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Humanização do SUS e relação médico-paciente-colegas

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Marianna L. Deprá
Política nacional de 
humanização do 
SUS e relação 
médico-paciente-
colegas 
• Os trabalhadores também precisam construir 
consensos em torno de um projeto assistencial 
comum à cada equipe; 
• Prática interprofissional: 
- Embora a política pública de saude do SUS 
proponha um modelo de atenção integral, o 
processo de trabalho em saúde tendo a reproduzir 
a racionalidade do processo hegemônico em saúde 
- o famoso modelo biomédico; 
- Temos de reconhecer a existência de tensões entre 
as implementações dos modelos biomédicos e de 
atenção integral à saúde, aspectos com diferentes 
configurações na atenção primária, nos serviços 
especializados, hospitais e pronto-socorros. 
• Determinantes da desumanização do cuidado: 
- Filas; 
- Insensibilidade dos trabalhadores da saúde frente 
ao sofrimento das pessoas; 
- Tratamento desrespeitoso; 
- Isolamento imposto ao paciente em relação à sua 
família e a rede social durante procedimentos e 
hospitalizações; 
- Gestão autoritária e a degradação do ambiente e 
das relações de trabalho; 
• A politica nacional de humanização (PNH) vigora 
desde 2003 buscando efetivar os princípios do SUS 
no cotidiano das práticas de atenção e gestão, 
qualificando a saude pública no Brasil e 
incentivando trocas solidarias entre gestores, 
trabalhadores e usuários; 
• A humanização é a valorização dos usuários, 
trabalhadores e gestores no processo de produção 
de saúde; 
• Valorizar os sujeitos corresponde a: 
- Promover uma maior autonomia em todas as 
direções; 
- Ampliação da capacidade de transformar a 
realidade em que vivem as pessoas; 
- Responsabilidade compartilhada; 
- Criação de vínculos solidários; 
- Participação coletiva nos processos de gestão e de 
produção; 
• Onde se opera a PNH? 
- está vinculada à secretaria de atenção à saúde do 
ministério da saúde; 
- Núcleo técnico em Brasília - DF; 
- Equipes regionais de apoiadores que se articulam 
nas secretarias estaduais e municipais de saúde. 
• Como valorizar a participação dos sujeitos: 
- Rodas de conversa entre todas as partes 
interessadas; 
- Incentivar as redes e movimentos sociais; 
- Gestão de conflitos; 
- Incluir os trabalhadores na gestão —> reinventar 
processos de trabalho —> inovar —> aperfeiçoar os 
serviços; 
- Incluir usuários e suas redes sócio-familiares nos 
processos de cuidado —> ampliação de 
corresponsabilização no cuidado de si. 
HumanizaSUS 
• Um canal aberto pela politica nacional de 
humanização para ampliação de diálogos em torno 
de seus princípios, métodos e diretrizes; 
• Uma rede social de pessoas com interesse em 
processos de humanização da gestão e do cuidado 
do SUS; 
• Objetivo: estabelecer uma rede de colaboração, que 
permita o encontro, a trocam a afetação recíproca, o 
afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão 
livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte da 
composição, o acolhimento, a multiplicidade de 
visões, a arte da conversa, a participação de 
qualquer um. 
DIRETRIZES DO HUMANIZASUS: 
• Acolhimento: 
HumanizaSUS
Marianna L. Deprá
- reconhecer o que o outro traz como legítima e 
singular necessidade de saúde. Tem como objetivo 
a construção de relações de confiança, 
compromisso e vínculo entre equipes/serviços, 
trabalhador/equipes e usuários com sua rede sócio-
afetiva. 
- Como? Escuta qualificada, oferecida pelos 
trabalhadores às necessidades do usuário. Assegura 
um atendimento com prioridade, a partir da 
avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco; 
• Gestão participativa e co-gestão: 
- Expressa tanto a inserção de novos sujeitos nos 
processos de análise e decisão quanto a ampliação 
das tarefas da gestão; 
- Como? Dispositivos de co-gestão: se referem a 
respeito à organização de um espaço coletivo de 
gestão que permita o acordo entre necessidades e 
interesses de usuários, trabalhadores e gestores; 
- Mecanismos que garantem a participação ativa de 
usuários e familiares no cotidiano das unidades de 
saúde. 
• Ambiência: 
- Cr iar espaços saudáveis , acolhedores e 
confortáveis, que respeitem a privacidade, 
propiciem mudanças no processo de trabalho e 
sejam lugares de encontro entre as pessoas; 
- Como? Discussão compartilhada dos projetos 
estruturais, das reformas e do uso de espaços de 
acordo com as necessidades de usuários e 
trabalhadores, com vistas a melhorar o trabalho em 
saúde. 
• Clínica ampliada e compartilhada: 
- Com recursos que possibilitem o enriquecimento 
dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque 
orgânico, inclusive a percepção dos afetos 
produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do 
diálogo (tanto entre os profissionais de saúde 
envolvidos no tratamento quanto destes usuários), 
de modo a possibilitar decisões compartilhadas e 
compromissadas com a autonomia e a saúde dos 
usuários do SUS. 
• Valorização do trabalhador: 
- Dar visibilidade à experiencia dos trabalhadores e 
inclui-los na tomada de decisão, apostando na sua 
capacidade de analisar, definir e qualificar os 
processos de trabalho; 
- Diálogo, intervenção e análise do que gera 
sofrimento e adoecimento, do que fortalece o 
grupo de trabalhadores e do que propicia os 
acordos de como agir no serviço de saúde. 
• Defesa dos direitos dos usuários: 
- Os usuários de saúde tem direitos garantidos por 
lei e os serviços de saúde devem incentivar o 
conhecimento desses direitos e reiterar que eles 
sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, 
desde a recepção até a alta; 
- Todo cidadão possui o direito a uma equipe que 
cuide dele, de receber informações sobre sua saúde 
e também de decidir sobre compartilhar ou não 
sua dor e alegria com sua rede social. 
PRINCÍPIOS DO HUMANIZASUS: 
• Transversalidade: ações que perpassam em todos os 
âmbitos, por exemplo, a educação pois ela vai servir 
para todos os aspectos; 
• Indissociabilidade entre atenção e gestão; 
• Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia 
dos sujeitos e coletivos. 
OBJETIVOS DO HUMANIZASUS: 
• Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS 
com os princípios e as diretrizes da humanização; 
• Fortalecer iniciativas de humanização existentes; 
• Desenvolver tecnologias relacionadas e de 
compartilhamento das praticas e gestão de atenção; 
• Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e 
metodologias de apoio a mudanças sustentáveis 
dos modelos de atenção e de gestão; 
• Implementar processos de acompanhamento e 
avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e 
experiencias coletivas bem-sucedidas; 
RESULTADOS PERSEGUIDOS: 
• Redução de filas e do tempo de espera, com 
ampliação do acesso; 
• Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em 
critérios de risco; 
• Implantação de modelo de atenção com 
responsabilização e vínculo; 
Marianna L. Deprá
• Garantia dos direitos dos usuarios; 
• Valorização do trabalho na saúde; 
• Gestão participativa nos serviços. 
Projeto terapêutico singular 
• O PTS é uma reunião de propostas de condutas 
terapêuticas articuladas para um sujeito, uma 
família ou um grupo/coletivo que resulta da 
discussão em conjunto, de uma equipe 
multiprofissional e interdisciplinar com apoio 
matricial, quando este for necessário; 
• Busca a singularidade (a diferença) como elemento 
central de articulação; 
• Evita usar os diagnósticos para igualar os sujeitos, 
não minimizando as diferenças: hipertensos, 
diabéticos, etc; 
• Dividido em quatro momentos: 
- Diagnóstico: Deverá conter uma avaliação orgânica, 
psicológica e social, que possibilite uma conclusão 
a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do 
usuário. Deve buscar captar com o sujeito singular 
se produz diante de forças como as doenças, os 
desejos e os interesses, assim como também o 
trabalho, a cultura, a família e a rede social. Ou seja, 
tentar entender o que o sujeito faz de tudo que 
fizeram dele; 
- Definição de metas: uma vez que a equipe fez os 
diagnósticos, ela faz propostas de curto, média e 
longo prazo, que serão negociadas com o sujeito 
doente pelo membro da equipe quetiver um 
vínculo melhor; 
- Divisão de responsabilidades: é importante definir 
as tarefas de casa um com clareza; 
- Reavaliação: momento em que se discutirá a 
evolução e se farão as devidas correções de rumo. 
Prática interprofissional em 
saúde na APS 
• A experiencia da clínica ampliada; 
• Um compromisso radical com o sujeito doente, visto 
de modo singular; 
• Assumir a responsabilidade sobre os usuários dos 
serviços de saúde; 
• B u s c a r a j u d a e m o u t r o s s e t o r e s — > 
intersetorialidade; 
• Trabalhar com ofertas e não apenas com restrições - 
as mudanças de hábitos podem ser encaradas como 
ofertas de experiencias novas e não apenas como 
restrições; 
• Especificar ofertas para cada sujeito - se um usuário 
ama a atividade X ou a comida Y que, no entanto, 
não são recomendáveis para sua condição biológica, 
é preferível não começar o tratamento por ali. Ou 
então, tentar um meio termo possível (redução de 
danos); 
• é muito importante tentar produzir co-
responsabilidade e não culpa. A culpa anestesia, 
gera resistência e pode até humilhar; 
• Evitar iniciar consultas questionando aferições e 
comportamentos, valorizar a qualidade de vida; 
• Perguntar o que o usuário entendeu do que foi dito 
sobre sua doença e medicação; 
• Evitar assustar o usuário; 
• Lembrar que doença crônica não pode ser a única 
preocupação da vida. Equilibrar combate à doença 
com produção de vida; 
• Atuar nos eventos mórbidos com o máximo de 
apoio e o mínimo de medicação. Preferir 
fitoterápicos a diazepínicos. 
Projeto terapêutico singular
Prática interprofissional em 
saúde na APS

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