1 - GENERALIDADES DO PARASITISMO

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Daniela B. R. Leal 1
GENERALIDADES DO 
PARASITISMO
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Conceitos
� Parasitologia é a ciência que tem por fim o 
estudo da morfologia e da biologia dos 
parasitos como fundamento para o 
conhecimento da patologia, do diagnóstico, da 
terapêutica, da epidemiologia e da profilaxia 
das doenças parasitárias.
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termo parasito = espoliador
parece ser o mais correto, na relação 
biológica de parasitismo
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Comensalismo
• Associação harmônica entre duas espécies 
onde um obtém vantagens sem prejuízo para o 
outro 
• Não há obrigatoriedade; benefício unilateral
Ex.: 
peixe-
piolho e 
tubarões
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Mutualismo
• Duas espécies se associam para viver e, ambas 
são beneficiadas
“Benefício mútuo”
• Mutualismo obrigatório ou simbiose �
espécies não podem viver separadas
Ex: liquens (fungos fazendo absorção e as algas 
a fotossíntese).
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• Mutualismo facultativo ou protocooperação �
espécies podem viver independentemente ou 
trocar de parceiro.
Ex: aves que catam parasitas na pele do gado.
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Simbiose
• Associação entre os seres vivos onde ocorre 
uma troca de vantagens, de modo que eles são 
incapazes de viver isoladamente
“Espécies com funções complementares”
Ex: O peixe palhaço e as anêmonas marinhas têm uma relação 
mutuamente benéfica
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Parasitismo
• Associação entre dois seres vivos na qual um 
deles (parasita) é mais beneficiado, seja pela 
proteção, seja pela obtenção de alimento. 
Ocorre uma unilateralidade de benefícios.
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“O parasita não apenas utiliza seu hospedeiro como 
hábitat temporário ou permanente, mas também 
depende dele como fonte alimentícia, utilizando os 
tecidos de seu hospedeiro ou outras matérias 
nutricionais que ele está metabolizando continuamente 
para suprir suas necessidades energéticas e plásticas, 
do que resulta um dano, pelo menos potencial, para 
seu hospedeiro.”
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Limites entre 
parasitismo e 
comensalismo?
Ex.: Entamoeba histolytica
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Tipos de hospedeiros
• Hospedeiro definitivo: hospedeiro animal 
onde o parasito vive a fase adulta ou de 
reprodução sexuada
• Hospedeiro intermediário: animal onde o 
parasito vive a fase larval ou de reprodução 
assexuada
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Vetor ou transmissor: Todo o organismo que 
transmite um parasito entre dois hospedeiros 
(hospedeiro de transporte). 
Ex: artrópodes, moluscos
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O hospedeiro é indispensável ao parasito 
que, separado dele, morrerá por falta de 
nutrição.
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Características do parasitismo
� Relação com benefícios unilaterais
� Tende ao equilíbrio – não é interessante para 
o parasito matar o seu hospedeiro.
� Baseada em adaptações
Morfológicas - Degenerações 
Hipertrofia
Biológicas - Capacidade reprodutiva 
Diferentes tipos de reprodução
Capacidade de resistência 
Tropismo
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• Degenerações
Perdas ou atrofias de órgãos locomotores, 
aparelho digestivo, etc...
Ex: pulgas, percevejos que perderam as asas, cestoda que não 
apresentam tubo digestivo
• Hipertrofia
Principalmente em órgãos de fixação, resistência 
ou proteção e reprodução
Ex: helmintos (órgãos de fixação muito fortes), insetos hematófagos 
(aumento de estruturas alimentares)
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• Capacidade reprodutiva
Capacidade de produzir grandes quantidades de ovos, 
cistos ou outras formas infectantes
• Diversos tipos de reprodução
Para uma mais fácil fecundação ou mais segura 
reprodução
Ex: Hermafroditismo, partenogênese, esquizogonia....
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• Resistência à agressão do hospedeiro
Presença de antiquinase
• Tropismos
Para facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência 
de determinado parasito
Ex: geotropismo, termotropismo, quimiotropismo
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Os parasitos foram evoluindo e adaptando-se 
para proporcionar a melhor forma de 
instalação nos hospedeiros, obtendo vantagens 
e causando o mínimo de prejuízo ao 
hospedeiro.
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Quanto a sua maior ou menor exigência à vida 
parasitária
� Acidental
Organismo que pode se tornar parasito sob 
condições especiais (Naegleria fowleri).
� Facultativo
Organismo que pode alternar ciclos de vida livre 
com ciclos parasitários (Strongyloides stercoralis).
� Obrigatório
Organismo em cujo ciclo sempre ocorre 
parasitismo (Dermatobia hominis).
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Quanto a sua maior ou menor permanência 
no hospedeiro
� Temporário: Parasito onde uma das formas 
evolutivas espolia temporariamente o 
hospedeiro (Pulex irritans).
� Periódico: passam parte de sua vida como 
parasitos e parte no meio externo, como seres 
de vida livre (Necator americanus).
� Permanente: Parasito onde todas as formas 
evolutivas espoliam o hospedeiro – contato 
contínuo com o hospedeiro. (Enterobius vermicularis).
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Quanto à especificidade parasito-
hospedeiro
• Estenoxenos: exigência de uma determinada 
espécie de hospedeiro ao grau máximo. 
Ex.: Plasmodium vivax
• Eurixenos: podem infectar diferentes 
espécies de animais. 
Ex.: Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi
• Oligoxenos: podem parasitar o hospedeiro 
habitual, mais um ou dois (infecções de curta 
duração).
Ex.: Plasmodium malariae
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Quanto à especificidade alimentar
• Estenotróficos: exigência por um único tipo de 
alimento. 
Ex.: piolhos da cabeça
• Euritróficos: nutrem-se de diferentes 
substâncias. 
Ex.: Necator americanus
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Tipos de parasitos segundo seu ciclo 
biológico
Monoxênico ou de ciclo direto
Heteroxênico ou de ciclo indireto
Autoxenos
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� Parasito monoxênico: necessita apenas de 
um hospedeiro (definitivo). 
Ex: Ascaris lumbricoides, E. vermicularis
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� Parasito Heteroxênico: necessita de mais 
de um hospedeiro (definitivo e intermediário) 
para que sua evolução se complete. 
Ex: Taenia solium (H.I = suíno; H.D = homem)
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� Parasitos Autoxenos: são parasitos para 
os quais o mesmo organismo desempenha o 
papel de hospedeiro definitivo e 
intermediário, com os adultos ocupando uma 
localização e as larvas outra.
Ex.: Hymenolepis nana
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� Atópicos ou erráticos: Localização estranha 
às peculiares. 
Ex: E. hystolitica (habitat normal: intestino grosso; atópico: 
fígado (necrose amebiana)
� Transviados ou Desviados: Implantam-se em 
hospedeiros não habituais.
Ex: Ancylostoma caninum (intestino delgado do cão) � homem: 
forma larvária causa dermatite serpiginosa
Quanto às anomalias de localização no parasitos:
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Transmissão das doenças 
parasitárias
• Contato direto pessoa a pessoa ou por meio de 
objetos inanimados. Ex.: enterobiose; tricomoníase
• Via oral Ex.: ascaridíase; tricuríase; teníase...
• Penetração ativa do parasito através da pele 
Ex.: ancilostomose; estrongiloidose....
• Por intermédio de artrópodes Ex.: Musca domestica; 
triatomíneo; mosquito anofelino....
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Fatores necessários para que ocorra uma doença 
parasitária
Inerentes ao parasito: número de exemplares, 
capacidade de multiplicação, tamanho, localização, 
virulência, vitalidade, associações parasitárias, 
metabolismo, etc.
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Inerentes ao hospedeiro: idade, nutrição, nível de 
resposta imune, intercorrência de outras doenças, 
hábitos, uso de medicamentos, microbiota associada, 
tensão emocional, etc.
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Ações do parasito no hospedeiro
• Ação espoliadora: quando o parasito absorve 
nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro. 
Ex: ancilostomídeos, triatomíneos
Ancilostomídeo ingere sangue da mucosa intestinal
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• Ação tóxica: produção de enzimas ou 
metabólitos que podem lesar o hospedeiro –
lesões degenerativas ou alérgicas. (enzimas 
hemolíticas, fibrinolíticas, proteolíticas e 
necrosantes)
Reações alérgicas provocadas por Ascaris lumbricoides
Lesões teciduais produzidas pelo S. mansoni.
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• Ação mecânica (obstrutiva ou compressiva): 
Perturbar as funções mecânicas dos órgãos. 
Algumas espécies podem impedir o fluxo de 
alimento, bile, absorção alimentar, e causar 
obstrução intestinal .
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• Ação traumática: destruição de tecidos e 
órgãos – provoca qualquer solução de 
continuidade nos tecidos do hospedeiro. 
(esgaçamento do tecido ou órgão)
Ex: rompimento das hemácias pelo Plasmodium, úlceras 
intestinais provocadapelo Ancilostomídeo; prolapso retal por 
tricurose
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• Ação irritativa, antigênica ou alérgica:
Encontrada em quase todas as parasitoses; 
caracterizada por um aumento no número de 
eosinófilos.
Ex: irritação intestinal induzida pelo Strongyloides
stercoralis
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Alterações mórbidas nas doenças 
parasitárias
• Depleção e perda de substâncias
• Processos degenerativos
• Mobilização de sistemas reacionais
• Mobilização dos processos de reparação 
tecidual
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Períodos clínicos e parasitológicos
• Período de incubação: espaço entre o contato 
com o parasito e o aparecimento dos primeiros 
sintomas e sinais.
• Período latente: representado por ausência de 
sinais e sintomas – restabelecimento do 
hospedeiro.
• Período clínico: estágio parasitológico 
relacionado com o hospedeiro.
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Localização do Parasito
� Ectoparasito
Atua apenas sobre a pele ou na epiderme (Pthirus
pubis).
� Endoparasito
Atua sobre as mucosas e tecidos internos 
(Trichinella spiralis).
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Infecção x Infestação Parasitária
• Infecção: protozoários (malária, amebíase, 
toxoplasmose, leishmaniose...)
• Infestação: metazoários (ascaridiose, 
escabiose, ancilostomose...)
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Mecanismos de escape dos parasitos 
ao sistema imunológico do hospedeiro
• Mecanismos de escape dos protozoários
- Parasitam hospedeiros imunodeprimidos
- Alternam períodos de ausência, altas e baixas 
parasitemias: sucessiva variação de antígenos
- Inibem a migração de fagócitos
- Impedem o processamento de antígenos
- Atacam e destroem células T
- Se recobrem de proteínas séricas ou 
antígenos de hemáceas do hospedeiro
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• Mecanismo de escape dos helmintos:
- Perda de antigenicidade por imitar ou 
absorver antígenos do hospedeiro
- Variação antigênica
- Bloqueio de anticorpos
- Indução de tolerância
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• Mecanismo de escape de ectoparasitas:
- Ação pungitiva no hospedeiro (saliva com 
substâncias proteolíticas, vasodilatadoras, 
anticoagulantes e imunossupressoras)
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Helmintos
• Metazoários, invertebrados semelhantes a vermes
� Nemathelminthes = VERMES CILÍNDRICOS
ex: Ascaris lumbricoides
� Platyhelminthes = 2 tipos
- Cestódeos = vermes em fita (corpo achatado e 
segmentado ex: Taenia sp.
- Trematódeos = corpo achatado, foliáceo e não 
segmentado ex: Fasciola hepatica, Schistossoma
mansoni
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Protozoários
• Microorganismos eucariotas unicelulares
ex: Amebas (E. coli, E. hystolitica, Giardia lamblia, 
Trichomonas sp.)
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Artrópodes
� metazoários
� insetos e ácaros em geral
ex: Sarna (Sarcoptes escabiei)