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Primeira Lista de Exercícios. EAE-419 Economia Internacional I Professor: Simão Davi Silber Questões: 1. O país Local tem 1.200 unidades de trabalho disponíveis. Ele pode produzir dois bens, maçãs e bananas. A necessidade unitária de trabalho na produção de maçãs é 3 e na produção de bananas é 2. a) Desenhe o gráfico da fronteira de possibilidades de produção do país local; b) Qual o custo de oportunidade das maçãs em termos de bananas? c) Na ausência de comércio, qual seria o preço das maçãs em termos de bananas? Por quê? Resposta 1: a. A CPP é uma linha reta com interceptos no eixo de maçãs (abscissa) em 400 (1200/3) e em 600 no eixo de bananas (ordenada): (1200/2); b. O custo de oportunidade da maçã em termos de bananas é 3/2. c. A concorrência perfeita garante que o custo marginal é igual ao preço. O preço relativo é igual ao custo relativo. Como o salário é único na economia, o preço relativo é igual ao coeficiente relativo de uso de mão de obra: 3 bananas por 2 maçãs. 2. Imagine, agora, que exista um outro país, chamado estrangeiro, com uma força de trabalho de 800. A necessidade unitária de trabalho no Estrangeiro na produção de maçãs é 5 e na produção de bananas é 1. a) Desenhe o gráfico da fronteira de possibilidades de produção do Estrangeiro. b) Construa a curva de oferta relativa mundial. Resposta 2: a. A CPP é linear com os interceptos no eixo de maçãs em 160 (800/5) e no eixo de bananas em 800 (800/1); b. A oferta relativa de maçãs é determinada para cada preço relativo. O preço menor é 3/2; a oferta relativa é horizontal até o ponto de oferta relativa igual a ½ (o país local produz 400 maçãs e o RDM produz 800 bananas). Esta oferta fica fixa (vertical) para preços entre 3/2 e 5. Ao preço 5 os 2 países produzem somente maçãs e a oferta relativa fixa novamente horizontal para qualquer quantidade relativa maior que 1/2. 3. Suponha agora, que a demanda relativa mundial tenha a seguinte forma: demanda por maçãs/demanda por bananas = preço das bananas/preço das maçãs. a) Desenhe o gráfico da curva de demanda relativa juntamente com a curva de oferta relativa. b) Qual o preço relativo de equilíbrio das maçãs? c) Descreve o padrão do comércio. d) Mostre que tanto o país local, quanto o estrangeiro apresentam ganhos de comércio. Resposta 3: a. É necessário especificar a demanda relativa de maçãs: pode-se admitir que a ela cruze o segmento vertical da oferta relativa, no ponto (1/2; 2); portanto o preço de equilíbrio será 2. A restrição é que o preço deve estar entre 3/2 e 5, para que os dois países se especializem integralmente. b. O preço relativo da maçã de equilíbrio é 2. c. O país local se especializa totalmente em maçãs e exporta uma parte para o estrangeiro, que se especializa em bananas. d. Em autarquia, o país local troca 3 bananas por duas maçãs e o país estrangeiro troca uma maçã por 5 bananas. Ao preço mundial de 2 bananas por maçã, os dois países ganham: o país local obtém 4 bananas em troca de duas maçãs e o estrangeiro obtém uma maçã sacrificando duas bananas. 4. Suponha que, em vez de 1.200 trabalhadores, o país Local tivesse 2.400. Encontre o preço relativo de equilíbrio. O que você pode dizer sobre a eficiência da produção mundial e a divisão dos ganhos do comércio entre o país Local e o Estrangeiro neste caso? Resposta 4: O aumento no número de trabalhadores no país Local desloca a curva de oferta relativa para a direita e as novas coordenadas no ponto de descontinuidade passam para (1 ; 3/2) e (1 ; 5). Antes estas coordenadas eram (1/2 ; 3/2) e (1/2 ; 5). Se, agora, a intersecção entre demanda e oferta relativa ocorrer no primeiro segmento horizontal, o país estrangeiro ainda terá ganhos de bem estar com o comércio, e para o país local é indiferente participar ou não do comércio. O país local não se especializará integralmente, só o estrangeiro. 5. Suponha que o país Local tenha 2.400 trabalhadores, mas que, em ambas as indústrias, eles tenham metade da produtividade que supusemos anteriormente. Construa a curva de oferta relativa mundial e determine o preço relativo de equilíbrio. Como os ganhos do comércio podem ser comparados àqueles obtidos na questão 4? Resposta 5: A resposta fica idêntica a da questão 3; os dois países ganham com o comércio internacional; o total de produção não se altera, já que dobrou a quantidade de homens/horas, mas caiu à metade a produtividade. 6. Os trabalhadores coreanos ganham apenas US$ 2,50 por hora; se a Coréia exportar quanto desejar para os Estados Unidos, os salários dos trabalhadores americanos cairão até este nível. “Um país não pode importar uma camisa de US$ 5 sem importar o salário de US$ 2,50 que o acompanha”. Discuta a afirmação. Resposta 6: Esta é uma das concepções equivocadas sobre vantagens comparativas, em que se afirma que “a concorrência externa prejudica um país, quando baseada em salários baixos”. Os salários relativos são determinados pela produtividade relativa da mão de obra e a demanda relativa dos bens. Existe uma forte relação entre salários e produtividade. O salário menor na Coréia reflete uma produtividade relativa menor da mão de obra coreana com relação à americana. Isto não quer dizer que ambos não terão ganhos com o comércio: o principio de vantagens comparativas indica que um país com produtividade do trabalho elevada tem ganhos com o comércio, da mesma forma que o país com menor produtividade relativa da mão de obra também se beneficia com o comércio. 7. No setor industrial, a produtividade do trabalho japonês é idêntica dos Estados Unidos, enquanto que os Estados Unidos são consideravelmente mais produtivos no setor de serviços. A maioria dos serviços não é comercializável. Alguns analistas têm argumentado que isso coloca um problema para os Estados Unidos, porque sua vantagem comparativa recai em coisas que não são vendidas no mercado mundial. O que está errado nesse argumento? Resposta 7: O que está errado no argumento é confundir vantagens absolutas com vantagens comparativas (relativas). Está errado comparar somente a produtividade dos EUA e Japão no setor de serviços para concluir que os EUA têm vantagens comparativas em serviços que não são vendidos no mercado mundial. O argumento só serve para dizer que os EUA têm vantagens absolutas em serviços; vantagens absolutas não determinam o padrão do comércio. A vantagem comparativa de qualquer indústria depende de dois parâmetros: produtividade relativa das indústrias e salários relativos entre indústrias. 8. O Japão é um país muito caro. Embora os trabalhadores japoneses ganhem aproximadamente o mesmo que os norte-americanos, o poder de compra de sua renda é um terço menor. Como se pode explicar esse fenômeno? (dica: analise em termos de salários e bens não comercializáveis). Resposta 8: Como os salários são aproximadamente iguais, pode-se escrever que (* é o Japão): W = W* Por outro lado, como o poder de compra dos japoneses é 1/3 dos americanos, pode-se escrever: 3P = P* Como os EUA têm produtividade maior em serviços, o preço de serviços é relativamente menor neste país. Isto aumenta o poder de compra do americano. Como serviço é “não comercializável”, segue-se que os japoneses não podem se beneficiar destes serviços baratos, embora o preço dos serviços do Japão sejam maiores. O poder de compra maior dos americanos comparado com o dos japoneses decorre do menor preço dos serviços nos EUA. 9. Como o fato de muitos bens não serem comercializáveis afeta o tamanho dos possíveis ganhos do comércio? Resposta 9: Os ganhos de comércio diminuem à medida que a importância dos “bens não comercializáveis” aumenta nas economias nacionais, já que boa parte dos serviços não pode ser comercializada internacionalmente. 10. Em 1986, o preço do petróleo nos mercadosmundiais despencou. Para os países importadores de petróleo, este evento foi considerado favorável. Porem, dentro de cada país, onde havia produção de petróleo, houve declínio econômico. Por que isto ocorreu? Resposta 10: Países ou regiões que se especializam na produção de petróleo têm redução da remuneração real dos fatores de produção empregados nesta atividade, quando há uma queda importante do preço relativo do petróleo em termos dos outros bens. Esta é a razão para o declínio econômico destes países ou regiões. 11. No modelo de fatores específicos, o que acontece se a oferta do fator móvel, (trabalho) aumenta? Admita que o preço de ambos os bens permaneça constante. Resposta 11: A demanda por mão de obra, em uma economia que produz dois bens e tem fatores específicos para cada setor, reflete o valor da produtividade marginal do trabalho. Suponha que haja um equilíbrio inicial a um salário W1. Com o aumento da oferta de mão de obra, para manter o pleno emprego, o salário terá que cair. A queda do salário permite a absorção do aumento da mão de obra nos dois setores e a produção de cada setor irá aumentar. O resultado sobre a oferta relativa dos bens é ambíguo.
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