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Coração - Morfologia

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Problema 2: Ectopia Cordis – Universidade Estadual da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – Medicina - 1º semestre 
 
1. Localização do coração 
• O coração repousa sobre o diafragma, próximo da linha mediana da cavidade torácica. 
Encontra-se no mediastino médio, uma região anatômica que se estende do esterno à 
coluna vertebral, da primeira costela ao diafragma, e entre os pulmões. 
• Aproximadamente um terço da massa se encontra à direita da linha mediana. 
2. Anatomia da superfície 
• Um coração adulto médio tem 12 cm da base até o ápice, 8-9 cm em seu diâmetro 
transverso mais largo, e 6 cm anteroposteriormente. 
• Seu peso varia de 280 a 340 g (média de 300 g) em homens e de 230 a 280 g (média 
de 250 g) em mulheres. O peso cardíaco é 0,45% do peso corporal em homens e 0,40% 
em mulheres. “Homem com mais sangue” 
• Tem um formato cônico, com uma posição oblíqua que pode ser comparada a uma 
pirâmide um tanto deformada. 
3. Histologia do coração 
• Pericárdio, é um saco fibro-seroso que fica em torno do coração e as raízes dos 
grandes vasos. Consiste em dois componentes, o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso. 
0 pericárdio fibroso é uma camada externa de tecido conjuntivo denso que define os 
limites do mediastino médio. 
0 pericárdio seroso é fino e consiste em duas partes: 
a. a camada parietal reveste a superfície interna do fibroso; 
b. a camada visceral (epicárdio) do pericárdio seroso adere ao 
coração e forma sua cobertura externa. 
• Epicárdio, uma superfície de baixo atrito revestida por um 
mesotélio em contato com o espaço pericárdico seroso. É 
semelhante à túnica adventícia dos vasos sanguíneos. 
• Miocárdio, um sincício funcional de fibras musculares estriadas 
cardíacas formando três tipos principais de músculo cardíaco: o 
músculo atrial, o músculo ventricular, e fibras musculares 
especializadas na excitação e condução de impulsos cardíacos. 
Contínuo com a túnica média dos vasos sanguíneos. O miocárdio possui três tipos de 
células: 
a. Cardiócitos contráteis, os quais se contraem para bombear sangue através da 
circulação. 
b. Cardiócitos mioendócrinos, produtores do fator natriurético atrial. 
c. Cardiócitos nodais, especializados no controle da contração rítmica do coração. Essas 
células estão localizadas no nodo sinoatrial, na junção da veia cava superior com o 
átrio direito; e no nodo atrioventricular, presente sob o endocárdio dos septos 
interatrial e interventricular. 
• Endocárdio, composto por um revestimento endotelial e um tecido conjuntivo 
subendotelial. Homólogo à túnica íntima dos vasos sanguíneos. A camada de tecido 
conjuntivo subendocárdico consiste em fibras colágenas e elásticas sintetizadas por 
fibroblastos. Esta camada contém pequenos vasos sanguíneos, nervos e feixes do sistema 
de condução (fibras de Purkinje). 
4. Anatomia completa 
• Possui quatro câmaras: 2 átrios, que recebem o sangue, e 2 ventrículos, que ejetam o 
sangue. 
• O lado direito do coração recebe apenas sangue rico em CO2, enquanto o lado 
esquerdo recebe sangue bem oxigenado, assim: 
Problema 2: Ectopia Cordis – Universidade Estadual da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – Medicina - 1º semestre 
 
• O ventrículo direito impulsiona sangue pobre em O2, vindo do organismo pelo átrio 
direito, através das veias cavas superior e inferior (VCS e VCI), para o pulmão por meio 
das artérias pulmonares. – Circulação Pulmonar 
• O ventrículo esquerdo, por meio da aorta, leva o sangue 
oxigenado vindo do pulmão pelo átrio esquerdo através 
das veias pulmonares. – Circulação Sistêmica 
Valvas Cardíacas 
• São estruturas de tecido conjuntivo responsáveis pela 
regulação do movimento sanguíneo dentro do órgão, 
evitando regurgitamento do sangue para as câmaras, 
ou seja, garantem o fluxo unidirecional do sistema 
circulatório. 
• As valvas cardíacas são duas valvas atrioventriculares 
(VA), uma direita (tricúspide) e uma esquerda 
(bicúspide) que também é chamada de valva mitral. 
OBS: Tricúspide e bicúspide são termos que se referem à quantidade de folhetos das 
valvas. 
• Essas valvas são reguladas pela diferença de pressão dentro das câmaras em relação 
aos grandes vasos, ou seja, quando os ventrículos se enchem de sangue vindo dos átrios 
durante a sístole atrial, as valvas AV são forçadas a se fechar. Com isso, há e da aorta e 
forçando as valvas semilunares a se abrirem, liberando o sangue para a aumento da 
pressão dentro dos ventrículos, vencendo a pressão do tronco pulmonar circulação 
sistêmica e pulmonar. 
• Da mesma forma, as valvas semilunares se fecham com o aumento da pressão nos 
grandes vasos pelo recebimento do sangue, que vence a pressão dos ventrículos e força 
o fechamento das mesmas. 
OBS: Na ausculta cardíaca, o fechamento das valvas AV é responsável pelo som da 1ª 
bulha (sístole atrial) e o fechamento das valvas semilunares provoca o som da 2ª bulha 
(diástole ventricular). 
OU SEJA: 
• • Sístole: Valvas AV fechadas e valvas semilunares abertas. 
• • Diástole: Valvas AV abertas e valvas semilunares fechadas. 
• • Cada cúspide das valvas cardíacas se liga aos músculos papilares dos ventrículos pelas 
cordas tendíneas, as quais impedem que as valvas se invertam durante a contração 
ventricular. 
Átrio Direito (AD) 
• Recebe sangue venoso da VCS, VCI e seio coronário. 
• Possui a aurícula direita, que é uma bolsa muscular que se projeta do átrio direito como 
uma câmara adicional, aumentando a capacidade do átrio. 
• Comunica-se com o ventrículo direito pelo óstio AV (atrioventricular) direito, que é 
protegido pela valva AV e circundado por um dos anéis do esqueleto fibroso do 
coração. 
OBS: O anel fibroso mantém o calibre do óstio constante, resistindo à dilatação que 
poderia ser causada pela pressão sanguínea variada. 
• Também contém uma parte posterior lisa, onde se abrem as veias cavas e o seio 
coronário, que trazem sangue pouco oxigenado para o coração. 
Ventrículo Direito (VD) 
Problema 2: Ectopia Cordis – Universidade Estadual da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – Medicina - 1º semestre 
 
• Forma a maior parte da face esternocostal e quase toda a margem inferior do coração. 
• Os ventrículos direito e esquerdo são separados pelo septo interventricular (SIV), 
composto pelas partes muscular e membranácea. Em vista da pressão arterial muito 
maior no ventrículo esquerdo, a parte muscular do SIV (maior parte do septo) tem a 
espessura igual ao restante da parede do ventrículo esquerdo e, acima da valva, o SIV 
forma o septo atrioventricular que separa o átrio direito do ventrículo direito. 
• Há um feixe muscular curto que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV 
até a base do músculo papilar anterior, chamado de trabécula septomarginal. Essa 
estrutura é importante porque conduz parte do ramo direito do fascículo AV até o 
músculo papilar anterior, reduzindo o tempo de condução e permitindo a contração 
coordenada do músculo papilar anterior. 
• O átrio direito se contrai quando o 
ventrículo direito está vazio e relaxado. 
O sangue, então, faz um trajeto em 
formato de “U” no ventrículo direito, 
sofrendo uma mudança de direção que 
é acomodada pela crista 
supraventricular, a qual direciona o 
fluxo de entrada para a cavidade 
principal do ventrículo e o fluxo de 
saída para o cone arterial em direção 
ao óstio do tronco pulmonar. 
Átrio Esquerdo (AE) 
• Forma a maior parte da base do 
coração, apresentando uma parede 
mais espessa do que a do átrio direito. 
Além disso, quatro veias pulmonares 
entram pela parede posterior do átrio 
esquerdo, que também possui uma 
parte com paredes lisas e uma aurícula 
muscular menor que é tubular e 
revestida por músculos pectíneos com 
parede trabeculada. 
• O átrio esquerdo também apresenta um óstio AV esquerdo, através do qual transfere o 
sangue oxigenado que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo. 
Ventrículo Esquerdo (VE) 
• Forma o ápice do coração. 
• Possui paredes mais espessas do que as do ventrículo direito, já quea pressão arterial é 
maior na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar, ou seja, o VE “trabalha 
mais” que o VD. 
• Também apresenta músculos papilares maiores que do ventrículo direito e esses são 
recobertos pelas trabéculas cárneas. 
• Há também uma região de saída não muscular, de parede lisa, chamada de vestíbulo 
da aorta, que leva ao óstio da aorta e à valva da aorta. 
• As cordas tendíneas tornam-se tensas logo antes e durante a sístole, impedindo que as 
válvulas sejam empurradas para o átrio esquerdo. Enquanto atravessa o ventrículo 
esquerdo, o fluxo sanguíneo sofre duas mudanças de trajeto perpendiculares. Essa 
inversão de fluxo ocorre ao redor da válvula anterior da valva mitral. 
 
 
Grandes vasos 
Problema 2: Ectopia Cordis – Universidade Estadual da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – Medicina - 1º semestre 
 
• Compreendem as veias braquiocefálicas, VCS e o arco da aorta, com as raízes de seus 
principais ramos: tronco braquiocefélico, artéria carótida comum esquerda e artéria 
subclávia esquerda. 
• A união das veias jugular interna e subclávia formam as veias braquiocefálicas direita e 
esquerda, posteriormente às articulações esternoclaviculares, que por sua vez formam a 
VCS. 
• O comprimento da veia braquiocefálica direita é maior que da esquerda, porque essa 
passa do lado esquerdo para o direito, anteriormente às raízes dos três principais ramos 
do arco da aorta. 
• As veias braquiocefálicas conduzem o sangue da cabeça, pescoço e membros superiores 
para o átrio direito e a veia cava superior (VCS) conduz o sangue de todas as estruturas 
superiores ao diafragma, exceto os pulmões e o coração. 
Artérias pulmonares 
 • As artérias pulmonares direita e esquerda originam-se do tronco pulmonar e carregam para os 
pulmões sangue desoxigenado do ventrículo direito do coração 
5. Ectopia Cordis 
• A ectopia cordis, também conhecida como ectopia cardíaca, é uma malformação 
bastante rara na qual o coração do bebê se localiza fora do peito, por baixo da pele. 
Nesta malformação, o coração pode se localizar completamente fora do tórax ou estar 
apenas parcialmente fora do peito. 
• Na maioria dos casos, existem outras malformações associadas e, por isso, a esperança 
média de vida é de poucas horas, sendo que a maioria dos bebês acaba por não 
sobreviver após o primeiro dia de vida. A ectopia cordis pode ser identificada logo no 
primeiro trimestre de gravidez, através do exame de ultrassom, mas também existem 
casos mais raros nos quais a malformação só é observável após o nascimento. 
• Além de defeitos no coração, essa doença também estar associada a defeitos na 
estrutura do tórax, do abdômen e de outros órgãos, como intestino e pulmões. Este 
problema deve ser tratado com cirurgia para recolocar o coração no local, mas o risco 
de morte é elevado. 
• A causa específica da ectopia cordis ainda não é conhecida, no entanto, é possível que a 
malformação surja devido a um incorreto desenvolvimento do osso do esterno, que 
acaba ficando ausente e permitindo que o coração passe para fora do peito, ainda 
durante a gestação. 
• Quando o bebê nasce com o coração fora do peito, geralmente também apresenta 
outras complicações de saúde como: 
I. Defeitos no funcionamento do coração; 
II. Defeitos no diafragma, levando a dificuldade para respirar; 
III. Intestino fora do local adequado. 
• O bebê com ectopia cordis tem maior chance de sobrevivência quando o problema é 
apenas a má localização do coração, sem outras complicações associadas. 
• O tratamento só é possível através de cirurgia para recolocar o coração no lugar e 
reconstruir defeitos no tórax ou em outros órgãos que também tenham sido atingidos. A 
cirurgia normalmente é feita nos primeiros dias de vida, mas irá depender da gravidade 
da doença e do estado de saúde do bebê. 
• No entanto, a ecotopia cordis é um problema grave e que na maior parte dos casos 
leva à morte logo nos primeiros dias de vida, mesmo quando a cirurgia é realizada. Os 
Problema 2: Ectopia Cordis – Universidade Estadual da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – Medicina - 1º semestre 
 
pais de crianças com esta doença podem fazer exames genéticos para avaliar as 
chances de recorrência do problema ou de outros defeitos genéticos na próxima 
gravidez. 
• Nos casos em que o bebê consegue sobreviver, geralmente é necessário recorrer a várias 
cirurgias ao longo da vida, assim como manter um cuidado médico regular, para 
garantir que não surgem complicações que possam colocar a vida em risco. 
• O diagnóstico pode ser feito a partir da 14ª semana de gravidez, através dos exames de 
ultrassom convencional e morfológico. Após o diagnóstico do problema, outros exames 
de ultrassom devem ser feitos com frequência para acompanhar o desenvolvimento do 
feto e o agravamento ou não da doença, para que o parto através de cesariana seja 
marcado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Problema 2: Ectopia Cordis – Universidade Estadual da Bahia (UNEB) 
Lara Lessa Araújo – Medicina - 1º semestre

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