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Farmacodinâmica · Farmacodinâmica *** É o que o fármaco faz com o organismo dividido em: Local de ação, mecanismo de ação e efeitos farmacológicos · Farmacocinética *** É o que o organismo faz com o fármaco dividido em quatro fases: Absorção, distribuição metabolismo e excreção · Farmacocinética: É a medida e a interpretação formal de alterações temporais nas concentrações de um fármaco em uma ou mais regiões do organismo em relação à dose administrada Determina o início, a intensidade e a duração da ação do fármaco · Farmacodinâmica: Estudo dos efeitos celulares (ex. broncodilatador), bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação (onde age e como age), envolvendo a chegada do fármaco no seu local de ação, a ligação dele com seu alvo para obter um efeito farmacológico mensurável Fármaco + Receptor ↔ Complexo Farmacorreceptor ↔ Efeito · Receptor ou alvo farmacológico · Macromolécula com o qual o fármaco interage para induzir uma resposta celular · Localizam-se na superfície ou em compartimentos intracelulares *** Fármacos alteram a velocidade ou magnitude de uma resposta celular intrínseca · As proteínas constituem o grupo mais importante de alvos farmacológicos · Alvos farmacológicos mais importantes:É possível alguns fármacos terem efeitos sem ser mediados por receptor, é o caso dos antiácidos (a base de hidróxido de alumínio que neutraliza os íons de hidrogênio no estômago), manitol (diurético que altera a osmolaridade) e redutores de colesterol (colestiramina que no fígado se liga diretamente à molécula para diminuir a absorção) · Receptores (reconhecem sinais ou reguladores endógenos) · Canais iônicos · Enzimas metabólicas · Transportadores · Curva Dose-Resposta *** Dose: quantidade aplicada no animal / pessoa *** Concentração: quantidade que chegou no receptor alvo · A curva dose-resposta nos mostra que sempre existe uma dose máxima a ser utilizada de acordo com o efeito máximo atingido (platô), excedendo esse limite o máximos que vai se conseguir é uma toxicidade · Teoria da Ocupação – Clarck (1920) · O efeito de um fármaco é diretamente proporcional à fração de receptores ocupados *** Porque alguns fármacos não produzem efeitos máximos, mesmo ocupando todos os receptores disponíveis?· Para produzir efeito, o fármaco precisa de duas características: · Afinidade – capacidade de se ligar · Eficácia intrínseca – Capacidade de ativar 1) Fármaco se liga ao receptor de sua afinidade 2) Forma o complexo Farmacorreceptor 3) Ocorre uma ativação intrínseca após essa ligação e o receptor muda a sua conformação 4) A resposta ocorre só após o receptor mudar a sua conformação *** Em estado de repouso contém uma forma diferente da forma ativada, somente a forma ativada desencadeia a resposta· Definições: · Afinidade: Força de interação reversível entre o fármaco e seu receptor · Eficácia intrínseca: Capacidade do fármaco de se ligar ao receptor, ativa-lo e desencadear uma resposta · Seletividade: Quantidade de alvos e afinidade por estes alvos (quanto mais receptores alvos do fármaco em diferentes tecidos, menor a seletividade deste) Eficácia Potência Intensidade do efeito produzido pelo fármaco CE50 = Concentração (quantidade de fármaco inserida) em 50% de eficácia – CE50 determina qual fármaco é mais potente visto que utiliza menos miligramagem para atingir 50% de eficácia, uma vez que as eficácias são semelhantes *** Quanto menor for a dose e maior a potência melhor para o paciente pois reduz os eventos adversos causados pelo excesso de fármaco · Eficácia está relacionada com a capacidade do fármaco se ligar (afinidade e induzir a mudança de forma ativa do receptor – Ex. Morfina acaba é mais eficaz pois têm uma capacidade maior de manter os receptores ativos) · Potência ésta relacionada a questão da afinidade (ex. Buprenorfina tem uma alta afinidade pelos receptores) *** Comparando os dados do gráfico é possível observar que a Buprenorfina nunca chegará na mesma intensidade de analgesia que a Morfina *** Comparando a potência (concentração em 50% da resposta máxima do fármaco) a Buprenorfina atinge 50% do seu efeito com uma dose menor que a Morfina *** Logo podemos verificar que a Buprenorfina é mais potente porém menos eficaz Potência e eficácia não estão intrinsecamente relacionadas – um fármaco pode ser extremamente potente, mas ter pouca eficácia · Classificação dos fármacos 1) Agonista – fármacos que se ligam nos receptores simulando “neurotransmissores” 2) Antagonista – fármaco ocupa fisicamente o receptor, mas não gera resposta alguma, impedindo que o ligante endógeno se ligue 1) Agonista · Fármacos que se ligam aos receptores e simulam os efeitos dos sinalizadores endógenos (moléculas produzidas pelo corpo) Ligante Endógeno Resposta Biológica Agonista (Ligante Exógeno) Noradrenalina Aumento da FC Dobutamina Endorfina Analgesia Morfina *** Quando a Dobutamina se liga no mesmo receptor da Noradrenalina (β1 no coração), exerce o mesmo efeito o de aumentar a frequência cardíaca, assim como a Morfina se liga nos receptores (receptor do tipo Mi) da Endorfina e produz analgesia · Tipos de Agonista · Agonista pleno – fármaco capaz de produzir o maior nível de resposta possível igual ao sinalizador endógeno, pois mantém o maior número de receptores ativos · Agonista parcial – fármaco consegue produzir uma resposta pois está estabilizando receptores na conformação ativa, porém não todos, algumas conformações inativas estão presentes reduzindo a eficácia do mesmo · Composto inativo – composto utilizado para base de comparação nas demais composições · Agonista inverso – fármaco que apenas se liga ao receptor e ativa uma resposta contrária, ou seja, mantém o receptor na forma inativa (quando a lógica seria ele se ligar e ativar o receptor, logo ele gera uma resposta mas ela é contrária ao intuito da ação), ou ainda inativa o receptor que sempre está ativo *** Antagonista não exerce efeito na ausência do agonista, já o agonista inverso exerce um efeito na ausência do agonista. b) Agonista parcial · Se liga aos receptores e estabiliza-os em conformações ativas e inativas · Exibem resposta parcial, pois possuem menor resposta intrínseca *** Ex: Buprenorfina a) Agonista total ou pleno · Se liga aos receptores e estabiliza-os em conformações ativas · Capaz de exibir uma resposta máxima, possui alta eficácia intrínseca *** Ex: Nafazolina c) Agonista inverso · Se liga aos receptores, estabilizando-os em conformações inativas · Inativa os receptores que são constitutivamente ativos *** Anti-histamínico se liga ao receptor e gera uma resposta contrária ao intuito, ou seja, se liga e força o receptor a se inativar Classe Agonista Ação Agonista Pleno Ativa o receptor com eficácia máxima Agonista Parcial Ativa o receptor, mas não com eficácia máxima Agonista Inverso Inativa o receptor constitutivamente ativo ou que gera uma resposta negativa 2) Antagonista · Fármacos que reduzem ou bloqueiam a ação de um agonista (endógeno ou exógeno) pois se ligam ao receptor · Possuem afinidade, mas não apresentam eficácia intrínseca *** Não exerce efeito na ausência do agonista (antagonista) · Tipos de Antagonistas Antagonismo Envolve Receptor Não Envolve Receptor Ligação com Sítio Ativo: se liga ao mesmo sítio do agonista e produz uma resposta Ligação Alostérica: se liga em um local diferente do agonista e promove uma ação ou de potencialização (modulador alostérico potencializador) ou de inibição (modulador alostérico antagonista) Químico: quando um fármaco se liga no outro inativando Funcional: quando o efeito de um fármaco inibe o efeito de outro fármaco Competitivo: é possível reverter dependendo das concentrações de agonismo e atingir a mesma eficácia Farmacocinético: quando o fármaco afeta os efeitos de absorção, metabolismo e excreção Não Competitivo: não é possível reverter com adição de agonista, o que diminui a eficácia do agonista a) Antagonista Competitivo · Se liga no mesmo sítio de ligaçãodo agonista · O antagonista diminui a potência do agonista, uma vez acrescentado o antagonista é necessária uma concentração maior de agonista para que haja o mesmo efeito (justificando o deslocamento da curva dose-efeito para a direita) *** Somente o antagonista não manifesta resposta alguma Ex: Propanalol (compete pelo receptor β1 adrenérgico da noradrenalina), bloqueadores neuromusculares (compete por receptores nicotínicos com acetilcolina) · Ligação reversível ao sítio ativo do receptor · Altas concentrações do agonista podem superar esse tipo de antagonismo · Redução da potência do agonista *** Ao acrescentar antagonista, foi necessário aumentar a dose de agonista para que se obtenha o mesmo efeito b) Antagonista não competitivo (irreversível) · Se liga no mesmo sítio de ligação do agonista · O antagonista diminui a potência do agonista apenas, não é possível reverter sua ação, logo o agonista apenas fica diminuído (quanto mais antagonista for colocado, menor será o efeito do agonista) *** Somente o antagonista não manifesta resposta alguma Ex: Ácido acetilsalicílico – antiagregante plaquetário, realiza uma acetilação na ciclooxigenase nas plaquetas, uma vez que plaquetas não contém núcleo, para que esse acetilsalicílico saia do organismo é necessário esperar a renovação das plaquetas, ou seja o efeito deste antagonista dura por volta de 10 dias (tempo de renovação das plaquetas) · Dissociação lenta ou ligação irreversível ao receptor · Altas concentrações de agonista não podem superar esse tipo de antagonismo · Redução da eficácia do agonista *** São irreversíveis pois ou contém bastante afinidade e se dissociam muito lentamente, ou uma ligação forte do tipo covalente, não adiantando mais aumentar a concentração, pois os receptores não estão mais disponíveis e o agonista só consegue ocupar os receptores livres, logo o efeito vai depender da concentração do antagonista, quanto mais antagonista menos agonistas, diminuindo a eficácia c) Modulação Alostérica *** Sítio de ligação é diferente do agonista, porém consegue alterar a conformação do receptor à medida que o agonista se liga juntamente com o modulador alostérico e obter uma resposta potencializando (chamado de modulador alostérico potencializador) ou inibindo (chamado de modulador alostérico antagonista) a ação do agonista · Promovem alterações na conformação do receptor · Inibem ou potencializam o efeito do agonista *** Ex: Benzodiazepínicos: potencializam o efeito (e Picrotoxina: inibição do efeito d) Antagonismo Químico · Se liga fortemente com o agonista, inibindo seu efeito ***Ex: Protamina com Heparina, onde a Protamina se liga na Heparina inativando a mesma e) Antagonismo Funcional (ou Fisiológico) · Atuação em receptores diferentes, produção de efeitos fisiológicos opostos (o efeito de um fármaco acaba inibindo o efeito do outro fármaco) · Inibição indireta dos efeitos do agonista ***Ex: AINEs e anti-hipertensivos (o anti-hipertensivo está atuando no sistema Renina Angiotensina Aldosterona para causar uma vasodilatação nas arteríolas renais e pelo fato do AINEs inibir prostaglandina, causando vasoconstrição nos rins, interferindo assim na pressão arterial e realizando o efeito antagonista do anti-hipertensivo), insulina e corticoides (corticóide libera cortisol que aumenta a concentração plasmática de glicose, sendo que a insulina reduz e acaba sendo inibida pelo corticóide) f) Antagonismo Farmacocinético · Um fármaco que afeta a absorção, o metabolismo ou a eliminação de outro *** Ex: Anticonvulsivantes (indutor CYP3A4) e Cetoconazol · Janela terapêutica e Índice terapêutico 1) Janela terapêutica ou margem de segurança: faixa das doses localizadas entre a dose terapêutica mínima e a dose tóxica mínima Faixa de doses que produz eficácia terapêutica com o mínimo de efeitos tóxicos · Início do Efeito: quantidade mínima de concentração para que manifeste um efeito · Pico do efeito: quantidade máxima de concentração para que manifeste um efeito · Duração da ação: perdura enquanto obtém-se o nível de concentração mínima, por isso antes de decair é administrada outra dose, mantendo assim o efeito contínuo · Exemplos de fármacos que possuem janela terapêutica estreita · Lítio · Valproato · Gentamicina · Teofilina · Digoxina 2) Índice terapêutico · Quantificação da margem de segurança · Correlaciona a dose de um fármaco necessária à produção de um efeito desejado com aquela que produz um efeito indesejado · Dessensibilização, Tolerância, Refratariedade e Resistência 1) Dessensibilização / Taquifilaxia · Diminuição rápida da responsividade ao fármaco *** Pode ocorrer em questão de dias, por exemplo um receptor ficar inacessível para que haja a formação do complexo Farmacorreceptor ou até mesmo diminuição na quantidade de receptores naquele tecido 2) Tolerância · Diminuição gradual da responsividade ao fármaco *** Envolve um tratamento mais continuado 3) Refratariedade (paciente) · Perda da eficácia *** Quando não está mais respondendo ao esperado para aquela dose 4) Resistência (alvo) · Perda de eficácia dos antineoplásicos e antimicrobianos *** Algo que está ocorrendo no alvo, mecanismos que fazem com que a eficácia desse fármaco fiquem diminuídas
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