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Amanda de Castro Souza – UFMG Genética do câncer Formação e características das células tumorais As células tumorais são formadas por células que, por alguma razão, perdem o controle exercido pelo organismo sobre seu ciclo – afetando seu processo de divisão – e passam a proliferar-se de forma desenfreada e a uma taxa absurdamente alta. As células tumorais: - Se dividem de forma desregulada; - Perdem seu formato e limites regulares, formando o tumor; - Escapam da apoptose; - São capazes de induzir a formação de novos vasos sanguíneos – angiogênese – a fim de suprir a necessidade de oxigênio da massa tumoral (comum em estágios mais avançados do câncer); Uma massa de células tumorais que não obstrui/bloqueia a função do órgão em que se encontra e não se espalha para outros tecidos é denominada de tumor benigno. Já uma massa de células que é capaz de induzir alterações na atividade de proteínas caderinas e integriinas, se espalhando e afetando outros tecidos, é chamada de tumor maligno, e essa invasão é denominada metástase. Fig. 1: Disponível em: < http://noticiasenegocios.com.br/2018/06/nivel-de-melatonina-pode-indicar-grau-de-malignidade-de- tumores/>. Acesso em 26/08/2021. Os tumores malignos são classificados de acordo com o tipo celular que o originou: - Carcinoma: tem origem a partir de células epiteliais; - Sarcoma: tem origem a partir de células conjuntivas ou musculares; - Leucemia: tem origem a partir de células hematopoiéticas. Quando formados especificamente por linfócitos esses tumores são denominados linfomas; Causas do câncer De forma geral, cânceres surgem a partir de defeitos no DNA, o que pode ser induzido por agentes químicos chamados carcinógenos, radiações, vírus, predisposição hereditária ou fatores epigenéticos. http://noticiasenegocios.com.br/2018/06/nivel-de-melatonina-pode-indicar-grau-de-malignidade-de-tumores/ http://noticiasenegocios.com.br/2018/06/nivel-de-melatonina-pode-indicar-grau-de-malignidade-de-tumores/ Amanda de Castro Souza – UFMG Genética do câncer Há três tipos de genes envolvidos no aparecimento de tumores: - Oncogenes: genes que estimulam a célula a entrar em ciclo celular, principalmente representados pelas ciclinas; - Genes supressores de tumor: genes que impedem que a célula se divida, efetuando pontos de checagem da mesma após um ciclo completado, principalmente representados pelo gene p53; - Genes de reparo de DNA: genes que efetuam reparos de erros ocorridos na atividade de replicação do material genético; OBS.: Oncogenes são formas mutadas dos proto-oncogenes, responsáveis por auxiliar a regulação do ciclo célular das células. O surgimento de um tumor resulta de uma série de mutações, como na imagem: Perda do formato original das células Proliferação desenfreada Amanda de Castro Souza – UFMG Genética do câncer A proliferação de células tumorais exige um aporte energético grande, metabolizando uma maior quantidade de glicose – o que leva à maior formação de radicais livres. O fator p53 é um dos mais importantes afetados pela formação de tumores. Em condições normais, o p53 encontra-se no citoplasma da célula ligado a uma proteína chamada Mdm2, em estado inativo. No caso de dano ao DNA, uma série de cinases provocam a fosforilação do p53, liberando-o da Mdm2 e ativando-o. O fator agora ativo irá funcionar como fator de transcrição do gene p21, que uma vez transcrito agirá na atividade de ciclinas impedindo que a célula prossiga com a divisão. Logo em seguida o p53 é desfosforilado. O excesso de p21, em caso de incapacidade de reparo do erro, ativa a proteína caspase, que induz a célula à apoptose. A alteração na ação de qualquer um desses fatores pode causar tumores. Vírus são capazes de induzir o surgimento de tumores, em especial vírus de DNA. Isso porque as partículas virais adentram o núcleo da célula e, para sair, precisam que o envoltório nuclear desapareça, ou seja, precisam que a célula entre em divisão. Logo, alguns vírus possuem proteínas específicas que sequestram o fator p53, impedindo o controle da divisão das células. O HPV é um exemplo claro desse processo.
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