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CARDIOLOGIA 2 – AMBULATÓRIO E ENFERMARIA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA • Direta relação com aterosclerose • Fatores de risco –> acúmulo de LDL nos vasos –> LDL oxidado no subendotélio –> migração de células inflamatórias –> células espumosas –> ateroma (capa fibrótica + centro necrótico) • Instabilidade: ruptura ou erosão da capa fibrótica do ateroma – formação de coágulo • Placas que mais instabilizam: placas que obstruem entre 50 e 70% - capa fina e núcleo heterogêneo Isquemia: desequilíbrio entre oferta e demanda de O2 • Influenciam na oferta: o tônus coronariano o Fluxos colaterais o Pressão de perfusão o FC – taquicardia enche menos a coronária (se enche na diástole) • Influenciam na demanda o FC e PA aumentada o Tensão na parede – insuficiência o Contratilidade – se contrai mais = maior a demanda ISQUEMIA MIOCÁRDICA = Aumento da demanda (exercício físico, estresse emocional, anemia, febre) ou diminuição da oferta (anemia, hipovolemia, hipoxemia, aterosclerose ANGINA ESTÁVEL • Forma sintomática crônica da doença coronariana; • Ocorrência de isquemia transitória esforço-induzida que melhora com repouso. • Causa: obstrução hemodinamicamente significativa de uma ou mais coronárias epicárdicas por ateroscleroma. • Dor aos esforços – obstrução fixa ou dinâmica de artérias epicárdicas; disfunção microvascular • VASOESPASMO: dor em repouso • Características: o Tipo e localização: dor em aperto em epigástrio, região precordial, região cervical o Sintomas associados: sudorese, náusea palidez cutânea. Irradiação o Fatores de melhora (repouso e nitratos) e piora (exercícios e estresse emocional) o Tempo curto (geralmente até 10 minutos) o Obs: se 3 = dor típica; se 2 – dor atípica; se 1 = não anginosa • CLASSIFICAÇÃO: o Canadense – CCS: ▪ I – dor aos grandes esforços; ▪ II dor a moderados esforços ▪ III – dor a pequenos esforços ▪ IV – dor em repouso • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: o DAC: fatores de risco CV e aterosclerose em outros lugares o Vasoespástica: alterações transitórias no ECG o Estenose aórtica: aumenta a demanda. Síncope + angina + IC o Cardiomiopatia hipertrófica: sopro ejetivo que aumente com valsalva e HF de morte súbita Diagnóstico • Risco do paciente – Diamond e Forrester: idade (maior idade = maior risco) + característica da dor (típica = maior risco) + sexo (masculino = maior risco) • Testes funcionais: o Ergométrico – pressão e FC durante o esforço, capacidade funcional, clínica (dor), segmento ST e onda T (infradesnivelamento descendente ou horizontal) o Eco com estresse (físico ou farmacológico: dobutamina e dipiridamol/adenosina) – função ventricular e alteração segmentar no esforço. o Cintilografia: avalia função e perfusão (radiofármaco – Tecnècio). Se estresse = repouso: normal. Não capta no esforço: hipocaptação transitória (isquemia); não capta em nenhum: hipocaptação persistente (fibrose). • Testes anatômicos: o angiotomografia coronária: não invasivo e alto valor preditivo NEGATIVO. Limitado se taquicardia, obesidade, não tem controle da respiração. o Cateterismo: PADRÃO-OURO. Angina CCS III ou IV, alto risco em teste não negativo e miocardiopatia isquêmica. TRATAMENTO • Vacinação: influenza e pneumococo • Redução de eventos: o AAS 100mg – contraindicado para: úlcera gástrica ativa e anafilaxia por AAS o Clopidogrel o Estatina: suspender se CPK> 7x o limite e mialgia intensa o IECA e BRA • Antianginosos: o Betabloqueador: diminui frequência (aumenta oferta – coronária enche na diástole = quanto menor frequência maior o tempo de diástole e maior enchimento da coronária) e contratilidade. Não usar se bradicardia e broncoespasmo. Reduz mortalidade em pós IAM e ICFER. o Angina vasoespástica: não usa betabloqueador. Usar bloqueador de canal de cálcio o Nitrato de ação rápida: hipotensão (paciente deve sentar ou deitar) o Nitrato de ação prolongado: vasodilatação coronariana. EC: cefaleia, tolerância, disfunção endotelial. CI: usuários de inibidores de fosfodiesterase 5, hipotensão, infarto de VD (agudo) o Ivabradina: inibe canais if do nó sinoatrial – reduz frequência cardíaca. Indicado para FC>70 em dose máxima de BB. CI: FA, bradicardia. o Trimetazidina: bloqueia b-oxidação de ácidos graxos – aumenta ATP; reduz lactato e radicais livres nos miócitos. Não diminui PA e FC o Ranolazina: diminui sobrecarga de Calcio. Não diminui PA e FC. • Revascularização: o Angina refratária; o FEVE<40% o TNI ou anatomia de alto risco CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA • Hipertrofia concêntrica primária • Autossômica dominante • Principal causa de morte súbita em idade < 40 (atletas) • Deve excluir causas secundárias: estenose aórtica, HAS, coração de atleta. Clínica: • Arritmias • Dispneia (disfunção diastólica) • Dor torácica. • Morte súbita Exame físico: • B4 • Sopro sistólico ejetivo – diamante (a parede espessada quando há hipovolemia pode levar o septo a causar obstrução na via de saída do VE) • Sopro da CMH – valsalva aumenta o sopro da hipertrófica. Exames complementares: • ECG: sobrecarga. o aumento da amplitude das ondas R nas precordiais esquerdas (derivações V5 e V6), aumento das ondas S nas precordiais direitas (derivações V1 e V2) e o padrão “strain” - alterações no segmento ST em alguma das derivações D1 , D2 , aVL ou de V3-6, apresentando o segmento horizontalização com depressão igual ou superior a 0,05 mV mais onda T invertida. o O ECG com HVE, se apresentar depressão do segmento ST ou onda T negativa, reflete um adicional de mau prognóstico, além dos aspectos negativos isolados da própria hipertrofia. o CRITÉRIO DE SOKOLOV LYON: Utiliza- se da soma a amplitude da onda S na derivação V1 com a da onda R na derivação V5 ou V6 (sempre a maior das duas). Se a soma for igual ou maior que 35 mm, a HVE estaria presente • ECO: se >15mm ou >13 + HF = diagnóstico Prognóstico: • Espessura> 30 • FEVE< 50% • Taquicardia ventricular não sustentada • HF de morte súbita < 40 anos • Síncope inexplicada • Queda de PA no esforço • Fibrose na RM Tratamento • BB • Bloqueador de canal de cálcio • Disopiramida • EVITAR: digoxina, vasodilatadores e diuréticos – diminui volume circulante – paredes se aproximam – piora obstrução • Se FA: anticoagular independente do CHADS VASC • Forma obstrutiva: miectomia • Prevenção de morte súbita: cardiodesfibrilador implantável. ISQUEMIA MIOCÁRDICA • Estágios evolutivos: o Hipocinesia: segmento isquêmico com contração mais fraca o Acinesia: seguimento isquêmico não se contrai o Discinesia: seguimento isquêmico não se contrai e apresenta abaulamento. • Consequências clínicas: o Insuficiência cardíaca aguda – grande massa ventricular se torna isquêmica e diminui a contratilidade global o Insuficiência mitral aguda: músculos papilares afetados – valva mitral não se fecha adequadamente o Instabilidade elétrica o IAM • ECG: o Infradesnivelamento de ST: lesão não transmural – subendocárdio o Supradesnivelamento de ST: lesão transmural – do endocárdio ao epicárdio. TÓPICOS: • DOR NO PEITO o Tempo o Localização o Intensidade o Tipo o Irradiação (MMSS, dorso, cervical, mandíbula, epigástrio) o Duração o Sintomas associados o Piora/melhora o Fatores de risco. • Anlodipino -> edema. A opção é levanlodipino. • Causas de taquicardia: o Causas tireoidianas o Anemia o Ansiedade o Estresse o Exercício o Peso elevado o OBS: pedir ECG, hemograma e função tireoidiana • ECG INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA DE ST: • Isquemia subendocárdica: onda T +, simétricae apiculada • Isquemia subepicárdica: onda T -, simétrica e apiculada • Mulher jovem em idade fértil: não prescrever IECA/BRA -> teratogenia • Diagnóstico de IC: FRAMINGHAM o MAIORES: Aumento da jugular, B3, Cardiomegalia, Dispneia paroxística noturna, Edema agudo de pulmão. o MENORES: edema de mmii, tosse noturna, dispneia, derrame pleural, hepatomegalia, taquicardia. o DIAGNÓSTICO: 2 maiores OU 1 maior + 3 menores • NIFEDIPINO = contraindicação em emergência hipertensiva pois diminui a PA de forma brusca e muito rápida. • TAVI: colocação de válvula cardíaca biológica por meio da artéria femoral. Indicada para STS> 8%, EUROSCORE > 6, risco altíssimo. o Solicitar CATE o Solicitar ATC/ECO: avaliar distância entre folheto direito da válvula mitral e a coronária direita. • Preparo pré-operatório: o Tricotomia o Jejum de 12 hrs o Antibioticoterapia: cefalosporina de 1º geração. o Reserva de sangue o Grupo sanguíneo o Banho de clorexidina no local o midazolam
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