Buscar

Atividade- O lugar da História Antiga no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Atividade realizada na disciplina: Antiguidade Greco-Romana
Baseada no artigo cientifico: O lugar da História Antiga no Brasil
Autor: Gilberto Francisco
Produzido por Ana Gabriela Vasconcelos Cavalcante
 Licencianda em História pela UFRPE
 O historiador e arqueólogo Eduardo Góes Neves propõem uma nova
perspectiva de periodização da História do Brasil, segundo o mesmo
inexiste uma ‘Pré História brasileira’, pois na realidade o período da
experiência humana pré-contato deve ser concebido como ‘História
Antiga do Brasil’. Uma vez que o uso da escrita como marco de civilidade
é excludente e fomenta, nesse sentido, a noção de que os povos que
habitavam o território, posteriormente brasileiro eram ahistóricos,
inserindo-se apenas na História a partir do contato com os europeus
invasores. 
 Em sua concepção, as linhas gerais desse mundo antigo brasileiro seria
a diversidade sociocultural, tecnológica e de vida existente entre os
povos originários que antecedem a experiência colonial, apontadas pelos
vestígios arqueológicos e paleoantropológicos. Em entrevista concedida
pelo pesquisador à Univesp TV em um programa intitulado “História”,
ele destaca que muitos dos elementos que outrora eram relegados pela
arqueologia à ação natural, são frutos da ação e manipulação humana na
natureza, destacando como exemplo as florestas de Araucária na
Amazônia. Tais percepções foram sendo feitas com o desenvolvimento
de técnicas de campo e dos estudos arqueológicos, e segundo o mesmo,
evidencia a experiência histórica pré colonial. 
O que defende Eduardo Góes Neves?
 Explanando a tese de G. Neves, Gilberto Francisco traça um panorama
de críticas acerca de pontos previamente elencados. Inicialmente o
autor destaca que apesar da crítica concisa aos usos e desusos do termo
‘Pré História’, o que é inclusive muito importante e necessário, não é
proposta por Neves uma nova forma de periodização que não
permaneça considerando como fator de ruptura e início de uma nova
conjuntura na Europa. 
 Ademais, a noção de uma ‘História Antiga do Brasil’ é anacrônica, pois
tenta instaurar um Estado Nacional num Brasil ainda inexistente, uma
vez que o Estado Nacional aparece muito tardiamente no Brasil. Então,
essa concepção delimita uma integração territorial irreal às populações
nativas daquele contexto, homogeneizando-as e forçando a construção
de uma identidade nacional a povos cuja ideia de pátria não cabia. Além
disso, considerando a pluralidade étnica no Brasil do tempo presente,
não fica explícito na tese de Neves quais seriam exatamente os agentes
dessa História Antiga brasileira.
 Outro ponto elencado pelo autor é a coexistência da crítica à
concepção de ‘Pré História do Brasil’ e da manutenção da Europa como
marco transformador, o que, em sua visão, acaba tornando-se apenas
uma substituição de terminologias. E, nessa perspectiva, a permanência
no uso de termos historicamente pejorativos, não significa a
manutenção da visão negativa a eles atribuída. Haja vista, as críticas e
debates que podem ser desenrolados através desses próprios conceitos,
uma vez que eles fornecem informações passíveis de reflexão acerca de
quem os cunhou e de quais eram suas respectivas visões de mundo,
proporcionando assim a desconstrução de visões excludentes e a
construção de uma percepção crítica da História..
 Por fim, de forma crítica, Gilberto Francisco tece a ideia de que apesar
da evidente necessidade de se incluir as vivências humanas pré-contato
na História, porém é necessário ponderar sob quais perspectivas isso
será feito. Pois, a noção de História, enquanto ciência carrega em si
sentidos de temporalidade, memória e recorte territorial diferentes dos
que circundam as sociedades originárias. Portanto, propor uma nova
conceituação historiográfica acerca da história dos povos indígenas e
das vivências de seus antepassados deve implicar a inclusão desses
sujeitos não como objeto de estudo, mas sim como agentes ativos de
suas próprias histórias, considerando suas respectivas visões acerca
desse debate e das propostas de novas periodizações, mesmo que
divergentes, pois as sociedades indígenas brasileiras não são e nem eram
na conjuntura pré-colonial, homogêneas. 
Qual a crítica de Gilberto a Góes Neves?
Pois, mesmo se a disciplina História Antiga for excluída da educação
básica e superior, porém, em outras esferas da sociedade brasileira
permanecem sendo reproduzidas as narrativas que conferem
classicismo às antiguidades grega e romana, bem como os ideais de
civilização e herança cultural do ocidente. Com isso, o discurso histórico
brasileiro precisa lidar com essa antiguidade, mas a partir de discursos
que façam sentido e sejam condizentes com a realidade histórica e social
do Brasil.
 No debate construído é pontuado que o próprio campo de estudo da
História Antiga vem vivenciando nos últimos tempos processos de
autocrítica, iniciados pelos movimentos decoloniais e de luta por
direitos civis, sendo propostas concepções que se desvinculam das
noções de civilidade e imperialismo. Assim sendo, como exercício de
alteridade nos é válido o estudo de tal disciplina não mais ocupando o
lugar social de periferia histórica que se relaciona com o centro, que
nessa lógica seria europeu, mas sim como forma de pensar o outro como
outro não apenas no espaço, mas também no tempo. Pois, afinal,
compreender modelos de sociedades pertencentes a outras conjunturas
históricas nos auxilia na compreensão de nossa própria realidade, seja
no aspecto social, político, econômico ou cultural.
 Além disso, segundo Gilberto, a disciplina nos proporciona uma
oportunidade de observar como funcionam os esquemas de construção
de identidade e memória social, objetivando se desvencilhar de noções
exclusivamente voltadas para o ideal de herança cultural. Ainda, o autor
pondera sobre a necessidade de se compreender as influências causadas
pelas narrativas históricas nas diversas organizações sociais. E, sendo
elas uma marca da Antiguidade, o estudo de tal conjuntura enquanto
disciplina histórica se faz fundamental.
Por que Gilberto defende o estudo da História Antiga no Brasil?
Referencia Bibliográfica:
 
FRANCISCO, Gilberto da Silva. O Lugar da História
Antiga no Brasil. Mare Nostrum, ano 2017, n. 8

Outros materiais