Comentário - Certa; se o conteúdo do decreto-lei é compatível 
com a nova constituição, será ele recepcionado por esta, pouco 
importando que esta nova constituição não preveja a figura do 
decreto-lei, pois isso é aspecto formal, que não interessa; o que 
interessa é a compatibilidade material, do conteúdo da norma 
antiga com o texto e princípios da nova constituição. 
 
24 . (Ed. Fundamental) Substituída uma Constituição por 
outra, as normas da Constituição antiga que não forem, no 
seu conteúdo, incompatíveis com o novo Texto Magno, 
continuam em vigor, mas com hierarquia de lei ordinária. 
Comentário - Falsa; essa é a tese da desconstitucionalização, 
que já vimos na questão 7 que não é admitida no Brasil, pois aqui 
a constituição nova revoga, automaticamente e por completo, a 
constituição antiga, seja qual for o conteúdo desta. 
 
25 . (Ed. Fundamental) Normas de Constituição revogada 
continuam valendo como normas constitucionais, naquilo que 
não contrariarem a nova Lei Maior, em face do mecanismo 
conhecido como recepção. 
Comentário - Falsa; as normas da constituição antiga são total e 
automaticamente revogadas pela promulgação da nova 
constituição, perdem inteiramente sua eficácia de normas 
constitucionais; seria um absurdo dispositivos da constituição 
passada continuarem valendo com a promulgação da nova 
constituição como normas constitucionais antigas, pois aí 
teríamos dois ordenamentos constitucionais no país, o velho e o 
novo, o que é inadmissível juridicamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6
 
 
 
 
 
 
 
26 . (Ed. Fundamental) Uma das classificações das 
constituições leva em consideração os mecanismos previstos 
para a mudança delas, do que resultam as categorias de 
constituições rígidas, flexíveis e semi-rígidas; as flexíveis são 
aquelas que não exigem mecanismos especiais de alteração, 
mais solenes e complexos que os aplicados à produção do 
direito infraconstitucional; em todas essas espécies, devido à 
supremacia da Constituição, deve haver mecanismos 
adequados de controle de constitucionalidade. 
Comentário - Falsa; essa questão é do concurso de Procurador 
Federal da AGU, de 2002; a parte inicial da questão, até o 
segundo ponto e vírgula, está perfeita; entretanto, na parte final, 
há um erro, porque, segundo a melhor doutrina, não se pode falar 
em controle de constitucionalidade efetivo nas constituições 
flexíveis, pois nesta não haveria a supremacia formal da 
constituição em relação às demais normas do . 
 
27 . (Ed. Fundamental) É critério para a definição de uma 
norma como formalmente constitucional o fato de que ela 
esteja inserida no texto da Constituição, independentemente 
da matéria que trate. 
Comentário - Certa; a noção formal de constituição leva em 
conta justamente o fato da norma estar inserida na constituição, 
formal e solenemente elaborada pelo órgão constituinte; segundo 
a ótica formal de constituição, se a norma está inserida na 
constituição, ela é constitucional e pronto, qualquer que seja o 
seu conteúdo. 
 
28 . (Ed. Fundamental) A doutrina constitucionalista aponta 
o fenômeno da expansão do objeto das constituições, que 
têm passado a tratar de temas cada vez mais amplos, 
estabelecendo, por exemplo, finalidades para a ação estatal. 
Considerando a classificação das normas constitucionais em 
formais e materiais, é correto afirmar que as normas 
concernentes às finalidades do Estado são apenas 
formalmente constitucionais. 
Comentário - Falsa; até o primeiro ponto, após a palavra estatal, 
a assertiva está corretíssima, pois há realmente uma tendência 
atual de expansão do objeto das constituições; porém, a 
conclusão está equivocada, pois as normas que cuidam das 
finalidades do Estado são normas tipicamente materialmente 
constitucionais; no caso da nossa constituição de 1988, essas 
normas que cuidam das finalidades do Estado são normas 
materialmente (devido ao conteúdo, por tratarem de um tema 
substancialmente constitucional) e também formalmente 
constitucionais (pelo fato de estarem inseridas numa constituição 
escrita, formal); normas apenas formalmente constitucionais são 
aquelas que, apesar de inseridas no texto de uma constituição, 
não tratam de temas substancialmente constitucionais, que 
deveriam estar sendo tratados em lei ordinária. 
 
29 . (Ed. Fundamental) As normas constitucionais, do ponto 
de vista formal, caracterizam-se por cuidar de temas como a 
organização do Estado e os direitos fundamentais. 
Comentário - Falsa; as normas constitucionais que cuidam de 
temas substancialmente constitucionais, como a organização do 
Estado e os direitos fundamentais são normas materialmente 
constitucionais; normas apenas formalmente constitucionais são 
aquelas que tratam de temas irrelevantes, que deveriam estar 
sendo tratados em leis ordinárias, mas que o constituinte optou 
por colocar na constituição; como o próprio nome indica, são 
normas que têm apenas forma de constituição (por estarem 
dentro da constituição), mas não têm matéria de constituição (por 
não cuidarem de um dos aspectos relevantes do Estado. 
 
30 . (Ed. Fundamental) Considerando a classificação das 
normas constitucionais em formais e materiais, seriam dessa 
última categoria sobretudo as normas concernentes à 
estrutura e à organização do Estado, à regulação do exercício 
do poder e aos direitos fundamentais. Desse ângulo, outras 
normas, ainda que inseridas no corpo da Constituição escrita, 
seriam constitucionais tão-somente do ponto de vista formal. 
Comentário - Certa; essa questão não tem muito o que 
comentar, pois ela define exatamente o que é uma norma 
materialmente constitucional (que cuida de matérias 
substancialmente constitucionais) e o que é uma norma apenas 
formalmente constitucional (que, embora esteja dentro da 
constituição, não cuida de tema essencial do Estado, cuida de 
temas irrelevantes, que deveriam estar sendo tratados em lei 
ordinária). 
 
31 . (Ed. Fundamental) Diz-se outorgada a constituição que 
surge sem a participação popular. 
Comentário - Certa; outorgada ou antidemocrática é a 
constituição que nasce sem a participação popular, que é imposta 
por um ditador; a constituição resultante da participação popular, 
participação popular esta que pode ser direta ou representativa, 
chama-se constituição democrática, popular ou promulgada. 
 
32 . (Ed. Fundamental) A vigente Constituição da República, 
promulgada em 1988, prevê os respectivos mecanismos de 
modificação por meio de emendas, podendo ser classificada, 
por esse motivo, como uma constituição flexível. 
Comentário - Falsa; constituição flexível é aquela que admite a 
modificação do seu texto pelo mesmo processo de elaboração 
das leis, sem necessidade de processo especial, mais difícil; a 
nossa constituição é tipicamente rígida, pois exige um 
procedimento especial, muito mais difícil do aquele de elaboração 
das demais leis do país; enquanto uma lei ordinária é aprovada 
por maioria simples, em um só turno de votação, a Proposta de 
Emenda à Constituição só é aprovada após votação em dois 
turnos em cada uma das casas do congresso, com deliberação 
mínima de três quintos dos votos. 
 
33 . (Ed. Fundamental) A Supremacia material e formal das 
normas constitucionais é atributo presente tanto nas 
constituições rígidas quanto nas flexíveis. 
Comentário - Falsa; a supremacia material decorre do conteúdo 
da norma; a supremacia formal decorre do processo mais difícil 
de elaboração e modificação da constituição; logo, numa 
constituição rígida, pode-se falar tanto em supremacia material de 
um dispositivoconstitucional (em razão do seu conteúdo) quanto 
em supremacia formal (pelo fato de o dispositivo estar dentro da 
constituição, que foi elaborada por um processo mais difícil do 
que aquele de elaboração das demais leis); já numa constituição 
 7
flexível, só se pode falar em supremacia material (de conteúdo), 
pois não há supremacia formal dela em relação às demais leis (já 
que tanto a constituição flexível como as demais leis são 
elaboradas pelo mesmo processo, não há distinção no processo 
legislativo). 
 
34 . (Ed. Fundamental) Não há supremacia formal da 
Constituição costumeira em relação às demais leis do mesmo 
ordenamento jurídico. 
Comentário - Certa; a constituição costumeira, consuetudinária 
ou histórica é aquela que não é elaborada, num dado momento, 
por um órgão constituinte; é aquela que surge ao longo do tempo, 
como resultado do evoluir da própria sociedade; é do tipo não 
escrita e, portanto, flexível; se a supremacia formal decorre 
justamente do processo especial e rígido da elaboração da 
constituição, eu não posso falar em supremacia formal neste tipo 
de constituição, pois nela não há processo especial de 
elaboração; posso sim falar em supremacia material dos seus 
dispositivos em relação às demais leis ordinárias do 
ordenamento, devido ao seu conteúdo, que é substancialmente 
constitucional. 
 
35 . (Ed. Fundamental) A Constituição Brasileira vigente não 
é revestida de supremacia, haja vista proclamar que todo o 
poder emana do povo, sendo este, então, supremo perante o 
ordenamento jurídico do Brasil. 
Comentário - Falsa; a nossa atual constituição é do tipo formal e 
rígida, dotada tanto de supremacia formal quanto de supremacia 
material; quanto à supremacia formal, todos os seus artigos, do 
primeiro ao último, inclusive o ADCT, são superiores formalmente 
em relação às demais leis do nosso ordenamento; quanto à 
supremacia material, ela está presente apenas naqueles 
dispositivos que tratam de assuntos substancialmente 
constitucionais; assim, se eu pego o art. 5º da CF, posso afirmar 
que ele é, ao mesmo tempo, formalmente (por fazer parte do 
texto da constituição) e materialmente (devido ao seu conteúdo 
substancialmente constitucional) constitucional; já se eu pego um 
artigo da Constituição que cuida da estabilidade do empregado 
da CIPA, estarei diante de um dispositivo apenas formalmente 
constitucional (tem forma de constituição, por estar dentro da 
Constituição, mas não é matéria substancialmente constitucional. 
 
36 . (Ed. Fundamental) O princípio da supremacia da 
Constituição é a primordial conseqüência da rigidez 
constitucional. 
Comentário - Certa; a rigidez, por exigir um procedimento mais 
dificultoso para a elaboração/modificação das normas 
constitucionais, coloca a constituição num patamar de 
superioridade em relação às demais normas; a partir de então, 
todas as leis inferiores hierarquicamente devem obedecer a 
constituição; portanto, a principal conseqüência da rigidez é a 
supremacia da constituição. 
 
37 . (Ed. Fundamental) A rigidez das normas constitucionais 
decorre dos mecanismos diferenciados, previstos para sua 
modificação, em relação aos das demais normas jurídicas. 
Comentário - Certa; rigidez é isso mesmo: o fato de a 
constituição exigir para a modificação do seu texto um processo 
especial, mais difícil do que aquele de elaboração das demais 
leis. 
 
38 . (Ed. Fundamental) Apenas as normas das constituições 
escritas possuem supremacia. 
Comentário - Falsa; tanto as normas da constituição escrita 
quanto as da constituição não escrita possuem supremacia 
material (de conteúdo); o que só as constituições escritas 
possuem é a chamada supremacia formal, porque esta decorre 
justamente do processo especial de elaboração, coisa que a 
constituição não escrita não tem, pois ela não foi solenemente 
elaborada por um órgão constituinte, por um processo 
diferenciado, especial. 
 
39 . (Ed. Fundamental) A Constituição brasileira em vigor é 
flexível, em razão da grande quantidade de temas que 
disciplina. 
Comentário - Falsa; a nossa constituição é rígida, porque exige 
um procedimento especial para sua reforma, estabelecido no seu 
art. 60; a quantidade de temas que a constituição trata não tem 
nada a ver com rigidez, mas sim com ser a constituição analítica 
(ou prolixa) ou sintética; e, nesse ponto, a nossa é do tipo 
analítica ou prolixa, pois trata de uma infinidade de temas. 
 
40 . (Ed. Fundamental) Uma constituição que se origina de 
órgão constituinte composto de representantes do povo 
denomina-se constituição outorgada. 
Comentário - Falsa; a constituição que é elaborada com a 
participação do povo é a democrática, popular ou promulgada; a 
participação do povo pode ser direta (quando o próprio povo 
aprova diretamente sua constituição, por meio de referendo ou 
plebiscito) ou representativa (quando o povo elege seus 
representantes e estes elaboram e promulgam a constituição); 
constituição outorgada é aquela em que não há participação 
popular na sua elaboração. 
 
41 . (Ed. Fundamental) Constituições, como a brasileira de 
1988, que prevêem a possibilidade de alteração do seu 
próprio texto, embora por um procedimento mais difícil e com 
maiores exigências formais do que o empregado para a 
elaboração de leis ordinárias, classificam-se como 
constituições semi-rígidas. 
Comentário - Falsa; já vimos que constituições como a nossa, 
que exigem um procedimento especial, mais difícil, para sua 
modificação, são classificadas como rígidas; semi-rígidas são 
aquelas que exigem um procedimento especial para a mudança 
de parte do seu texto e permite a mudança de outra parte por 
processo simples, como se modifica as demais leis; enfim, semi-
rígida é aquela que é parte rígida (que só pode ser modificada por 
processo especial) e parte flexível (que pode ser modificada pelo 
processo simples, como se modifica uma lei). 
 
42 . (Ed. Fundamental) São apenas normas formalmente 
constitucionais as concernentes à forma do Estado, à forma 
do Governo e ao modo de aquisição e exercício do poder. 
Comentário - Falsa; normas que cuidam de temas 
substancialmente constitucionais como estes são normas 
tipicamente materialmente constitucionais, e não apenas só 
formalmente constitucionais. 
 
43 . (Ed. Fundamental) A classificação de uma Constituição 
como semi-rígida indica que o seu conteúdo é apenas de 
normas materialmente constitucionais. 
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Comentário - Falsa; a classificação de uma constituição como 
semi-rígida não tem relação alguma com a existência ou não de 
normas formalmente constitucionais; só tem a ver com o seu 
processo de reforma, significando que ela admite que parte de 
seus dispositivos sejam alterados como se modificam as demais 
leis (parte flexível) e que exige um procedimento especial, mais 
dificultoso, para a outra parte dos seus dispositivos (parte rígida). 
 
44 . (Ed. Fundamental) Considerando a noção de 
constituição material, o ato de um agente público pode ser 
considerado inconstitucional, mesmo que afete norma não 
constante do texto da Constituição escrita. 
Comentário - Certa; vimos que na concepção material de 
constituição, não interessa o processo de elaboração da norma, 
só interessa o seu conteúdo: se o seu conteúdo for 
substancialmente constitucional, a norma será constitucional, 
esteja ou não dentro de uma constituição escrita; portanto, para 
essa concepção, o texto da constituição não exaure os temas 
constitucionais, podendo haver leis constitucionais fora da 
constituição; logo, o ato de um agente público (um decreto, por 
exemplo), pode vir a ser declarado inconstitucional em face de 
uma lei "A", que esteja fora da constituição, mas que, devido ao 
seu conteúdo, é tida por norma constitucional. 
 
45 . (Ed. Fundamental) Em relação à supremacia material e 
formal das constituições, podemos afirmar que a formal é 
reconhecida nas constituições flexíveis. 
Comentário - Falsa; a supremacia formal, decorrente do 
processo de elaboraçãodas normas constitucionais, só está 
presente nas constituições rígidas e semi-rígidas (nestas, na 
parte rígida); na constituição flexível não há distinção no processo 
de elaboração da constituição e das demais leis; logo, não se 
pode falar em supremacia formal, pois esta decorre justamente 
do processo diferenciado, mais difícil, de elaboração da 
constituição. 
 
46 . (Ed. Fundamental) Em relação à supremacia material e 
formal das constituições, podemos afirmar que a material está 
relacionada à produção de um documento escrito. 
Comentário - Falsa; a supremacia material não se importa com o 
processo de elaboração da norma constitucional; só se importa 
com o conteúdo da norma: se o seu conteúdo for 
substancialmente constitucional, a norma terá supremacia 
material em relação às demais leis, esteja ela onde estiver, dentro 
ou fora de uma constituição escrita; portanto, para a visão 
material de constituição, a existência (ou não) de um documento 
escrito é irrelevante - o que vale é o conteúdo da norma. 
 
47 . (Ed. Fundamental) Em relação à supremacia material e 
formal das constituições, podemos afirmar que a material tem 
a ver com o modo como as normas constitucionais são 
elaboradas. 
Comentário - Falsa; a supremacia material é decorrente do 
conteúdo da norma, em nada interessando o seu processo de 
elaboração; quem se preocupa com o processo de elaboração é 
a supremacia formal. 
 
48 . (Ed. Fundamental) Em relação à supremacia material e 
formal das constituições, podemos afirmar que a formal 
resulta da situação da Constituição no topo da hierarquia das 
normas, independentemente da matéria tratada. 
Comentário - Certa; supremacia formal é exatamente isso: uma 
decorrência imediata da rigidez constitucional, do fato de a 
constituição exigir um procedimento especial para a elaboração 
de suas normas, o que a coloca no topo da pirâmide do 
ordenamento jurídico; é isso: pelo simples fato de a norma 
constar de uma constituição escrita, rígida, solenemente 
elaborada pelo órgão competente, a norma já é formalmente 
superior às demais leis, seja qual for o seu conteúdo; quem se 
preocupa com conteúdo é a supremacia material. 
 
49 . (Ed. Fundamental) Em relação à supremacia material e 
formal das constituições, podemos afirmar que a jurisdição 
constitucional está concebida para proteger a supremacia 
material, mas não a supremacia formal da Constituição. 
Comentário - Falsa; a jurisdição constitucional (a competência 
para fiscalizar a constitucionalidade das leis) está pronta para 
proteger a supremacia material e formal da constituição, a 
depender do seu tipo; numa constituição escrita, formal, igual a 
nossa, a jurisdição constitucional é concebida para proteger a 
supremacia formal da constituição, pois o poder judiciário, ao 
confrontar a lei com a constituição, deve sempre zelar pela 
obediência de todas as normas da constituição, ainda quando 
estas sejam apenas formalmente constitucionais; todo e qualquer 
dispositivo da nossa constituição é formalmente constitucional, é 
dotado de supremacia formal, e deve ser obedecido, sob pena de 
inconstitucionalidade. 
 
50 . (Ed. Fundamental) Todas as normas estabelecidas pelo 
poder constituinte originário no texto constitucional são 
formalmente constitucionais e se eqüivalem em nível 
hierárquico. 
Comentário - Certa; todos os dispositivos inseridos pelo 
legislador originário na constituição são formalmente 
constitucionais, são dotados de supremacia formal e devem ser 
obedecidos; todos eles estão num mesmo patamar hierárquico, 
com a mesma força jurídica; não se pode diferenciar os 
dispositivos da nossa constituição entre formais e materiais, para 
o fim de estabelecer entre eles uma hierarquia, colocando num 
patamar de superioridade aqueles que são materialmente 
constitucionais, em detrimento daqueles que são apenas 
formalmente constitucionais; se foram obra do poder constituinte, 
todos têm a mesma força, todos estão num mesmo patamar 
hierárquico. 
 
51 . (Ed. Fundamental) Numa Constituição classificada 
como dirigente, não se encontram normas programáticas. 
Comentário - Falsa; constituição dirigente é justamente aquela 
cheia de normas programáticas, que estabelecem diretrizes e 
planos de ação futura para os órgãos do Estado; tanto é assim 
que o nome desse tipo de constituição é constituição dirigente ou 
programática. 
 
52 . (Ed. Fundamental) As normas do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988 não se 
definem como normas formalmente constitucionais. 
Comentário - Falsa; todas as normas de uma constituição 
escrita são formalmente constitucionais, pelo simples fato de 
estarem na constituição, não interessa o seu conteúdo; na nossa 
atual constituição, todos os seus artigos são formalmente 
constitucionais, todos são dotados de supremacia formal, do art. 
1º ao último, inclusive o ADCT. 
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53 . (Ed. Fundamental) Apresenta característica típica de 
Constituição rígida aquela que somente admite mudanças no 
seu texto por meio de procedimentos mais demorados e 
difíceis do que o procedimento comum de elaboração das 
leis. 
Comentário - Certa; é exatamente este o conceito de uma 
constituição rígida: é aquela que exige um processo especial, 
mais difícil do aquele de elaboração das demais leis, para a 
modificação do seu texto. 
 
54 . (Ed. Fundamental) Pelo princípio da interpretação 
conforme a Constituição, o aplicador evita declarar 
inconstitucional uma norma, buscando um sentido teleológico 
do preceito que o compatibilize com a Constituição, sendo 
irrelevante para esse esforço o sentido literal da norma. 
Comentário - Falsa; esta e as três próximas questões são da 
Esaf, de um concurso de Promotor do Estado do Ceará, sobre 
interpretação da constituição, são ótimas; a interpretação 
conforme a constituição é uma técnica de pronúncia de 
inconstitucionalidade muito utilizada pelo STF, baseada na idéia 
de que se uma lei inferior admite mais de uma interpretação, deve 
ser dada a ela aquela interpretação que a compatibilize com a 
constituição; com isso, ao invés de se declarar a nulidade da lei, 
salva-se ela, dando-lhe uma interpretação que a compatibilize 
com a constituição; essa técnica é decorrência dos princípios da 
supremacia da constituição (a constituição está num patamar de 
superioridade em relação às demais leis; logo, as leis devem ser 
interpretadas de acordo com a constituição, e não o inverso) e da 
presunção de constitucionalidade das leis (a regra das leis é a 
constitucionalidade, não se deve sair declarando a 
inconstitucionalidade das leis, o ideal é tentar salvar a lei, se for 
possível dar-lhe uma interpretação de acordo com a constituição); 
a assertiva, até a segunda vírgula, está perfeita; porém, na parte 
final, há um erro, pois a interpretação conforme a constituição não 
pode contrariar a literalidade da norma, não pode o poder 
judiciário ir contra o texto literal da norma, senão estaria o 
judiciário agindo como legislador positivo, criando uma nova 
norma, e isso não é admitido, em face do princípio da separação 
dos poderes; segundo o STF, a expressão literal do texto da lei 
funciona como um limite à interpretação conforme a constituição, 
pois o intérprete, o poder judiciário, não pode contrariar o sentido 
literal da norma (ver itens 44 e 479 e seus subitens, nos quais eu 
trato da interpretação conforme a constituição segundo a 
jurisprudência do STF). 
 
55 . (Ed. Fundamental) O princípio da concordância prática 
ou da harmonização, numa sociedade democrática, 
determina que se dê sempre prevalência aos bens protegidos 
como direitos fundamentais em caso de conflito com outros 
bens também constitucionalmente protegidos. 
Comentário - Falsa; não existe uma regra pré-definida para a 
harmonização de conflitos entre normas constitucionais, no 
sentido de que uma delas (ainda que seja um direito fundamental) 
vá prevalecer sempre sobre as outras; diante de cada caso 
concreto é que deve o juiz se utilizarda "ponderação" para 
"harmonizar" os preceitos conflitantes; por exemplo, na hipótese 
de conflito entre os dispositivos "A" e "B" da constituição, não se 
pode pensar que o dispositivo "A" sempre prevalecerá em relação 
ao "B"; diante de cada caso concreto é que um poderá prevalecer 
sobre o outro; num caso concreto hoje, poderá prevalecer o "A"; 
amanhã, em outro caso concreto, poderá prevalecer o "B". 
 
56 . (Ed. Fundamental) Segundo o princípio da força 
normativa da Constituição, os critérios interpretativos 
teleológico e histórico devem invariavelmente preponderar 
sobre o sistemático e o gramatical, quando se tratar de 
interpretar e aplicar a norma constitucional. 
Comentário - Falsa; em se tratando de interpretação da 
constituição, não se deve dar preponderância a um ou outro 
critério de interpretação; a boa interpretação, seja da constituição, 
seja de qualquer outra lei, é sempre aquela que não olvida, que 
conjuga e harmoniza, os diferentes critérios. 
 
57 . (Ed. Fundamental) Segundo o princípio da unidade da 
Constituição, as normas constitucionais devem ser 
consideradas, não isoladamente, mas como preceitos 
integrados num sistema interno unitário de regras e 
princípios. 
Comentário - Certa; o princípio da unidade da constituição diz 
exatamente isso: que a constituição deve ser vista como uma 
unidade harmônica, que seus dispositivos não devem ser 
interpretados isoladamente, mas sim de forma sistemática; por 
força desse princípio é que se pode afirmar que não há normas 
inconstitucionais dentro da própria constituição, que não há 
antinomia verdadeira entre dispositivos de uma mesma 
constituição, que um artigo da constituição não pode ser 
inconstitucional em face de outro. 
 
58 . (Ed. Fundamental) A constituição material do Brasil é a 
parte da Constituição da República integrada pelas regras 
materialmente constitucionais, ou seja, os dispositivos que 
tratam dos direitos fundamentais e da organização do Estado. 
Já a constituição formal do Brasil é a parte da Constituição da 
República integrada pelas regras formalmente constitucionais, 
ou seja, os preceitos que estão presentes no texto 
constitucional mas que disciplinam assuntos normalmente 
regulados pelo poder legislativo constituído, e não pelo poder 
constituinte originário. 
Comentário - Falsa; essa questão é do Cespe, foi cobrada no 
concurso de agente da polícia federal; é um equívoco afirmar que 
a nossa atual constituição é parte formal e parte material; a nossa 
constituição é tipicamente formal, escrita, rígida; o que acontece é 
que ela possui algumas normas formal e materialmente 
constitucionais (aquelas que possuem conteúdo 
substancialmente constitucional) e outras apenas formalmente 
constitucionais (aquelas de conteúdo irrelevante, que deveria 
estar sendo tratado em lei ordinária). 
 
59 . (Ed. Fundamental) Uma das principais diferenciações 
do sentido de "Constituição" para a Ciência do Direito aponta-
lhes uma significação material e uma formal, esta dependente 
do processo por intermédio do qual surgem as normas 
constitucionais; em sentido material, é correto afirmar que 
todos os Estados possuem Constituição; não obstante, sob a 
luz dessa teoria, no caso brasileiro, nem todas as normas 
existentes no texto da Constituição promulgada em 1988 são 
normas materialmente constitucionais. 
Comentário - Certa; esta questão também é do Cespe, ótima, 
por conter três informações corretíssimas: o sentido formal de 
uma constituição leva em conta o modo de sua elaboração, como 
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surgiram as normas constitucionais; no sentido material (de 
conteúdo), pode-se afirmar que todo Estado possui constituição, 
pois todo Estado possui uma organização mínima, uma 
estruturação de seus elementos básicos, esteja ela escrita ou não 
escrita num documento chamado de constituição (em sentido 
material é irrelevante se a constituição é escrita ou não escrita); 
nem todas as normas constantes da nossa constituição de 1988 
são materialmente constitucionais, pois têm diversas delas que 
cuidam de temas irrelevantes, que nada têm a ver com a 
organização do Estado (agora, todas as normas da nossa 
constituição são formalmente constitucionais, pois estão dentro 
de uma constituição escrita, rígida). 
 
60 . (Ed. Fundamental) Na moderna interpretação 
constitucional, assim como na interpretação jurídica em geral, 
a doutrina aceita, de forma majoritária, a aplicação do 
princípio in claris cessart interpretatio. 
Comentário - Falsa; está hoje superada a idéia da existência de 
normas constitucionais que, de tão claras, de tão óbvias, 
dispensam interpretação; ao contrário, juridicamente falando, 
norma constitucional é norma interpretada, sempre. 
 
61 . (Ed. Fundamental) A Constituição é o conjunto de 
normas que, entre outros aspectos da vida em sociedade, 
regula os modos de aquisição e exercício do poder, a 
organização do estado e os direitos fundamentais; em virtude 
disso, a interpretação das normas constitucionais difere, na 
essência, dos demais ramos e normas do ordenamento 
jurídico. 
Comentário - Falsa; a interpretação da constituição segue as 
mesmas regras de hermenêutica aplicáveis à interpretação das 
demais leis (critérios literal, teleológico, histórico, sistemático 
etc.); evidentemente, isso não afasta a existência de alguns 
critérios próprios, específicos da interpretação da constituição 
(princípio da unidade da constituição, critério da harmonização e 
concretização etc.). 
 
62 . (Ed. Fundamental) Para a teoria que reparte as normas 
constitucionais em material e formalmente constitucionais, 
são normas constitucionais em sentido formal todas aquelas 
integrantes do corpo da Constituição, independentemente do 
tema de que tratem, isto é, ainda que a norma em questão 
cuide de relações jurídicas que poderiam ser disciplinadas por 
normas de nível infraconstitucional. 
Comentário - Certa; para a concepção formal de constituição, só 
interessa o processo de elaboração da norma, se a norma está 
ou não no texto de uma constituição escrita, do tipo formal; logo, 
são constitucionais todas as normas inseridas na constituição, 
independentemente do conteúdo tratado; a norma é formalmente 
constitucional pelo simples fato de integrar a constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 . (Ed. Fundamental) Suponha que uma emenda à 
Constituição resolva permitir a criação de um novo tributo, 
não previsto na Lei Maior, afastando, com relação a ele, 
expressamente, a incidência do princípio da anterioridade. 
Nesse caso, é correto afirmar que essa emenda é 
inconstitucional por ferir cláusula pétrea. 
Comentário - Certa; uma das cláusulas pétreas previstas pelo 
legislador constituinte foi a vedação de emenda tendente a abolir 
"os direitos e garantias individuais" (CF, art. 60, § 4º, IV); o STF 
entende que essa cláusula pétrea alcança outros direitos e 
garantias individuais além daqueles previstos no art. 5º da CF; o 
STF já decidiu que o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 
150, III, b) é garantia individual do contribuinte, portanto cláusula 
pétrea, insuscetível de ser afastada por meio de emenda 
constitucional. 
 
64 . (Ed. Fundamental) A Constituição prevê expressamente 
a possibilidade de ser emendada por proposta de um 
determinado número de cidadãos (iniciativa popular). 
Comentário - Falsa; não existe previsão constitucional de 
iniciativa popular para apresentação de proposta de emenda à 
constituição (PEC); a iniciativa popular prevista na constituição 
(art. 61, § 2º) é para apresentação de projeto de lei; só pode 
apresentar PEC os legitimados do art. 60, I a III, da CF. 
 
65 . (Ed. Fundamental) Somente em caso de urgência e 
relevância, é possível emendar a Constituição durante a 
vigência de intervenção federal. 
Comentário - Falsa; em hipótese alguma é possível emendar a 
constituição federal durante a vigência de intervenção federal; 
trata-se de uma limitação circunstancial ao poder de reforma, 
prevista no art. 60, § 1º, da CF.66 . (Ed. Fundamental) Não cabe sanção ou veto do 
Presidente da República em proposta de Emenda à 
Constituição. 
Comentário - Certa; a emenda à constituição não está sujeita à 
sanção do presidente da república; ela é diretamente promulgada 
pelas mesas da câmara e do senado federal; as outras espécies 
normativas do nosso processo legislativo que prescindem de 
sanção são: lei delegada, decreto legislativo e resolução; 
ademais, a lei resultante de conversão integral (sem alterações) 
de medida provisória também não está sujeita à sanção do chefe 
do Executivo. 
 
67 . (Ed. Fundamental) Emenda à Constituição não é 
suscetível de controle abstrato de normas perante o Supremo 
Tribunal Federal. 
Comentário - Falsa; a emenda à constituição pode ser objeto de 
controle abstrato perante o STF (pode ser objeto de ADIN, 
ADECON); pode ela também ser objeto de controle difuso ou 
incidental, diante de um caso concreto (uma emenda que institua 
um tributo, por exemplo, pode ser objeto de mandado de 
segurança, se estiver ferindo direito líquido e certo do indivíduo). 
 11
68 . (Ed. Fundamental) O Presidente da República tem 
iniciativa reservada para a proposta de emenda à 
Constituição sobre matéria relacionada a direitos e deveres 
de servidores públicos. 
Comentário - Falsa; a iniciativa privativa (exclusiva ou 
reservada) do presidente da república (CF, art. 61, § 1º) refere-se 
à apresentação de projeto de lei, e não à apresentação de PEC; 
não há iniciativa reservada ou privativa do presidente da república 
em se tratando de emenda à constituição; todos os legitimados 
(CF, art. 60, I a III) concorrem entre si na apresentação de PEC 
sobre qualquer matéria possível; por exemplo: um projeto de lei 
que cuide do regime jurídico dos servidores públicos federais é de 
iniciativa privativa do presidente da república; já se esta matéria 
for tratada em emenda à constituição, qualquer um dos 
legitimados poderá apresentar PEC. 
 
69 . (Ed. Fundamental) A análise do processo de reforma da 
Constituição brasileira permite afirmar que foi adotado entre 
nós um modelo de constituição rígida. 
Comentário - Certa; o processo de reforma da nossa 
constituição é muito mais rígido, muito mais difícil do que aquele 
previsto para a elaboração das leis comuns; enquanto uma lei 
ordinária pode ser aprovada por maioria simples, em um só turno 
de votação, a aprovação da emenda exige dois turnos de votação 
em cada uma das casas do congresso nacional e deliberação de, 
pelo menos, três quintos dos votos; essa dificuldade caracteriza a 
nossa rigidez. 
 
70 . (Ed. Fundamental) Um projeto de lei pode ser proposto 
à Câmara dos Deputados por iniciativa popular; a 
Constituição, porém, não prevê a possibilidade de o 
Congresso Nacional ser provocado a deliberar sobre proposta 
de Emenda à Constituição resultante diretamente de iniciativa 
popular. 
Comentário - Certa; não existe na constituição federal previsão 
de iniciativa popular em PEC, os cidadãos não podem apresentar 
uma proposta de emenda à constituição; a iniciativa popular que 
existe é para apresentação de projeto de lei (CF, art. 61, § 2º) . 
 
71 . (Ed. Fundamental) A Constituição da República pode 
ser classificada como rígida, em face da existência de normas 
que não podem ser modificadas pelos agentes políticos 
investidos do poder constituinte derivado (cláusulas pétreas). 
Comentário - Falsa; a nossa constituição realmente é do tipo 
rígida; entretanto, rigidez não tem nada a ver com a existência ou 
não de cláusula pétrea; a constituição pode ser flexível e ter 
cláusula pétrea, ou pode ser rígida e não possuir cláusula pétrea; 
rigidez só tem a ver com a dificuldade imposta pela constituição 
para a elaboração de emenda, com a exigência de um processo 
mais dificultoso do que aquele de elaboração das demais leis 
para a sua reforma; a nossa constituição é rígida porque exige 
um processo dificultoso para a sua modificação, previsto no art. 
60 da CF. 
 
72 . (Ed. Fundamental) Na Constituição, há regras que 
podem ser modificadas pelo poder constituinte derivado e 
preceitos que não podem ser abolidos por aquele poder, os 
quais são identificados como cláusulas pétreas. Em virtude 
desse tratamento díspar atribuído a regras igualmente 
constitucionais, conclui-se que a Constituição vigente é semi-
rígida. 
Comentário - Falsa; vale aqui a mesma explicação da questão 
anterior, ou seja, o fato de a constituição possuir cláusula pétrea 
não tem nada a ver com rigidez (ou semi-rigidez) da constituição. 
 
73 . (Ed. Fundamental) É expressa ou explícita a vedação 
ao poder reformador de se suprimir o artigo da Constituição 
da República que trata das cláusulas pétreas. 
Comentário - Falsa; nesse caso estamos diante de uma 
limitação implícita, que veda alterações prejudiciais no 
procedimento de reforma da constituição federal; a mais 
significativa limitação implícita ao poder de reforma é a que veda 
alterações prejudiciais no art. 60 da constituição, que estabelece 
o rito de aprovação de uma emenda constitucional; a aprovação 
de qualquer emenda que simplifique o procedimento de reforma é 
inconstitucional; enquanto a atual constituição estiver vigente, a 
única forma de alterar o seu texto é o procedimento previsto no 
art. 60; qualquer outra tentativa de criar um mecanismo mais 
simplificado será inconstitucional; por exemplo, seriam 
inconstitucionais, por ofensa a uma limitação material implícita, 
emendas à constituição: que estabelecem um novo procedimento 
mais simplificado para a aprovação de futuras emendas 
(deliberação de maioria absoluta, ao invés de três quintos, um só 
turno de votação, ao invés dos dois turnos atuais etc.); que 
suprimissem a vedação de promulgação de emenda durante 
estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal; que 
passassem a permitir a volta de matéria rejeitada em PEC na 
mesma sessão legislativa etc. 
 
74 . (Ed. Fundamental) O poder constituinte derivado 
decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, 
possui limitações constitucionais expressas e implícitas e é 
passível de controle de constitucionalidade. 
Comentário - Certa; a questão apresenta o conceito de poder 
constituinte derivado ou de reforma: é um poder de autenticidade 
constitucional, pois é criado pelo poder constituinte originário, no 
momento da elaboração da constituição; possui limitações 
constitucionais expressas e implícitas; são expressas aquelas 
expressamente previstas na constituição federal, como as 
circunstanciais (art. 60, § 1º), as materiais (art. 60, § 4º) e 
processual (art. 60, § 5º); são implícitas aquelas que não foram 
colocadas textualmente na constituição, mas em relação as quais 
há um entendimento de que não podem ser prejudicadas pelo 
poder constituinte derivado; são implícitas as limitações que 
vedam: ao poder constituinte derivado o poder de alterar o 
procedimento de reforma originariamente previsto na constituição 
(art. 60), com a finalidade de tornar mais fácil a aprovação de 
futuras emendas; ao poder constituinte derivado o poder de 
transferir a outro órgão o poder de emendar a constituição (seria 
inconstitucional a delegação de competência do congresso 
nacional para o presidente da república para que este reforme a 
constituição). 
 
75 . (Ed. Fundamental) A matéria constante de proposta de 
emenda à Constituição, rejeitada num determinado ano, pode 
ser reapresentada no mesmo ano, desde que em sessão 
legislativa diferente. 
Comentário - Certa; esta questão é da Esaf, e foi considerada 
correta; o entendimento é de que a constituição, ao vedar o 
retorno na mesma sessão legislativa de matéria objeto de PEC 
rejeitada ou havida por prejudicada (art. 60, § 5º), não especificou 
a que tipo de sessão legislativa se referia; é sabido que temos 
 12
dois tipos distintos de sessão legislativa: a sessão legislativa 
ordinária (SLO), que vai de 15/02 a 30/06 e de 01/08 a 15/12, e a 
sessão legislativa extraordinária (SLE), que poderá ser 
convocadanesses intervalos de recesso; portanto, como 
podemos ter no mesmo ano civil (de 1º de janeiro a 31 de 
dezembro) mais de uma sessão legislativa, desde que haja 
convocação de uma SLE, poderia a PEC rejeitada numa SLO 
voltar nessa outra sessão legislativa (SLE), mesmo dentro do 
mesmo ano civil. 
 
76 . (Ed. Fundamental) A Constituição Federal pode ser 
emendada mediante proposta de um por cento do eleitorado 
nacional. 
Comentário - Falsa; não existe previsão de iniciativa popular 
para apresentação de PEC; a iniciativa popular prevista na 
constituição é para apresentação de projeto de lei. 
 
77 . (Ed. Fundamental) As emendas à Constituição devem 
receber a sanção do Presidente da República antes de serem 
promulgadas. 
Comentário - Falsa; a emenda à constituição não está sujeita à 
sanção do presidente da república nem antes nem depois de ser 
promulgada; a emenda é diretamente promulgada pelas mesas 
da câmara dos deputados e do senado federal, sem se falar em 
sanção ou veto do presidente da república. 
 
78 . (Ed. Fundamental) Sendo os direitos e garantias 
individuais cláusulas pétreas, estão proibidas as emendas à 
Constituição que tenham por objeto esse tema. 
Comentário - Falsa; não existe vedação para que qualquer uma 
das cláusulas pétreas (art. 60, § 4º) seja objeto de emenda à 
constituição; qualquer cláusula pétrea pode ser objeto de emenda 
à constituição; qualquer emenda pode tratar do veto, da forma 
federativa de estado, da separação dos poderes ou dos direitos e 
garantias individuais, desde que tal emenda não seja "tendente a 
abolir", tendente a enfraquecer um desses institutos; portanto, a 
vedação do art. 60, § 4º, da CF só impede emendas "tendentes a 
abolir" as cláusulas pétreas. 
 
79 . (Ed. Fundamental) A Constituição de 1988 não conhece 
limitações temporais nem circunstâncias ao exercício do 
poder de emenda da Carta. 
Comentário - Falsa; a constituição de 1988 não conhece 
limitações temporais ao poder de reforma, pois logo após a sua 
promulgação, no dia seguinte, seu texto já podia ser alterado 
mediante emenda à constituição (só o procedimento de revisão é 
que foi postergado para cinco anos após a promulgação, mas 
nesse tempo a constituição já podia ser alterada normalmente, 
desde que por meio de emenda); entretanto, a constituição 
estabelece expressamente limitações circunstanciais ao poder de 
reforma, ao vedar a promulgação de emenda durante o estado de 
sítio, estado de defesa e intervenção federal (art. 60, § 1º). 
 
80 . (Ed. Fundamental) É pacífico, entre nós, que não 
existem limitações implícitas ao poder constituinte de reforma. 
Comentário - Falsa; ao contrário, hoje é pacífico que existem 
limitações implícitas ao poder de reforma; a mais importante 
delas é a que veda alterações no procedimento estabelecido pelo 
poder constituinte originário para a reforma da constituição (art. 
60), no sentido de enfraquecê-lo; qualquer alteração no art. 60 da 
constituição, no intuito de tornar mais fácil, mais simplificado, a 
aprovação de futuras emendas será inconstitucional, por afronta a 
uma limitação implícita; será também inconstitucional a criação, 
por meio de emenda, de qualquer outro meio mais fácil para 
emendar a constituição; será também inconstitucional, por afronta 
a uma limitação implícita, a delegação pelo congresso nacional 
do seu poder de emendar a constituição (a aprovação de uma 
emenda outorgando essa competência para o presidente da 
república, por exemplo). 
 
81 . (Ed. Fundamental) Uma proposta de emenda à 
Constituição que tenda a abolir uma cláusula pétrea não pode 
sequer ser levada à deliberação do Congresso Nacional. 
Comentário - Certa; é exatamente isso que diz a constituição no 
seu art. 60, § 4º, ao fixar as cláusulas pétreas: "não será objeto 
de deliberação"; tanto isso é verdade que o STF admite mandado 
de segurança para sustar processo legislativo de emenda à 
constituição que seja tendente a abolir cláusula pétrea; é o caso 
de controle de constitucionalidade judicial preventivo no Brasil; 
mas, cuidado, esse controle preventivo só é possível através de 
mandado de segurança (controle difuso ou incidental), impetrado 
por um dos participantes do processo legislativo (partido político, 
congressistas etc.); não poderá, em hipótese alguma, ser objeto 
de ADIn, pois não existe ADIN preventiva no Brasil, de jeito 
nenhum. 
 
82 . (Ed. Fundamental) As emendas à Constituição 
expressam meio típico de manifestação do poder constituinte 
originário. 
Comentário - Falsa; as emendas à constituição são 
manifestação típica do poder constituinte derivado, também 
chamado de poder de reforma, poder reformador, poder 
constituinte de segundo grau, poder constituinte secundário, 
poder de revisão, poder de emenda; poder constituinte originário 
é aquele que elabora a constituição. 
 
83 . (Ed. Fundamental) A Constituição de 1988 contemplou 
ao Presidente da República a titularidade para promulgação 
das emendas Constitucionais. 
Comentário - Falsa; as emendas à constituição são 
promulgadas diretamente pelas mesas da câmara e do senado 
federal (art. 60, § º); não vão nem à sanção nem à promulgação 
do presidente da república; a única participação do presidente da 
república no processo de emenda é a possibilidade de apresentar 
a proposta de emenda, nos termos do art. 60, II, da CF. 
 
84 . (Ed. Fundamental) O poder de reforma ou de emenda 
é um poder ilimitado na sua atividade de constituinte de 
primeiro grau. 
Comentário - Falsa; o poder de reforma é um poder criado pelo 
poder constituinte originário, que lhe impõe certas limitações; 
portanto, o poder de reforma ou de emenda não é ilimitado, pois 
sofre limitações impostas pelo poder constituinte originário 
(limitações circunstanciais, limitações materiais etc.); a parte final 
da assertiva também está falsa, porque o poder de reforma não 
exerce atividade de constituinte de primeiro grau (essa atividade 
é do poder constituinte originário), mas sim atividade de 
constituinte de segundo grau. 
 
85 . (Ed. Fundamental) A reforma constitucional, no sistema 
constitucional brasileiro, não conhece limites materiais. 
 13
Comentário - Falsa; a reforma constitucional no Brasil sofre 
limitações materiais expressas ou explícitas (que são as 
cláusulas pétreas constitucionais expressas, previstas no art. 60, 
§ 4º, da CF) e também limitações materiais implícitas ou tácitas 
(não pode ser transferido o poder de emendar a constituição para 
outro órgão, nem simplificado o procedimento de emenda, 
previsto no art. 60 da CF). 
 
86 . (Ed. Fundamental) Segundo a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, os princípios gravados com 
cláusula pétrea devem ser interpretados de forma tão estrita 
que a simples alteração de sua expressão literal, mediante 
emenda, pode significar uma violação da Constituição. 
Comentário - Falsa; as cláusulas pétreas podem ser objeto de 
emenda à constituição, podendo sofrer alterações, desde que 
estas alterações não sejam tendentes a abolir tais garantias; só 
violarão a constituição aquelas emendas que tratarem uma 
cláusula pétrea com tendência a abolir, a enfraquecer uma das 
garantias do art. 60, § 4º, da CF. 
 
87 . (Ed. Fundamental) Segundo a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, as cláusulas pétreas protegem 
direitos e garantias individuais que não integram 
expressamente o capítulo relativo aos direitos individuais. 
Comentário - Certa; o STF já se manifestou nesse exato sentido, 
dispondo que existem outros direitos e garantias individuais fora 
do art. 5º da constituição que também são cláusulas pétreas; o 
princípio da anterioridade tributária, previsto no art. 150, III, b, da 
CF, já foi declarado cláusula pétrea pelo STF, não podendo ser 
afastado através de emenda constitucional. 
 
88 . (Ed. Fundamental) Segundo a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, as disposições constitucionais 
transitórias não são modificáveis mediante emenda 
constitucional. 
Comentário - Falsa; o ADCTpode ser objeto de emenda 
constitucional normalmente, já tendo sido alterado por diversas 
emendas na vigência da atual constituição (ver itens 593 a 597 do 
livro, nos quais eu falo tudo sobre ADCT). 
 
89 . (Ed. Fundamental) A jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal enfatiza que as disposições protegidas pelas 
cláusulas pétreas não podem sofrer qualquer alteração. 
Comentário - Falsa; já vimos que as cláusulas pétreas podem 
ser objeto de emenda à constituição, desde que esta não seja 
tendente a abolir uma de tais garantias; o que o art. 60, § 4º, da 
CF veda é a promulgação de emenda tendente a abolir uma 
daquelas garantias. 
 
90 . (Ed. Fundamental) Os direitos e garantias individuais 
protegidos por cláusula pétrea são somente aqueles 
elencados no catálogo de direitos individuais. 
Comentário - Falsa; o STF já decidiu que existem outros direitos 
e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea além 
daqueles enumerados no art. 5º da CF; o princípio da 
anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é um exemplo típico de 
cláusula pétrea fora do art. 5º da CF. 
 
91 . (Ed. Fundamental) Segundo entendimento pacífico do 
Supremo Tribunal Federal, qualquer alteração que afete os 
direitos fundamentais configura lesão expressa à cláusula 
pétrea. 
Comentário - Falsa; só haverá lesão à cláusula pétrea se a 
alteração for tendente a abolir um dos direitos e garantias 
individuais; note-se que a constituição só enumerou como 
cláusula pétrea os direitos e garantias INDIVIDUAIS, ou seja, 
nem todos os direitos fundamentais são cláusula pétrea, somente 
aqueles de natureza individual; o mandado de segurança 
individual, por exemplo, é típica cláusula pétrea; o mandado de 
segurança coletivo, apesar de estar no art. 5º da constituição, não 
é cláusula pétrea, pois é garantia coletiva, e não individual; ainda 
assim, mesmo um direito ou garantia individual pode ser afetado 
por emenda à constituição, desde que esta emenda não seja 
tendente a abolir um deles. 
 
92 . (Ed. Fundamental) Segundo a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, não só as normas constantes do 
catálogo de direitos fundamentais, mas também outras 
normas consagradoras de direitos fundamentais constantes 
do Texto Constitucional podem estar gravadas com a cláusula 
de imutabilidade. 
Comentário - Certa; o STF já decidiu que existem outros direitos 
e garantias individuais protegidos por cláusula pétrea além 
daqueles enumerados no art. 5º da CF; o princípio da 
anterioridade tributária (CF, art. 150, III, b) é um exemplo típico de 
cláusula pétrea fora do art. 5º da CF. 
 
93 . (Ed. Fundamental) É vedada a alteração de disposições 
transitórias constantes do texto constitucional original. 
Comentário - Falsa; já comentei antes que o ADCT pode ser 
objeto de emenda à constituição normalmente, já tendo sofrido 
várias modificações na vigência da atual constituição; como é 
importante estudar fazendo exercícios de concursos passados, as 
questões se repetem muito! 
 
94 . (Ed. Fundamental) A Câmara dos Deputados atua 
como Casa revisora no que diz respeito a projetos de 
Emenda Constitucional aprovados pelo Senado Federal. 
Comentário - Falsa; no processo de emenda à constituição, uma 
casa legislativa não atua como revisora da outra; são dois turnos 
de votação autônomos em cada uma das casas do congresso 
nacional; a atuação como casa iniciadora e revisora é para o 
processo legislativo de elaboração das leis. 
 
95 . (Ed. Fundamental) É possível sustar, via mandado de 
segurança, o trâmite de projeto de emenda à Constituição 
que afronte cláusula pétrea. 
Comentário - Certa; comentei antes que é o caso de controle de 
constitucionalidade judicial preventivo no Brasil, pois o poder 
judiciário vai apreciar um mero projeto de emenda, antes da 
norma ficar pronta; isso ocorre quando é colocada em votação 
uma PEC que afronte cláusula pétrea; como o STF entende que 
uma PEC violadora de cláusula pétrea não deve sequer ser 
objeto de deliberação no congresso, pois o próprio processo 
legislativo já afronta diretamente a constituição, qualquer 
participante do processo legislativo da PEC poderá impetrar 
mandado de segurança para suspender o trâmite da proposta de 
emenda; lembrar que esse controle judicial só poder ser feito 
através de MANDADO DE SEGURANÇA (jamais por ADIN). 
96 . (Ed. Fundamental) Dentro do poder de conformação da 
sua ordem constitucional, pode o Estado-membro estabelecer 
 14
"quorum" para a aprovação de emenda constitucional mais 
rígido do que o previsto na Constituição Federal. 
Comentário - Falsa; segundo o STF, os estados-membros não 
podem estabelecer um quorum diferenciado do federal para a 
aprovação das emendas à constituição estadual; os estados-
membros deverão obedecer exatamente o quorum previsto para 
a modificação da constituição federal, que é de três quintos; não 
poderão estabelecer nem quorum mais flexível (maioria absoluta, 
por exemplo), nem quorum mais rígido (quatro quintos, por 
exemplo). 
 
97 . (Ed. Fundamental) Segundo orientação do Supremo 
Tribunal Federal, o Estado-membro pode adotar modelo de 
revisão constitucional simplificado, tal como previsto no Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição 
Federal. 
Comentário - Falsa; segundo o STF, os estados estão proibidos 
de adotar um modelo simplificado de revisão conforme aquele 
previsto para a constituição federal, para cinco anos após a sua 
promulgação (ADCT, art. 3º); isso quer dizer que os estados 
membros nunca puderam (nem poderão) fazer modificações na 
sua constituição pelo procedimento de revisão; só poderão os 
estados reformar sua constituição através de emenda, e assim 
mesmo pelo mesmo quorum previsto para modificação da 
constituição federal, que é de três quintos dos votos. 
 
98 . (Ed. Fundamental) Nos termos da Constituição Federal, 
os projetos de lei e de emenda à Constituição deverão ser 
aprovados, necessariamente, pelo plenário da Câmara e do 
Senado Federal. 
Comentário - Falsa; em relação à emenda, a assertiva está 
correta, pois os projetos de emenda à constituição realmente 
devem ser necessariamente aprovados pelo plenário das duas 
casas legislativas; entretanto, quanto aos projetos de lei, a 
afirmação está falsa, pois existe a possibilidade de que eles 
venham a ser aprovados definitivamente pelas comissões, sem 
passar pelo plenário, conforme prevê a constituição federal no 
seu art. 58, § 2º, I; portanto, há possibilidade de que uma lei 
venha a ser aprovada no Brasil só pelas comissões do congresso 
nacional, sem passar pelo plenário de nenhuma das casas 
legislativas; com emenda à constituição, isso jamais ocorrerá, 
pois estas dependem de aprovação do plenário das duas casas 
do congresso nacional, em dois turnos de votação em cada casa 
e com deliberação de três quintos dos votos. 
 
99 . (Ed. Fundamental) Segundo o entendimento dominante 
do Supremo Tribunal Federal, os direitos sociais são 
insuscetíveis de alteração mediante emenda constitucional. 
Comentário - Falsa; na verdade o STF ainda não decidiu 
expressamente se os direitos sociais são ou não cláusula pétrea, 
mas sabe-se que há, entre os ministros do tribunal, opiniões 
divergentes: alguns acham que sim, outros que não; a 
controvérsia é porque os direitos sociais são, sem dúvida, direitos 
fundamentais, pois estão enumerados dentro do Título II da CF; 
porém, a constituição não disse que todos os direitos 
fundamentais são cláusula pétrea; ao contrário, disse que só os 
direitos e garantias INDIVIDUAIS são cláusula pétrea (CF, art. 60, 
§ 4º, IV); esse o motivo da dúvida; portanto, como o STF ainda 
não decidiu sobre o assunto, a questão está falsa. 
100 . (Ed. Fundamental) A Constituição brasileira em vigor 
permite e prevê a possibilidade de sua própria transformação, 
disciplinando os modos por meio dos quais sua reforma pode 
ocorrer; acerca da reforma constitucional, a doutrina é 
pacífica no sentido de que limitam a ação do poder 
constituinte derivadoapenas as restrições expressas no texto 
constitucional. 
Comentário - Falsa; já vimos que a doutrina e a jurisprudência 
no Brasil reconhecem a existência das chamadas limitações 
implícitas ou tácitas ao poder de reforma, sendo a mais 
importante aquela que impede que o procedimento de reforma 
seja simplificado por meio da aprovação de uma emenda nesse 
sentido. 
 
101 . (Ed. Fundamental) Uma proposta de emenda à 
Constituição, tendente a abolir a separação dos poderes, não 
deverá ser apreciada pelo Congresso Nacional. Todavia, se 
as Casas Legislativas vierem a aprová-la e promulgá-la, a 
proposição será válida, já que passará a integrar o texto 
constitucional. 
Comentário - Falsa; uma emenda tendente a abolir a separação 
dos poderes, ou qualquer outra cláusula pétrea prevista no art. 60 
da CF, será flagrantemente inconstitucional; a sua mera 
aprovação segundo o procedimento estabelecido no art. 60 da CF 
não é legitima, podendo ela vir a ser declarada inconstitucional 
por qualquer juízo ou tribunal do país; emenda tendente a abolir 
cláusula pétrea é emenda inconstitucional e assim deverá ser 
declarada pelo poder judiciário, seja no controle difuso ou 
incidental ou no controle concentrado ou abstrato. 
 
102 . (Ed. Fundamental) A matéria constante de projeto de lei 
ou de emenda constitucional somente poderá constituir objeto 
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante 
proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das 
Casas do Congresso Nacional. 
Comentário - Falsa; a assertiva está correta em relação ao 
projeto de lei, que realmente, mesmo rejeitado, poderá voltar na 
mesma sessão legislativa por solicitação da maioria absoluta dos 
membros de uma das casas do congresso nacional (CF, art. 67); 
entretanto, com a proposta de emenda à constituição, a coisa é 
diferente: ela não poderá voltar, em hipótese alguma, na mesma 
sessão legislativa, conforme previsto no art. 60, § 5º, da CF. 
 
103 . (Ed. Fundamental) Assim como os demais produtos do 
processo legislativo, as emendas constitucionais estão 
sujeitas a controle de constitucionalidade, tanto formal quanto 
material; em conseqüência, poderá ser julgada 
inconstitucional a emenda à constituição que careça de 
sanção presidencial. 
Comentário - Falsa; a primeira parte da assertiva está 
corretíssima, pois uma emenda realmente está sujeita ao controle 
de constitucionalidade, tanto sobre o aspecto material (o seu 
conteúdo pode violar uma cláusula pétrea) quanto sob o aspecto 
formal (pode ser desobedecido o procedimento formal, o 
processo legislativo rígido, estabelecido no art. 60 para sua 
aprovação); agora, a parte final da assertiva está errada, pois 
emendas à constituição não estão sujeitas à sanção do 
presidente da república, pois são elas promulgadas diretamente 
pelas mesas da câmara dos deputados e do senado federal (CF, 
art. 60, § 3º). 
 
104 . (Ed. Fundamental) Na Constituição brasileira, as 
limitações à reforma constitucional conhecidas como 
 15
cláusulas pétreas proíbem apenas emendas que extirpem, 
por inteiro, a forma federativa de Estado, a separação dos 
poderes e os direitos e garantias individuais. 
Comentário - Falsa; a meu ver, esta questão está falsa por dois 
motivos: primeiro, porque faltou na enumeração das cláusulas 
pétreas o voto direto, secreto, universal e periódico (CF, art. 60, § 
4º, II); segundo porque, ainda que não tivesse faltado o voto, a 
questão estaria falsa, porque a proibição das cláusulas pétreas 
não é só quanto a emendas que extirpem por inteiro tais 
garantias, pois bastam que as emendas sejam "tendentes a 
abolir" as cláusulas pétreas; por exemplo: em relação à forma 
federativa de Estado, não precisa que a emenda venha e diga 
que fica abolida, extirpada, a forma federativa de Estado, que 
passará a ser unitário; basta que a emenda seja tendente a abolir 
a forma federativa de Estado, enfraquecendo a nossa federação. 
 
105 . (Ed. Fundamental) Se uma proposta de emenda à 
Constituição (PEC) que vise estabelecer a nomeação, pelo 
Presidente da República, dos governadores dos estados 
federados seguir as normas constitucionais e regimentais 
aplicáveis ao processo de tramitação das PECs, nenhum 
óbice jurídico haverá à sua promulgação e entrada em vigor. 
Comentário - Falsa; ainda que obedecido fielmente o rito 
estabelecido pelo art. 60 da CF, tal emenda seria flagrantemente 
inconstitucional, pois restariam afrontadas cláusulas pétreas; a 
meu ver, pelo menos duas cláusulas pétreas estariam sendo 
atingidas: a forma federativa de estado, pois com a nomeação 
dos governadores pelo presidente da república os estados 
perderiam totalmente sua autonomia federativa; e o direito ao 
voto, pois os cidadãos dos estados estariam perdendo o seu 
direito constitucional de escolher seus governantes; seria, 
portanto, uma emenda flagrantemente inconstitucional, por ser 
"tendente a abolir" a forma federativa de estado e o direito ao 
voto direto, secreto, universal e periódico, duas cláusulas pétreas 
previstas na nossa constituição (art. 60, § 4º). 
 
106 . (Ed. Fundamental) Supondo que haja sido rejeitada 
uma proposta de emenda à Constituição abolindo o segundo 
turno nas eleições para cargos executivos no país, somente 
na sessão legislativa seguinte nova proposta com a mesma 
matéria poderá ser apresentada. 
Comentário - Certa; esta questão é do Cespe, assim como a 
maioria desta relação, e foi considerada correta pelo gabarito 
oficial; e, a meu ver, está corretíssima mesmo; numa primeira 
olhada, dá a impressão de que ela estaria falsa, por estar tal 
emenda ferindo a cláusula pétrea do direito ao voto e, portanto, 
jamais poderia voltar legitimamente à deliberação do congresso 
nacional; no entanto, será que esta emenda é mesmo "tendente a 
abolir" o direito de voto? não me parece, pois a simples extinção 
do segundo turno das eleições não afetaria a democracia, o 
direito de o povo manifestar-se sobre a escolha de seus 
governantes não restaria prejudicado, apenas mudaria a forma de 
apuração dos votos; com um ou dois turnos, o povo continuaria 
escolhendo seus governantes, democraticamente, através do 
voto; portanto, se não afetada cláusula pétrea, aplica-se a regra 
do art. 60, § 5º, da CF, segundo a qual a proposta de PEC 
rejeitada ou havida por prejudicada somente poderá voltar numa 
sessão legislativa distinta. 
 
107 . (Ed. Fundamental) Se o Presidente da República 
decretar intervenção federal em um Estado-membro, isso terá 
como efeito colateral impedir a promulgação de qualquer 
proposta de emenda à Constituição em trâmite no Congresso 
Nacional. 
Comentário - Certa; trata-se de uma limitação circunstancial ao 
poder de reforma, que veda a promulgação de emenda à 
constituição durante a vigência de estado de sítio, estado de 
defesa ou intervenção federal (CF, art. 60, § 1º). 
 
108 . (Ed. Fundamental) Considerando que a Constituição da 
República confere autonomia administrativa e financeira a 
cada um dos Poderes e define-lhes as competências, 
suponha uma proposta de emenda à Constituição que 
pretenda atribuir ao Poder Executivo as competências do 
Senado Federal, extinguindo-se esse órgão, mas mantendo a 
Câmara dos Deputados. À luz das normas constitucionais, 
essa proposta poderia tramitar regularmente no Congresso 
Nacional, mas, se viesse a ser aprovado, deveria ser vetada 
pelo Presidente da República. 
Comentário - Falsa; esta emenda seria flagrantemente 
inconstitucional, por violar cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, III), 
pois seria tendente a abolir a separação dos poderes, 
enfraquecendo em demasia o poder Legislativo em favor do 
fortalecimento do Executivo. 
 
109 . (Ed. Fundamental) Aprovado pelo Congresso Nacional, 
o projeto de Emenda Constitucional pode ser vetado pelo 
Presidente da República. 
Comentário - Falsa; a emenda não está sujeita a veto ou sanção 
do presidente da república; a emenda é diretamente promulgada 
pelas mesas da câmara e do senado federal. 
 
110 . (Ed. Fundamental)

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