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Indaial – 2020 Tomografia CompuTadorizada Prof. Ricardo Pinto Aguiar 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof. Ricardo Pinto Aguiar Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: A282t Aguiar, Ricardo Pinto Tomografia computadorizada. / Ricardo Pinto Aguiar. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 164 p.; il. ISBN 978-65-5663-149-3 ISBN Digital 978-65-5663-146-2 1. Tomografia. - Brasil. 2. Controle de qualidade dos exames. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 616.07543 III apresenTação Caro acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático de Tomografia Computadorizada. Neste livro, na Unidade 1, abordaremos os equipamentos de tomografia computadorizada, os meios de contrastes utilizados nos exames de tomografia e os planos de corte utilizados como referência para os exames. Na Unidade 2, trataremos dos exames realizados em tomografia, a manipulação das imagens e os protocolos utilizados para a realização dos exames. Por fim, na Unidade 3, veremos o controle de qualidade dos exames, as doses de radiação em tomografia e os efeitos biológicos causados pela radiação. Percebeu a quantidade de informações importantes para o seu aprendizado? Aproveite as informações deste livro e aprofunde o seu conhecimento em tomografia computadorizada. Bons estudos! Prof. Ricardo Pinto Aguiar IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE VII UNIDADE 1 – CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA .................1 TÓPICO 1 – EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ............................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3 2 PRINCÍPIOS BÁSICOS ........................................................................................................................7 2.1 PIXEL ...................................................................................................................................................8 2.2 VOXEL ................................................................................................................................................8 2.3 A ESCALA DE HOUNSFIELD .......................................................................................................9 3 EVOLUÇÃO DOS APARELHOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ....................10 3.1 GERAÇÕES DE TC ..........................................................................................................................10 3.1.1 Sistema helicoidal ..................................................................................................................13 3.1.2 TC Multislice ...........................................................................................................................14 4 O EQUIPAMENTO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ............................................15 4.1 GANTRY ............................................................................................................................................15 4.2 MESA DE EXAMES .........................................................................................................................15 4.3 MESA DE COMANDO ...................................................................................................................16 4.4 COMPUTADOR ...............................................................................................................................17 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................18 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................19 TÓPICO 2 – MEIOS DE CONTRASTE E REAÇÕES .......................................................................21 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................21 2 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ...........................................................................................................22 2.1 ENDOVENOSA ...............................................................................................................................22 2.2 ORAL .................................................................................................................................................24 3 CLASSIFICAÇÕES DAS REAÇÕES AOS MEIOS DE CONTRASTE ......................................24 4 BOMBA INJETORA .............................................................................................................................25 5 ANESTESIA E SEDAÇÃO ..................................................................................................................26 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................27 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................28 TÓPICO 3 – PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ....................29 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................29 2 ASPECTOS ANTÔMICOSDE REFERÊNCIA ................................................................................29 2.1 DIREÇÕES DA POSIÇÃO ANATÔMICA ...................................................................................30 2.2 PLANOS DO CORPO .....................................................................................................................30 2.3 CAVIDADES DO CORPO ..............................................................................................................31 3 UNIDADES ESTRUTURAIS ..............................................................................................................32 3.1 CÉLULAS ..........................................................................................................................................33 3.2 TECIDOS ..........................................................................................................................................35 3.2.1 Tecido epitelial .......................................................................................................................35 3.2.2 Tecido conjuntivo ...................................................................................................................36 3.2.3 Tecido nervoso .......................................................................................................................37 3.2.4 Tecido muscular .....................................................................................................................38 sumário VIII 3.3 ÓRGÃOS E SISTEMAS ...................................................................................................................39 3.3.1 Sistema esquelético ................................................................................................................39 3.3.2 Sistema circulatório ...............................................................................................................40 3.3.3 Sistema respiratório ...............................................................................................................41 3.3.4 Sistema digestório ..................................................................................................................42 3.3.5 Sistema endócrino ..................................................................................................................43 3.3.6 Sistema urinário .....................................................................................................................44 3.3.7 Sistema genital masculino ....................................................................................................44 3.3.8 Sistema genital feminino .......................................................................................................45 4 TRAÇOS PARA ORIENTAÇÃO DE CORTES ...............................................................................46 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................48 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................49 UNIDADE 2 – EXAMES EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ......................................51 TÓPICO 1 – PRINCÍPIO DO EXAME E TIPOS DE EXAMES EM TC .........................................53 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................53 2 PRINCÍPIO DO EXAME DE TC ........................................................................................................55 2.1 POSICIONAMENTO DO PACIENTE ..........................................................................................55 2.2 CADASTRO DO PACIENTE ..........................................................................................................55 2.3 IMAGEM SCOUT ............................................................................................................................56 2.4 VARREDURA ...................................................................................................................................56 3 TIPOS DE EXAMES EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ..........................................57 3.1 CRÂNIO ............................................................................................................................................57 3.2 SEIOS PARANASAIS ......................................................................................................................60 3.3 OSSOS TEMPORAIS .......................................................................................................................61 3.4 PESCOÇO..........................................................................................................................................61 3.5 TÓRAX ..............................................................................................................................................61 3.6 ABDÔMEN .......................................................................................................................................63 3.7 COLUNA CERVICAL .....................................................................................................................64 3.8 COLUNA TORÁCICA ....................................................................................................................65 3.9 COLUNA LOMBAR ........................................................................................................................65 3.10 OMBRO ...........................................................................................................................................66 3.11 COTOVELO ....................................................................................................................................67 3.12 PUNHO ...........................................................................................................................................68 3.13 ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ............................................................................................70 3.14 JOELHO ...........................................................................................................................................70 3.15 PATELA ...........................................................................................................................................71 3.16 TORNOZELO .................................................................................................................................72 3.17 PÉ ......................................................................................................................................................72 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................74 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................75 TÓPICO 2 – MANIPULAÇÃO DA IMAGEM DE TC ......................................................................77 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................77 2 PROCEDIMENTOS REALIZADOS DURANTE A MANIPULAÇÃO DAS IMAGENS .......77 2.1 CLASSIFICAR ..................................................................................................................................78 2.2 REALCE DA INTERFACE CÉREBRO/OSSO ..............................................................................78 2.3 RESTAURAR ....................................................................................................................................78 2.4 EXCLUIR ...........................................................................................................................................78 2.5 NÍVEL DE JANELA (WL)E ALTURA DA JANELA (WW) ......................................................78 2.6 AMPLIAÇÃO ...................................................................................................................................78 2.7 LUPA ..................................................................................................................................................78 IX 2.8 ANOTAÇÃO .....................................................................................................................................79 2.9 ROI .....................................................................................................................................................79 2.10 REFORMATAÇÃO ........................................................................................................................79 2.11 MPR RECONSTRUÇÃO MULTIPLANAR ................................................................................81 2.12 ALGORITMOS DE RECONSTRUÇÃO ......................................................................................82 3 DOCUMENTAÇÃO E ARQUIVAMENTO DO EXAME ..............................................................82 3.1 EXPORTAR DADOS ........................................................................................................................83 3.2 IMPRESSÃO DE FILMES ...............................................................................................................83 3.3 TRANSFERÊNCIAS DE IMAGENS TOMOGRÁFICAS ............................................................83 3.4 ARQUIVAR .......................................................................................................................................83 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................84 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................86 TÓPICO 3 – PROTOCOLOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ..............................87 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................87 2 PROTOCOLOS GERAIS .....................................................................................................................87 2.1 CRÂNIO ...........................................................................................................................................88 2.2 SEIOS PARANASAIS ......................................................................................................................89 2.3 OSSOS TEMPORAIS .......................................................................................................................90 2.4 PESCOÇO..........................................................................................................................................90 2.5 TÓRAX ..............................................................................................................................................91 2.6 TÓRAX ALTA RESOLUÇÃO .........................................................................................................92 2.7 ABDOME ...........................................................................................................................................93 2.8 COLUNA CERVICAL .....................................................................................................................94 2.9 COLUNA TORÁCICA ....................................................................................................................95 2.10 COLUNA LOMBAR ......................................................................................................................95 2.11 OMBRO ...........................................................................................................................................96 2.12 COTOVELO ....................................................................................................................................97 2.13 PUNHO ...........................................................................................................................................98 2.14 ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL ............................................................................................99 2.15 JOELHO .........................................................................................................................................100 2.16 PATELA (PROTOCOLO DE LYON) .........................................................................................101 2.17 TORNOZELO ...............................................................................................................................101 2.18 PÉS .................................................................................................................................................102 3 PROTOCOLOS DE ANGIOTOMOGRAFIA ................................................................................103 3.1 ARTERIAL INTRACRANIANA ..................................................................................................103 3.2 AORTA TORÁCICA ......................................................................................................................104 3.3 AORTA ABDOMINAL ..................................................................................................................104 3.4 CORONÁRIAS ...............................................................................................................................105 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................106 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107 UNIDADE 3 – CONTROLE DE QUALIDADE NOS EXAMES E PROTEÇÃO RADIOLÓGICA EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA .................................................109 TÓPICO 1 – CONTROLE DE QUALIDADE DOS EXAMES .......................................................111 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111 2 CONTROLE DE QUALIDADE DO EQUIPAMENTO DE TOMOGRAFIA ..........................112 2.1 RUÍDO .............................................................................................................................................112 2.2 RESOLUÇÃO DE CONTRASTE ................................................................................................113 2.3 ARTEFATOS ...................................................................................................................................113 2.4 LINEARIDADE ..............................................................................................................................114 2.5 RESOLUÇÃO ESPACIAL .............................................................................................................115 X 2.6 ESPESSURA DO CORTE ..............................................................................................................115 2.7 INDICAÇÃO LUMINOSA (LASERS) ........................................................................................115 2.8 DESLOCAMENTO DA MESA ...................................................................................................116 2.9 DOSE ................................................................................................................................................116 3 FATORES DE QUALIDADE DA IMAGEM ..................................................................................117 3.1 RESOLUÇÃO ESPACIAL .............................................................................................................117 3.2 RUÍDO .............................................................................................................................................1173.3 RESOLUÇÃO DE CONTRASTE .................................................................................................118 3.4 UNIFORMIDADE ..........................................................................................................................118 3.5 LINEARIDADE ..............................................................................................................................118 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................120 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................122 TÓPICO 2 – DOSES DE RADIAÇÃO EM TOMOGRAFIA .........................................................123 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123 2 GRANDEZAS E UNIDADES DE RADIAÇÃO ............................................................................125 2.1 GRANDEZAS .................................................................................................................................125 2.1.1 Grandezas dosimétricas .......................................................................................................125 2.1.2 Grandezas limitantes ............................................................................................................125 2.1.3 ICRP e ICRU ..........................................................................................................................126 2.1.4 Definição das grandezas radiológicas ..............................................................................126 2.1.5 Doses .......................................................................................................................................127 3 UNIDADES ..........................................................................................................................................127 4 DOSES DE RADIAÇÃO RECEBIDAS EM EXAMES DE TOMOGRAFIA ............................129 5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO A RADIAÇÃO .................................................................................133 5.1 TIPOS DE ÁREAS DE PROTEÇÃO A RADIAÇÃO .................................................................134 5.2 SINALIZAÇÃO DAS ÁREAS ......................................................................................................134 5.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ..................................................................136 5.4 MONITORAMENTO DA RADIAÇÃO ......................................................................................137 5.4.1 Monitoramento de área ........................................................................................................138 5.4.2 Monitoração Individual .......................................................................................................138 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................140 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................141 TÓPICO 3 – EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO ................................................................143 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143 2 EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO TECIDO ................................................................144 3 EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO HOMEM ...............................................................145 4 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS.......................................................................147 4.1 EFEITOS ESTOCÁSTICOS ..........................................................................................................148 4.2 EFEITOS DETERMINÍSTICOS ....................................................................................................148 4.3 EFEITOS GENÉTICOS .................................................................................................................149 4.4 EFEITOS SOMÁTICOS .................................................................................................................149 4.5 EFEITOS IMEDIATOS OU TARDIOS .........................................................................................149 5 SÍNDROMES OCORRIDAS PELA EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO ...........................................150 5.1 SÍNDROME HEMATOPOIÉTICA ..............................................................................................150 5.2 SÍNDROME GASTROINTESTINAL ...........................................................................................151 5.3 SÍNDROME NEUROVASCULAR ...............................................................................................151 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................153 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................159 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................160 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................161 1 UNIDADE 1 CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • entender os princípios básicos da tomografia computadorizada; • conhecer os tipos de aparelhos de tomografia computadorizada; • compreender as partes integrantes dos equipamentos de TC; • apresentar os meios de contrastes utilizados em tomografia; • descrever as vias de administração dos contrastes; • entender as reações aos agentes de contraste; • compreender o papel da bomba injetora; • conhecer os planos de corte em TC; • entender os aspectos anatômicos de referência aos planos de corte; • analisar as unidades estruturais com corpo humano; • conhecer os traços para orientação de cortes. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará as autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA TÓPICO 2 – MEIOS DE CONTRASTE E REAÇÕES TÓPICO 3 – PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 1 INTRODUÇÃO A partir de agora, iniciaremos nossos estudos visando compreender a tomografia computadorizada como um método de diagnóstico por imagem. Neste tópico, estudaremos os equipamentos de tomografia computadorizada. • O que preciso saber sobre os princípios básicos da tomografia computadorizada? • Do ponto de vista de estrutura dos equipamentos, como eles são formados? NOTA Em 8 de novembro de 1985, Wilhelm Conrad Roentgen (Figura 1) em seu laboratório, em Wurzburg na Alemanha, utilizando um aparato experimental, descobriu os raios X. Os raios X são ondas eletromagnéticas de comprimento curto, ionizantes, ou seja, que tem o poder de arrancar elétrons de um átomo (OKUNO, 2010). FIGURA 1 – WILHELM CONRAD ROENTGEN FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-GEHE4QXOP_g/UGAxnoq7x8I/AAAAAAAAGYw/Bpme3lA- cLw/s1600/R%C3%B6ntgen,_Wilhelm_Conrad_(1845-1923).jpg>. Acesso em: 11 nov. 2019. UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 4 Roentgen utilizou um aparato experimental semelhante ao tubo de Crookes com uma bobina de alta indução para descobrir os raios x. Peladescoberta dos raios X, recebeu em 1901 o Prêmio Nobel de Física. Roentgen faleceu em 10 de fevereiro de 1923 em Munique, Alemanha (ARRUDA, 1996). A radiação ionizante é definida como uma energia em movimento. É classificada pela sua natureza em dois tipos: corpusculares e eletromagnéticas. As corpusculares apresentam massa como as partículas alfa, beta, nêutrons e prótons. As eletromagnéticas, se comportam como ondas que se propagam em qualquer meio, não apresentam massa e nem carga elétrica. Entre as ondas eletromagnéticas temos: as ondas de rádio, raios X, raios y, luz visível, infravermelho, microondas e ultravioleta. As ondas eletromagnéticas são caracterizadas pelo comprimento de onda (λ) e sua amplitude (A), conforme ilustrado abaixo (Figura 2). FIGURA 2 – ONDA ELETROMAGNÉTICA FONTE: <https://sites.google.com/site/eletricolsphysics/_/rsrc/1467087971478/ contextualizacao-te/descoberta-das-ondas-eletromagneticas/2.jpg> Acesso em: 11 nov. 2019. O comprimento de onda (λ) é medido pela distância, que vai de uma crista a outra da onda (ponto mais alto da onda) e a outra que vai de um ventre (posição mais baixa da onda) ao outro. A Amplitude (A) representa as oscilações geradas pela fonte que produz a onda a cada segundo. Os raios X são ondas de alta frequência, alta energia e pequeno comprimento de onda. Um raio X consiste em um feixe de fótons que se propagam pelo espaço na velocidade da luz (OKUNO, 2010). A produção de raios X é realizada através da aceleração e desaceleração de elétrons. Em um tubo de raios X, os elétrons são liberados de um filamento aquecido e acelerados na direção de um ânodo de tungstênio. A maioria dos elétrons incidentes perde energia cinética, convertendo-a em calor (MOURÃO, 2009). Perceba, acadêmico, como é formado o tudo de raios X (Figuras 3 e 4), e como são gerados os raios X, isso é maravilhoso: crista vale amplitude λ - lambda Comprimento de onda TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 5 FIGURA 3 – TUBO DE PRODUÇÃO DE RAIOS X FONTE: <https://radiacaoblog.files.wordpress.com/2016/05/raios-x-certa.png?w=358&h=260>. Acesso em: 12 nov. 2019. O cátodo é o polo negativo do tubo de raios X. É constituído por um filamento de 2 mm de diâmetro e 1 cm de comprimento. O ânodo é o lado positivo do tubo de raios X e conduz eletricidade, irradia calor e contém o alvo. Existem dois tipos de ânodos: o fixo e o giratório (MOURÃO, 2009). Agora, entenderemos a diferença do ânodo fixo e giratório. FIGURA 4 – TUBO DE RAIOS X COM ÂNODO GIRATÓRIO FONTE: <https://img.medicalexpo.com/pt/images_me/photo-mg/68810-12408407.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 6 O tubo de raios X com ânodo fixo é utilizado em alguns equipamentos portáteis que não são necessárias correntes altas e elevadas energias. Os tubos de raios X, de uso geral, utilizam o ânodo giratório porque são capazes de produzir feixes de raios X de alta intensidade e tempo curto (MOURÃO, 2009). Segundo Carvalho (2009), a Tomografia Computadorizada, como método de diagnóstico por imagem, foi apresentada a sociedade científica em 1972 por Godfrey Newbold Hounsfield, na Inglaterra. Quem também ajudou no desenvolvimento do tomógrafo computadorizado foi Allan M. Cormack que desenvolveu a matemática necessária para reconstrução das imagens tomográficas (Figura 5). FIGURA 5 – ALLAN M. CORMACK E GODFREY NEWBOLD HOUNSFIELD FONTE: <https://www.researchgate.net/profile/Jorge_Borbinha/publication/323615706/ figure/fig3/AS:601615228739610@1520447656708/Alan-MacLeod-Cormack-left-and-Godfrey- Newbold-Hounsfield-right-are-the-co-creators.png>. Acesso em: 20 mar. 2020. Hounsfield e Cormack receberam o prêmio Nobel em Medicina em 1979, pela invenção da tomografia computadorizada. A importância histórica da tomografia computadorizada foi a utilização da informática no diagnóstico por imagem (CARVALHO, 2009). Podemos perceber que a invenção da tomografia computadorizada foi um marco dentro da medicina e que sua descoberta trouxe benefícios para a radiologia, principalmente, na visualização de alterações internas do corpo humano. Em conceito, tomografia é uma palavra de origem grega: tomos significa “corte” e grafia significa “imagem”. O termo foi adotado pela Comissão Internacional de Unidades e Medidas Radiológicas (ICRU – International Comission on Radiologic Units and Measurements), para descrever as formas da tomografia seccional do corpo. TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 7 A tomografia computadorizada é um método de diagnóstico que utiliza um computador sofisticado que combina o uso de raios X, obtidos por tubos de várias potências, que provê imagens anatômicas seccionais nos planos axial, sagital e coronal em alto grau de resolução (BONTRAGER, LAMPIGNANO, 2015). Conforme Nóbrega (2005), o tubo de raios X está no interior do corpo do aparelho, acoplado a um dispositivo rotatório de forma contrária aos detectores, que coletam o feixe de radiação que atravessa o paciente. O conjunto de detectores é o principal elemento que transforma a energia incidente em informações processadas pelo computador. Os dados da região anatômica de interesse do paciente são recolhidos e reconstruídos em imagem na tela do computador. O feixe emitido pelo tubo de raios X é fino, da espessura de um lápis e, a cada corte tomográfico, a mesa do equipamento se move, sequencialmente (Figura 6). FIGURA 6 – MÉTODO TOMOGRÁFICO FONTE: <http://www.radioinmama.com.br/historiadatomografia.html>. Acesso em: 13 nov. 2019. Fique atento, acadêmico, que a rotação do tudo de raios X foi se aperfeiçoando e melhorando a cada geração de equipamentos. Veremos sobre esse e outros assuntos a seguir. 2 PRINCÍPIOS BÁSICOS É importante saber os princípios básicos que formam a imagem em tomografia computadorizada e através desses princípios entender a qualidade da imagem. Vamos lá? 270o 90o 180o Detector Tubo de raios X Movimento de mesa UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 8 2.1 PIXEL A informação obtida pelos detectores do tomógrafo é transformada em pulsos elétricos. Através desses pulsos, o computador, com posse dos dados, constrói uma imagem, chamada matriz, que é formada pela diferente coloração em níveis de cinza em milhares de pontos. A matriz da imagem em tomografia computadorizada é definida por um arranjo de linhas e colunas, que formam a imagem digital. O elemento que forma as linhas e as colunas da imagem é o pixel, em inglês picture element, é a menor unidade da imagem e se apresenta em tons de cinza (Figura 7). O pixel não tem comprimento definido por depender do tamanho do campo de visão e da matriz de imagem (MOURÃO, 2015). FIGURA 7 – MATRIZ DA IMAGEM COM O PIXEL FONTE: <http://www.multimagem.med.br/2015/images/pixles.jpg>. Acesso em: 14 nov. 2019. Quanto mais pixels tiver uma imagem, melhor será a qualidade e resolução. Cada pixel é uma representação bidimensional (2D) do volume (3D) do tecido no corte, apresentado na imagem de tomografia. 2.2 VOXEL O volume (3D) da imagem digital é chamado de voxel. O voxel é o volume tridimensional da imagem formada por um conjunto de pixels que representa altura, largura e profundidade (Figura 8). Então, os volumes do pixel apresentados pela profundidade do corte, são chamados de voxel (MOURÃO, 2015). TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 9 FIGURA 8 – PROFUNDIDADE DO CORTE VOXELS FONTE: <https://www.researchgate.net/profile/Rafael_Martinez40/publication/325260176/figure/ fig1/AS:705632013402115@1545247190940/Geometric-structure-of-a-voxel-and-a-pixel.png>. Acesso em: 20 mar. 2020. É necessário que as medidas de altura, largura e profundidade do voxel apresentem valores iguais, qualidade denominada isotrópica. Quanto mais próxima às medidas do pixel, melhor a qualidade da imagem. Em conclusão, cada voxel representa a unidade de volume da imagem, considerando a espessurado corte. Para um melhor conhecimento sobre o tema, recomendamos o artigo: Influência do tamanho do voxel na qualidade da imagem tomográfica – RFO, no link: https://pdfs.semanticscholar.org/8387/41015852e0da299670c54b737940a42cf6e0.pdf. DICAS 2.3 A ESCALA DE HOUNSFIELD Em homenagem ao inventor da tomografia computadorizada (TC), essa escala (Figura 9) recebe o seu nome e tem valores de -1.000 a +1.000 unidades Hounsfield (HU). As unidades assumem um valor estabelecido a partir do valor zero (0), correspondente ao valor da água. Tecidos com densidade maior que a da água assumem valores positivos e, os de densidade menor que a água, assumem valores negativos (MAIERHOFER; GUERRINI, 2001). UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 10 FIGURA 9 – ESCALA DE HOUSFIELD FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/_-D3fq5wQS9k/TBGn_32kiBI/AAAAAAAAAHc/_cHYZr1ChOk/ s400/10.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. A escala de Hounsfield é adotada como escala de densidade devido a TC ser um método que mede a radiação residual de diferentes tecidos que apresentam, nas imagens, variedades de tons de cinza de acordo com o valor de atenuação da água. 3 EVOLUÇÃO DOS APARELHOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA A seguir, compreenderemos como ocorreu a evolução da tomografia computadorizada. 3.1 GERAÇÕES DE TC Desde a sua criação, em 1972, os equipamentos e sistemas de tomografia se aprimoraram em gerações. Existem algumas características que devem ser conhecidas para compreendermos a evolução dos equipamentos na aquisição de imagens digitais por tomografia computadorizada. • 1a GERAÇÃO: o tomógrafo de 1° geração (Figura 10) apresentava características como: feixe de radiação, fino como um lápis e um detector. A fonte de raios X girava a 180º ao redor do paciente e exigia uma exposição de quatro minutos para coletar a informação. Demorava vários minutos para elaborar um corte e gerar uma imagem sem resolução espacial e baixo número de pixels. Esses tomógrafos realizavam apenas tomografias do crânio, devido à facilidade de imobilização dessa parte (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2005). TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 11 FIGURA 10 – TOMÓGRAFO DE PRIMEIRA GERAÇÃO FONTE: <http://www.geocities.ws/tomografiademadeira/imagens/primeira_geracao_2.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. • 2a GERAÇÃO: os tomógrafos de segunda geração (Figura 11) eram mais aperfeiçoados do que os de primeira devido à aquisição de dados a partir de um conjunto de detectores e não mais um único detector, como era no tomógrafo da primeira geração, considerando, assim, a redução do número de posicionamentos (NÓBREGA, 2005). FIGURA 11 – TOMÓGRAFO DE SEGUNDA GERAÇÃO FONTE: <https://www.oocities.org/tomografiademadeira/imagens/segunda_geracao.jpg>. Acesso em: 14 nov. 2019. UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 12 Nessa geração, o feixe passou a ser em forma de leque, suficiente para cobrir o conjunto de detectores tornando os períodos de exposição menores e, consequentemente, o tempo do exame. Nos dias de hoje, esses equipamentos foram proibidos de operar devido à taxa de dose mais alta que o nível permitido. • 3a GERAÇÃO: os equipamentos de 3° geração (Figura 12) trouxeram uma evolução significativa, devido à eliminação da varredura linear, favorecendo, e muito, o avanço do tomógrafo. Esse equipamento inclui em torno de 600 detectores que giram de forma sincrônica com o tubo de raios X, que emite um feixe largo de radiação a 360º em torno do paciente, reduzindo os tempos de aquisição de dois a cinco segundos por imagem e de cinco a quarenta segundos no processamento das imagens pelo computador (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2015). FIGURA 12 – TOMÓGRAFO DE TERCEIRA GERAÇÃO FONTE: <https://www.oocities.org/tomografiademadeira/imagens/terceira_geracao.jpg>. Acesso em: 14 nov. 2019. Os tomógrafos dos dias de hoje utilizam a mesma arquitetura dos aparelhos da terceira geração devido ao custo de manter sistemas de quarta geração com detectores estacionários. • 4a GERAÇÃO: o grande avanço do equipamento de quarta geração (Figura 13) foi um conjunto de detectores distribuídos a 360° do gantry que permanecia estático em todo o exame e apenas o tubo realiza o movimento de rotação a 360°. Uma das grandes inovações nesses equipamentos, além dos detectores distribuídos em todo anel, foi à tecnologia Slip-ring. Fonte Detectores TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 13 FIGURA 13 – TOMÓGRAFO DE QUARTA GERAÇÃO FONTE: <https://www.oocities.org/tomografiademadeira/imagens/quarta_geracao.jpg>. Acesso em: 14 nov. 2019. A tecnologia Slip-ring permitiu a eliminação dos cabos que alimenta o tubo de raios X. Sem os cabos, o tubo passou a realizar as rotações ininterruptas, diminuindo ainda mais o tempo para aquisição da imagem em 2 a 5s. Essa tecnologia Slip-ring é constituída de um anel de ligas especiais que fornece a tensão ao cátodo e ao anodo do tubo de raios X. Poucas unidades dessa geração foram comercializadas e caiu em desuso devido ao alto custo dos detectores (NÓBREGA, 2005). 3.1.1 Sistema helicoidal Trata-se de uma evolução chamada tomógrafo helicoidal, que sucedeu o tomógrafo de quarta geração, mas trouxe a mesma tecnologia Slip-ring, que permitiu a rotação do tubo sincronizado ao movimento contínuo da mesa, inserido nessa geração. O método de aquisição se assemelha a um modelo espiral, devido aos cortes tomográficos obtidos através do movimento da mesa, que não são planos, mas, em forma de hélice (Figura 14). UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 14 FIGURA 14 – MÉTODO DE AQUISIÇÃO HELICOIDAL FONTE: Adaptado de <http://twixar.me/FFHT>. Acesso em: 20 mar. 2020. O tempo de aquisição de dados foi reduzido ainda mais em comparação ao equipamento de quarta geração, resultando em mais imagens por exame. Devido ao menor tempo de aquisição, os artefatos causados pelo movimento do paciente foram reduzidos também. O sistema de computador implementado nessa quinta geração serviu para o método ganhar agilidade e fazer com que o diagnóstico fosse elevado (ARAÚJO, 2007). 3.1.2 TC Multislice Os equipamentos helicoidais evoluíram na capacidade de aumentar os cortes por unidades de tempo surgindo, assim, os equipamentos helicoidais com tecnologia multislice (Figura 15). Essa tecnologia é capaz de fazer 640 cortes de imagens simultaneamente por rotação, devido à quantidade de anéis detectores emparelhados. FIGURA 15 – TECNOLOGIA MULTISLICE FONTE: <http://twixar.me/WFHT>. Acesso em: 15 nov. 2019. TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 15 Os equipamentos atuais são helicoidais com um sistema de detector (single-slice) ou com múltiplos detectores (multislice). Algumas vantagens do aparelho com tecnologia multislice em relação ao aparelho de corte único, são o tempo de aquisição mais curto, menor quantidade do meio de contraste e uma melhor qualidade das imagens (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2005). Esse avanço tornou possível o estudo de estruturas anatômicas, como o coração e o sistema vascular. 4 O EQUIPAMENTO DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Como os equipamentos de tomografia são complexos, é de extrema importância compreender as partes que o compõem. Vamos lá? 4.1 GANTRY O gantry é uma estrutura que envolve o paciente dentro de uma abertura central, chamada abertura do gantry. Na parte interior do gantry se encontra fixado: o tubo de raios X, o conjunto de detectores, os colimadores, os botões controladores dos movimentos da mesa e do gantry, o painel identificador dos movimentos da mesa e do gantry, o sistema de arquivamento de dados (DAS – Data Aquisition System), um computador de bordo (OBC – on bord computer) que é responsável por controlar o KV e o mas, um computador estacionário (STC – Stationary Computer), responsável pela interação do painel do controle com o sistema, transformador do cátodo, transformador do ânodo, transformador do filamento, dispositivo laserde posicionamento, motor para rotação do tubo de raios X e motor para rotação do gantry (NÓBREGA, 2005). 4.2 MESA DE EXAMES É o local onde o paciente fica posicionado. A mesa do aparelho de tomografia é, eletronicamente, ligada ao gantry (Figura 16), constituída de material radiotransparente, a mesa deve ser bem resistente, suportando até 200 kg, dependendo do fabricante. Os acessórios usados na mesa são: suporte de crânio e acessórios de contenção do paciente. Essa mesa também apresenta tampo deslizante e sistema de elevação do tampo (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2015). UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 16 FIGURA 16 – MESA E GANTRY APARELHO DE TC FONTE: <https://www.gehealthcare.com.br/-/jssmedia/dd447f9a72cc4a42b3e4cd4e4bf2785c. png?h=400&la=pt-BR&w=1200&hash=E2420176438A433719F98D2B0A177FC4>. Acesso em: 15 nov. 2019. 4.3 MESA DE COMANDO A mesa de comando (Figura 17) permite ao tecnólogo comandar os parâmetros do exame. São nesses comandos que são enviados as informações para o sistema, praticando os protocolos e manipulando as imagens geradas. Essa mesa pode estar constituída de um ou dois monitores. Um será para aquisição das imagens e o outro para visualização dos estudos tomográficos. Encontraremos nesta mesa, também, um teclado alfa numérico, mouse, TrackBall e sistema de comunicação com o paciente (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2015; MAIERHOFER; GUERRINE, 2001; NÓBREGA, 2005). FIGURA 17 – MESA DE COMANDO FONTE: <https://static.sciencelearn.org.nz/images/images/000/001/115/embed/CT-scanner- console20160520-5404-x0ju5r.jpg?1522298849>. Acesso em: 20 mar. 2020. TÓPICO 1 | EQUIPAMENTOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 17 4.4 COMPUTADOR O computador utilizado no processamento das imagens em tomografia computadorizada deve ter grande velocidade, alta capacidade de memória RAM e recursos de computação gráfica de alto nível. Dois programas são necessários, um para funcionamento do sistema e outro para aplicações. Após as imagens serem adquiridas, o processador de imagens realiza a armazenagem das imagens. Essas imagens obtidas também podem ser armazenadas em dispositivos de gravação como discos ópticos e CDs. Para um melhor conhecimento sobre o tema, leia o artigo Tomografia computadorizada no Brasil: frequência e padrão de uso em pacientes internados no Sistema Único de Saúde (SUS), no link: http://www.rbfm.org.br/rbfm/article/view/327/v9n1p11. DICAS 18 Neste tópico, você aprendeu que: • A produção de raios X é realizada através da aceleração e desaceleração de elétrons, e que no tubo de raios X, os elétrons são liberados de um filamento aquecido e acelerados na direção de um ânodo de tungstênio. • A informação obtida pelos detectores do tomógrafo é transformada em pulsos elétricos e o computador, com posse dos dados, constrói uma imagem digital (matriz), que é formada pela diferente coloração em níveis de cinza em milhares de pontos. • Os equipamentos de tomografia se aprimoraram em gerações e que algumas características devem ser conhecidas entre as gerações para compreendermos a evolução na aquisição de imagens digitais. • O sistema HELICOIDAL é um método de aquisição que se assemelha a um modelo espiral devido aos cortes tomográficos obtidos através do movimento da mesa que não são planos mais em forma de hélice. • O sistema MULTISLICE é uma tecnologia capaz de fazer vários cortes de imagem simultaneamente, devido à quantidade de anéis detectores emparelhados. • O gantry é uma estrutura que envolve o paciente dentro de uma abertura central chamada abertura do gantry. • A mesa de exames é o local onde o paciente fica posicionado para aquisição das imagens. • A mesa de comando permite ao tecnólogo comandar os parâmetros do exame e são nesses comandos que são enviados as informações para o sistema. • O computador utilizado no processamento das imagens em tomografia computadorizada deve ter grande velocidade, alta capacidade de memória RAM e recursos de computação gráfica de alto nível. RESUMO DO TÓPICO 1 19 1 Em um tubo de raios X, os elétrons são liberados e acelerados na direção de um alvo de tungstênio. A maioria dos elétrons incidentes perde energia cinética, convertendo-a em calor. A produção de raios X é realizada através da aceleração e desaceleração de elétrons. Podemos dizer que as partes importantes para produção de raios X dentro de um tubo são: a) ( ) Cátodo, ânodo e filamento. b) ( ) Cátodo, filamento, corrente elétrica. c) ( ) Ânodo, corrente elétrica e filamento. d) ( ) Filamento, corrente elétrica e elétrons. e) ( ) Elétrons, cátodo e ânodo. 2 O computador utilizado no tomógrafo com pose dos dados constrói uma imagem digital (matriz) que é formada pela diferente coloração em níveis de cinza em milhares de pontos. A matriz da imagem em TC é definida por um arranjo de linhas e colunas que forma a imagem digital. A matriz da imagem é formada por pixels e voxels. Podemos dizer que o pixel e o voxel compreende que: I- O pixel é a menor unidade da imagem. II- O voxel é o volume tridimensional da imagem formada por um conjunto de pixels que representa altura, largura e profundidade. III- Os volumes do voxel apresentados pela profundidade do corte são chamados de pixel. IV- O elemento que forma as linhas e colunas da imagem é o voxel. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Apenas I e II estão corretas. b) ( ) Apenas I está correta. c) ( ) Apenas a III está correta. d) ( ) Todas estão corretas. 3 Descreva a diferença entre o tomógrafo helicoidal e multislice: 4 O que se encontra fixado na parte interior do gantry de um tomógrafo? AUTOATIVIDADE 20 21 TÓPICO 2 MEIOS DE CONTRASTE E REAÇÕES UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Os agentes de contraste, ou meios de contraste, são utilizados para acentuar a diferença de densidade entre as regiões de determinado órgão e tecido. Os meios de contrastes (MC) podem ser classificados em algumas categorias, como positivos e negativos. Os MCs negativos são o ar e a água, perfeitos para o estudo de níveis líquidos e aéreos. Os meios de contraste positivos são substâncias a base de iodo ou sulfato de bário (Figura 18). Os contrastes químicos, como iodo e bário, têm elevado número atômico e, por isso, apresentam grande poder de absorção dos raios X. Os contrastes iodados são divididos em iônicos e não iônicos. A molécula básica do ácido triodobenzóico forma os dois tipos de contrastes iodados. Se, no grupamento ácido, o átomo de hidrogênio for substituído por um cátion, o contraste se torna iônico, e se o hidrogênio do grupo ácido for substituído por hipronilamina, o contraste se torna não iônico. Os contrastes não iônicos apresentam índices de reações menores que os iônicos. O MC iodado é utilizado para opacificar estruturas por onde ele passar, permitindo, assim, a sua visualização e análise da fisiologia e das estruturas do corpo (LEAL et al. 2006). O sulfato de Bário (Bário) é o contraste formado pelo sal de bário, que é insolúvel em água. Esse contraste pode ser comprado ou preparado em substância fina ou espessa. O bário fino tem consistência de creme, mais apropriado para o estudo gastrointestinal e o bário grosso tem consistência de mingau, que é mais apropriado para o estudo do esôfago, devido a sua lentidão (LEAL et al. 2006). FIGURA 18 – CONTRASTE A BASE DE IODO E BÁRIO FONTE: <https://radiologiapatologicablog.files.wordpress.com/2017/01/53ab6-images1. jpg?w=249&h=162>. Acesso em: 20 nov. 2020. UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 22 2 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO A seguir, conheceremos as vias de administração do meio de contraste utilizadas nos pacientes. 2.1 ENDOVENOSA A administração do meio de contraste por via endovenosa é excelente para diagnosticar alterações em estruturas vascularizadas. O uso do contraste venoso deve iniciar com o preparo do paciente através de um jejum de aproximadamente seis horas. Os procedimentos iniciais para administração do contrasteserão através de uma punção venosa (Figura 19) utilizando um abocath, e a forma de administração será por uma bomba de injeção ou por via manual (BONTRAGER; LAMPIGNANO, 2010). FIGURA 19 – PUNÇÃO DA VIA ENDOVENOSA PARA ADMINISTRAÇÃO DO CONTRASTE FONTE: <https://www.texilajournal.com/thumbs/article/INTRAVENOUS_INJECTION.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. Quem realiza o acesso endovenoso do paciente, no setor de radiologia, é o profissional de enfermagem, como também a administração do contraste, que deve ser assistida ou não pelo médico radiologista que prescreveu a utilização do contraste no exame de tomografia computadorizada. O sulfato de bário, em hipótese nenhuma, pode ser administrado na corrente sanguínea, pois, esse contraste não é diluído no plasma sanguíneo e, na sua administração, podem ocorrer reações adversas ao paciente que podem levá- lo ao óbito. É importante realizar um questionário com o paciente ou responsável para o consentimento esclarecido do uso do contraste (Figura 20). Esse questionário deve apontar aspectos importantes da saúde do paciente, com perguntas sobre alergia, hipertensão, problemas na tireoide, rins e medicamentos usados pelo paciente atualmente, e chegar à conclusão se esse paciente pode desencadear alguma reação adversa à administração do contraste. TÓPICO 2 | MEIOS DE CONTRASTE E REAÇÕES 23 FIGURA 20 – CONSENTIMENTO ESCLARECIDO DO USO DE CONTRASTE FONTE: <https://www.hospitaltacchini.com.br/instituicao/termos-de-consentimento>. Acesso em: 19 nov. 2019. UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 24 2.2 ORAL A administração do contraste por via oral é utilizada em exames abdominais para permitir a visualização de patologias do sistema digestório. Pode ser utilizado o sulfato de bário (com diluição apropriada) ou o contraste iodado diluído de 2 a 3% em cada litro de água. A quantidade ingerida pelo paciente é de 1.000 ml, que deve ser administrada em cinco doses de 200 ml cada, de 5 a 10 minutos, dependendo do grau de aceitação do paciente, e a última dose deve ser administrada antes do início do exame. O uso de qualquer tipo de contraste é decidido por critério médico, não podendo nenhum outro profissional optar ou mandar realizar a administração (MAIERHOFER; GUERRINI, 2001). 3 CLASSIFICAÇÕES DAS REAÇÕES AOS MEIOS DE CONTRASTE A maioria das reações aos meios de contraste ocorrem rapidamente, mas podem acontecer reações tardias, dependendo da sensibilidade de cada paciente. As reações ao meio de contraste podem ser classificadas como: leves, moderadas ou graves. As reações leves são limitadas e, às vezes, não necessitam de medicação para eliminação dos sintomas. A reação moderada exige o uso de medicamento para conforto do paciente. A reação que coloca em risco a vida do paciente é chamada de grave (LEAL et al., 2006). As contraindicações na utilização do contraste iodado são: • Asma grave. • História de alergia ao iodo. • Cardiopatia grave. • Hepatopatia grave. • Insuficiência renal. • Ausência de excreção de urina. • Diabetes melittus. • Feocromocitoma e anemia falciforme. As reações leves ao contraste iodado são: • Náuseas. • Vômitos. • Urticária. • Dormência no local da injeção. Geralmente, são referentes às reações cutâneas. As reações moderadas ao contraste iodado são: TÓPICO 2 | MEIOS DE CONTRASTE E REAÇÕES 25 • Urticária excessiva. • Hipotensão. • Edema palpebral. • Taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos). • Edema de lábios e laringe e vômito excessivo. Na reação moderada é exigido tratamento ambulatorial e a administração de um medicamento (MAIERHOFER; GUERRINI, 2001). As reações graves ao contraste iodado englobam: • Hipotensão arterial grave. • Parada cardíaca. • Parada respiratória. • Dispneia grave. • Edema de glote. • Perda de consciência e choque profundo. Na reação grave existe risco de morte e exigem tratamento de urgência e internamento hospitalar. O bário é contraindicado se houver a suspeita da mistura vazar para a cavidade peritoneal. Algumas pesquisas citam que poucos pacientes são alérgicos ao sulfato de bário, mas esse motivo não descarta o acompanhamento do paciente antes, durante e após o exame. Se houver necessidade de realizar um exame com contraste e após o exame realizar a cirurgia, é melhor utilizar o contraste iodado, porque é absorvido pelo organismo. Já o bário não é absorvido pelo organismo (ARAÚJO, 2007). 4 BOMBA INJETORA A bomba injetora de contraste é utilizada na administração do contraste iodado, no momento dos cortes realizados pelo tomógrafo helicoidal com tecnologia multislice. É um sofisticado sistema de injeção de contraste que simplifica a administração do contraste para procedimentos de tomografia computadorizada. As principais qualidades do equipamento estão na redução do tempo do procedimento e no volume de contraste injetado no paciente. O controle, em tempo real, do fluxo de injeção de contraste reduz a dosagem do contraste por paciente em 20%. Outra qualidade da bomba é se o ar for detectado na tubagem onde está o cateter, a injeção do contraste é interrompida (ACIST MEDICAL SYSTEMS, 2016). É realizada a programação de injeção do contraste na sala de controle da tomografia computadorizada onde se encontra o display colorido e a bomba injetora com o contraste e solução salina se encontra na sala de exames da TC (Figura 21). UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 26 FIGURA 21 – DISPLAY E BOMBA INJETORA FONTE: <http://twixar.me/bLHT>. Acesso em: 20 nov. 2019. 5 ANESTESIA E SEDAÇÃO Em alguns exames existe a possibilidade de o paciente não colaborar com o posicionamento e, para que o exame aconteça, é necessário que esse paciente seja sedado ou anestesiado. Os pacientes que não colaboram e não se mantém imóveis durante o exame são, geralmente, o pediátrico, o agitado, paciente com confusão mental, com dor intensa, claustrofóbicos e com movimentos involuntários. Vale lembrar que a anestesia só pode ser administrada pelo médico anestesista. Ele escolherá entre uma anestesia leve ou geral, dependendo claro de cada caso. E, para que a anestesia seja dada, alguns equipamentos devem estar presentes como: aparelhos de respiração, carrinho de emergência com as devidas drogas e uma monitoração, seja ela cardíaca, de pulso ou da pressão arterial (DEMIR et al., 2012). Para um melhor conhecimento sobre o tema, indicamos o artigo Avaliação das relações adversas ao uso de contrastes em exames de diagnóstico por imagem, disponível no link: https://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/10919/6931. DICAS 27 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Os meios de contraste (MC) podem ser classificados em algumas categorias, como positivos e negativos. Os meios de contraste negativos são o ar e a água e os meios de contraste positivos são substâncias a base de iodo ou sulfato de bário. • A administração do meio de contraste por via endovenosa é excelente para diagnosticar alterações em estruturas vascularizadas. • O sulfato de bário, em hipótese nenhuma, pode ser administrado na corrente sanguínea, devido à gravidade que o paciente pode correr. • É importante realizar um questionário com o paciente ou responsável para o consentimento do uso do contraste. • A administração do contraste por via oral é utilizada em exames abdominais para permitir a visualização de patologias do sistema digestório. • As reações ao meio de contraste podem ser classificadas como: leves, moderadas ou graves. • A bomba injetora é utilizada na administração do contraste iodado, no momento dos cortes realizados pelo tomógrafo. • Em alguns exames existe a possibilidade do paciente ser sedado ou anestesiado. 28 1 O contraste químico como o bário tem elevado número atômico, por isso, tem grande poder de absorção dos raios X. O sulfato de Bário (Bário) é formado pelo sal de bário, que é insolúvel em água. Esse contraste é apropriado para oestudo gastrointestinal. Podemos dizer que a via de administração do bário para o exame é: a) ( ) Oral. b) ( ) Endovenosa. c) ( ) Oral, Endovenosa e Retal. d) ( ) Endovenosa e Retal. e) ( ) Endovenosa e sublingual. 2 A maioria das reações aos meios de contraste ocorrem rapidamente, mas podem acontecer reações tardias, dependendo da sensibilidade de cada paciente. As reações ao meio de contraste podem ser classificadas como: leves, moderadas ou graves. Vale lembrar que o uso de qualquer tipo de contraste é decidido por critério médico. As reações graves ao contraste iodado compreendem: I- Hipotensão arterial grave e perda de consciência. II- Parada respiratória e dispneia grave. III- Urticária excessiva e taquicardia. IV- Edema de lábios e laringe. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Apenas I e II estão corretas. b) ( ) Apenas a I está correta. c) ( ) Apenas a III está correta. d) ( ) Todas estão corretas. 3 Descreva o que é importante ter em um questionário de consentimento esclarecido do uso de contraste. 4 Quais as principais qualidades da bomba injetora de contraste? AUTOATIVIDADE 29 TÓPICO 3 PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O estudo da tomografia computadorizada compreende à anatomia seccional que envolve os planos do corpo. É de extrema importância que o tecnólogo em radiologia domine o posicionamento do paciente e sua terminologia, e, para que esse domínio ocorra, a posição anatômica deve ser considerada para descrição e direção do corpo (Figura 22). FIGURA 22 – POSIÇÃO ANATÔMICA FONTE: <https://cienciasmorfologicas.webnode.pt/_files/200000087-e6d03e7c9e/ Posi%C3%A7%C3%A3o%20anat%C3%B4mica1.jpg>. Acesso em: 28 de nov. 2019. O corpo na posição anatômica deve estar: em postura ereta, em pé, olhando para o horizonte, com os braços estendidos lateralmente ao lado do corpo, com as palmas das mãos voltadas para frente em posição supina, os pés devem estar apoiados no solo (MIRANDA, 2004). 2 ASPECTOS ANTÔMICOS DE REFERÊNCIA Acadêmico, a seguir, estudaremos sobre as direções da posição anatômica os planos e as cavidades do corpo humano. Para o melhor entendimento dos protocolos em tomografia é importante saber sobre as referências anatômicas. 30 UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 2.1 DIREÇÕES DA POSIÇÃO ANATÔMICA Na posição anatômica são consideradas algumas direções importantes como: cranial, caudal, ventral, dorsal, proximal, distal, medial e lateral. Como exemplo, a direção lateral se refere a uma região distante do plano mediano e a direção medial refere-se à estrutura próxima ao plano mediano (Figura 23). A cranial refere-se à estrutura acima do pescoço e a caudal refere-se à região abaixo (MIRANDA, 2004). FIGURA 23 – TERMOS DE DIREÇÃO RELACIONADA À POSIÇÃO ANATÔMICA FONTE: <https://issuu.com/cengagebrasil/docs/9788522112968_fundamentos_anatomia_/22> Acesso em: 21 nov. 2019. A ventral refere-se à estrutura situada a frente e a dorsal a estrutura situada atrás. A próxima, proximal, refere-se a uma estrutura próxima ao ponto de inserção e a distal refere-se a uma estrutura distante do ponto de inserção. 2.2 PLANOS DO CORPO Os planos de referência do corpo se encontram formando ângulos retos entre si. São planos de delimitação do corpo e são usados para descrever as disposições estruturais (DANGELO; FATTINI, 2005). Os planos usados na referência anatômica são os seguintes (Figura 24): Anterior (ventral) Posterior (dorsal) Superior Proximal DistalInferior Distal Proximal Mediano Superior (craniano) Lateral Inferior (caudal) TÓPICO 3 | PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 31 FIGURA 24 – PLANOS DO CORPO FONTE: <http://twixar.me/xLHT>. Acesso em: 20 mar. 2020. 2.3 CAVIDADES DO CORPO As cavidades são espaços que separam os órgãos do corpo e são consideradas o terceiro padrão de referência (Figura 25). Existem duas cavidades principais: cavidade dorsal do corpo e cavidade ventral do corpo (DANGELO; FATTINI, 2005). A cavidade dorsal divide-se em: • Cavidade craniana (encéfalo). • Cavidade vertebral (medula espinhal). A cavidade ventral divide-se em: • Cavidade torácica (superior) que se divide em: cavidade pleural. • Cavidade peritoneal (inferior) separada da torácica pelo diafragma, que se divide em: ◦ cavidade abdominal (superior); ◦ cavidade pélvica (inferior). • Plano sagital – divide o corpo verticalmente em duas metades: direita e esquerda. • Plano frontal ou coronal – divide o corpo verticalmente em duas metades: anterior (ventral) e posterior (dorsal). • Plano transversal ou horizontal – divide o corpo horizontalmente em duas metades: superior e inferior. 32 UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA FIGURA 25 – CAVIDADES DO CORPO FONTE: <https://cienciasmorfologicas.webnode.pt/_files/200000047-d65d5d7571/Cavidades.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. 3 UNIDADES ESTRUTURAIS É importante saber sobre a célula que é a principal unidade estrutural do corpo humano. Cada parte do corpo é composta de células que carregam a identidade de cada um. Vamos conhecer mais sobre a célula? Mediastino Cavidade craniana Cavidade vertebral Cavidade dorsal Cavidade ventral Cavidade torácica Diafragma Cavidade abdominal Cavidade pélvica Cavidade abdomino- pélvica TÓPICO 3 | PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 33 3.1 CÉLULAS A célula é a menor estrutura funcional que representa um indivíduo (Figura 26). A célula é um pequeno compartimento que mantém, dentro de si, todas as informações de um indivíduo vivo. São unidades estruturais e funcionais dos seres vivos. As células são consideradas as unidades básicas da vida, sem elas o indivíduo vivo não se manteria vivo. Cada parte do corpo, seja músculo, gordura, cartilagem, pele, sangue ou ossos são compostos de células (ROCHA, 2011). FIGURA 26 – CÉLULAS FONTE: <https://www.abrale.org.br/revista-online/wp-content/uploads/2019/04/celulas-tronco- 300x169.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. A célula só pode ser estudada quando viva, a partir de um tecido animal ou vegetal e, para que esse estudo aconteça, é utilizado o microscópico (Figura 27). O microscópico é utilizado devido ao tamanho diminuto das suas estruturas (ROCHA, 2011). FIGURA 27 – MICROSCÓPICO ÓPTICO FONTE: <https://secureservercdn.net/104.238.71.140/98n.27d.myftpupload.com/wp-content/ uploads/2015/05/K112L-300x300.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. 34 UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Toda a célula possui um código genético (DNA), que é transmitido a todas elas na sua divisão. O núcleo é a organela da célula, que se encontra a molécula de DNA. Cada indivíduo é formado por tipos de células diferentes como, por exemplo, o osso, que tem células como osteoblastos e osteócitos e que são diferentes das células do sangue. Para se estudar uma célula normal é necessário compreender a sua estrutura básica. Todas as células apresentam uma membrana que as recobre, chamada de membrana celular ou membrana plasmática. Essa membrana plasmática é constituída de uma camada bilipídica que, em suas extremidades, predomina a constituição de fosfolipídios (FIGUEIREDO, 2008). O citoesqueleto tem um papel importante na forma da célula. O citoesqueto é constituído por uma rede de fibras e filamentos proteicos. Esses filamentos proteicos são divididos em filamentos de actina que fazem a contração da célula, filamentos de microtúbulos que ajudam a criar a cópia da mesma célula e os filamentos intermediários que têm o papel de reforçar a célula. O citosol é o lugar de diversas reações químicas da célula, dentre as partes do citosol, encontramos cinco organelas importantes: retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, mitocôndrias (Figura 28), lisossomos e peroxissomos (MONTANARI, 2016). FIGURA 28 – MITOCÔNDRIAS FONTE: <http://twixar.me/TWHT>. Acesso em: 2 abr. 2020. Para ampliar seus conhecimentos sobre o tema, indicamos a leitura do artigo Aimportância do uso das células tronco para a saúde pública, no link: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000100002. DICAS TÓPICO 3 | PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 35 As células desempenham um papel importante em quatro tecidos básicos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. A seguir, serão enfatizados os tecidos e sistemas do corpo. 3.2 TECIDOS Todo nosso corpo é formado de tecidos e esses tecidos são classificados em epitelial, conjuntivo, nervoso e muscular. Saber distinguir cada um é muito importante para o aprendizado. Vamos conhecer a diferença entre os tecidos do corpo? 3.2.1 Tecido epitelial As células agrupam-se em tecidos e os tecidos em órgãos. O termo tecido epitelial foi descrito pelo anatomista e holandês Ruysch no Século XVIII (WEISS, 1981). O epitélio é caracterizado pela justaposição das células e pela pouca matriz extracelular (OVALLE; NAHIRNEY, 2008). O revestimento é uma das funções do tecido epitelial. Ele cobre a superfície do corpo, realizando a proteção e revestem todos os tratos do corpo, cavidades corporais, vasos sanguíneos e linfáticos. O tecido epitelial é formado pelas células epiteliais e pela matriz extracelular. São classificados em epitélio de revestimento e epitélio glandular (WEISS, 1981). Epitélio de revestimento: compreende a justaposição das células que permite a formação de camadas celulares que revestem superfícies externas do corpo, órgãos, cavidades, vasos e ductos (Figura 29 e 30). FIGURA 29 – TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO FONTE: <http://mol.icb.usp.br/wp-content/uploads/2-7.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. 36 UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA FIGURA 30 – TECIDO EPITELIAL GLANDULAR FONTE: <http://mol.icb.usp.br/wp-content/uploads/3-22MO.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. Epitélio glandular: constitui as glândulas exócrinas e endócrinas. A primeira glândula produz secreção e a segunda, hormônios. 3.2.2 Tecido conjuntivo Caracteriza-se pela enorme quantidade de células e pela riqueza em matriz celular. É chamado de conjuntivo porque uni os tecidos na sustentação. A matriz extracelular confere ao tecido conjuntivo a resistência à tração e elasticidade. Algumas células que compreendem o tecido conjuntivo são (GENESER, 2003): • Mesenquimais. • Fibroblastos. • Plasmócitos. • Macrófagos. • Mastócitos. • Células adiposas. • Leucócitos. O tecido conjuntivo é classificado em: • tecido conjuntivo frouxo (Figura 31); • tecido conjuntivo denso; • tecido elástico; • tecido reticular; • tecido mucoso; • tecido adiposo; • tecido cartilaginoso; • tecido ósseo; • tecido hematopoiético; • tecido sanguíneo. TÓPICO 3 | PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 37 FIGURA 31 – TECIDO CONJUNTIVO FROUXO DA BEXIGA FONTE: <http://mol.icb.usp.br/wp-content/uploads/4-32MO.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. 3.2.3 Tecido nervoso Esse tecido forma órgãos que compreendem o Sistema Nervoso Central (SNC), como o encéfalo e medula (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). Formado por neurônios e células da glia, o sistema nervoso recebe informações do ambiente através dos sentidos (Figura 32). As informações processadas pelo sentido trazem reações ao corpo como: dor, prazer e análise das informações geradas. Todas essas informações podem ser guardadas através da memória. FIGURA 32 – NEURÔNIO PIRAMIDAL DO CÉREBRO FONTE: Montanari (2016, p. 86) 38 UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Segundo Montanari (2016), os neurônios possuem um corpo celular como os núcleos e organelas, do qual partem os prolongamentos, que são os dendritos e os axônios. A forma do neurônio depende da sua atividade funcional, podendo ser piramidal, estrelada, fusiforme, piriforme ou esférica. Para aprimorar o conhecimento sobre o tema, indicamos o artigo: Fisiopatologia da infecção bacteriana do sistema nervoso central e seu papel na patogênese das alterações comportamentais, no link: http://bjp.org.br/details/157/en-US. DICAS 3.2.4 Tecido muscular O tecido muscular é rico em filamentos contráteis. Entre suas funções está o movimento das estruturas ligadas a ele, como os ossos. O tecido muscular permite movimento de substâncias e líquidos como, por exemplo, o alimento, sangue e linfa. As células musculares chamadas de fibras musculares são ricas em filamentos de actina e miosina (Figuras 33 e 34). A actina e a miosina são responsáveis pela sua contração (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). FIGURA 33 – FILAMENTO DE ACTINA FONTE: Alberts et al. (2002, p. 916) FIGURA 34 – MOLÉCULA DE MIOSINA FONTE: Alberts et al. (2002, p. 950) Os filamentos de actina tem 7 mm de diâmetro, enquanto a de miosina forma filamentos de 15 mm de diâmetro e tem uma porção alongada em bastão, chamada de cauda, formada em duas cadeias polipeptídicas em hélice, enroladas uma na outra, e na extremidade, duas porções que são as cabeças (CARVALHO; RECCO-PIMENTEL, 2013). TÓPICO 3 | PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 39 3.3 ÓRGÃOS E SISTEMAS Nos exames de tomografia computadorizada os órgãos são visualizados com frequência em casa aquisição de imagem. Nesse subtópico, estudaremos os órgãos que formam cada sistema. Vamos lá? 3.3.1 Sistema esquelético O sistema esquelético confere resistência e formato a maioria do corpo. Os ossos fornecem proteção aos órgãos de funções importantes como o cérebro, o coração e os pulmões. Além da proteção, o sistema esquelético fornece a sustentação, a conformação do corpo e sua movimentação, devido ao sistema de alavancas movimentada pelos músculos. O sistema esquelético também produz células importantes para o sangue (FIGUEIREDO, 2008). O sistema esquelético é dividido em duas grandes porções, uma é formada pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco (tórax e abdome), chamada de esqueleto axial e a outra é formada pelos membros, chamada de esqueleto apendicular (DANGELO; FATTINI, 2005), conforme pode ser observado a seguir (Figura 35). FIGURA 35 – SISTEMA ESQUELÉTICO FONTE: <https://md.uninta.edu.br/geral/anatomia-geral/img/capitulo2/figura2-small.png>. Acesso em: 20 mar. 2020. 40 UNIDADE 1 | CARACTERIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA O sistema esquelético armazena íons de cálcio e fósforo. Esses sais são armazenados na matriz óssea, vão sendo utilizados na medida em que o organismo necessita e, ao passar dos anos, a capacidade de sintetizar os íons de cálcio e fósforo se perde. É por isso que vemos casos de osteoporose devido à falta desses sais nos ossos (FIGUEIREDO, 2008). 3.3.2 Sistema circulatório O sistema circulatório tem como função básica levar material nutritivo e oxigênio às células. O sistema circulatório é constituído pelo sistema sanguíneo, linfático e órgãos hematopoiéticos. O sistema sanguíneo é constituído das artérias, veias e capilares. O sistema linfático é constituído pelos vasos condutores de linfa, que compreendem os capilares, vasos e troncos. Os órgãos hematopoiéticos compreendem a medula óssea órgãos linfoides: baço e timo. O órgão mais importante desse sistema é o coração. O coração é uma estrutura muscular oca, localizada no tórax, na região precordial, sobre o diafragma. Ele ocupa esse espaço com os pulmões (Figura 36). O tecido muscular que forma o coração é chamado de tecido muscular estriado cardíaco (miocárdio) (DANGELO; FATTINI, 2005). FIGURA 36 – SISTEMA CIRCULATÓRIO FONTE: <http://www.siacardio.com/wp-content/uploads/2019/04/inmne-690x438.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2020. As contrações do miocárdio acontecem pela diferença de potencial das células cardíacas, através do estímulo elétrico no nó sinoatrial. O nó sinoatrial é que determina a frequência dos batimentos cardíacos. O nó sinoatrial é chamado de marca-passo fisiológico (FIGUEIREDO, 2008). TÓPICO 3 | PLANOS DE CORTE EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 41 3.3.3 Sistema respiratório O sistema respiratório é formado por dois pulmões e um conjunto que comunica os pulmões com a atmosfera externa ao corpo
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