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Karolina S Lima Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória - SAEP A SAEP é a assistência de enfermagem perioperatória ao paciente, e deve ser praticada nos períodos pré operatório imediato, transoperatório e pós operatório imediato. Do que é composta a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória? ● Coleta de dados; ● Análise; ● Priorização da ação à ser implementada no transoperatório, ● Priorização da ação a ser implementada no pós-operatório imediato, ● Avaliação do alcance dos cuidados prestados ao cliente >> PERÍODOS CIRÚRGICOS (importante!!): 1) Pré operatório imediato: é o período de 24 hs antes da cirurgia até o momento que o paciente é encaminhado ao CC. 2) Transoperatório ou intra operatório: compreende o momento que o paciente é recebido no centro cirúrgico até sua saída da Sala cirúrgica. 3) Recuperação pós anestésica: compreende desde a chegada do paciente à SRPA até a alta para a unidade de origem 4) Pós-operatório imediato: compreende as primeiras 24 horas que seguem após a intervenção anestésico-cirúrgica 5) Pós-operatório tardio: inicia-se após as 24 horas que seguem à cirurgia e se estendem até a alta do paciente ou após o seu retorno ao domicílio. Essa etapa pode variar dependendo do procedimento Karolina S Lima >> Os Principais Objetivos do SAEP ➢ Assistência de Enfermagem integral, individualizada e documentada em todas as fases; ➢ Avaliar as necessidades individuais do paciente; ➢ Preparar o paciente e a família para o procedimento, compreendendo o seu problema de saúde; ➢ Diminuir os riscos inerentes ao ambiente cirúrgico; ➢ Minimizar o medo e a ansiedade do paciente, contribuindo para a sua recuperação. A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COMPREENDE: 1. Avaliação 2. Identificação de problemas 3. Identificação de resultados 4. Planejamento 5. Implementação ● Coordenação do cuidado ● Promoção da saúde e educação em saúde ● Prescrição e tratamento SAEP 1. Visita pré-operatória 2. Planejamento da assistência perioperatória 3. Implementação da assistência 4. Avaliação da assistência- visita pós-operatória 5. Reformulação da assistência planejada, segundo os dados obtidos Karolina S Lima 1) AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA: → Verificar as condições físicas do paciente, apresentar-se ao paciente e a família: - Checar identificação; - Período de jejum; - Alergias; - Integridade da pele; - Condições de mobilidade e posicionamento; - Retirada de próteses; - Estado emocional; - Nível de consciência; - Infusões venosas; - Estado geral de saúde; - Consentimento em realizar a cirurgia. 2) PLANEJAMENTO → Planejar os cuidados para o paciente, visando o sucesso da cirurgia Plano de Cuidados - Estabelecer prioridades, - Coordenar o uso de materiais e equipamentos, - Prescrever os cuidados do paciente, - Delegar tarefas, - Planejar o atendimento a emergências, - Documentar a assistência – SAEP 3) IMPLEMENTAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM, DE ACORDO COM O PLANO DE CUIDADOS 4) REAVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO PACIENTE VISANDO O ALCANCE DOS OBJETIVOS 5) INTERVENÇÃO BASEADA NA RESPONSABILIDADE LEGAL DE PREVENIR, INTERVIR OU RETIFICAR QUALQUER INTERCORRÊNCIA COM O PACIENTE Principais Diagnóstico de Enfermagem utilizados na Assistência de Enfermagem Perioperatória: NANDA- North American Nursing Diagnosis Association ● Ansiedade; ● Medo; ● Risco para infecção relacionado à procedimentos invasivos; ● Risco para lesão perioperatória de posicionamento cirúrgico; ● Comunicação verbal prejudicada; ● Dor; ● Risco para aspiração; ● Integridade da pele prejudicada. ● Risco para temperatura corporal alterada; ● Hipotermia; ● Integridade tissular prejudicada; ● Risco para déficit de volume de líquido; Karolina S Lima ● Permeabilidade ineficaz de vias aéreas; ● Impossibilidade de manter respiração espontânea; ● Troca gasosa prejudicada. DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM CC Como proporção profissional/categoria, nas 24 horas. > 1 Enfermeiro para cada três salas cirúrgicas eletivas; > Enfermeiro exclusivo nas salas de cirurgias eletivas e de urgência/emergência de acordo com o grau de complexidade e porte cirúrgico; > 1 profissional técnico/ auxiliar de enfermagem para cada sala como circulante; >1 profissional técnico/ auxiliar de enfermagem para instrumentação COFEN, Resolução Nº 543/ 2017 SEGURANÇA DO PACIENTE O Enfermeiro é essencial na segurança do paciente no centro cirúrgico, assim, contribuindo para prevenção de erros , visando à recuperação do paciente por meio de suas intervenções eficazes e técnicas, devido ao desenvolvimento de práticas essenciais à vida e estabelecendo um diálogo entre pacientes e familiares, esclarecendo acerca dos procedimentos cirúrgicos estabelecidos e incluindo os cuidados na cirurgia segura O ENFERMEIRO NO CC: → Atribuições Gerais: ● Proporcionar recursos humanos e materiais para que o ato cirúrgico; ● Realizar a programação cirúrgica diária/emergência; ● Manter em ordem o registro das cirurgias realizadas, suspensas e canceladas. ● Favorecer o ensino e a pesquisa Segurança do Paciente no Perioperatório 1) Antes de buscar o paciente: ● O centro cirúrgico liga para a unidade onde o paciente está internado. ● Checa se os documentos estão assinados; ● Checa se a avaliação pré operatória foi realizada; ● Checa se foi demarcado a lateralidade. ● Solicita o transporte do paciente para o centro cirúrgico. Karolina S Lima RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO ANTES DA CIRURGIA: > Receber o paciente na Unidade de Centro Cirúrgico, registrar horário de entrada e condições gerais na qual o paciente se encontra; > Verificar o prontuário, conferindo toda a documentação, principalmente folha de internação e consentimento informado assinado; > Verificar a presença de próteses e adornos; > Confirmar jejum, alergias, doenças anteriores como condutas de segurança; > Verificar o plano de cuidados de enfermagem e revisar o prontuário; > Encaminhá-lo para a sala de pré anestésica/Sala cirúrgica TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO - ENTENDIMENTO DO PACIENTE CIRÚRGICO ◦ A autonomia é uma característica concernente ao ser humano que permite a tomada de decisões e ações, embasadas em princípios éticos e na valorização de sua vontade como pessoa independente e autônoma. ◦ A autonomia do paciente respeita sua vontade, permitindo que participe ativamente do seu processo terapêutico. ◦ Portanto, para a realização de uma cirurgia necessita-se obter a concordância do paciente por meio do consentimento, podendo ser revogável a qualquer instante. RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO NA SALA CIRÚRGICA: - Transferir o paciente da maca para a mesa de cirurgia, atentando a presença de drenos, cateteres e drenos; - Ajudar o paciente a acomodar – se na mesa cirúrgica; - Segurar com cuidado evitando quedas; - Monitorizar o paciente e mantê-lo aquecido; - Colocá-lo na posição para a anestesia; - A posição usual para indução da anestesia geral e para acesso a cavidade abdominal. O paciente fica deitado sobre o dorso, com os braços em posição e as pernas levemente afastadas, o corpo deve estar bem alinhado, e os pés não cruzados. - Auxiliar o anestesiologista durante a indução anestésica; - Realizar o cateterismo vesical do paciente, quando necessário; - Colocar o paciente em posição cirúrgica assim que o anestesista autorizar. - Auxiliar a equipe cirúrgica a posicionar o paciente para a cirurgia; Karolina S Lima POSICIONAMENTO DO PACIENTE NA MESA CIRÚRGICA ● O posicionamento do paciente para a cirurgia é um fator-chave para um procedimento seguro e eficiente. ● A posição na qual o paciente será colocado na mesa cirúrgica dependerá do procedimento operatório a ser realizado. Conceito: é a posição em que o paciente é colocado, após ser anestesiado, para ser submetido à intervenção cirúrgica, de modo a propiciar acesso fácil ao campo operatório. A posição depende do tipo de cirurgia a ser realizada, bem como da técnica cirúrgica a ser empregada. - O posicionamento adequado deve favorecer a monitorização constante dos parâmetros clínicosdos pacientes, - a exposição e acesso ótimo ao local operatório; - Manter o alinhamento corporal; - O paciente deve estar na posição mais confortável possível; - A área a ser operada deve estar adequadamente exposta; - O suprimento vascular não deve estar obstruído por posição ou pressão indevida sobre uma região; - Não deve haver interferência com a respiração do paciente; - Os nervos devem estar protegidos de pressões e estiramentos indevidos; - Precauções quanto à segurança do paciente; - Proporcionar acesso para a administração de fármacos. - Prevenir traumas e desconforto; - Atentar para os procedimentos cirúrgicos longos – - 2 horas ou mais, integridade da pele; Karolina S Lima PACIENTES VULNERÁVEIS AO ROMPIMENTO DA INTEGRIDADE DA PELE: Geriátricos, pediátricos desnutridos, anêmicos, obesos, paraplégicos, diabéticos e portadores de próteses, pacientes com edema, infecção , câncer.. 1) POSIÇÃO CIRÚRGICA DORSAL OU SUPINA → Braço com ângulo menor que 90º (ou ao longo do corpo) Área de pressão: occipital, escapular, sacral, coccígea, calcâneos. Karolina S Lima 2) VENTRAL/PRONA 3) TRENDELEMBURG → Decúbito dorsal, parte superior do dorso abaixada e pés elevados. Permite a visualização dos órgãos pélvicos e abdome inferior. Karolina S Lima 4) TRENDELEMBURG REVERSA → Cabeceira elevada e pés abaixados, oferecendo melhor acesso às cirurgias de cabeça e pescoço. 5) GINECOLÓGICA OU LITOTOMIA → Pernas elevadas para expor a região perineal. Permanecer mais de 2 horas nesta posição exige a utilização de bandagens ou meias anti-embolíticas. Utilizada em cirurgias ginecológicas (vaginais) e proctológicas Karolina S Lima 6) LATERAL/SIMS → O braço inferior pode estar esticado e apoiado em suporte protegido. Coxins- separam as pernas. Na linha da cintura, fixar o paciente com uma faixa larga de esparadrapo, sobre o quadril. Acesso para cirurgias renais ÁREAS DE MAIOR COMPRESSÃO - Occipital e lateral da cabeça - Braço e cotovelo - Lombar e sacra - Face posterior do joelho e panturrilha - Face anterior do joelho e lateral da perna - Tornozelo, calcanhar e ponta dos dedos Karolina S Lima RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO NA SALA CIRÚRGICA ● Expor a área a ser operada ● Direcionar o foco cirúrgico ● Proteger a pele do paciente durante a antissepsia com produtos químicos ● Manter o paciente aquecido ● Realizar enfaixamento dos membros quando necessário evitando a formação de trombos vasculares ou colocar a meia anti trombose ● Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica; ● Observar e zelar pela manutenção da assepsia; ● Anotar e registrar o consumo de materiais e medicamentos em impresso próprio; ● Anotar e registrar aspectos referentes ao transoperatório, início e término da anestesia, início e término da cirurgia, drenagens, posição do paciente durante o ato operatório, local/região de fixação da placa dispersiva e intercorrências. ● Realizar a contagem de compressas cirúrgicas. ● Identificação, registro e encaminhamento de peças cirúrgicas/ secreções; ● Proceder auxílio na retirada dos campos cirúrgicos e materiais utilizados; ● Auxiliar na realização do curativo; ● Transferir o paciente da mesa de cirurgia para a maca, atentando a inconsciência, presença de tubos, cateteres e drenos, assim como fracos de drenagem; ● Auxiliar o anestesista no encaminhamento do paciente a RPA, informando a enfermeira da RPA, todas as intercorrências referente ao período; Karolina S Lima ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO TRANSOPERATÓRIO- RECOMENDA-SE QUE O IMPRESSO TENHA AS SEGUINTES INFORMAÇÕES: 1) Identificação do paciente, da equipe cirúrgica, circulante e do enfermeiro responsável; 2) Início e término do procedimento; 3) Nome do procedimento; 4) Tipo de anestesia; 5) Posicionamento cirúrgico; 6) Soluções usadas na antissepsia; Locais de monitorização e colocação de placa neutra. 7) Locais de punções venosas, drenos e cateteres; 8) Tipos de sondagens; 9) Uso de implantes; 10) Exames realizados no transoperatório; 11) Contagem de compressas; 12) Encaminhamento de peças e exames para o laboratório de análises clínicas e químicas; 13) Intercorrências - especificar o que ocorreu, quais as medidas realizadas e os resultados obtidos; 14) Medicações administradas. COMPLICAÇÕES INTRA OPERATÓRIAS POTENCIAIS ● NÁUSEAS E VÔMITOS- Virar o paciente de lado, aspirar a saliva e o conteúdo gástrico eliminado Administrar antieméticos Prevenir a broncoaspiração Pneumonite Edema pulmonar Hipóxia ● ANAFILAXIA - - reação alérgica aguda com risco de vida que provoca vasodilatação, hipotensão e constrição brônquica. Os Medicamentos são as causas + comuns; Alergia ao látex ( Reação pode ser imediata ou retardada) ● HIPÓXIA- complicações respiratórias Na anestesia geral: risco de ventilação inadequada, oclusão da via aérea, intubação esofágica e hipóxia; Depressão respiratória pelos anestésicos; Asfixia por corpo estranho, espasmo das cordas vocais, relaxamento da língua, aspiração de vômito, saliva ou sangue; Monitorar saturação de oxigênio e perfusão periférica. Karolina S Lima ● HIPOTERMIA- Temperatura central menor que 36º C Causas: temperatura da sala de cirurgia, infusão de líquidos frios, inalação de gases frios, cavidades ou feridas abertas, atividade muscular reduzida, idade avançada, ação vasodilatadora das medicações, e indução eletiva; Reduz o metabolismo da glicose, risco de acidose metabólica; Controlar a temperatura da sala, das infusões - Manter o campo cirúrgico seco e o Aquecimento gradual; Monitorar temperatura central, diurese, ECG, PA, gasometria e eletrólitos. ● HIPERTERMIA MALIGNA- Distúrbio muscular hereditário, quimicamente induzido por anestésicos Taxa de mortalidade de 50% ; Pacientes suscetíveis: músculos fortes e volumosos, história de cãibras musculares ou fraqueza muscular e morte inexplicada de familiar acompanhada de resposta febril; Manifestações: taquicardia, arritmia ventricular, hipotensão, redução do DC, oligúria e PCR. Rigidez e movimentos tetânicos (mandíbula). Tratamento: suspender a anestesia, reverter a acidose metabólica e respiratória (bicarbonato, oxigenar), reduzir a temperatura, administrar relaxante muscular; Pode ocorrer nos primeiros 20’ após indução anestésica até 24h após a cirurgia. ● COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA → Condição de risco de vida caracterizada pela formação de trombos → Causa desconhecida → Fatores predisponentes: trauma maciço, trauma de crânio, transfusão maciça, envolvimento hepático ou renal, eventos embólicos ou choque, descolamento de placenta, sepse, reações alérgicas AO TÉRMINO DA CIRURGIA - Nesta fase, o objetivo da sistematização da assistência de enfermagem, consiste no restabelecimento da homeostase do paciente, alívio da dor e prevenção de complicações - Transferir o paciente da mesa de cirurgia para a maca, atentando para sua inconsciência; - Atentar para presença de tubos, cateteres e drenos. - Encaminhar o paciente para a RPA, informando a enfermeira da RPA, de todas as intercorrências.
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