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de maneira a atender a resolução do III Encontro para o Desenvolvimento das Energias Solar, Eólica, Biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas. O CERPCH tem o objetivo de promover o uso dos pequenos potenciais hidráulicos, como fonte de energia, para geração de eletricidade e outros usos. Informações mais detalhadas poderão ser obtidas na Secretaria Executiva do CERPCH que funciona na EFEI – Escola Federal de Engenharia Industrial (Itajubá – MG, e-mail : mailto:cerpch@cpd.efei.br; internet: http://www.cerpch.efei.br/). ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS Os aspectos institucionais e legais, de interesse à realização do Projeto Básico deverão ser considerados, desde o registro até a “aprovação do estudo” pela ANEEL e abrangem uma faixa ampla da legislação vigente, tendo como linhas mestras a “Constituição da República Federativa do Brasil”, de 1998, o “Código de Águas” – Decreto no24.263, de 10 de julho de 1934, Lei 8.987 de 13de fevereiro de 1995, Lei 9.427 de 26 de dezembro de 1996 que instituiu à ANEEL e a legislação complementar. De acordo com a Constituição Federal, os potenciais de energia hidráulica constituem bens da União (Capítulo II, art. 20, inciso VIII). De acordo, ainda, com a Constituição, compete à União explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, o aproveitamento energético dos cursos d’água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos (Capítulo II, art. 21, inciso XII, alínea b). Do ponto de vista legal e dentro do escopo destas Diretrizes, que contempla usinas hidrelétricas com potência instalada entre 1 MW e 30 MW e com reservatório igual ou inferior a 3 km2 (Resolução ANEEL 394/98), o Projeto Básico representa a condição para a obtenção da autorização/concessão para exploração do aproveitamento hidrelétrico. Para o desenvolvimento do Projeto Básico desse aproveitamento, o interessado deve encaminhar à ANEEL os documentos necessários ao registro dos estudos em conformidade com a Resolução ANEEL no 395 de 04 de dezembro de 1998. O Projeto Básico deve ser elaborado de acordo com as Normas da ANEEL e atender como escopo mínimo aos procedimentos indicados nestas “Diretrizes”. O Relatório Final do Projeto Básico deve ser submetido à aprovação da ANEEL para obtenção da autorização/concessão para exploração do aproveitamento hidrelétrico. Os procedimentos recomendados nestas Diretrizes têm caráter geral, não dependem do tipo de pessoa jurídica (empresa estatal, privada, etc.) que vai realizar o empreendimento hidrelétrico, e independem da destinação da energia a ser gerada pelo potencial (autoprodução, produção independente e serviço público). No caso de impedimento de acesso aos locais dos levantamentos de campo, o interessado poderá obter, de acordo com a Lei 9427 de 26/12/96, autorização específica da ANEEL para elaboração destes serviços, sendo fixados os seguintes valores de caução: - 5% do valor dos dispêndios com os Estudos de Inventário Hidrelétrico (Resolução 393/1998); - 2% do valor dos dispêndios com os Estudos de Viabilidade (Resolução 395/1998). O artigo 30 do Decreto 2003, de 10/09/96, prevê o requerimento justificado do interessado, a declaração de utilidade pública para fins de desapropriação ou instituição de servidão administrativa de terreno e benfeitorias, de modo a possibilitar a realização de obras e serviços de implantação do aproveitamento hidráulico. Estas Diretrizes foram elaboradas considerando o ambiente institucional vigente no início do ano de 1999. ATUALIZAÇÃO PERIÓDICA DAS DIRETRIZES A ELETROBRÁS pretende realizar uma atualização periódica destas Diretrizes. A partir de sua utilização, no desenvolvimento de projetos de PCH, importantes críticas e sugestões de complementação deste documento serão extremamente benvindas, devendo as mesmas serem encaminhadas à Diretoria de Engenharia da ELETROBRÁS, situada na Av. Presidente Vargas, 409 – 12º andar – Centro – CEP:20071-003, Rio de Janeiro - RJ. Durante o primeiro ano de divulgação destas Diretrizes, o apoio a usuários pode ser solicitado também aos endereços: rui@pec.coppe.ufrj.br fernando@cbf.lahc.ufrj.br ou campelo@esquadro.com.br CAPÍTULO 2 - TIPOS DE PCHs DEFINIÇÃO DE PCH Na primeira edição do Manual (ELETROBRÁS, 1982), uma Usina Hidrelétrica era considerada como uma PCH quando: - a potência instalada total estivesse compreendida entre 1,0 MW e 10 MW; - a capacidade do conjunto turbina-gerador estivesse compreendida entre 1,0 MW e 5,0 MW; - não fossem necessárias obras em túneis (conduto adutor, conduto forçado, desvio de rio, etc.); - a altura máxima das estruturas de barramento do rio (barragens, diques, vertedouro, tomada d’água, etc.) não ultrapassasse 10 m; - a vazão de dimensionamento da tomada d’água fosse igual ou inferior a 20 m3/s. Não havia limite para a queda do empreendimento, sendo as PCH classificadas em de baixa, média e alta queda. Em função das mudanças institucionais e da legislação por que passa atualmente o país, referidas no Capítulo 1, e da experiência acumulada nos últimos 17 anos, torna-se importante atualizar esses critérios. A Lei no 9.648, de 27/05/98, autoriza a dispensa de licitações para empreendimentos hidrelétricos de até 30 MW de potência instalada, para Autoprodutor e Produtor Independente. A concessão será outorgada mediante autorização, até esse limite de potência, desde que os empreendimentos mantenham as características de Pequena Central Hidrelétrica. A Resolução da ANEEL 394, de 04/12/98, estabelece que os aproveitamentos com características de PCH são aqueles que têm potência entre 1 e 30 MW e área inundada até 3,0 km2, para a cheia centenária. Todas as limitações anteriores foram eliminadas. Cabe registrar, a propósito, que alguns dos inventários realizados por companhias de energia de porte, hoje privatizadas, ao longo dos anos de 1996 a 1998, identificaram diversos sítios potencialmente atrativos, cujos arranjos de obras prevêem barragens com mais de 10 m de altura e circuito adutor em túneis, em vários casos. Nestas Diretrizes são incluídos os critérios e métodos para dimensionamento, bem como alguns aspectos sobre os processos de construção de obras civis para usinas com potência instalada compreendida nessa faixa. Sempre que necessário, será feita referência aos critérios de dimensionamento especificados nas “Instruções para Estudos de Viabilidade de Aproveitamentos Hidrelétricos”, da ELETROBRÁS/ANEEL, editado em abril/1997, ou às Diretrizes para Elaboração de Projeto Básico de Usinas Hidrelétricas, ou ainda a outros trabalhos específicos constantes da vasta bibliografia existente. CENTRAIS QUANTO À CAPACIDADE DE REGULARIZAÇÃO Os tipos de PCH, quanto à capacidade de regularização do reservatório, são: − a Fio d’Água; − de Acumulação, com Regularização Diária do Reservatório; − de Acumulação, com Regularização Mensal do Reservatório. Não fazem parte do escopo destas Diretrizes as centrais hidrelétricas de acumulação com regularização superior à mensal. Para essas, o usuário deverá consultar a bibliografia referida nestas Diretrizes. PCH A FIO D’ÁGUA Esse tipo de PCH é empregado quando as vazões de estiagem do rio são iguais ou maiores que a descarga necessária à potência a ser instalada para atender à demanda máxima prevista. Nesse caso, despreza-se o volume do reservatório criado pela barragem. O sistema de adução deverá ser projetado para conduzir a descarga necessária para fornecer a potência que atenda à demanda máxima. O aproveitamento energético local será parcial e o vertedouro funcionará na quase totalidade do tempo, extravasando o excesso de água. Esse tipo de PCH apresenta, dentre outras, as seguintes simplificações: - dispensa estudos de regularização de vazões; - dispensa estudos