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Meio Ambiente e Saúde

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Prévia do material em texto

2012
Meio AMbiente e SAúde
Prof.ª Daniela Viviani
Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Daniela Viviani
Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
370.357
V859m 
 Viviani, Daniela
 Meio ambiente e saúde / Daniela Viviani e Camila Almeida
 Pinheiro da Costa. Indaial : UNIASSELVI, 2012. 
 207. p.: il
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-538-3
 1. Meio ambiente; 2. Saúde.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Educação a Distância III. Título
 
III
ApreSentAção
Prezado acadêmico, bem-vindo a mais uma disciplina!
Durante esta jornada de estudos, na Unidade 1 você compreenderá os 
conceitos de Meio Ambiente e Saúde. Este estudo inicial, complementado com os 
fundamentos da ecologia, será muito importante para a tomada de consciência 
de nossa inserção no meio ambiente, bem como de nossa responsabilidade pela 
saúde ambiental, sua proteção e, consequentemente, nossa qualidade de vida. 
Neste contexto, vamos compreender as relações existentes entre meio ambiente 
e saúde, conhecendo as causas e consequências dos problemas ambientais a 
que temos assistido nos últimos tempos. A partir desta percepção, ficará claro 
que meio ambiente e saúde são temas indissociáveis. 
Na segunda unidade, você terá a possibilidade de estudar sobre 
a educação escolar, o papel da escola, os sujeitos que dela fazem parte 
e a importância dessa educação – a escolar – para o desenvolvimento e 
formação dos sujeitos, relacionando meio ambiente e saúde. Para tanto, serão 
apresentados a você os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a relação 
entre educação, saúde e meio ambiente.
A Unidade 3 trará para você a questão das práticas educativas 
retomando conceitos e discussões sobre a educação em saúde, a prevenção da 
saúde no contexto escolar, a educação para o meio ambiente e as metodologias 
de ensino – saúde e meio ambiente.
Bons estudos!
Prof.ª Daniela Viviani
Prof.ª Camila Almeida Pinheiro da Costa
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
V
VI
VII
UNIDADE 1 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS............................1
TÓPICO 1 – SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ......................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 O CONCEITO DE SAÚDE ................................................................................................................3
2.1 HÁBITOS SAUDÁVEIS ................................................................................................................9
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................13
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................14
TÓPICO 2 – MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS ..................................................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2 O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ............................................................................................16
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................20
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................21
TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA ............................................................................23
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................23
2 ECOLOGIA ..........................................................................................................................................24
3 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ..........................................................................................................25
4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DE UM ECOSSISTEMA ....................................................26
4.1 COMPONENTES BIÓTICOS .......................................................................................................27
4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS ....................................................................................................29
5 CADEIA, TEIA ALIMENTAR E FLUXO DE ENERGIA .............................................................29
6 RELAÇÕES ECOLÓGICAS ..............................................................................................................32
6.1 RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES ............................................33
6.2 RELAÇÕES HARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE .............................................35
6.3 RELAÇÕES DESARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES ........................................36
6.4 RELAÇÕES DESARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE .........................................38
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................41
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................43
TÓPICO 4 – RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE ...................................................45
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................45
2 MEIO AMBIENTE E SAÚDE ...........................................................................................................45
3 DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................47
4 A CRISE AMBIENTAL.......................................................................................................................50
5 PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS ........................................................................................545.1 O AUMENTO DA POPULAÇÃO ...............................................................................................54
5.2 A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS .....................................................................56
5.3 A POLUIÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................................58
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................70
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................80
SuMário
VIII
UNIDADE 2 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: O PAPEL DA ESCOLA .......................................81
TÓPICO 1 – O PAPEL DA ESCOLA FRENTE À SAÚDE E MEIO AMBIENTE .......................83
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83
2 PARA QUE SERVE A ESCOLA? ......................................................................................................83
3 RELAÇÃO ESCOLA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE ....................................................................87
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................92
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................95
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................96
TÓPICO 2 – GUIA CURRICULAR PARA PROGRAMA DE SAÚDE
 E MEIO AMBIENTE ...................................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97
2 GUIA CURRICULAR E SAÚDE: OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .....97
3 GUIA CURRICULAR E MEIO AMBIENTE: OS PARÂMETROS
 CURRICULARES NACIONAIS ......................................................................................................104
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................110
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................117
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA ...................................................119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: DESAFIOS
 E QUALIDADE ...................................................................................................................................119
3 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR:
 CAMINHOS NA BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA DOS SUJEITOS ..............................121
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................129
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................133
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................134
UNIDADE 3 – MEIO AMBIENTE E SAÚDE: PRÁTICAS EDUCATIVAS ................................135
TÓPICO 1 – PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE ...............................................................137
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137
2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE..................................................................................................................137
3 SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR: A PREVENÇÃO ..............................................................140
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................143
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................146
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................147
TÓPICO 2 – EDUCAÇÃO PARA O MEIO AMBIENTE ................................................................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEUS CONCEITOS ............................150
2.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL ...............................................................................155
2.2 O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC) E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL .........................158
3 A EMERGÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................159
4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ................................................................160
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................163
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................165
TÓPICO 3 – METODOLOGIAS DE ENSINO .................................................................................167
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................167
IX
2 PRÁTICAS EDUCATIVAS: MEIO AMBIENTE E SAÚDE ........................................................167
2.1 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: SAÚDE ...................................................................................177
2.2 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS: MEIO AMBIENTE ................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................200
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................201
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................203
X
1
UNIDADE 1
MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
CONCEITOS E PRINCÍPIOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender o conceito de saúde;
• compreender o conceito de meio ambiente;
• conhecer os fundamentos e conceitos básicos da ecologia;
• conhecer a amplitude da crise ambiental através dos problemas ambientais 
globais;
• reconhecer a relação entre meio ambiente e saúde como fator primordial 
para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis e a manutenção de 
um ambiente saudável.
Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. Você encontrará, ao 
final de cada um deles, atividades que irão contribuir para a compreensão 
dos conteúdos abordados.
TÓPICO 1 – SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
TÓPICO 2 – MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA 
TÓPICO 4 – RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
1 INTRODUÇÃO
Neste primeiro tópico vamos estudar o conceito da palavra saúde que, 
para muitos acadêmicos, talvez já esteja muito claro e óbvio.Será? Será mesmo 
que você tem consciência do que é ter saúde? Será que saúde é tão somente a 
ausência de doenças? Se estes questionamentos fizeram você parar para pensar e 
resgatar seus conhecimentos prévios sobre o assunto, estamos no caminho certo. 
 Ao longo de toda a disciplina buscaremos fazer estas reflexões que são 
fundamentais em todo processo de ensino e aprendizagem no qual buscamos 
constantemente rever nossos conceitos e aprimorar nossos conhecimentos.
2 O CONCEITO DE SAÚDE
Vamos iniciar este estudo analisando algumas imagens! Qual das duas 
crianças lhe parece estar com plena saúde?
FIGURA 1 – CRIANÇA BRINCANDO FIGURA 2 – CRIANÇA ACAMADA
FONTE: Disponível em: <http://veja.
abril.com.br/blog/saude-chegada/
files/2009/10/crianca-brincando.
jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011.
FONTE: Disponível em: 
<http://farm2.static.flickr.
com/1215/5167315649_a9379fd3ea.
jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
4
DICAS
Que tal mudar um pouco a metodologia de ensino? 
Acesse o site <http://www.canalkids.com.br/saude/index.htm>. Nele 
você encontrará informação de forma divertida e colorida. Se você já 
é professor e na sua escola houver um laboratório de informática, leve 
seus alunos até lá e, juntos, aprendam brincando. No próximo tópico 
voltaremos com esta dica para o assunto Meio Ambiente.
Muito provavelmente você optou pela Figura 1. Perceba que se consegue 
distinguir nas imagens uma criança saudável de uma criança aparentemente 
doente. De que maneira você fez isso? Quais critérios você elegeu para distinguir 
as imagens? A resposta para essas perguntas é muito simples. Desde muito cedo 
recebemos orientações sobre hábitos de vida saudável e sabemos quando estamos 
com saúde ou quando as coisas parecem não estar muito bem. Com isso acabamos 
não só estabelecendo critérios de escolha, como também vamos incorporando 
essas escolhas em nosso dia a dia, tornando-nos capazes de formular conceitos.
A ideia principal deste estudo é que, ao final dele, tenhamos a compreensão 
de que a palavra saúde não pode ser entendida de forma restrita como sendo 
somente a ausência de doença; precisamos compreendê-la de maneira mais ampla. 
Conceição (1994) relata que, em 7 de abril de 1948, a Organização Mundial de 
Sáude (OMS) conceituou saúde como sendo o completo bem-estar físico, mental 
e social e não apenas a ausência de doença, corroborando o que acabamos de ver. 
Esta conceituação ampla representa um avanço em relação aos conceitos vigentes 
nos séculos passados, justamente por ultrapassar os limites estreitos da área 
físico-somática e incluir os aspectos mental e social. Observe a figura a seguir!
FIGURA 3 – VIDA E SAÚDE
FONTE: Conceição (1994, p. 6)
M
EL
HO
R 
VI
VE
R
M
ELHOR SAÚDE
BEM ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL E
NÃO APENAS AUSÊNCIA DE DOENÇA
ESTADO DE SAÚDE INFRA-ÓTIMO
OU DE DOENÇA INCIPIENTE
ESTADO DE DOENÇA OU
LIMITAÇÃO DECLARADA
ESTADO DE
DOENÇA MUITO SÉRIA
OU
DE APROXIMAÇÃO
DA MORTE
ÓTIMO
VIVER
SAÚDE
ÓTIMA
NÃO VIVERMORTE
VIDAAMBIENTEHOMEMSAÚDE
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
5
Analisando a imagem anterior podemos perceber que o ser humano na 
interação homem-ambiente vive em uma luta constante executando suas ações à 
procura do ótimo-vital, seja relacionado à saúde ou à vida de uma maneira geral. 
Dessa forma, o ser humano procura uma forma de viver que, em sua essência, 
confunde-se com o conceito de saúde: bem-estar físico, mental e social e não 
apenas ausência de doença.
Pode-se dizer que o homem está com saúde quando, pelo intercâmbio 
com o ambiente, consegue manter sua individualidade biológica, 
diminuir agressões e resolver os conflitos que surgem. Isso, 
fundamentalmente, mostra o homem como ser ativo, que conquista 
seu estado de saúde. (CONCEIÇÃO, 1994, p. 5, grifo do autor).
Perceba a estreita ligação que há entre melhor-viver e melhor-saúde, 
conceitos apresentados pelo autor acima citado: as ações que visam à melhoria 
da sáude são, ao mesmo tempo, as ações que objetivam a melhoria das condições 
de vida. Observe:
QUADRO 1 – SAÚDE BIOLÓGICA, MENTAL E SOCIAL
ESTAR COM SAÚDE
Na área biológica:
Significa lutar para manter o equilíbrio físico diante das mutações 
ambientais, à procura do ótimo-viver. Assim, nos aspectos diários de vida 
sadia, vive-se uma ação dinâmica e contínua para a superação dos conflitos 
surgidos pelas agressões ambientais, inexistindo a ideia de conformismo e 
passividade ou de aceitar o indesejável e o maléfico sem combate.
Na área mental:
A procura do completo bem-estar é a expressão da luta do homem diante 
dos conflitos: sem medo, procurando resolvê-los constantemente, sabendo, 
de antemão, que a solução de um deles abre a perspectiva de aparecimento 
de outros conflitos ou da busca de novas soluções, isto é, um vir a ser 
permanente.
Na área social:
Representa, também, a luta do homem para a harmonização de suas 
necessidades mais íntimas e concretas com a estrutura social vigente, 
mantendo-a ou modificando-a, de acordo com suas aspirações, bem como 
de seu grupo social e comunidade.
FONTE: Adaptado de: Conceição (1994)
Caro acadêmico, neste ponto de nosso estudo podemos concluir que estar 
com saúde corresponde ao melhor estado de vitalidade física, mental e social, que 
surge não só de nossa atuação frente aos conflitos e à busca de soluções, como 
também de nossa interação harmônica com o meio ambiente.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
6
DICAS
Para aprofundar seus conhecimentos, observe nossa dica 
de leitura! Este livro, organizado por José Augusto Nigro Conceição, 
traz uma série de artigos relacionados ao tema Saúde Escolar: a criança, 
a vida e a escola. Para complementar o que acabamos de estudar, 
sugerimos a leitura na íntegra do primeiro artigo “Vida e Saúde”, de 
autoria do próprio organizador. Veja com seu professor se o polo de 
apoio presencial onde você estuda não tem este exemplar disponível 
para consulta. Boa leitura!
Com relação ao direito de ter uma vida plena em saúde, há 60 anos, no 
lançamento da Organização Mundial de Saúde, os governos mundiais declararam 
a saúde como direito humano fundamental, sem distinção de raça, religião, crença 
política, condição social ou econômica. Há trinta anos, em Alma Ata (Conferência 
Internacional sobre cuidados primários de saúde), os governos do mundo pediram 
saúde para todos até o ano 2000, principalmente através da expansão do acesso a 
instalações e serviços de saúde básica. Embora o mundo tenha de longe deixado de 
atingir esse alvo, podemos ainda chegar a ele, a custos muito baixos. 
Pensando nisso, dez passos básicos que podem levar à saúde para todos, 
nos próximos anos, de acordo com Sachs (2008).
SAÚDE BÁSICA PARA TODOS
Primeiro: países ricos deveriam investir 0,1% de seus produtos internos 
brutos para cuidados com saúde nos países de baixa renda. Com o PIB do 
mundo rico de U$ 35 trilhões, isso criaria um fundo de cerca de U$ 35 bilhões 
por ano – o bastante para U$ 35 per capita em serviços adicionais para cerca de 
um bilhão de pessoas.
Segundo: metade do acréscimo deveria ser canalizada para o Fundo 
Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária. O Fundo Global provou ser 
uma instituição altamente eficaz, com mínimo de burocracia e máximo impacto. 
Apoiou a distribuição de aproximadamente 30 milhões de redes antimalária, 
ajudou a colocar cerca de um milhão de africanos em tratamento antirretroviral 
e a curar mais de dois milhões de pessoas com tuberculose.
Terceiro: países de baixa renda deveriam destinar 15% de seus próprios 
orçamentos à saúde. Considere um país pobre onde a renda média anual é de 
U$ 300. O orçamento total nacional pode estar em torno de 15% do PIB, mais 
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
7
ou menos U$ 45 per capita. Quinze por cento desta soma destinada à saúde 
chegaria a U$ 6,75 por pessoa por ano. Não o bastante por si mesmos para 
fornecer cuidados de saúde adequados, mas que cumpririam a tarefacom os 
U$ 35 per capita de doações.
Quarto: o mundo deveria adotar um planejamento para o controle 
abrangente da malária, visando levar a mortalidade pela doença a próximo 
de zero em 2012, com amplo acesso a redes antimalária, borrifamento de lares, 
quando apropriado, e remédios eficazes quando a doença atacasse.
Quinto: os países ricos deveriam seguir em seu antigo e realizável 
compromisso de assegurar acesso a antirretrovirais para todas as pessoas 
infectadas pelo HIV até 2010.
Sexto: o mundo deveria preencher uma carência de financiamento de 
cerca de U$3 bilhões por ano para um controle amplo da tuberculose – outra 
área na qual há muito tempo se provou que as intervenções são eficazes, mas 
onde há falta crônica de fundos.
Sétimo: o mundo deveria garantir, com uns poucos bilhões de dólares 
por ano, o acesso dos mais pobres entre os pobres aos serviços de saúde sexuais 
e de reprodução, incluindo planejamento familiar, contracepção e cuidados 
obstétricos de emergência.
Oitavo: o Fundo Global poderia oferecer cerca de U$ 400 milhões por 
ano para o controle amplo de diversas doenças tropicais (principalmente as 
infecções por vermes), que ocorrem virtualmente nas mesmas regiões onde a 
malária é endêmica.
Nono: o Fundo Global poderia abrir um novo mecanismo de 
financiamento para incentivar o cuidado primário de saúde, incluindo – o 
mais importante – a construção de clínicas e a contratação e treinamento de 
enfermeiras e trabalhadores comunitários de saúde.
Décimo: ao usar recentes conquistas na medicina e na saúde pública os 
sistemas de saúde expandidos nos países mais pobres poderiam estar equipados 
para lidar com doenças não comunicadas e há muito negligenciadas, mas que 
podem ser tratadas a custo baixo, como hipertensão, catarata e depressão.
Jeffrey Sachs é diretor do Earth Institute da Universidade 
de Colúmbia (www.earth.columbia.edu).
FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/saude_basica_para_todos.html>. 
Acesso em: 24 jan. 2012.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
8
Segundo Sachs (2008), esses dez passos básicos que você acabou de ler 
poderiam salvar a vida de 10 milhões de crianças e adultos por ano, a um custo 
quase imperceptível para as nações mais ricas. Essas medidas ainda iriam reduzir, 
e não acelerar, o crescimento populacional em regiões empobrecidas, diminuindo 
as tensões econômicas e ambientais que populações crescentes estão impondo a 
elas. Para Rattner (2009),
[...] os impactos mais sérios na saúde humana são produzidos, 
indubitavelmente, pelas condições de vida, a desigualdade social e a 
consequente exclusão e marginalidade que atingem dezenas de milhões 
de brasileiros e centenas de milhões da população mundial. Talvez, 
por isso, um relatório recente divulgado pela OMS – Organização 
Mundial de Saúde – em agosto de 2008 e elaborado por um grupo 
de especialistas com ampla experiência em desenvolvimento e saúde, 
inicia com as palavras “Justiça social é um assunto de vida e morte”. O 
documento concentra-se na questão de desigualdade e sua relação com 
a saúde e conclama os governos a superar o fosso entre ricos e pobres, 
no período de uma geração. O fosso é configurado pelos extremos de 
mortalidade infantil e expectativa de vida entre os mais pobres da 
África, Ásia e América Latina quando comparados aos indicadores 
das classes média e alta, moradores nas áreas urbanas privilegiadas.
Segundo o mesmo autor, os problemas de saúde pública têm raízes 
sistêmicas e interdependentes que refutam e inviabilizam qualquer abordagem 
linear e cartesiana. Sendo assim, infere-se que qualquer reducionismo, tratando-
se de problemas sociais complexos, revela-se estéril e improdutivo. Para intervir 
nesse cenário desalentador, é preciso melhorar os indicadores da eficácia das 
políticas públicas de saúde, para informar e conscientizar a sociedade civil, 
organizada e motivada para sua plena participação nas decisões que afetam sua 
saúde e seu bem-estar.
A nossa legislação também conceitua e prevê o direito à saúde. De 
acordo com a Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes, em seu art. 2º, “a saúde é um direito fundamental do ser 
humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno 
exercício”. (BRASIL, 1990). Segundo a mesma lei, em seu art. 3º, a saúde tem 
como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, “[...] a alimentação, a 
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, 
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da 
população expressam a organização social e econômica do país” (grifos nossos).
Caro acadêmico, a relação entre meio ambiente e saúde será abordada 
especificamente no Tópico 4, desta unidade. Neste momento é hora de analisar 
o que podemos fazer para melhorar e/ou manter nossa saúde em dia através de 
hábitos de vida saudáveis. Mas que hábitos são esses? Vamos descobrir juntos!
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
9
2.1 HÁBITOS SAUDÁVEIS
Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é uma boa forma de manter sua 
saúde física e mental, melhorar a autoestima, amenizar os sintomas da depressão 
e da ansiedade, reduzir o risco de doenças e aumentar consideravelmente seu 
sistema imunológico.
UNI
Você sabia que seu corpo possui um sistema 
interno de defesa? O sistema imunológico é uma complexa 
barreira composta por milhões de células de diferentes tipos e 
com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do 
organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças.
Analisando a figura a seguir podemos notar que ela nos apresenta uma 
série de hábitos e atitudes para levar uma vida saudável.
FIGURA 4 – HÁBITOS SAUDÁVEIS
FONTE: Disponível em: <http://andrerodriguesbr.wordpress.com/2010/08/19/1041/>.
Acesso em: 24 abr. 2011.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
10
Exercício de observação e reflexão! Escreva quantos hábitos e/ou atitudes são 
apresentados na figura acima em busca de uma vida cheia de saúde. Quantos 
destes você realmente pratica em seu dia a dia? Reflita sobre sua postura, talvez 
esteja na hora de cuidar mais da sua saúde!
AUTOATIVIDADE
Compare as suas observações com as que vamos fazer juntos a partir de 
agora! Analisando a imagem anterior vamos destacar alguns hábitos de vida que 
são considerados saudáveis e/ou promotores de uma vida saudável:
• ingerir alimentos saudáveis, fontes de vitaminas e sais minerais (frutas, leite, 
verduras, sucos, entre outros);
• ingerir água diariamente;
• praticar atividades físicas;
• manter um controle do peso;
• estar de bem com a vida (sem estresse, sorrir, amar, brincar, dançar, entre outros 
aspectos).
E então? Suas primeiras observações estão em acordo com as que 
acabamos de ver juntos? Perceba que esses hábitos incorporam atividades físicas 
e mentais, ambas fundamentais para alcançar uma vida plena de saúde, conforme 
estudamos no início deste tópico. 
Caro acadêmico! A figura que veremos na sequência nos apresenta dez 
hábitos saudáveis que podemos perfeitamente incluir em nosso dia a dia! Observe 
com atenção e reflita sobre esses hábitos.
TÓPICO 1 | SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
11
FIGURA 5 – DEZ PRINCIPAIS HÁBITOS SAUDÁVEIS
1 Alimente-se bem
Inclua na sua dieta uma 
porção de frutas, verduras 
e fibras como a linhaça 
ou aveia. Equilibre as 
quantidades de proteínas e 
carboidratos, assim como as 
gorduras e açúcares. Evite comer muita fritura 
e doces, além de pratos congelados com muito 
sódio. Inclua também vitaminas para o bom 
funcionamento do organismo.
6 Descanse quando 
necessário
Tenha algum tempo para 
descansar. Seu corpo 
necessita de um período 
de 6 a 8 horas para se 
recuperar das atividades 
diárias. Uma boa noite de sono repõe todas 
as energias. A falta de sono está vinculada ao 
prejuízo do corpo e da mente.
2 Mexa-seSe você ainda não tem 
o hábito de praticar 
exercícios regularmente, 
inclua caminhadas ainda 
que por alguns minutos 
por dia; qualquer 
exercício é melhor do que 
não fazer exercícios. Exercícios físicos ativam 
a circulação, revigoram o corpo e fornecem 
energia. Está provado que o sedentarismo é um 
vilão para o corpo e a mente.
3 Beba água
A ingestão de água 
deve ser dividida ao 
longo do dia e não em 
grandes volumes de 
uma vez só. A água é 
fundamental para o bom 
funcionamento de nosso 
organismo. A quantidade recomendada é 
de 1 litro e meio a dois litros. Evite bebidas 
açucaradas.
4 Evite o estresse
Hoje em dia o estresse é 
apontado como um dos 
grandes causadores de 
doenças. O estresse é uma 
alteração do organismo 
em resposta a estímulos 
internos ou externos. 
Faça exercícios de respiração, relaxamento e 
meditação.
8 Levante sua autoestima
Essa é especialmente para 
as mulheres. Cuide da 
saúde e do corpo, faça 
hidratação na pele, corpo 
e cabelo, vá ao salão de 
beleza, faça massagens, 
pinte as unhas, compre uma roupa nova… Não 
descuide de seu aspecto visual, ainda que você 
não esteja se sentindo bem. Sentir-se agradável 
com relação aos outros aumenta a produção de 
endorfinas, o hormônio responsável, em boa 
parte, para que as pessoas se sintam felizes.
7 Cuide da sua postura
Procure adotar uma 
posição adequada no 
escritório. As cadeiras 
incômodas podem 
fazer com que você 
termine em uma 
visita ao ortopedista. 
Disponibilize alguns momentos para esticar 
os músculos durante a sua jornada laboral. Os 
alongamentos ajudam a evitar dores nas costas, 
ombros, braços, pescoço e cabeça.
5 Divirta-se!
Ter amigos é muito 
saudável – uma boa 
conversa faz milagres 
para nossa saúde! Ouça 
música, dance e viaje 
mais. Mude a rotina e 
esqueça os problemas e 
o trabalho. Dê mais risadas. Está comprovado 
que o sorriso é uma excelente terapia contra o 
estresse e a ansiedade.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
12
10 Esqueça o cigarro e
o álcool
Tanto o cigarro quanto 
o álcool prejudicam o 
desempenho do corpo 
para quaisquer atividades. 
O consumo de qualquer 
droga pode levar a outra, 
e a droga mais relacionada ao tabagismo é o 
álcool. E quando o tabagismo está associado ao 
álcool, o consumo de cigarro tende a triplicar – o 
que pode precocemente causar doenças graves.
Como podemos perceber, nossa saúde está diretamente relacionada aos 
hábitos que adotamos ao longo da vida. Excluir hábitos que prejudicam de alguma 
forma nossa saúde e passar a adotar hábitos saudáveis é um bom exercício para 
conquistar plena saúde física e mental. Comece a se observar em seu dia a dia e 
faça uma lista de seus principais hábitos. Se você notar que poucos ou nenhum 
dos hábitos saudáveis que vimos juntos fazem parte da sua vida, está na hora de 
começar a pensar sobre isso e, acima de tudo, rever sua forma de levar a vida. 
Sempre é tempo de começar, mexa-se e lembre-se de que saúde envolve uma série 
de fatores e/ou condições que devem ser adotadas para o nosso bem-estar completo, 
incluindo o equilíbrio e a qualidade ambiental, conforme veremos a seguir.
FONTE: Disponível em: <http://belezaesaude.dae.com.br/habitos-saudaveis/>.
Acesso em: 6 jun. 2011.
9 Use protetor solar
 Os benefícios em longo 
prazo do uso de filtro 
solar estão provados 
e comprovados pela 
ciência. Usar filtro todos 
os dias evita câncer de 
pele e o envelhecimento 
precoce. Se a exposição ao sol é pouca basta 
usar o FPS 15, mas, se for alta, use ao menos o 
fator 30.
13
Neste tópico você estudou que:
• A palavra saúde não deve ser entendida de forma restrita como sendo somente 
a ausência de doença.
• Saúde envolve o bem-estar físico, mental e social de um indivíduo.
• A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção 
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes.
• A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as 
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
• A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, “[...] 
a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a 
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.
• Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica 
do país.
• Os impactos mais sérios na saúde humana são produzidos, indubitavelmente, 
pelas condições de vida, a desigualdade social e a consequente exclusão e 
marginalidade que atingem dezenas de milhões de brasileiros e centenas de 
milhões da população mundial.
• Os problemas de saúde pública têm raízes sistêmicas e interdependentes que 
refutam e inviabilizam qualquer abordagem linear e cartesiana.
• Incluir hábitos saudáveis no seu dia a dia é uma boa forma de manter sua saúde 
física e mental, melhorar a autoestima, amenizar os sintomas da depressão e 
da ansiedade, reduzir o risco de doenças e aumentar consideravelmente seu 
sistema imunológico.
• Nossa saúde está diretamente relacionada aos hábitos que adotamos ao longo 
da vida.
• Saúde envolve uma série de fatores e/ou condições que devem ser adotadas 
para o nosso bem-estar completo, incluindo o equilíbrio ambiental.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 Em que sentido corpo e mente podem estar relacionados na manutenção de 
uma vida saudável/sadia?
 ___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2 Observe-se por um determinado período e anote seus hábitos de vida. Em 
seguida construa uma tabela e liste o que você considera hábitos saudáveis 
e os prejudiciais. Deixe uma coluna disponível para você acrescentar e se 
comprometer com uma mudança de atitude para cada hábito prejudicial de 
seu dia a dia. Veja um exemplo e, a partir dele, construa sua tabela.
AUTOATIVIDADE
Hábito saudável Hábito prejudicial Mudança de atitude
Caminhar 3 vezes por 
semana (1h).
Fumar 1 carteira de cigarros 
por dia.
Diminuir a quantidade de 
cigarros por dia até conseguir 
parar de fumar.
Beber bastante água ao 
longo do dia.
Ingestão de alimentos 
gordurosos.
Optar por alimentos 
preparados de forma mais 
saudável.
15
TÓPICO 2
MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico vamos estudar o que é o meio ambiente e 
de que forma estamos inseridos neste meio. Você terá oportunidade de perceber 
que a grande maioria dos problemas ambientais que temos presenciado está 
fundamentada na falta de conscientização/alfabetização ecológica durante a 
formação das gerações passadas e atuais.
NOTA
A alfabetização ecológica é o processo de aprendizagem 
dos princípios de organização dos ecossistemas que constituem a vida 
na Terra. Ensinar e aprender os princípios básicos da ecologia para nos 
tornarmos “ecologicamente alfabetizados”, conhecendo as diversas 
redes de interações, que constituem a teia da vida, são objetivos da 
alfabetização ecológica. Através dela é possível entender as múltiplas 
relações que se estabelecem entre todos os seres e o ambiente onde 
vivem, e como tais relações se configuram na teia que sustenta a vida 
no planeta. Acesse o site <http://www.alfabetizacaoecologica.com/> 
para saber mais sobre a obra Alfabetização Ecológica: um caminho 
para a sustentabilidade, da autora Ellen Regina Mayhé Nunes.
O ser humano foi produzindo, transformando e construindo o espaço 
geográfico sem se sentir parte integrante deste meio. Com isso, vivenciamos hoje 
destruição ambiental e uso irracional dos recursos naturais, ocasionando uma série 
de problemas socioambientais que afetam a comunidade global. Compreender o 
conceito de meio ambiente é criar condições para que os seres humanos se sintam 
moralmente responsáveis pelo seu comportamento em relação à natureza. Neste 
contexto,vamos resgatar alguns conhecimentos sobre o tema para nos sentirmos 
integrantes e integrados ao meio ambiente e diretamente responsáveis pela sua 
saúde e proteção.
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
16
2 O CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
Você lembra que no tópico anterior você observou duas imagens e escolheu 
a que lhe mostrava uma criança com saúde? Agora analise o meio ambiente! Qual 
dessas imagens o remete a um ambiente saudável e equilibrado?
FONTE: Disponível em: <http://www.
rogeriosilveira.jor.br/amigos/didiu/meio_
ambiente.jpg>. Acesso em: 24 abr. 2011.
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.
com/_5dL9Zisqexk/SlOc5HnH9UI/
AAAAAAAAJsE/72-upLFGP5A/s400/lixo.JPG>. 
Acesso em: 24 abr. 2011.
Neste caso, da mesma forma você resgatou conceitos e aprendizados 
internalizados ao longo de sua vida e, certamente, optou pela Figura 6. Isso 
porque as questões ambientais são muito discutidas e veiculadas pelos meios 
de comunicação, tornando-se preocupação constante nas sociedades atuais e 
ajudando a formar conceitos a respeito de um ambiente saudável.
FIGURA 6 – MEIO AMBIENTE PRESERVADO FIGURA 7 – MEIO AMBIENTE POLUÍDO
DICAS
Lembra a dica no tópico anterior sobre o Canal kids/
Saúde? Pois é, agora é hora do Canal Kids/Meio Ambiente. Acesse 
o site <http://www.canalkids.com.br/meioambiente/index.htm>. 
Este é um ambiente virtual com muita informação para você e 
seus alunos, além de servir como uma fonte para enriquecer 
suas (futuras) aulas. Caro acadêmico, não se preocupe..., no último tópico, da Unidade 
3, voltaremos a falar sobre metodologias de ensino voltadas ao meio ambiente e saúde.
TÓPICO 2 | MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
17
Já que estamos falando em ambiente saudável, a Constituição Federal 
de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente saudável é também 
considerado como um direito constitucional fundamental. Observe-se o que diz 
o art. 225 (capítulo VI do Meio Ambiente): “Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo para presentes e futuras gerações”. 
Mas qual o conceito de meio ambiente propriamente dito? Algumas 
definições abrangem somente os componentes naturais, já outras, refletindo uma 
concepção mais atual, consideram o meio ambiente um sistema amplo no qual há 
a interação de fatores físicos, biológicos, econômicos e sociais.
Para Silva (2002, p. 20), meio ambiente “[...] é a interação do conjunto 
de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento 
equilibrado da vida em todas as suas formas”. 
De acordo com a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do 
Meio Ambiente (PNMA), em seu art. 3º, entende-se por meio ambiente “[...] o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Ou seja, ao pensarmos sobre meio ambiente devemos ter uma visão ampla que 
[...] envolva não só os elementos naturais do meio ambiente, mas 
também os elementos construídos e todos os aspectos sociais 
envolvidos na questão ambiental. Dentro dessa visão, o homem é um 
elemento a mais que, porém, tem extraordinária capacidade de atuar 
sobre o meio e modificá-lo – o que pode, às vezes, voltar-se contra ele 
próprio. (BRASIL, 2000, p. 73).
Portanto, ao pensarmos no termo ‘meio ambiente’ podemos relacioná-
lo ao espaço (físico e biológico) em que vivem os seres vivos e no qual se 
desenvolvem, estabelecem relações, transformam e são transformados, somado 
ao espaço sociocultural (no caso dos seres humanos).
Caro acadêmico, no dia 5 de junho comemoramos o Dia Mundial do Meio 
Ambiente. Esta data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 
1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. 
De acordo com o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 
2011), o Dia Mundial do Meio Ambiente cataliza a atenção e ação política de povos e 
países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental. 
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
18
Os principais objetivos das comemorações são:
1 mostrar o lado humano das questões ambientais; 
2 capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento 
sustentável; 
3 promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos 
mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais; 
4 advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um 
futuro mais seguro e mais próspero. 
Nós, educadores, precisamos cada vez mais mobilizar nossos educandos 
e toda a comunidade, seja ela escolar ou não, para datas como estas. Lembramos 
que meio ambiente, proteção e preservação ambiental, educação ambiental, 
alfabetização ecológica, entre outros, são temas que devem ser trabalhados de 
forma transdisciplinar, ou seja, com o grau máximo de relações entre as disciplinas, 
o que supõe uma integração global dos temas.
UNI
Para refletir! Observe as charges a seguir e reflita sobre as atuais condições 
ambientais. Ao longo de nosso estudo voltaremos a falar sobre meio ambiente, degradação 
ambiental e sustentabilidade!
FONTE: Disponível em: A <http://1.bp.blogspot.com/_bYpqQlgdj8A/Sn78Q855ODI/
AAAAAAAAAzI/W1xpu3zW6cA/s400/charge_meio_ambiente.jpg>; B <http://www.sedur.
ba.gov.br/imagens/charges/charge.meioambiente.02_05.06.07.jpg>. Acesso em: 12 jun. 2011.
A B
TÓPICO 2 | MEIO AMBIENTE: CONCEITOS E PRINCÍPIOS
19
Caro acadêmico, no próximo tópico desta unidade, faremos uma breve, porém 
importante, passagem pelo meio ambiente, compreendendo seus componentes e 
as relações que ocorrem entre eles. Trata-se de uma passagem fundamental não só 
para nos familiarizar com alguns conceitos ecológicos, mas também para ter uma 
base teórica sobre essas relações. Este estudo nos conduzirá para a compreensão da 
íntima correlação que há entre o meio ambiente e nossa saúde. 
20
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• O ser humano foi produzindo, transformando e construindo o espaço geográfico 
sem se sentir parte integrante deste meio.
• Compreender o conceito de meio ambiente é criar condições para que os seres 
humanos se sintam moralmente responsáveis pelo seu comportamento em 
relação à natureza.
• As questões ambientais são muito discutidas e veiculadas pelos meios de 
comunicação, tornando-se preocupação constante nas sociedades atuais e 
ajudando a formar conceitos a respeito de um ambiente saudável.
• A Constituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente 
saudável é também considerado como um direito constitucional fundamental.
• O art. 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo VI do Meio Ambiente) afirma: 
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo para presentes e futuras gerações”.
• Algumas definições para o termo meio ambiente abrangem somente os 
componentes naturais, já outras, refletindo uma concepção mais atual, o 
consideram um sistema amplo no qual há a interação de fatores físicos, 
biológicos, econômicos e sociais.
• A Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA), em seu art. 3º, entende por meio ambiente “[...] o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, 
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
• Ao pensarmos no termo ‘meio ambiente’ podemos relacioná-lo ao espaço 
(físico e biológico) em que vivem os seres vivos e no qual se desenvolvem, 
estabelecem relações, transformam e são transformados, somado ao espaço 
sociocultural (no caso dos seres humanos).
21
1 Como você definiria o termo meio ambiente?
 __________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________
2 Analise as afirmativas e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas. Na 
sequência assinale a alternativa CORRETA:
( ) A Contituição Federal de 1988 estabelece que o direito ao meio ambiente 
saudável é também considerado como um direito constitucional 
fundamental.
( ) As concepções mais antigas acerca do termo meio ambiente o consideram 
um sistema fechado no qual há a interação de fatores físicos, biológicos, 
econômicos e sociais.
( ) As questões ambientais há muito tempo deixaram de ser uma preocupação 
constante nas sociedades atuais.
( ) Segundo o art. 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo VI do 
Meio Ambiente), “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de 
vida [...]”.
a) ( ) V- V- F- F.
b) ( ) F- F- F- V.
c) ( ) V- F- F- V.
d) ( ) V- V- F- V.
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 3
FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para compreender a relação que há entre meio ambiente e saúde, é 
fundamental que façamos um breve passeio pela ecologia para nos familiarizar 
com seus principais conceitos e fundamentos e nos conscientizar de que fazemos 
parte do meio ambiente. Aliás, você conhece a origem da palavra ecologia? 
Derivada de duas palavras gregas: óikos (casa) e logos (estudo), ecologia significa 
literalmente o “estudo da casa”. Preocupada em estudar as relações existentes 
entre os seres vivos e destes com o meio ambiente, a ecologia é uma área que 
está em pleno desenvolvimento e torna-se cada vez mais importante devido à 
interferência humana sobre os ecossistemas.
NOTA
Você sabe o que significa ecossistema? Ecossistema é uma unidade ecológica 
importante, pois equivale à somatória dos componentes bióticos (seres vivos) mais os 
componentes abióticos (fatores que atuam sobre os seres vivos, tais como luz, temperatura, 
tipo de solo, salinidade, variações de pressão da água e do ar, entre outros).
Pare um instante para analisar a região onde você mora. Que problemas 
ambientais são mais inquietantes? A coleta do lixo? A ausência de programas de 
reciclagem? Excesso de poluição? Você sabe a dimensão do desequilíbrio ecológico 
e os problemas de saúde que a ausência de um programa de coleta seletiva e 
reciclagem, por exemplo, podem trazer para o meio ambiente e a comunidade? 
Os desequilíbrios ecológicos, observados nos últimos tempos, podem ser 
amenizados à medida que passamos a conhecer a estrutura e o funcionamento 
dos ecossistemas e nos tornamos capazes de adotar procedimentos racionais de 
utilização dos recursos naturais.
24
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Portanto, neste tópico, você terá a oportunidade de conhecer os conceitos 
básicos da ecologia para, ao longo do estudo desta disciplina, avaliar a importância 
de perceber o alto grau de interdependência que existe entre os diversos 
componentes da biosfera. Entender a complexidade das relações ecológicas entre 
os seres vivos e destes com o meio é uma ferramenta fundamental para gerar 
mudança de atitude diante dos problemas ambientais que nos cercam. Manter 
um meio ambiente saudável e equilibrado significa ter saúde e qualidade de vida.
2 ECOLOGIA
O meio ambiente e a ecologia passaram a ser uma preocupação em todo 
o mundo, em meados do século XX. Porém, foi ainda no século XIX, por volta 
de 1869, que o biólogo alemão, Ernst Haeckel, propôs pela primeira vez o termo 
ecologia. Parafraseando Haeckel, podemos descrever ecologia como o estudo 
científico das interações entre organismos e deles com o ambiente. (TOWNSEND; 
BEGON; HARPER, 2006).
A importância de conhecer os fundamentos desta ciência consiste em 
entendermos que fazemos parte do meio ambiente. Somos seres participantes 
de todas essas interações, sejam elas com outros organismos ou, principalmente, 
com o meio físico. 
Atualmente, temos ouvido e lido muito sobre problemas ambientais e 
com certeza você deve ter se lembrado de vários, certo? No entanto, pouco se 
tem feito efetivamente para solucionar ou pelo menos amenizar tais problemas. 
Precisamos mudar nossas atitudes e entender que a preservação dos ecossistemas 
e dos recursos naturais está intimamente ligada à nossa sobrevivência. E a 
condição para tal se resume em educação, precisamos urgentemente de educação 
ambiental para todos.
ESTUDOS FU
TUROS
Caro acadêmico, na Unidade 3 voltaremos a falar sobre Educação Ambiental. 
Vamos em frente!
Segundo Fernandez (2004, p. 13), “Mais do que nunca, é preciso conhecer e 
entender para conservar. Mas para conservar é preciso também amar”. Sob esta ótica, 
vamos compreender que exercemos um papel importante sobre os ecossistemas, 
seja como agentes transformadores ou conservadores dos recursos naturais.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
25
3 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
A ecologia, assim como as demais ciências, subdivide seu objeto de estudo 
para, dessa forma, facilitar a compreensão das partes que compõem o todo. Para 
Odum e Barret (2007), talvez a melhor maneira de delimitar a ecologia moderna 
seja considerar o conceito de níveis de organização. 
Em cada nível, ocorrem interações com o ambiente físico, formando 
sistemas funcionais característicos. Podemos entender nível como um conjunto de 
entidades sejam elas moléculas, genes, células, tecidos, órgãos ou mesmo espécies 
agrupadas, de forma hierárquica com uma escala crescente de complexidade. 
Para Ricklefs (2003, p. 2), “Cada sistema ecológico menor é um subconjunto de 
um próximo maior, e assim os diferentes tipos de sistemas ecológicos formam 
uma hierarquia de tamanho”. Observe a figura a seguir e veja um exemplo de 
níveis de organização biológica.
FIGURA 8 – NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA
FONTE: Disponível em: <http://raphax.files.wordpress.com/2010/04/niveisdeorganizacao1.jpg>. 
Acesso em: 28 mar. 2011.
Neste tópico, vamos analisar os níveis de organização a partir dos que são 
considerados os principais objetos de estudo da ecologia: população, comunidade, 
ecossistema e biosfera (ODUM; BARRET, 2007), além de conceituar alguns termos 
importantes. Se você parar por alguns instantes para observar a natureza à sua 
volta, poderá perceber que os organismos não existem de forma isolada. Além 
de estabelecerem uma série de relações entre si, os indivíduos relacionam-se 
também com o meio em que vivem. 
26
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
O conjunto destes indivíduos da mesma espécie e que vivem em uma 
determinada área forma uma população. Esta população, por sua vez, também 
não se encontra totalmente isolada de outras, e um conjunto de populações forma 
uma comunidade. Essas comunidades interagem com fatores físicos, químicos e 
climáticos do meio onde vivem para formar os ecossistemas. Por fim, o conjunto 
de todos os ecossistemas forma a biosfera.
NOTA
Temos como definição de espécie um conjunto de indivíduos capazes de se 
reproduzir gerando descendentes férteis.
Ricklefs (2003) considera a biosfera o sistema ecológico final, no qual os 
ecossistemas estão todos interligados. Podemos concluir então que a biosfera, 
lugar onde encontramos vida no planeta, é o maior sistema biológico.
4 COMPONENTES ESTRUTURAIS DE UM ECOSSISTEMA
Ao estudar a organização do mundo vivo, por meio dos níveis de organização, 
percebemos que a biosfera é formada pelo conjunto dos ecossistemas. O ecossistema 
é, portanto, uma unidade de estudo em ecologia em que se busca entender como esse 
sistema ecológico funciona e de que maneira se mantém em equilíbrio.
Um ecossistema pode apresentar dimensões muito variáveis. Podemos 
citar como exemplo de sistema ecológico a Floresta Amazônica ou uma lagoa. 
Independente do tamanho, fatores bióticos e abióticos são os componentes 
estruturais básicos de qualquer ecossistema e estão intimamente inter-
relacionados. Em todos eles ocorre troca de matéria e energia. Além disso, cada 
ecossistema faz intercâmbio de matéria e energia com ecossistemas vizinhos.Para Ricklefs (2003, p. 3):
A importância da troca de matéria entre os ecossistemas dentro da 
biosfera é acentuada pelas consequências globais das atividades 
humanas. Por exemplo, os rejeitos agrícolas e industriais se espalham 
para bem longe dos seus pontos de origem, afetando todas as regiões 
da Terra.
Na seção a seguir, veremos os componentes estruturais que compõem os 
ecossistemas.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
27
4.1 COMPONENTES BIÓTICOS
Os componentes bióticos em um ecossistema são formados por todos os 
seres vivos que ali se encontram. Podemos dividir esses componentes em dois 
grandes grupos, de acordo com o modo pelo qual se alimentam ou obtêm energia:
• autótrofos: são capazes de sintetizar seu próprio alimento e são representados 
pelos seres fotossintetizantes e quimiossintetizantes, sendo considerados os 
produtores dos ecossistemas;
• heterótrofos: não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos e são 
representados pelos consumidores e decompositores.
Assim, os componentes bióticos de um ecossistema em equilíbrio são: 
produtores, consumidores e decompositores. 
Os seres vivos precisam de energia para manter seu organismo em 
funcionamento e é por meio dos alimentos que conseguem essa energia. Os 
produtores (na maioria vegetais) são seres vivos que conseguem produzir seu 
próprio alimento a partir de compostos inorgânicos obtidos do meio ambiente. 
NOTA
Você já deve ter ouvido falar no processo da fotossíntese, certo? É por ele que as 
plantas sintetizam seu próprio alimento orgânico, a partir de compostos inorgânicos simples 
(gás carbônico, água e sais minerais) em presença de luz (fonte de energia). E de quebra, 
ainda absorvem o gás carbônico em excesso no ar.
Os consumidores, seres heterotróficos, não possuem essa capacidade de 
produzir seu próprio alimento. Assim, eles se alimentam de produtores ou então 
de outros consumidores. 
NOTA
Os consumidores podem ser:
- primários, quando se alimentam de produtores, como é o caso dos herbívoros;
- secundários, quando se alimentam de consumidores primários, como os carnívoros;
- terciários, quando se alimentam de consumidores secundários constituindo o terceiro nível 
trófico e assim sucessivamente (figura a seguir).
28
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Os decompositores, importantes componentes dos ecossistemas, são 
consumidores que se nutrem de animais e plantas mortos. Representados 
por organismos microscópicos (bactérias e fungos), sua função é a reciclagem 
da matéria orgânica através da decomposição. Por meio deste processo, esses 
recicladores da natureza restituem compostos inorgânicos ao meio ambiente, 
tornando-os novamente disponíveis para os produtores.
FIGURA 9 – COMPONENTES BIÓTICOS E NÍVEIS TRÓFICOS
FONTE: As autoras
Decompositores
Nível Trófico I
Nível Trófico III
Nível Trófico II
Nível Trófico IV
Consumidor
Terciário
(Carnívoro)
Consumidor
Secundário
(Carnívoro)
Consumidor
Primário
(Herbívoro)
Produtor
(Vegetal)
Os níveis tróficos representam os elos de uma cadeia alimentar. A 
classificação (I, II, III e assim por diante) está diretamente relacionada segundo a 
fonte de energia assimilada.
UNI
O termo trofismo ou trófico é de origem grega (trophe) e significa alimentação. 
Voltaremos a falar sobre níveis tróficos quando abordarmos cadeia alimentar e fluxo de energia.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
29
4.2 COMPONENTES ABIÓTICOS
Os componentes abióticos são fatores químicos e/ou físicos que atuam 
diretamente sobre os seres vivos. Podemos citar como exemplos: água, 
temperatura, salinidade, luminosidade, tipo de solo, pH etc. Em resumo, são os 
fatores “sem vida” presentes no meio ambiente. Segundo Ricklefs (2003, p. 23):
Frequentemente falamos do vivo e do não vivo como opostos. Mas 
embora possamos facilmente distinguir entre esses dois grandes reinos 
do mundo natural, eles não existem isoladamente um do outro. A vida 
depende do mundo físico. Os seres vivos também afetam o mundo 
físico: solo, atmosfera, lagos e oceanos, e muitas rochas sedimentares 
devem suas propriedades em parte às atividades das plantas e animais.
Nesta interdependência que ocorre entre os componentes bióticos e 
abióticos, os seres vivos vivem em uma busca constante das condições adequadas à 
sua sobrevivência, sendo necessário, muitas vezes, tolerar extremos de temperatura, 
luminosidade e outros fatores físicos que influenciam seu crescimento, reprodução, 
características, além de sua distribuição por diferentes locais.
DICAS
Para aprofundar o conteúdo relacionado aos fatores 
abióticos, sugerimos a leitura do capítulo 2, do livro A Economia da 
Natureza. Este capítulo traz informações sobre o ambiente físico e 
explora os atributos do ambiente que trazem mais consequências para a 
vida. Veja a referência completa na seção de Referências.
5 CADEIA, TEIA ALIMENTAR E FLUXO DE ENERGIA
A energia e a matéria (necessárias para que um ser vivo realize suas 
atividades vitais) são basicamente obtidas através dos alimentos. Assim, a “[...] 
sequência das relações tróficas pela qual a energia passa través do ecossistema é 
chamada de cadeia alimentar”. (RICKLEFS, 2003, p. 118). O fluxo energético que 
ocorre em uma cadeia alimentar é sempre no sentido:
CONSUMIDOR DECOMPOSITORPRODUTOR
30
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Isso porque são os produtores os únicos capazes de produzir alimento, 
conforme vimos anteriormente. 
Você deve estar pensando: “... essas relações alimentares que ocorrem 
na natureza não são tão simples assim”. Seu pensamento está correto! Em um 
ecossistema, existem várias cadeias alimentares que se interconectam, formando 
uma verdadeira rede complexa de transferência de matéria e energia, a qual 
chamamos de teia alimentar (figura a seguir). Perceba que as relações tróficas que 
ocorrem na natureza formam verdadeiras teias alimentares; a cadeia alimentar, 
menos complexa, pode ser vista como uma parcialidade da teia alimentar, 
somente para fins didáticos.
NOTA
Lembre-se, níveis tróficos são os elos que compõem uma cadeia alimentar. 
Assim, se tomarmos como exemplo uma cadeia alimentar simples, composta por produtores, 
herbívoros e carnívoros, os produtores ocupam o primeiro nível trófico. Os herbívoros, que são 
os consumidores primários, formam o segundo nível trófico, e os carnívoros (consumidores 
secundários) formam o terceiro nível trófico. Se sentir necessidade, volte a observar a figura 
sobre o assunto.
FIGURA 10 – TEIA ALIMENTAR
FONTE: Disponível em: <http://adrianadae.blogspot.com/2009/11/teia-alimentar.html>.
Acesso em: 28 mar. 2011.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
31
A cada transferência que ocorre, ou a cada passagem de nível trófico, 
parte da energia perde-se sob a forma de calor e parte é utilizada pelo organismo 
na realização dos processos vitais. Assim, quanto menor a cadeia alimentar, ou 
quanto mais próximo o organismo estiver do início da cadeia, maior será a energia 
disponível à população. (ODUM, 1988). Seguindo este mesmo pensamento, 
podemos concluir que o fluxo de energia é decrescente (diminui a cada nível 
trófico) e unidirecional já que essa energia liberada não é reaproveitada. 
Veja na figura a seguir como Odum representou o fluxo de energia através 
de um diagrama, mostrando três níveis tróficos. Segundo Ricklefs (2003, p. 118):
Para cada nível trófico, este diagrama mostra uma caixa representando 
a biomassa (ou seu equivalente energético) de todos os organismos 
que compõem aquele nível trófico num determinado momento. Por 
exemplo, uma caixa poderia representar todas as plantas ou todos os 
herbívoros em um dado ecossistema. Sobrepostas a estas caixas estão as 
vias que representam o fluxo de energia através daquele nível trófico.
FIGURA 11 – MODELO UNIVERSAL DE E. P. ODUM DO FLUXO ECOLÓGICO DE ENERGIA 
FONTE: Ricklefs (2003, p. 119)
NOTA
Fique atento ao observar a figura anterior: (a) um único nível trófico; (b) 
representação de uma cadeia alimentar.
Através deste fluxograma, percebemosa maneira pela qual o fluxo de 
energia diminui a cada nível trófico sucessivo. Como vimos, a energia segue 
um caminho unidirecional, não podendo mais ser reutilizada pelos organismos. 
Porém, a matéria sempre é reaproveitada através dos ciclos biogeoquímicos, que 
possibilitam este caminho cíclico da matéria na natureza.
32
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Alguns dos principais ciclos podem ser considerados o da água, do 
carbono, do oxigênio e do nitrogênio. Não iremos adentrar no campo destes 
ciclos, porém segue uma dica do UNI para que a construção do seu conhecimento 
não fique limitada a estas páginas.
DICAS
Acesse o site <http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/
mrezende/arquivos/EDUC-AMB-Ciclos-Biogeoquimicos.pdf>. Neste endereço eletrônico, 
você encontrará um material de estudo intitulado “A importância da compreensão dos ciclos 
biogeoquímicos para o desenvolvimento sustentável”. O objetivo deste material é propiciar a 
você conhecimento básico a respeito dos ciclos biogeoquímicos.
6 RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Desde o início deste estudo temos ressaltado a importância de 
compreender as relações existentes entre os seres vivos e destes com o meio onde 
vivem. É fato que os organismos não vivem de maneira isolada nos ecossistemas, 
muito pelo contrário, estabelecem uma série de relações. Neste tópico, vamos 
conhecer importantes interações que podem ser observadas entre os seres vivos. 
Para Odum (1988, p. 233):
Uma população muitas vezes afeta o crescimento ou a taxa de 
mortalidade de outra população. Assim, os membros de uma população 
podem alimentar-se de membros de outra população, competir por 
alimento, excretar dejetos nocivos ou interferir de alguma outra forma 
com a outra população. Igualmente, as populações podem ajudar uma 
à outra, a interação sendo ou unidirecional ou recíproca.
Estas interações podem ser classificadas em harmônicas, quando não 
há prejuízo para nenhum dos indivíduos da associação ou, desarmônicas, em 
que pelo menos um indivíduo da associação sofre algum tipo de desvantagem. 
Além desta classificação, podemos perceber que essas relações podem ocorrer 
entre indivíduos da mesma espécie, sendo classificadas como intraespecíficas 
ou entre indivíduos de espécies diferentes, classificadas como interespecíficas. 
Acompanhe como essas relações estão esquematizadas na figura a seguir.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
33
FIGURA 12 – RELAÇÕES ECOLÓGICAS
RE
LA
Ç
Õ
ES
 E
C
O
LÓ
G
IC
A
S
Relações desarmônicas
(interações negativas)
Relações harmônicas
(interações positivas)
Canibalismo
Competição Intraespecífica
Amensalismo
Parasitismo
Predação
Competição interespecífica
Sociedades
Colônias
Comensalismo
Protocooperado
Inquilinismo
Mutualismo
Intraespecíficas
Intraespecíficas
Interespecíficas
Interespecíficas
FONTE: As autoras
Vejamos, de uma maneira simplificada, o que ocorre em cada uma dessas 
relações. (LOPES; ROSSO, 2005).
6.1 RELAÇÕES HARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES DIFERENTES
Existem diversas relações harmônicas entre espécies diferentes. Vejamos:
• Mutualismo: ambos os organismos se beneficiam e mantêm uma relação de 
dependência.
FIGURA 13 – LIQUENS (FUNGOS E ALGAS)
FONTE: Disponível em: <http://www.naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=32591&bl=1>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
34
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
• Inquilinismo: um indivíduo geralmente obtém proteção quando em associação 
com outro, sem lhe causar prejuízo.
FIGURA 14 – PLANTAS EPÍFITAS (BROMÉLIAS E ÁRVORES)
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
NOTA
Atenção para não confundir! As plantas epífitas, como as bromélias, não podem 
ser confundidas com as plantas parasitas, como o cipó-chumbo, que você verá adiante. No 
epifitismo (inquilinismo), que é uma relação harmônica, uma das espécies se fixa e/ou se 
abriga na outra sem lhe causar prejuízo.
• Protocooperação: assim como no mutualismo, nesta associação ambos os 
organismos se beneficiam, entretanto podem viver separadamente.
FIGURA 15 - PROTOCOOPERAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://elainebavarde.blogspot.com/2010/06/eu-faltei-na-aula-de-
biologia.html>. Acesso em: 3 abr. 2011.
Pássaro palito se alimenta dos restos de alimento e parasitas nos dentes do 
crocodilo africano enquanto este dorme, fazendo digestão de boca aberta.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
35
• Comensalismo: nesta associação, assim como no inquilinismo, apenas um 
organismo se beneficia, sem causar prejuízo ao outro. A diferença é que o 
comensalismo sempre ocorre em busca de alimento.
FIGURA 16 – COMENSALISMO
FONTE: Disponível em: <http://biologia-biologa.blogspot.com/p/ecologia.html>.
Acesso em: 3 abr. 2011.
O tubarão e a rêmora que se aproveita dos restos da presa atacada pelo tubarão.
6.2 RELAÇÕES HARMÔNICAS DENTRO DA MESMA ESPÉCIE
Existem também relações harmônicas dentro da mesma espécie. 
 
• Colônias: associação de indivíduos da mesma espécie unidos anatomicamente. 
FIGURA 17 – CORAIS
FONTE: Disponível em: <http://ciencias-jovem.blogspot.com/>. Acesso em: 3 abr. 2011.
36
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
• Sociedades: associação de indivíduos da mesma espécie, separados 
anatomicamente. Podemos citar como exemplos os insetos sociais como 
abelhas, formigas, cupins.
FIGURA 18 – ABELHAS
FONTE: Disponível em: <http://veganbrasil.com.br/artigos/mel-vegan/>. Acesso em: 3 abr. 2011.
6.3 RELAÇÕES DESARMÔNICAS ENTRE ESPÉCIES 
DIFERENTES
Vejamos agora as relações desarmônicas entre espécies diferentes.
• Competição interespecífica: nesta relação, duas ou mais populações de 
espécies diferentes apresentam nichos ecológicos semelhantes e disputam os 
mesmos recursos do meio quando ele não é suficiente para todos.
FIGURA 19 – COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA
FONTE: Disponível em: <http://100pipocas.blogspot.com/2008/11/2-competio-interespecfica.
html>. Acesso em: 3 abr. 2011.
Hienas e abutres (espécies diferentes) em disputa pelo mesmo alimento.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
37
• Predação: ocorre quando um indivíduo captura e mata outro de outra espécie 
para se alimentar.
FIGURA 20 – PREDAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
Mamífero carnívoro (predador) e mamífero herbívoro (presa).
• Parasitismo: o parasita vive dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro 
(indivíduo de outra espécie) do qual retira seu alimento. Podemos citar como 
exemplos o cipó-chumbo, carrapato, vírus, vermes em humanos.
FIGURA 21 – CACHORRO PARASITADO POR CARRAPATOS
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010/12/parasitismo.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
• Amensalismo: nesta relação, os indivíduos de uma população secretam 
substâncias que inibem o crescimento de indivíduos de outras espécies. Como 
exemplo podemos citar os fungos do gênero Penicillium notatum que secretam 
uma substância (penicilina) que impede o desenvolvimento de bactérias.
38
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
FIGURA 22 – FUNGO PENICILLIUM + BACTÉRIA STAPHYLOCOQUE
FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/bio_ecologia/
amensalismo.jpg>. Acesso em: 3 abr. 2011.
6.4 RELAÇÕES DESARMÔNICAS DENTRO DA MESMA 
ESPÉCIE
• Competição intraespecífica: assim como na competição interespecífica, nesta 
relação os indivíduos da mesma espécie competem por recursos naturais (alimento, 
luz, espaço) não disponíveis em quantidades suficientes no seu hábitat.
FIGURA 23 – COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA 
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
TÓPICO 3 | FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA
39
• Canibalismo: o indivíduo mata o outro da mesma espécie para se alimentar.
FIGURA 24 – CANIBALISMO EM INSETOS
FONTE: Disponível em: <http://vivendociencias.blogspot.com/2010_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 3 abr. 2011.
NOTA
Algum termo lhe pareceu estranho neste tópico? Vamos esclarecerdois 
conceitos importantes da ecologia: 
- hábitat é o lugar específico onde uma determinada espécie pode ser encontrada; 
- nicho ecológico é o conjunto de atividades que um organismo desempenha no 
ecossistema, ou seja, seu papel no sistema ecológico: relações alimentares, como se 
reproduz, seus hábitos, estratégias de sobrevivência etc. (RICKLEFS, 2003).
DICAS
Leia A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 
Neste livro, Capra propicia uma síntese de descobertas científicas recentes como a teoria 
da complexidade, a teoria Gaia, a teoria do caos e outras explicações das propriedades 
de organismos, sistemas sociais e ecossistemas. Abandonando um pouco as análises 
metafísicas, Capra apresenta uma inspirada descrição dos processos biológicos, químicos, 
físicos e até sociais que regem a intrincada teia da vida. Com casos simples, exemplifica a 
complexa dinâmica envolvida nos processos de todos os seres vivos, inclusive o homem. 
(CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 6. ed. 
São Paulo: Cultrix, 2001).
40
UNIDADE 1 | MEIO AMBIENTE E SAÚDE: 
Neste tópico, resgatamos os principais conceitos da ecologia, partindo 
do início da utilização do termo até chegar às relações que ocorrem entre os 
organismos. Vimos que o mundo vivo se organiza através de níveis e que o 
ecossistema, unidade básica no estudo da ecologia, é constituído por componentes 
bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores químicos e físicos que atuam diretamente 
sobre os seres vivos).
Você também pode observar que as relações alimentares que ocorrem entre 
os organismos são bastante complexas, formando verdadeiras teias alimentares, e 
que enquanto o fluxo de matéria é cíclico na natureza, o de energia é decrescente 
e unidirecional.
Caro acadêmico, o estudo da ecologia não se esgota com as informações 
e conhecimentos tratados neste tópico. Temas como ciclos biogeoquímicos, 
transferência de matéria e energia, dinâmica das populações são alguns exemplos 
do que você vai encontrar no estudo aprofundado desta ciência. Se esta introdução 
ao estudo despertou seu interesse, busque mais conhecimento! Veja a bibliografia 
citada e leia mais sobre o assunto.
41
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• O termo ecologia foi proposto pela primeira vez por volta de 1869, pelo biólogo 
alemão Ernst Haeckel.
• Ecologia pode ser definida como o estudo científico das interações entre 
organismos e deles com o ambiente.
• Ecossistema é uma unidade ecológica importante, pois equivale à somatória 
dos componentes bióticos (seres vivos) mais os componentes abióticos 
(fatores que atuam sobre os seres vivos, tais como luz, temperatura, tipo de 
solo, salinidade, variações de pressão da água e do ar, entre outros).
• O conjunto destes indivíduos da mesma espécie e que vivem em uma 
determinada área forma uma população.
• Um conjunto de populações forma uma comunidade.
• Comunidades interagem com fatores físicos, químicos e climáticos do meio 
onde vivem para formar os ecossistemas.
• O conjunto de todos os ecossistemas forma a biosfera.
• Espécie é um conjunto de indivíduos capazes de se reproduzir gerando 
descendentes férteis.
• Autótrofos são seres capazes de sintetizar seu próprio alimento sendo 
considerados os produtores dos ecossistemas.
• Heterótrofos são seres que não são capazes de sintetizar seus próprios 
alimentos e são representados pelos consumidores e decompositores.
• O fluxo energético que ocorre em uma cadeia alimentar é sempre no sentido: 
produtor, consumidor, decompositor.
• Quanto menor a cadeia alimentar, ou quanto mais próximo o organismo estiver 
do início da cadeia, maior será a energia disponível à população.
• O fluxo de energia diminui a cada nível trófico, portanto o fluxo de energia é 
decrescente (diminui a cada nível trófico) e unidirecional.
• Relações ecológicas são harmônicas quando não há prejuízo para nenhum dos 
indivíduos da associação.
42
• Relações ecológicas são desarmônicas quando pelo menos um indivíduo da 
associação sofre algum tipo de desvantagem.
• As relações ecológicas que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie são 
classificadas como intraespecíficas.
• As relações ecológicas que ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes são 
classificadas como interespecíficas.
43
1 Construa duas cadeias alimentares: uma de que você participe como 
consumidor primário e outra como consumidor terciário. Responda em 
qual delas você obtém maior quantidade de energia e por que isso ocorre.
1ª cadeia (você como consumidor primário):
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2ª cadeia (você como consumidor terciário):
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2 Sobre as relações ecológicas que podem ser observadas entre os seres vivos 
e classificadas em harmônicas ou desarmônicas, associe os itens utilizando 
os códigos a seguir:
I- Comensalismo.
II- Mutualismo.
III- Parasitismo.
IV- Colônia.
V- Inquilinismo.
( ) A rêmora acompanha o tubarão de perto e fica presa a ele por uma ventosa. 
Ela aproveita os alimentos do tubarão e também a sua locomoção, mas não 
prejudica e nem beneficia o seu hospedeiro.
( ) Nas caravelas existe uma união estreita de indivíduos, cada um deles 
especializado em determinadas funções como digestão, reprodução e defesa.
( ) A alimentação predominante do cupim é a madeira, que lhe fornece grande 
quantidade de celulose. Entretanto, ele não possui capacidade de digeri-la. 
Quem se responsabiliza pela degradação da celulose é um protozoário que 
vive em seu intestino, de onde não precisa sair para procurar alimento.
( ) Os piolhos habitam o cabelo ou pelagem do hospedeiro, onde se alimentam 
de sangue, resíduos da epiderme ou de penas e secreções sebáceas.
( ) As orquídeas, vivendo sobre outras plantas, conseguem melhores condições 
luminosas, mas nada retiram dos tecidos internos destas plantas.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I- IV- II- III- V.
b) ( ) IV- I- III- V- II.
c) ( ) II- I- V- III- IV.
d) ( ) I- II- III- IV- V.
AUTOATIVIDADE
44
45
TÓPICO 4
RELAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E SAÚDE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para compreender a relação entre meio ambiente e saúde precisamos 
entender as causas e consequências dos problemas ambientais que temos 
presenciado nos últimos tempos. A partir desta percepção, ficará claro que meio 
ambiente e saúde são temas indissociáveis. 
Antes de iniciar nossos estudos, reflita sobre os seguintes questionamentos. 
Como devemos nos comportar para conseguir viver em harmonia e equilíbrio 
em prol de um mundo “sustentável”? Pensando no planeta como um organismo 
vivo, onde os diversos ecossistemas vivem e têm a necessidade de equilíbrio, 
como você percebe a atual crise ambiental? Que atitudes devem ser adotadas 
para alcançarmos um estágio em que as sociedades possam ser ditas sustentáveis 
e ambientalmente saudáveis? 
Assim, ao longo deste tópico, estudaremos as configurações da crise 
ambiental na atualidade e as razões que levaram ao confronto entre meio 
ambiente e desenvolvimento. Vamos conhecer a amplitude desta crise através 
dos problemas ambientais globais e, com isso, verificar a urgência de um contínuo 
processo de conscientização ecológica envolvendo todos os atores sociais. Ao 
término deste estudo, veremos que este processo deve ser globalizado, pois tem 
papel fundamental na tomada de ações e/ou medidas para amenizar os problemas 
ambientais já instalados, bem como promover uma transformação profunda no 
modo de pensar e agir da humanidade. 
2 MEIO AMBIENTE E SAÚDE
Como vimos nos tópicos anteriores, a saúde não se limita

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