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derrocada da monarquia de Luís Felipe na França, seguida pelos even-
tos insurrecionais na Alemanha, Hungria, Áustria, Itália e Bélgica.
Embora a repercussão de sua primeira edição ficasse abafada por acon-
tecimentos de tão grande envergadura, o Manifesto alcançaria ampla
difusão e sobrevivência duradoura, tornando-se uma das obras políticas
mais conhecidas em numerosas línguas. Num estilo que até hoje brilha
pelo vigor e concisão, o Manifesto condensou o labor teórico dos autores
em termos de estratégia e tática políticas, de tal maneira que o texto
se tornou um marco na história do movimento operário mundial.
Na Alemanha, as lutas de massa forçaram a monarquia prussiana
a fazer a promessa de uma constituição e a aceitar o funcionamento
de uma assembléia parlamentar em Frankfurt. Marx e Engels regres-
saram de imediato à sua pátria e se lançaram por inteiro no combate.
Marx fundou e dirigiu o diário Nova Gazeta Renana que, até o fecha-
mento em maio de 1849, defendeu a perspectiva proletária socialista
no decurso de uma revolução democrático-burguesa. Depois de ter sido
um dos redatores do jornal, Engels engajou-se no exército dos insur-
retos, em cujas fileiras empunhou armas até a derrota definitiva, que
lhe impôs o refúgio na Suíça. Diante da repressão exacerbada, também
Marx se retirou da Alemanha. Os governos da França e da Bélgica
lhe consentiram pouco tempo de permanência em seus territórios, o
que o levou a exilar-se em Londres, nos fins de 1849, ali residindo até
a morte.
Em 1850, veio à luz A Luta de Classes em França. Em 1852, O
Dezoito Brumário de Luís Bonaparte. Em ambas as obras, o método
do materialismo histórico recém-criado foi posto à prova na interpre-
tação à quente de acontecimentos da atualidade imediata. A brevidade
da perspectiva temporal não impediu que Marx produzisse duas obras
historiográficas capazes de revelar as conexões subjacentes aos fatos
visíveis e de enfocá-los à luz da tese sociológica da luta de classes.
Em particular, essas obras desmentem a freqüente acusação ao eco-
nomicismo marxiano. Nelas, são realçados não só fatores econômicos,
mas também fatores políticos, ideológicos, institucionais e até estrita-
mente concernentes às pessoas dos protagonistas dos eventos históricos.
II. Os Tormentos da Criação
Ao aceitar a teoria de Ricardo sobre o valor-trabalho e a distri-
buição do produto social, Marx não perdeu de vista a necessidade da
crítica da Economia Política, embora não mais sob o enfoque estrito
de Engels no seu Esboço precursor. Ricardo dera à teoria econômica
a elaboração mais avançada nos limites do pensamento burguês. Os
ricardianos de esquerda ultrapassaram tais limites, porém não avan-
çaram na solução dos impasses teóricos salientados precisamente pela
interpretação socialista aplicada à obra do mestre clássico.
À onda revolucionária desencadeada em 1848 seguira-se o refluxo
OS ECONOMISTAS
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