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Marianna L. Deprá Saúde do trabalhador na atenção primária à saúde • O trabalho tem se constituído um dos principais modos de produção da existência social e tem sido um importante mediador entre diferentes instancias sociais e a saúde humana, portanto, pode ser fonte de fortalecimento ou de desgaste para a saúde; • Contexto/ cenário atual: - O Brasil encontra-se em 4º lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho. A previdência social registra por ano 700 mil casos; - O país contabiliza uma morte por acidente em serviços a cada três horas e 40 minutos. • Legislação + saúde geral = saúde do trabalhador; LEGISLAÇÃO: - Ao SUS compete executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saude do trabalhador. Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; - Saúde do trabalhador: um conjunto de atividades destinadas, por meio das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa a recuperação e reabilitação da saúde dos mesmos, devido aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA: - Fortalecer a vigilância em saúde do trabalhador e a integração com os demais componentes da vigilância em saúde; - Promover a saúde e ambientes e processos de trabalhos saudáveis; - Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador; - Ampliar o entendimento de que a saude o trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instancias da rede de atenção; - Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade, incluindo-se nas analises de situação de saúde e nas ações de promoção em saúde; - Assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas acoes e serviços de saude do SUS e que a atividade de trabalho seja realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção em saúde; - Assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS. • Abrangência: todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregático, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativados, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado ou desempregado são sujeitos desta política; RENAST: - Rede nacional de atenção integral à saude do trabalhador; - Principal estratégia de organização de saúde do trabalhador no SUS; - Criada em 2002; - Disseminação de acoes de saúde do trabalhador; - Centros de referencias em saúde do trabalhador (CEREST) - serviço do SUS. DOENÇAS OCUPACIONAIS: I. Trabalho como causa necessária. Ex: doenças ocupacionais reconhecidas pela lei, intoxicação por agentes químicos do ambiente; II. Trabalho como fator contributivo. Ex: varizes dos membros superiores, doenças do aparelho locomotor, doenças coronárias; Marianna L. Deprá III. Trabalho como agravador de uma doença. Ex: asma, bronquite, alergias, doenças mentais e psicológicas. LER/ DORT na APS: - LER/DORT são agravos relacionados ao trabalho decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema musculoesquelético, sem que haja tempo para sua recuperação fisiológica; - Quadro insidioso; - Dor; - Sensação de peso e fadiga; - Limitação funcional; - Parestesia; - Sofrimento psíquico; - Diferentes patologias se enquadram em LER/DORT: • Epidemiologia: - Total de registros de lesão por esforço repetitivo (LER) e de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) cresceu 184% entre 2016 e 2017; - População mais atingida: sexo feminino, 40-49 anos; - Profissionais da indústria, comércio, alimentação, transportes e serviços. • Causas: - Multifatorial: sobrecarga osteomuscular, excesso de demanda, postura estática ou viciosa; - Sobrecarga psíquica; - Organização do trabalho - rigidez, pressão exacerbada. - Outro aspecto importante a ser considerado decorre de cronificação da sintomatologia, que requer acompanhamento com consultas periódicas, que criam ou reforçam a impressão de não resolutividade; - Saber reconhecer os avanços do tratamento, seja nas atividades da vida diária, seja no controle da sintomatologia, mostra-se importante tanto para o trabalhador quanto para a equipe de saúde; • Abordagem na APS: - Investigação clínica - anamnese/ informações sobre ocupação dos pacientes; - Gestão de informações para direcionamento de ações; - Atendimento multidisciplinar: acompanhamento médico, fisioterapêutico, psicológico; • Investigação clínica: - Patologias osteomusculares e dor crônica: - Questionar atividade; - Questionar organização do trabalho; - Questionar relações de trabalho. • Atendimento multidisciplinar: - Condição mórbida multifatorial; - Impacto significativo na saúde mental do indivíduo; • Diagnóstico: - Coerência entre o tipo de atividade ou a forma de execução da atividade e os achados mórbidos; - Tempo de exposição compatível com achados físicos; - Relação de trabalho e impacto psíquico no indivíduo. REDE SENTINELA: • Rede sentinela: unidades de saúde e instituições de saúde como geradores de informação e notificação; • CEREST (centro de referencia em saúde do trabalhador) - unidade participante dos serviços do SUS para atendimento do trabalhador; PROTOCOLO DE ATENÇÃO BÁSICA - DOR CRÔNICA (PAB DE DOR CRÔNICA): • Proposta de elaboração; • Escopo; • Protocolo de atenção básica - dor crônica; • Público alvo - profissionais de saúde envolvidos na atenção à pessoa com dor crônica na atenção básica; • Princípios: Marianna L. Deprá - A abordagem centrada na pessoa; - A APS/ AB como coordenadora do cuidado; - O empoderamento das pessoas desenvolvendo a capacidade do autocuidado, da autonomia e da adesão ao tratamento; - Os determinantes sociais; - O cuidado integral/ clínica ampliada; - Os princípios da prevenção quaternária. • Abordagens: - Dimensões do cuidado (do biológico ao biográfico); - Principais causas/ etiologias da dor crônica; - Ferramentas leves e duras de abordagem da dor crônica; - Organização do processo de trabalho; - Manejo da dor crônica na APS/ AB; - Cuidados paliativos e dor cronica. • Perguntas norteadoras: 1. Quais são as dimensões a serem consideradas no cuidado da pessoa com dor crônica na APS/ AB? 2. Quais as classificações mais adequadas para o entendimento e abordagem da dor crônica na APS/AB? 3. Quais as principais causas/ etiologias da dor crônica na APS/ AB? 4. Como, a partir da PAS/ AB, o processo de trabalho, a coordenação do cuidado e a regulação, pode ser organizado para a abordagem integral da dor crônica? 5. Quais as estratégias para a prevenção primária da dor crônica na APS/ AB? 6. Quais as tecnologias de cuidado para tomada de decisão na abordagem integral da dor crônica na APS/ AB? 7. Quais as melhores evidencias disponíveis relacionadas ao manejo da dor crônica na APS/ AB? 8. Como melhorar a qualidade de vida das pessoas nos diferentes graus de efetividade no manejo da dor crônica na APS/ AB? 9. Como qualificar as equipes de atenção básica para acompanhar pessoas com dor crônica e em cuidados paliativos? 10. Quais os principais efetivos colaterais, interações e contra indicações das terapias farmacológicas para a dor crônica? 11. Quais as orientações para as gestões municipais deverão ser realizadas para possibilitar o manejo adequado da dor crônica na APS/ AB?
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