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Neuroanatomia E Neurofisiologia

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Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
1
MED RESUMOS 2012
NETTO, Arlindo Ugulino.
NEUROANATOMIA
INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA
O sistema nervoso (SN) é um aparelho único do ponto de vista funcional: o sistema nervoso e o sistema 
endócrino controlam as funções do corpo praticamente sozinhos. Além das funções comportamentais e motoras, o 
sistema nervoso recebe milhões de estímulos a partir dos diferentes órgãos sensoriais e, então, integra, todos eles, para 
determinar respostas a serem dadas pelo corpo, permitindo ao indivíduo a percepção e interação com o mundo externo 
e com o próprio organismo. 
De fato, o sistema nervoso é basicamente composto por células especializadas, cuja função é receber os 
estímulos sensoriais e transmiti-los para os órgãos efetores, tanto musculares como glandulares. Os estímulos 
sensoriais que se originam no exterior ou no interior do corpo são correlacionados dentro do sistema nervoso, e os 
impulsos eferentes são coordenados, de modo que os órgãos efetores atuam harmoniosamente, em conjunto, para o 
bem estar do indivíduo. Ainda mais, o sistema nervoso das espécies superiores tem a capacidade de armazenar as 
informações sensoriais recebidas durante as experiências anteriores. 
Em resumo, dentre as principais funções do sistema nervoso, podemos destacar:
 Receber informações do meio interno e externo (função sensorial)
 Associar e interpretar informações diversas (função cognitiva)
 Ordenar ações e respostas (função motora)
 Controle do meio interno (devido a sua relação com o sistema endócrino)
 Memória e aprendizado (função cognitiva avançada)
DIVISES DO SISTEMA NERVOSO
Do ponto de vista anatômico, podemos dividir o sistema nervoso em duas grandes partes: o sistema nervoso 
central (S.N.C.) e o sistema nervoso periférico (S.N.P.). O primeiro reúne as estruturas situadas dentro do crânio 
(encéfalo) e da coluna vertebral (medula espinal), enquanto o segundo reúne as estruturas distribuídas pelo organismo 
(nervos, plexos e gânglios periféricos). 
Já do ponto de vista funcional, o sistema nervoso deve ser dividido em sistema nervoso somático (S.N.S.) e 
sistema nervoso autonômico (S.N.A.), de modo que o primeiro está relacionado com funções submetidas a comandos 
conscientes (sejam motores ou sensitivos, estando relacionado com receptores sensitivos e com músculos estriados 
esqueléticos) e o segundo, por sua vez, está relacionado com a inervação inconsciente de glândulas, músculo cardíaco 
e músculo liso.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
2
DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO
1. Sistema nervoso central (SNC).
Anatomicamente, denomina-se sistema nervoso central ou neuroeixo o conjunto representado pelo encéfalo e 
pela medula espinhal dos vertebrados. Forma, junto ao sistema nervoso periférico, o sistema nervoso como um todo, e 
tem papel fundamental no controle dos sistemas do corpo. Denomina-se encéfalo a parte do SNC contida no interior da 
caixa craniana, e medula espinhal a parte que continua a partir do encéfalo no interior do canal vertebral.
1.1. Encéfalo: corresponde ao conjunto de cérebro, tronco encefálico e cerebelo (ou seja, todas as estruturas do SN 
localizadas dentro da caixa craniana).
1.1.1. Cérebro (telencéfalo + diencéfalo) 
1.1.1.1. Telencéfalo: o telencéfalo é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos e 
constituídos por giros e sulcos que abrigam os centros motores, sensitivos e cognitivos. Estruturalmente, o 
telencéfalo é formado pelo córtex cerebral, sistema límbico e núcleos de base.
 Núcleos da base: conjuntos de corpos de neurônios localizados na base do telencéfalo responsáveis por mediar 
sinais estimuladores oriundos do córtex e que pra ele se dirige de volta, principalmente do ponto de vista motor.
 Sistema Límbico: conjunto de estruturas telencefálicas relacionadas com emoções, memória e controle do sistema 
nervoso autonômico.
 Córtex cerebral: consiste no manto de corpos de neurônios que reveste todo o telencéfalo perifericamente, 
distribuindo-se ao longo dos dois hemisférios: direito (não verbal) e esquerdo (verbal). Tais neurônios corticais 
estão dispostos em camadas e, a depender de sua localização no telencéfalo, são responsáveis pela motricidade, 
sensibilidade, linguagem (parte motora e compreensão), memória, etc. Cada hemisfério é constituído de cinco 
lobos: Frontal, Parietal, Temporal, Occipital e Lobo da ínsula (esta divisão não se faz do ponto de vista funcional; 
é meramente anatômica, sendo atribuída de acordo com a relação da respectiva região do telencéfalo com os 
ossos do crânio).
OBS1: O corpo caloso é formado por um conjunto de fibras (comissura) que estabelece a comunicação entre os 
hemisférios, conectando estruturas comparáveis de cada lado. Permite que estímulos recebidos em um lado sejam 
processados em ambos os hemisférios ou exclusivamente no hemisfério oposto. Além disso, auxilia na coordenação e 
harmonia entre os comandos motores oriundos dos dois hemisférios. 
OBS²: A informação sensorial é enviada para hemisférios opostos. O princípio básico é a organização contralateral, de 
modo que a maioria dos estímulos sensoriais chega ao córtex contralateral cruzando ao longo das vias ascendentes que 
os conduziu. Como na visão, ocorre o crossover visual: o campo de visão esquerdo é projetado no lobo occipital direito; 
o campo visual direito é projetado para o lobo esquerdo. Outros sentidos funcionam semelhantemente. Bem como ocorre 
no que diz respeito às áreas motoras: o hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo e o hemisfério esquerdo 
controla o direito, uma vez que as fibras motoras oriundas do córtex motor de um lado cruzam para o lado oposto ao 
nível do bulbo na chamada decussação das pirâmides.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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1.1.1.2. Diencéfalo: área localizada na transição entre o tronco encefálico e o telencéfalo, sendo 
subdividido em hipotálamo, tálamo, epitálamo e subtálamo. Todas as mensagens sensoriais, com exceção 
das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo (e metatálamo) antes de atingir o córtex 
cerebral. 
 Tálamo: é uma massa ovóide predominantemente composta por substância cinzenta localizada no diencéfalo e 
que corresponde à maior parte das paredes laterais do terceiro ventrículo encefálico. O tálamo atua como estação 
retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. 
 Hipotálamo: também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos 
viscerais (sistema nervoso autônomo), sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz 
ligação entre o sistema nervoso/límbico e o sistema endócrino/visceral, atuando na ativação de diversas glândulas 
endócrinas. 
 Epitálamo: constitui a parede posterior do terceiro ventrículo e nele, está localizada a glândula pineal.
1.1.2. Cerebelo: situado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao lobo occipital, o cerebelo é, 
primariamente, um centro responsável pelo controle e aprimoramento (coordenação) dos movimentos 
planejados e iniciados pelo córtex motor (o cerebelo estabelece inúmeras conexões com o córtex motor e 
com a medula espinhal). Assim, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, 
postura, tônus muscular e, sobretudo, coordenação motora. O cerebelo, fundamentalmente, apresenta as 
seguintes estruturas fundamentais: núcleos cerebelares profundos e córtex cerebelar.
1.1.3. Tronco encefálico: o tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se 
ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais: (1) recebe informações sensitivas de estruturas 
cranianas e controla a maioria das funções motoras e viscerais referentes a estruturas da cabeça; (2) 
contém circuitos nervosos que transmitem informaçõesda medula espinhal até outras regiões encefálicas 
e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os 
movimentos do lado direito do corpo e vice-versa); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela 
formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, 
separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 
três funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas 
específicas. O tronco encefálico é subdividido em bulbo, ponte e mesencéfalo.
1.2. Medula Espinal: corresponde à porção alongada do sistema nervoso central, estabelecendo as maiores 
ligações entre o SNC e o SNP. Está alojada no interior da coluna vertebral, ao longo do canal vertebral, 
dispondo-se no eixo crânio-caudal. Ela se inicia ao nível do forame magno e termina na altura entre a 
primeira e segunda vértebra lombar no adulto, atingindo entre 44 e 46 cm de comprimento, possuindo 
duas intumescências, uma cervical e outra lombar (que marcam a localização dos grandes plexos 
nervosos: braquial e lombossacral).
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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2. Sistema nervoso periférico (SNP)
O sistema nervoso periférico é 
constituído por estruturas localizadas fora do 
neuroeixo, sendo representado pelos nervos (e 
plexos formados por eles) e gânglios nervosos 
(consiste no conjunto de corpos de neurônios 
fora do SNC). 
No SNP, os nervos cranianos e 
espinhais, que consistem em feixes de fibras 
nervosas ou axônios, conduzem informações 
para e do sistema nervoso central. Embora 
estejam revestidos por capas fibrosas à medida 
que cursam para diferentes partes do corpo, eles 
são relativamente desprotegidos e são 
comumente lesados por traumatismos, trazendo 
déficits motores/sensitivos para grupos 
musculares/porções de pele específicos. 
OBS3: Um nervo corresponde a um cordão formado 
por conglomerados de axônios que, ao longo de seu 
trajeto, pode projetar diversos axônios que chegarão 
às estruturas a serem inverdadas (placa motora ou 
terminal sensitivo).
2.1. Gânglios nervosos.
Dá-se o nome de gânglio nervoso para qualquer aglomerado de corpos celulares de neurônios encontrado fora 
do sistema nervoso central (quando um aglomerado está dentro do sistema nervoso central, é conhecido como núcleo).
Os gânglios podem ser divididos em sensoriais dos nervos espinhais e dos nervos cranianos (V, VII, VIII, IX e X) e em 
gânglios autonômicos (situados ao longo do curso das fibras nervosas eferentes do SN autônomo).
2.2. Nervos espinhais.
Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior, existem as conexões de pequenos filamentos radiculares, que se 
unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas, por sua vez, se unem 
para formar os nervos espinhais propriamente ditos. É a partir dessa conexão com os nervos espinhais que a medula 
pode ser dividida em segmentos. Estes nervos são importantes por conectar o SNC à periferia do corpo.
Os nervos espinhais são assim chamados por se relacionarem com a medula espinhal, estabelecendo uma 
ponte de conexão SNC-SNP.
Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 
cervicais (existe oito nervos cervicais mas apenas sete vértebras pois o primeiro par cervical se origina entre a 1ª 
vértebra cervical e o osso occipital), 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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OBS4: Na realidade, são 33 pares de Nn. Espinhais se forem considerados os dois pares de nervos coccígeos 
vestigiais, justapostos ao filamento terminal da medula.
2.3. Nervos cranianos
Os 12 nervos cranianos, também constituintes importantes do sistema nervoso periférico, apresentam funções 
neurológicas diversificadas. Em resumo, temos:
I. Nervo Olfatório: se origina no teto da cavidade nasal e traz estímulos olfatórios para o bulbo olfatório e trato olfatório.
II. Nervo Óptico: seus axônios se originam de prolongamentos das células ganglionares da camada mais interna da retina e 
partem para a parte posterior do globo ocular, levando impulsos relacionados com a visão até o corpo geniculado lateral e, 
daí, até o lobo occipital.
III. Nervo Oculomotor: inerva a maioria dos músculos extrínsecos do olho (Mm. oblíquo inferior, reto medial, reto superior, reto 
inferior e levantador da pálpebra) e intrínsecos do olho (M. ciliar e esfíncter da pupila). Indivíduos com paralisia no III par não 
movem a pálpebra, que cai sobre o olho, além de apresentar outros sintomas relacionados com a motricidade do olho, como 
estrabismo divergente (olho voltado lateralmente).
IV. Nervo Troclear: inerva o músculo oblíquo superior, que põe os olhos pra baixo e para dentro (ao mesmo tempo), como no 
olhar feito ao se descer uma escada. Suas fibras, ao se originarem no seu núcleo (ao nível do colículo inferior do 
mesencéfalo), cruzam o plano mediano (ainda no mesencéfalo) e partem para inervar os Mm. oblíquos superiores do olho, 
sendo do lado oposto em relação à sua origem. Além disso, é o único par de nervos cranianos que se origina na parte dorsal 
do tronco encefálico (logo abaixo dos colículos inferiores).
V. Nervo Trigêmeo: apresenta uma grande função sensitiva (por meio de seus componentes oftálmico, maxilar e mandibular) e 
função motora (inervação dos músculos da mastigação por ação do nervo mandibular). É responsável ainda pela inervação 
exteroceptiva da língua (térmica e dolorosa) e proprioceptiva.
VI. Nervo Abducente: Inerva o músculo reto lateral do olho, capaz de abduzir o olho (olhar para o lado), como o próprio nome 
do nervo sugere. Lesões do nervo abducente podem gerar estrabismo convergente (olho voltado medialmente).
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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VII. Nervo Facial: toda inerva€o dos m‚sculos da mƒmica da face. Paralisia de um nervo facial trar„ paralisia dos m‚sculos da 
face do mesmo lado (inclusive, incapacidade de fechar o olho), predominando a a€o dos m‚sculos com inerva€o normal, 
puxando-os anormalmente. O nervo interm…dio, componente do pr†prio nervo facial, … respons„vel por inervar as gl‡ndulas 
submandibular, sublingual e lacrimal, al…m de inervar a sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da lƒngua.
VIII. Nervo Vestíbulo-coclear: sua por€o coclear traz impulsos gerados na c†clea (relacionados com a audi€o) e sua por€o 
vestibular traz impulsos gerados nos canais semicirculares do †rgo vestibular (relacionados com o equilƒbrio).
IX. Nervo Glossofaríngeo: respons„vel por inervar a gl‡ndula par†tida, al…m de fornecer sensibilidade gustativa para o 1/3 
posterior da lƒngua. Realiza, tamb…m, a motricidade dos m‚sculos da degluti€o.
X. Nervo Vago: maior nervo do corpo, que se origina no sulco lateral posterior do bulbo e se estende at… o abdome. Est„ 
relacionado com a inerva€o de quase todos os †rgos tor„cicos e abdominais. Traz fibras aferentes do pavilho e do canal 
auditivo externo.
XI. Nervo Acessório: inerva os Mm. esternocleidomast†ideo e trap…zio, sendo importante tamb…m devido as suas conexˆes 
com n‚cleos dos nervos oculomotor e vestƒbulo-coclear, por meio do fascƒculo longitudinal medial, o que garante um 
equilƒbrio do movimento dos olhos com rela€o ‰ cabe€a. Na verdade, a parte do nervo acess†rio que inerva esses m‚sculos 
… apenas o seu componente espinhal (5 primeiros segmentos medulares). O componente bulbar do acess†rio pega apenas 
uma “carona” para se unir com o vago, formando em seguida o nervo laríngeo recorrente.
XII. Nervo Hipoglosso: inerva os m‚sculos da lƒngua.
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Do ponto de vista funcional, podemos dividir o sistema nervoso em somático e autonômico. Basicamente, oSN 
Somático depende da vontade do indivƒduo (volunt„rio) e o SN Autônomo independe da vontade do indivƒduo 
(involunt„rio). Para isso, o SNP conecta o SNC ‰s diversas partes do corpo, sendo mediado por neurŒnios motores 
(eferentes) e neurŒnios sensitivos (aferentes), al…m de nervos mistos.
1. Sistema nervoso somático (SNS).
O SN Som„tico (“soma” = parede corporal) … constituido por estruturas controlam a€ˆes volunt„rias, como a 
contra€o de um m‚sculo estriado esquel…tico, ou modalidades sensitivas elementares e facilmente interpretadas 
(conduzidas por fibras aferentes som„ticas, levando estƒmulos relacionados com tato, presso, dor, temperatura, etc.). 
Dentre estruturas relacionadas com esta parte da diviso funcional do sistema nervoso, podemos destacar 
estruturas centrais (c†rtex motor prim„rio, c†rtex motor secund„rio, n‚cleos da base, cerebelo, c†rtex somatossensorial 
prim„rio e secund„rio, t„lamo, etc.) e estruturas perif…ricas (parte motora e sensitiva dos principais nervos do corpo, 
principalmente daqueles que se destacam dos plexos braquial e lombossacral, al…m dos nervos cranianos que 
conduzem fibras eferentes som„ticas).
2. Sistema nervoso autonômico (SNA).
O sistema nervoso autonŒmico … a parte do sistema nervoso relacionada ‰ inerva€o das estruturas 
involunt„rias, tais como o cora€o, o m‚sculo liso e as gl‡ndulas localizadas ao longo do corpo. Est„, portanto, 
relacionado com o controle da vida vegetativa, controlando fun€ˆes como a respira€o, circula€o do sangue, controle 
de temperatura e digesto, etc.  distribuƒdo por toda parte nos sistemas nervosos central (hipot„lamo, sistema lƒmbico, 
forma€o reticular, n‚cleos viscerais dos nervos cranianos) e perif…rico (nervos cranianos com fibras eferentes e 
aferentes viscerais e nervos distribuƒdos ao longo do corpo e vƒsceras, principalmente aqueles oriundos de plexos 
viscerais).
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
7
O SNA pode ser subdividido em duas partes: o SNA simpático e o SNA parassimpático, e em ambas existem 
fibras nervosas aferentes e eferentes. As atividades da parte simp„ticfa do SNA preparam o corpo para as emergŽncias 
(luta e fuga). As atividades da parte parassimp„tica do SNA so voltadas para a conserva€o e a restaura€o das 
energias (repouso e digesto).
2.1 Sistema Nervoso Autonômico Simpático: prepara o corpo para respostas de “lutar ou fugir” por meio da 
libera€o de neurotransmissores como a adrenalina e noradrenalina.  respons„vel, por exemplo, pelo aumento 
da presso arterial, do trabalho e da potencia do m‚sculo cardƒaco. Desta forma, o fluxo sanguƒneo aumenta para 
os m‚sculos esquel…ticos e ocorre inibi€o das fun€ˆes digestivas. Anatomicamente, sua fibra pr…-ganglionar … 
curta, enquanto que a p†s-ganglionar … longa.
2.2 Sistema Nervoso Autonômico Parassimpático: prepara o corpo, de uma maneira geral, para o repouso e 
digesto, acomodando o corpo para manter e conservar energia metab†lica: diminui o trabalho cardƒaco, a 
respira€o e a presso sanguƒnea. Sua fibra pr…-ganglionar … longa, enquanto que o p†s-ganglionar … curta, de 
modo que o g‡nglio parassimp„tico localiza-se pr†ximo ou dentro da vƒscera que ele inerva (como no trato 
digestivo, existe os plexos de Meissner e Auerbach).
EMBRIOG‚NESE DO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso origina-
se do ectoderma embrion„rio e se 
localiza na regio dorsal. Durante o 
desenvolvimento embrion„rio, o 
ectoderma sofre uma invagina€o, 
dando origem ‰ goteira neural,
que se fecha posteriormente, 
formando o tubo neural. Este 
possui uma cavidade interna cheia 
de lƒquido, o canal neural.
Em sua regio anterior (ou 
superior), o tubo neural sofre 
dilata€o, dando origem ao 
encéfalo primitivo. Em sua regio 
posterior (ou inferior), o tubo neural 
d„ origem ‰ medula espinhal. O 
canal neural persiste nos adultos, 
correspondendo aos ventrículos 
cerebrais, no interior do enc…falo, 
e ao canal central da medula, no 
interior da medula.
Durante o desenvolvimento embrion„rio, verifica-se que, a partir da vesƒcula ‚nica que constitui o enc…falo 
primitivo, so formadas trŽs outras vesƒculas: (1) prosencéfalo (enc…falo anterior); (2) mesencéfalo (enc…falo m…dio); 
(3) rombencéfalo (enc…falo posterior).
O prosenc…falo e o rombenc…falo sofrem estrangulamento, dando origem, cada um deles, a duas outras 
vesƒculas. O mesenc…falo no se divide. Desse modo, o enc…falo do embrio … constituƒdo por cinco vesƒculas em linha 
reta. O prosenc…falo divide-se em telenc…falo (hemisf…rios cerebrais) e dienc…falo (t„lamo e hipot„lamo); o 
mesenc…falo no sofre diviso e o rombenc…falo divide-se em metenc…falo (ponte e cerebelo) e mielenc…falo (bulbo). 
Todas as divisˆes do SNC se definem j„ na 6 semana de vida fetal.
CƒLULAS DO SISTEMA NERVOSO
O neurônio … a unidade sinalizadora do sistema nervoso, correspondendo ‰ principal c…lula deste sistema.  
uma c…lula especializada e dotada de v„rios prolongamentos para a recep€o de sinais e um ‚nico para a emisso de 
sinais. So basicamente divididos em trŽs regiˆes: o corpo celular (ou soma), os dendritos (canal de entrada para os 
estƒmulos) e o axŒnio (canal de saƒda).
Existem outros tipos de c…lulas que esto ligadas diretamente ao suporte e prote€o dos neurŒnios, que em 
grupo, so designadas como neuroglia ou células da Glia.
OBS5: Todo o SN … organizado em subst‡ncia cinzenta e branca. A substância cinzenta consiste em corpos de 
c…lulas nervosas infiltradas na neuroglia; tem cor cinzenta. A substância branca consiste em fibras nervosas (axŒnios) 
tamb…m infiltradas na neur†glia; tem cor branca, devido ‰ presen€a do material lipƒdico que compˆe a bainha de 
mielina de muitas das fibras nervosas. Al…m disso, quando falarmos de núcleo do SN, estaremos nos referindo a um 
grande conjunto isolado de corpos de neurŒnio isolados e circundados por subst‡ncia branca.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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NEURÔNIOS
Os neurônios são as células responsáveis pela 
recepção e retransmissão dos estímulos do meio (interno e 
externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas 
adequadas para a manutenção da homeostase. Seu
funcionamento depende, exclusivamente, da glicólise 
(metabolismo aeróbio; ver OBS9). 
Para exercerem tais funções, contam com duas 
propriedades fundamentais: a irritabilidade (também 
denominada excitabilidade ou responsividade) e a 
condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a 
uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou 
externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a 
propriedade que torna a célula apta a responder. Essa 
propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. 
No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta 
emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez 
excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda 
a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Este fenômeno deve-se à propriedade de 
condutibilidade.
Partindo de uma classificação funcional, têm-se três tipos de neurônios:
 Sensorial ou aferente: propaga o potencial de ação para o SNC
 Motor ou eferente: prapaga o potencial de ação a partir do SNC
 Interneurônios ou neurônios de associação: funcionam dentro do SNC, conectanto um neurônio a outro.
CÉLULAS DA GLIA
Astrócitos.
Os astrócitos são as celulas da neuróglia que possuem as maiores dimensões. Existem dois tipos de 
astrócitos: os protoplasmasticos (predominantes na substância cinzenta) e os fibrosos (predominantes na substancia 
branca). Estas células, desempenham funções muito importantes, como a sustentação e a nutrição dos neurônios.
Outras funções que desempenham são: Preenchimento dos espaços entre os neurônios. 
 Regulação da concentração de diversas substâncias com potencial para interferir nas funções neuronais normais 
(ex.: concentrações extracelulares de potássio). 
 Regulação dos neurotransmissores (restringem a difusão de neurotransmissores liberados e possuem proteínas 
especiais em suas membranas que removem os neurotransmissores da fenda sináptica)
 Regulam a composição extracelular do fluído cerebral
 Promovem tight junctions para formar a barreira hemato-encefálica (BHE): sua membrana emite pseudópodes 
que revestem o capilar sanguíneo, associando as membranas das células endoteliais e dos astrócitos, 
determinando a BHE, criando uma resistência para penetração de substâncias tóxicas através do parênquima 
cerebral. Quanto mais hidrofóbica (mais lipídica e menos polar) for a substância que alcançar a circulação 
cerebral, mais fácil será sua difusão através da BHE.
Arlindo Ugulino Netto – NEUROANATOMIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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Células epidermóides (Ependimárias).
Recebem esse nome por lembrarem o formato de células epiteliais. Margeiam os ventrículos cerebrais e o canal 
central da medula espinhal e ajudam formar o plexo coróide, estrutura responsável por secreta e produzir o líquor (LCR).
Micróglia.
Os microgliócitos ou micróglia são as menores células da neuróglia, mas sendo muito ramificadas. Possuem 
poder fagocitário e desenvolvem, no tecido nervoso, um papel semelhante ao dos macrófagos.
Oligodendrócitos.
Os oligodendrócitos (ou oligodendróglia) são as células da neuróglia responsáveis pela formação e 
manutenção das bainhas de mielina dos axônios dentro do SNC, função executada pelas células de Schwann no SNP 
(só que apenas um oligodendrócito contribui para formação de mielina em varios neurônios, ao contrario da célula de 
Schwann, que mieliniza apenas parte de um axônio). 
Células de Schwann.
Células semelhantes aos oligodendrócitos, mas que se enrolam em torno de uma porção de um axônio de 
neurônios do SNP, formando a bainha de mielina nesta divisão do SN (ver OBS7).
Células satélites.
Encontradas eventualmente no SNP envolvendo o corpo celular de neurônios nos gânglios, para fornecer 
suporte estrutural e nutricional.
OBS7: Os axônios atuam como condutores dos impulsos nervosos. Em 
toda sua extensão de alguns neurônios, o axônio é envolvido por um tipo 
celular denominado célula de Schwann. Em muitos axônios, as células de 
Schwann determinam a formação da bainha de mielina - invólucro lipídico 
que atua como isolante elétrico e facilita a transmissão do impulso nervoso. 
Entre uma célula de Schwann e outra, existe uma região de descontinuidade 
da bainha de mielina, que acarreta a existência de uma constrição 
(estrangulamento) denominada n„dulo de Ranvier. A parte celular da 
bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo da célula de 
Schwann, constitui o neurilema. Por tanto, os axônios podem ser 
mielinizados (a mielina protege e isola os axônios) e amielinizados. 
OBS8: Por vezes, o axônio sofre degeneração, mas pode realizar regeneração. O crescimento do neurônio se dá de 
forma caudal: na extremidade axônica, existe uma secreção de fatores de crescimento (hormônios como o NCAM) que 
estimulam a diferenciação dessa região, partindo então do soma (corpo) em direção à extremidade do axônio. Os 
axônios periféricos têm capacidade regenerativa relativamente maior que os corticais. A neuroexcitotoxicidade é um 
caso de excitação exacerbada no crescimento do axônio, havendo então uma destruição dessa extremidade axônica. 
Isso acontece porque, nestes casos, há uma diminuição do pH na extremidade do axônio. 
OBS9: Como o SNC depende exclusivamente do metabolismo aeróbico, quando o neurônio realiza glicólise por 
metabolismo anaeróbico, produz grandes concentrações de ácido láctico. Por esta razão, ocorre degeneração ácida das 
células nervosas, diminuindo a capacidade de regeneração do axônio. Isso exemplifica os quadros de sequelas por falta 
de oxigenação cerebral.
OBS10: Caso a degeneração seja em nível de gânglios, a regeneração passa a ser mais precária, uma vez que se trata 
de uma região com alta concentração de corpos neuronais, região de maior complexidade da célula.
OBS11: A oximetria é um parâmetro fundamental para o SNC, uma vez que suas células principais realizam quase que 
exclusivamente o metabolismo aeróbico da glicose, ou seja, via Ciclo de Krebs. Essa é a explicação do fato de os 
neurônios possuírem grandes quantidades de mitocôndrias. Para que o Ciclo de Krebs (CK) funcione adequadamente e 
o SNC produza ATP em quantidade ideal, é necessária uma grande quantidade de O2, uma vez que o CK produz uma 
grande quantidade de coenzimas reduzidas que necessitam do oxigênio para aceptar seus elétrons e, só assim, 
oxidarem novamente para participarem de um novo CK. Isso explica o fato de um êmbolo na corrente sanguínea 
cerebral (causando um acidente vascular cerebral) poder prejudicar diretamente a funcionalidade de uma determinada 
região: o CK tende a parar devido a carência de O2 para restaurar as coenzimas. A única maneira que a célula teria de 
renovar as coenzimas nessa situação seria transformar piruvato em ácido láctico, realizando, assim, glicólise anaeróbica, 
o que é uma situação de risco para o SNC.

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