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Aula 24 - 10/11/2010 - Economia cafeeira III (mão-de-obra) Texto FURTADO (2009, caps. 21 a 23) PETRONE (1985) PRADO (1977, cap. 19) - Imigração; trabalho livre nacional - “Brasileiros”, se tem comida e seu entretenimento não ligam para mais nada (o jeca-tatu) - “Imigrantes”, indivíduos que não tinham trabalho em seus países de origem, por isso emigram na primeira oportunidade - Não são os melhres trabalhadores possíveis: ou já tinham dívidas, sonhos exagerados, ou não se adaptavam ao trabalho e entre outros - Ex-escravo: uma vez livres não se “rebaixavam” a nenhum contrato com fazendeiro algum - Depois de 1888, quando trabalham, são os vulgos atuais “funcionários públicos” - Todos com pena dos cafeicultores - Imigrantes italianos: todos em geral são dedicados e sem muitas vaidades - Entrada de imigrantes em geral a partir de 1880 - imigração: núcleos coloniais, sistemas de parcerias e grande imigração subvencionada - Evoluem nessa sequência ao longo do tempo, mas em nenhum momento são excludentes entre si - Núcleos coloniais: colonização com base na pequena propriedade agrícola - Objetivos: povoar, dignificar o trabalho manual, social (formar a “classe média”), político militar (defesa de fronteiras) e econômico *abastecimento e ser um viveiro de mão-de-obra (mdo) indiretamente - Antes de 1808: Pombal, fixação de fronteiras, terras e subsídios, e da agricultura ao pastoreio ou extração - Pós 1808: núcleos (diretriz oficial da colonização), objetivos clássicos - CF: falham sistematicamente -> círculo vicioso <>para se ter maior sucesso dos núcleos -> deveria haver um desenvolvimento dos mercados -> que demanda expansão do setor exportador -> que demanda a solução da mdo -> que demanda por sua vez o sucesso dos núclos coloniais <>uma forma de sucesso seria os núcleos produzirem direto para a exportação, mas dessa forma não seria solução para os cafeicultores <>falha é da perspectiva da grande lavoura -formou-se colônias de forma razoável de 1824 a 1889 -houve formação de colônias espontâneas mesmo durante regências -para imigrante a propriedade de terra é bastante vantajosa OBS: tentaram contratar indivíduos para serviços e formar grupos de serviços em SP, mas falharam, tentaram copiar as colônias do sul - Sistema de parcerias: 1840, devido ao fim do tráfico e também ao insucesso dos núclos - Em vez de esperar amadurecer núcleos, fazendas contratam os caras direto da Europa para realizarem trabalhar <>sempre tentam usar o Estado para seus interesses (pagar em parte o processo, financiar e entre outros) - Trabalhador imigrante: passagens + sustento no início = dívida <>são colocados em cafezais já constituídos e alocados em terras (moradia e produção de subsistência) em terras não muito boas (pois as melhores eram alocadas ao café) <>o imigrante para ao “senhor” com o lucro do café e o excedente, se porventura houver, da produção de subsistência - Problemas: <>renda incerta (dependia da safra de café, ou seja, influência do clima, “envelhecimento” do café, prazo de venda, etc) <>endividamento inicial impede mobilidade espacial do imigrante <>escravidão disfarçada: desconfianças, fraudes nas dívidas, preços dos mantimentos vendidas nas fazendas muito altas, etc <>recrutamento ruim (os malucos achavam qualquer mané na europa e mandavam para cá, então os senhores de café se ferravam) <>revoltas frequentes dos colonos imigrantes, prejudicava produção dos cafeicultores - Thomas Dwartz: (“Memórias de um colono”) <>imigrante endividado, sem leis em SP -> viram propriedades (mercadorias/”escravos” -geralmente dívida era aumentada pelo câmbio desfavorável - Grande imigração subvencionada: Problemas de abastecimento de mdo dos núcleos e sistemas de parcerias e a crescente demanda por mdo - Estímulos: expansão do café e surto de algodão (1860), exportação de café e a Lei do Ventre Livre (1870) <>solução: abaixar o ônus das passagens, sistema misto (meação + “assalariado”[que dá uma renda certa para o imigrante]) <>o Oeste Novo e os cultivos intercalares -visão de Paula B. (Lei do Ventre Livre somado ao Oeste Novo impulsionando a solução para o imigrantismo) - Mudança de mentalidade: não é substituir simplesmente o escravo pelo branco <>é necessário incentivar o trabalho livre com possibilidade de acumulação econômica <>problema: mobilidade social e espacial <>se o governo arca com custos: logo garante-se mdo infinita, pois o fazendeiro não paga -surgimento da grande imigração subvencionada <>sociedade promotora da imigração (1886) -quando grupo do Oeste Novo chega ao executivo provincial -não há distinção entre os bons e ruins do Oeste Novo, Velho e Vale do Paraíba <>motivação econômica com recursos disponíveis <>com a mdo resolvida há melhora e aumenta a produção do café (até esbarrar na superprodução, mas que não é o caso no momento) -a unificação italiana (pessoal do sul, mais pobre) gerou a mdo possível para emigração -entrou mais trabalhador imigrante durante o período subvencionado <>1910: imigração japonesa semelhante à italiana - CF: MDO nacional - Amplo setor de subsistência articulado à agroexportação <>roça e pecuária dispersa pelo território -vínculo da roça (pequena) -> pecuária (proprietário latifundiário) -espécie de poder/hierarquia social (depois viraram os currais) e político - Café não pega essa mdo, pois era difícil conseguir (devido a dispersão ao longo do território), precisa “comprar” dos latifundiários (estes não querem perder a relação social e de poder para com os trabalhadores) - Paula Beiguelman: SP - No café não se usa trabalho livre: assimila trabalho escravo, e o trabalhador nacional livre (Jeca Tatu) é provisório - Trabalho livre é vagabundo para o café; falta motivação econômica (Jeca não tá nem ae para o capitalismo) - Trabalho livre é trabalho reserva para o escravo e o imigrante - Trabalho nacional VS Trabalho imigrante <>1890: emigrante representado em toda a hierarquina econômica -cria sentimento de xenofobia (luta contra carcamanos) - Anna Lanna: proposta imigrantista foi além de SP - Mas em várias regiões (MG) dava errado e os emigrantes iam para SP - Devido a fracassos, cafeicultores queriam aprovação de leis eficazes para reprimir o ócio e a vadiagem (versão brasileira da “Lei dos Pobres”)
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