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Aula 7 - 10-09

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Aula 10/09/12 – China
Formação da política externa da RPC sobretudo em relação aos EUA.
- Dinâmica que rege o partido comunista, e como as lutas pelo poder interna vão influir na pol. Ext. 
- Os 2 líderes da China, o presidente e o premiê estão se aposentando. A China vai apresentar a nova liderança. A china está passando para a 5ª Geração do poder: Mao ficou cerca de 25 anos no poder –Em alguns momentos a gangue dos 4 exercia mais poder que Mao.
Essa 5ª geração não participou nem da fundação da RPC nem da Ver. Cultural – há potencialmente uma mudança muito grande de mentalidade. Essa última, a 4ª Geração, se caracterizou por um número elevado de engenheiros e técnicos, muitos deles passaram pela ver. Cultural e tiveram suas carreiras acadêmicas interrompidas - Experiência de 1ª mão com os grandes extremos. Os novos líderes também , muitos deles, estudaram fora da China, finanças, adm de empresas. Há muita especulação sobre a direção que essa nova liderança vai tomar nos próximos anos.
Dentro do partido comunista, há um esforço para tornar essa transição o mais gradual possível – nenhum grande movimento - muitos analistas acham que nos próximos 2 anos não haverá nenhuma grande alteração na pol. Ext. na China. O Partido Comunista tem todo esse cuidado com essa transição, pois passou por experiências traumáticas – medo da perda de poder, possibilidade da insatisfação social. 
Grande enfoque da China: mudanças na matriz de produção – produção de manufaturados de maior valor agregado; a política de maior força tem haver com o fomento da demanda interna: grande e nova classe média. – com poder aquisitivo mais alto, mas muitos incentivos ainda para poupar. 
As duas grandes mudanças da pol. Ext. chinesa foi o estabelecimento de relações com a URSS que durou até os anos 60. – houve um distanciamento entre a URSS e a China – apesar da afinidade ideológica, que a china não compartilhava com os eua. Estabelece vínculos diplomáticos formais com os EUA. Na China comunista, havia sentimento antiamericano muito forte, qualquer pessoa que fosse rotulada como “capitalista” era banida e até mesmo executada.
Nixon (republicano exacerbado – carreira política de extremismo de rotular partes da liderança política, cultural como simpatizantes do comunistas) ter ido a China é um grande feito da história diplomática. 
Apresentação do Ross: (capitulo do livro)
Há 2 maneiras de entender essas 2 grandes transições na pol. Ext. da China até os anos 80 (mudança: URSS e EUA)_
A maneira mais tradicional é a visão realista que explica essa mudança como balança de poder: visão chinesa da URSS como uma ameaça, que tinha ambições de liderança regional. – mas que queria dominá-la como esfera de influência: URSS tinha força militar e produtiva muito maior – há também questão dos conflitos de interesses divergentes; a 3ª divergência é a questão territorial: conflitos de fronteira – fronteiras mal definidas, durante os anos 60 há alguns conflitos pequenos porém armados, reforçando a tensão territorial e ainda a formação da Mongólia como um território buffer zone. – isso ia contra os interesses da China que queria anexar a Mongólia através do envio de tropas. – 
: porque a China comunista, baseada em modelos soviéticos na sua economia e política mudou sua posição? Os EUA era contra a participação chinesa dentro do Conselho de Segurança – se entrasse a RPC, Taiwan teria que sair. A visita de Nixon a China surpreendeu o mundo inteiro. A china conseguiu o apoio dos países não-alinhados para conseguir seu assento no conselho de segurança. EUA desistiram da posição: foram retirando a sua posição de apoio a Taiwan apenas.
Outra explicação (2ª) para essas grandes mudanças: análise do tipo de decisão que ia sendo tomada pelas elites políticas dentro da China – tipo de explicação que é mais comum na ciência política: análise de indivíduos e de lutas pelo poder dentro do partido comunista. – A gente sabe que ao lançar a ver. Cultural, havia um grupo já bastante estabelecido na liderança, passaram pelas grandes batalhas unidos – eram todos líderes carismáticos, militares ou ideológicos – todos eles cobriam várias dessas funções. Com o experimento mal sucedido do Grande Salto Adiante e da Ver. Cultural uma série de facções começaram a se formar. Ross faz uma análise dessas facções: visão alternativa a realista: examinar quem eram esses líderes? Quais eram os interesses dos indivíduos e como esses indivíduos colocavam seus interesses na política? O argumento de Ross: podemos pegar a visão realista de um mundo bipolar (EUA e URSS), o comportamento dos superpoderes estrutura a cena internacional – estabelece os parâmetros dentro dos quais a china tem espaço para manobras. Se adotar apenas a visão realista você negligencia uma série de evidências históricas – dentro dos parâmetros bastante rígidos da GF , você tem a nível de Estado um certo espaço de manobra. O tipo de manobra da liderança chinesa só pode ser entendido a partir da análise dos interesses dentro dessa liderança, o ator a ser analisado passa a ser o indivíduo e não mais o Estado como no realismo (muda a unidade de análise). – Através da análise de elites, você desagrega o Estado e a liderança do Estado em termos de facções e indivíduos. Estado composto de diversos grupos de interesse. Interesses divergentes, muitos deles haver com ambições individuais – fica claro nos primeiros anos que Mao Tse Tung consolidou seu poder. 
A 1ª estremecida no poder de Mao se deu no Grande Salto Adiante, que trouxe a Rev. Cultural como reação. A 2ª estremecida no poder de Mao se dá no fim da Ver. Cultural questiona-se o extremismo e ele é diagnosticado com uma doença terminal. – foi ficando claro que não era mais ele que tomava as principais decisões, a gangue dos 4 já controlava a condução da pol. Ext. e as instituições dentro do partido comunista. Período de luta pelo poder por várias facções e vários indivíduos: quem foi nomeado o sucessor de Mao: “Hua Guafan”: braço direito ideológico, escolhido como sucessor por Mao. Deng Xiaoping foi deposto, foi colocado pra fora, foi só mais adiante que conseguiu contornar e passar pra trás a gangue dos 4 – era um gênio político, foi engavetando e depois se inseriu no centro do poder chinês, quando a gangue dos 4 foi sendo acusada de fomentar os grandes exageros da ver. Cultural – ele surgiu de toda essa turbulência como grande líder da china. (Entender melhor essa transição)
Modalidade de análise de Ross: Zhou Enlai (formulador da pol. Ext. da China) – graças a ele a china não se fechou durante esse período, conseguiu acordo dos países não-alinhados, africanos, etc. Até então as relações diplomáticas eram extraoficiais – o Kissinger, realista, se deu conta que uma aliança com a China, apesar das grandes divergências ideológicas, traria vantagens para os EUA – política teve seu contrapartido na figura de Zhou Enlai. – líder do partido comunista relativamente moderado.
Haviam várias facções – não foi uma transição direta de Mao Tse Tung para Deng Xiao Ping (que havia sido deposto). O julgamento da gangue dos 4 é considerado o final desse período de transição caótica – foi reconhecido o papel dos 4 na erosão do controle. 
O que o Ross faz é: não basta entender apenas o que estava acontecendo no plano int. em termos realistas, claramente, há certos momentos na hist.. do partido comunista chinês que dá pra imaginar cenários políticos diferentes de acordo com o líder em exercício. 
Houve espaço de manobra por líderes individuais. Rev. Cultural foi opção de Mao, não do cenário. 
A teoria de Ross é aplicável para todos os momentos. A posição das facções é determinante para o cenário, essa posição tem haver com a posição dos indivíduos.
Zhou Enlai é visto como uma figura estratégica –era um grande estrategista no plano int. – foi ele que reconheceu que apesar da divergência com os eua, existia uma ponte – a ponte que ele foi alimentando foi a com Kissinger. 
Quando Nixon chegou em Pequim, foi Zhou Enlie que o recebeu e não diretamente o líder. – receberam sem muita pompa– os acordos não tiveram grandes conclusões – resolveram manter o detente na coreia e a divisão no Vietnã. O peso simbólico e diplomático desse evento é muito importante – relação china e eua dura até hoje e é muito importante para entendermos a atuação da china na áfrica e na am. Latina até os dias de hoje.

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