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1 Larissa Maria Miranda Santana MEDICINA/INTERNATO Rodízio Cirurgia TRAUMA ABDOMINAL É um traumatismo causado diretamente na região abdominal ou que repercuta em lesões de estruturas abdominais. • Se liga: qualquer paciente que sofreu trauma no tronco, por impacto direto, desaceleração brusca ou por ferimentos penetrantes no tronco, deve ser considerado portador de lesão vascular, de víscera abdominal ou de víscera pélvica até que se prove o contrário. Nesse contexto, o mecanismo de trauma, forças de lesão, local do ferimento e condição hemodinâmica determinam a prioridade e guiam os métodos de avaliação abdomino-pélvicas. O abdome é parcialmente delimitado superiormente pela parte inferior do tórax. O abdome anterior é delimitado pelos arcos costais na parte superior, ligamentos inguinais e sínfise púbica inferiormente. Lateralmente é delimitado pelas linhas axilares anteriores. A transição toracoabdominal se localiza abaixo da linha transmamilar, anteriormente; linha infraescapular, posteriormente; e arcos costais, superiormente. Embora essa área tenha proteção pelos ossos do tórax, ela inclui o fígado, o baço, o diafragma e o estômago. →Mecanismo do trauma A compreensão do mecanismo facilita a identificação e o tratamento das lesões. Logo convém perguntar ao paciente ou acompanhantes como ocorreu o trauma. ➔ Trauma fechado Ocorre sem que haja penetração ou abertura da parte do corpo envolvida no trauma. Pode causar esmagamento ou compressão de vísceras abdominais e pélvicas, com eventual deformação dos órgãos e ruptura- causando hemorragias e contaminação do conteúdo intestinal- gerando peritonite. No trauma fechado, os órgãos mais acometidos são: baço, fígado e intestino delgado. O cisalhamento é um tipo de esmagamento causado quando um dispositivo de segurança é usado inadequadamente, causando estiramento de estruturas orgânicas. Há ainda as lesões decorrentes das forças causadas por desaceleração brusca, gerando movimentos em sentidos opostos de vísceras. ➔ Trauma penetrante É causado quando há corte e laceração da pele e tecidos subjacentes. Ferimentos por arma branca e projéteis de arma de fogo são exemplos principais. Em lesões por arma branca, as estruturas mais atingidas são o fígado, intestino delgado, diafragma e o cólon. Enquanto ferimentos por PAF mais frequentemente atingem o intestino delgado, cólon, fígado e vasos abdominais. Já as explosões podem causar trauma por diferentes mecanismos, tanto por fragmentos que penetram a vítima como por lesões contusas resultantes do impacto ou da ejeção. →Exame físico O exame deve ser minucioso e bastante detalhado, seguido de forma sistemática em inspeção, ausculta, percussão e palpação. Seguidamente analisar estruturas pélvicas como a estabilidade pélvica, bem como examinar a uretra, períneo, reto, vagina ou glúteos. Em homens é de extrema importância fazer a palpação da próstata, visto que o deslocamento cranial dessa sinaliza uma fratura pélvica importante. AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DA PELVE: pelo fato de a hemorragia pélvica grave ocorrer rapidamente, sua identificação precoce é importante. Hipotensão inexplicável pode ocorrer como único sinal de ruptura grave de pelve, com instabilidade pélvica no complexo posterior dos ligamentos. A instabilidade do anel pélvico deve ser considerada em caso de vítimas com fratura pélvica e hipotensão, se não houver outra fonte de sangramento explicável. Ao exame físico, alguns achados indicam fratura pélvica: - Evidência de ruptura da uretra (sangue no meato uretral, hematoma escrotal e deslocamento cranial da próstata). - Discrepância entre o comprimento dos MMII -Deformidade rotacional da perna sem fratura óssea Ao manipular, deve observar se as cristas ilíacas são pegas e a hemipelve instável é rotacionada para dentro e depois para fora→Manobra de distração e compressão. Se apropriado, realizar um RX AP. EXAME DA URETRA, DO PERÍNEO E DO RETO: sangue no meato uretral, equimose ou hematoma no escroto e períneo sugerem fortemente uma lesão na uretra. No trauma fechado, avaliamos o tônus esfincteriano e a integridade da mucosa retal, além da localização da próstata. EXAME VAGINAL: lacerações podem ocorrer tanto por ferimentos causados por ossos fraturados como trauma penetrantes. O exame só deve ser realizado na suspeita da lesão. EXAME DOS GLÚTEOS: essa região se estende da crista ilíaca as pregas glúteas. Lesões penetrantes nessa região se associam a lesões intra-abdominais importantes. • Medidas auxiliares no exame físico - Sondas gástricas e urinárias frequentemente são inseridas na avaliação inicial. Devendo atentar-se para não inserir a sonda de Foley em caso de hematoma perineal e deslocamento cranial da próstata. Evitar inserir sonda nasogástrica em doentes com fratura na porção média da face, preferir a orogástrica. - Sondagem vesical: alivia a retenção urinária, auxilia na descompressão da bexiga para realizar o LPD, sendo utilizada para monitorar o débito urinário como um índice de perfusão tecidual. Hematúria macroscópica sinaliza trauma no trato urinário ou genital e de órgãos intra-abdominais não regionais. Contudo a ausência de hematúria não descarta a existência dessa lesão, logo a incapacidade de micção, fratura pélvica instável presente, sangue no 2 Larissa Maria Miranda Santana MEDICINA/INTERNATO Rodízio Cirurgia meato uretral, hematoma escrotal, equimose perineal obriga o médico a realizar um uretrograma retrógrado para avaliar a integridade da uretra antes da inserção da sonda. - USG FAST e LPD: pacientes hemodinamicamente instáveis devem ser rapidamente avaliados e por isso pode ser feito ou pelo USG FAST ou LPD, a única contraindicação a esses exames é se o paciente já for ser submetido a uma laparotomia. O FAST é um dos principais exames, detectando a presença de hemoperitônio. O USG tem a especificidade, sensibilidade e acurácia na detecção de líquido intra-abdominal comparável à LPD. As indicações são as mesmas Uma vez realizado o primeiro exame, pode-se repetir novamente em 30 minutos, o que permite detectar hemoperitônio progressivo. A LPD (lavagem peritoneal diagnóstica) é rápida em identificar a hemorragia, apesar de invasiva pode diagnosticar eventual lesão em víscera oca, além de alta sensibilidade para detectar sangue intraperitoneal. Indicações: instabilidade hemodinâmica e trauma fechado, podendo ser útil no trauma penetrante. O LPD também é indicado nos casos de hemodinamente estável com trauma fechado quando a TC e o FAST não estiverem disponíveis. Contraindicações relativas: cirurgias abdominais prévias, obesidade mórbida, cirrose avançada e coagulopatia pré-existente. - Pacientes hemodinamicamente estáveis requerem exames complementares na presença dos seguintes sinais: alteração sensorial, mudança na sensibilidade, lesão de estruturas adjacentes, exame físico duvidoso, previsão de perda prolongada de contato com o paciente ou exames de imagem com sinal do cinto de segurança. - Radiografias torácicas para trauma abdominal: RX AP de tórax é recomendado em todo doente com trauma fechado multissistêmico. Casos hemodinamicamente instáveis com trauma penetrante não necessitam de triagem radiográfica. Já o doente hemodinamicante estável com trauma penetrante acima da cicatriz umbilical ou lesão toracoabdominal suspeita o RX pode ajudar a descartar hemotórax, pneumotórax ou pneumoperitoneo. - Radiografia AP pélvica: pode esclarecer a origem da perda de sangue em doentes instáveis e naqueles com dor pélvica. O doente desperto, alerta e sem dor não precisa de radiografia pélvica. - Laparotomia: é indicada nos casos de aspiração de sangue, conteúdo gastrointestinal, fibras vegetais ou bile através do cateter em pacientes hemodinamicamente instáveis. Se não houver grande quantidade de sangue (<10mL) ou conteúdo gastrointestinal aspirados,faz-se uma lavagem com 1000mL de solução cristaloide isotônica, coleta o líquido e faz a análise. O teste é positivo se vier mais de 100.000 glóbulos vermelhos por mm3, 500 glóbulos brancos por mm3 ou detectar bactérias pelo método gram-> laparotomia indicada. - TC: é necessária a estabilidade hemodinâmica do paciente e que não haja indicação de laparotomia de urgência. Ela evidencia lesões de órgãos específicos e sua extensão. Contraindicações relativas incluem a demora para o tomógrafo, paciente não colaborativo ou que não pode ser sedado, alérgicos a contraste iodado. - Uretrografia: deve ser realizada antes de inserir a sonda vesical em doentes com suspeita de ruptura uretral. - Cistografia ou cistografia na TC: nos casos de ruptura de bexiga intra ou extraperitoneal. 3 Larissa Maria Miranda Santana MEDICINA/INTERNATO Rodízio Cirurgia ➔ AVALIAÇÃO NO TRAUMA ABDOMINAL Não visa identificar o órgão acometido, mas sim se há indicação de laparotomia. De maneira geral, a indicação para laparotomia em doentes com trauma abdominal incluem: - Trauma abdominal fechado com hipotensão e FAST+, ou evidencia clínica de hemorragia intraperitoneal. - Trauma abdominal fechado ou penetrante com LDP positiva - Hipotensão associada a ferimento abdominal penetrante - Ferimentos por PAF que atravessam a cavidade peritoneal ou o compartimento visceral/vascular do retroperitônio. - Evisceração - Hemorragia do estômago, reto ou trato genitourinário por ferimento penetrante. - Peritonite -Ar livre, ar peritoneal ou ruptura do hemidiafragma. -TC com contraste evidenciando lesão do TGI, lesão intraperitoneal da bexiga, lesão do pedículo renal ou lesão parenquimatosa grave após trauma contuso ou penetrante. Caso o paciente com trauma não se enquadre nesses critérios, as opções incluem exame físico seriado e LPD se for ferimento toracoabdominal e da parede anterior. Ferimentos toracoabdominais assintomáticos com possíveis lesões diafragmáticas e de vísceras superiores podem ser tratados com exame físico seriado, LPD, toracoscopia, laparoscopia e TC. Em ferimentos no flanco e no dorso TC com duplo ou triplo contraste é útil. Para doentes relativamente assintomáticos, as opções diagnósticas incluem exame físico seriado por 24 hrs, LPD ou laparoscopia diagnóstica. Apesar do FAST + ser útil, quando negativo não exclui a possibilidade de lesões com produção de líquido livre intraperitoneal mínimo. Em ferimentos do flanco e do dorso, a espessura protege os órgãos dos ferimentos por PAF e menos dos causados por arma branca. Embora a laparotomia seja uma opção razoável para estes doentes, exame físico seriado, LDP e TC com duplo ou triplo contraste são as opções menos invasivas. ➔ DIAGNÓSTICOS ESPECÍFICOS I. Lesões diafragmáticas O hemidiafragma esquerdo é o mais comumente atingido, tipicamente a região posterolateral. O diagnóstico deve ser suspeitado em qualquer ferimento toracoabdominal e avaliado pelo RX de tórax, podendo ser confirmado com laparoscopia, laparotomia e toracoscopia. Anormalidades no rx inicial incluem: elevação ou borramento do hemidiafragma, hemotórax, apagamento da imagem do diafragma por substância gasosa ou presença de sombra gástrica no tórax. II. Lesões duodenais: Classicamente a ruptura duodenal é encontrada em pacientes sem cinto de segurança que sofreram lesão frontal ou golpe direto no abdome. Sangue no aspirado gástrico ou de ar retroperitoneal na radiografia ou na tc abdominal deve levantar suspeita. Se o paciente for de alto risco para essa lesão, alguns exames são necessários: - estudo radiográfico contrastado do tubo digestivo alto -TC com duplo contraste III. Lesões pancreáticas Resultam geralmente de golpe direto no epigastro, que comprime o pâncreas contra a coluna vertebral. A amilase sérica pode não estar aumentada, assim como a amilase elevada pode traduzir lesão extra- pancreática. No entanto, amilase sérica seriada que aumenta progressivamente deve gerar investigação adicional. O TC duplo contraste pode ser usado mas não pode identificar o trauma imediatamente- nas primeiras 8 hrs, portanto, deve ser repetido posteriormente, se houver suspeita de lesão pancreática. Em caso de dúvida, indica-se laparotomia. IV. Lesões genitourinárias A avaliação do trato urinário com TC deve ser realizada em casos de trauma no dorso ou flancos que cursem com equimose ou hematoma, e em casos de hematúria macro ou microscópica em doentes com: trauma abdominal fechado com episódio de hipotensão e lesões intra-abdominais associadas em pacientes com trauma abdominal fechado. Hematúria micro e macroscópica com episódio de choque sugerem trauma abdominal não renal. TC com contraste endovenoso pode identificar e documentar a extensão da lesão renal por trauma fechado. A urografia excretora, TC e arteriografia renal pode auxiliar no diagnóstico de ambas. Lesões na uretra posterior se associa a traumas multi-sistêmicos, já em relação a uretra anterior pode ocorrer isoladamente. V. Lesões de vísceras ocas Lesões contusas de intestino acontecem geralmente com desaceleração brusca, especialmente nos casos de uso incorreto do cinto de segurança. Deve-se suspeitar dessas lesões quando houver hematomas ou equimoses lineares ou transversos ou uma fratura lombar com desvio detectada a RX. 4 Larissa Maria Miranda Santana MEDICINA/INTERNATO Rodízio Cirurgia VI. Lesões de órgãos sólidos Lesões de fígado, rins e baço que cursem com choque e instabilidade hemodinâmica ou evidencia de hemorragia ativa indicam laparotomia de urgência. Se o paciente estiver hemodinamicamente bem pode ser tratado clinicamente. VII. Fraturas pélvicas e lesões associadas Fraturas pélvicas acompanhadas de hemorragia sugerem ruptura dos ligamentos ósseos posteriores por fratura e/ou luxação sacral. A ruptura do anel pélvico pode romper o plexo venoso pélvico e ramos da artéria ilíaca interna. Além disso, o deslocamento vertical da sacroilíaca também pode romper a vascularização ilíaca e causar sangramento extenso. O tratamento da fratura pélvica grave com hemorragia deve incluir o controle da hemorragia e reanimação com líquidos. O controle hemorrágico pode ser feito através da estabilização mecânica com anel pélvico. O tratamento definitivo do doente com alterações hemodinâmicas, é necessário cirurgiões do trauma e ortopédicos. A embolização radiográfica é a melhor opção na hemorragia ativa secundaria a fraturas pélvicas. AULA DE LEONALDO ➔ Anatomia topográfica do abdome - Abdome -Flanco - Dorso - Transição toracoabdominal ➔ Classificação -Fechado ou contusão abdominal -Aberto, fechado ou ferida abdominal ➔ Trauma abdominal: prevalência ➔ Abdome cirúrgico (laparotomia) - Trauma penetrante: choque e/ou peritonite e/ou evisceração -Trauma contuso: peritonite e/ou pneumoperitônio e/ou retropneumoperitônio. Timpatismo a percussão timpânica -> sinal de joubert (pneumoperitoneo) ➔ Ferimentos por arma de fogo - Parede anterior ou lateral: ver se o ferimento foi tangencial (raspão), se não foi faz laparotomia direto, pelo risco de lesão intrabdominal significativa. - Se for em dorso ou flanco, avalia se o paciente está instável: faz laparotomia, se estiver estável faz TC de abdome com contraste (abdome, coluna, região pélvica). ➔ Ferimento por arma branca em parede anterior ou lateral Se tiver sinais de choque, peritonite ou evisceração : laparotomia Se não tiver esses sinais, deve ser feito exploração digital da ferida. Se for negativa-> sutura e dá alta, se positiva ou duvidosa-> em observação por 24 hrs + exames físicos seriados de 8/8 hrs + solicitação de hemograma a cada 8 hrs. Se teve leucocitose ou hemoglobina caiu mais que 3, deve realizar uma tomografia ou um lavado peritoneal. Se o paciente tiver alterações (abdome cirúrgico ou choque) nesse intervalo ouapós essas 8 hrs, deve ser submetido a laparotomia. Caso não tenha alterações chegar os resultados dos exames. ➔ Ferimentos por arma branca no dorso ou flanco Não é possível a realização da palpação digital, após descartar choque, peritonite ou evisceração, realizar tc de triplo contraste (oral, retal, ...) ➔ Trauma abdominal fechado - Exame físico evidenciando de certeza peritonite, o paciente deve ser submetido a laparotomia. O exame deve ser feito em pacientes conscientes e sem estar em uso de álcool/drogas ou traumatismo craniano, com lesões multissistêmicas. Avaliar o status hemodinâmico do paciente, se estiver instável (sistólica menor que 90mmHg) avaliar se é apenas lesão abdominal ou apenas politrauma, se for politrauma deve fazer FAST ou LPD, se der positivo faz laparotomia. Se for isolado o trauma, faz direto a laparotomia. Se o paciente estiver estável, pode realizar tomografia no paciente. Após a realização, deve-se avaliar se tem lesão de viscera oca (pneumoperitoneo) encaminhar direto pra laparotomia. Se a lesão for em víscera sólida, faz laparotomia. Se tiver líquido na cavidade: sensibilidade a palpação? Sinal de do cinto de segurança? Líquido em mais de um quadrante ? -> laparotomia 1. Lavado peritoneal diagnóstico Indicado nos pacientes que foi vítima de trauma abdominal fechado, sem indicação de cirurgia até o momento e está chocado. Técnica: incisão infraumbilical com visão direta e introdução de cateter de diálise peritoneal, ver se 5 Larissa Maria Miranda Santana MEDICINA/INTERNATO Rodízio Cirurgia vem sangue (>10mL é positivo o fast), introduz 1000mL ringer aquecido, sacode o paciente e coletar no mínimo 200ml e avaliar em laboratório (amilase, fosfatase alcalina e bioquímica). Amilase >175. CI absoluta; paciente que já tem indicação de laparotomia. Relativa: 2. FAST: ver se tem líquido livre na cavidade abdominal, só começa a ter sensibilidade >250mL na cavidade, idealmente >500mL. Vantagens: rápido e não invasivo Desvantagens: obesos, enfisema subcutâneo e gases intestinais não são bem visualizadas, além de líquido em retroperitoneo. 3. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA A contraindicação são os pacientes instáveis Não vê bem lesão diafragmática 4. Videolaparoscopia Indicada em região toracoabdominal Ideal para ver lesão diafragmática Contraindicado em pacientes instáveis TRAUMA ESPLÊNICO Órgão mais acometido Classificação vai de 1 a 5, sendo o tratamento de acordo com cada um. Tratamento conservador: não pode ter peritonite, não pode estar instável, não pode ter lesão de outro órgão. 1,2,3 Tratamento cirúrgico: no tipo 4 faz arteriografia ou angioembolização, 5- esplenectomia. Funções do baço: fagocitar bactérias circulantes, produção de IgM. Complicações: sepse fulminante pós esplenectomia principalmente por S.pneumoniae, fístula pancreática quando há lesão da cauda do pâncreas. Tem que fazer vacina para pneumococo, meningococo TRAUMA HEPÁTICO Segundo órgão mais acometido Classificação vai de 1 a 6 Lesões de 1 a 3 são simples e de 4 a 6 complexas O tratamento tende a ser conservador com o advento da angioembolização. Até mesmo com grau 4 ou 5 estando instável pode tentar o conservador. Lesão de víscera sólida precisa ficar em observação por um cirurgião, UTI e exames laboratoriais frequentes. Grau 6: cirurgia ➔ Manobra de Pringle Clampeia o ligamento hepatoduodenal, se parou o sangramento ou é ramo da veia porta ou da artéria hepática. Ajuda a saber de onde vem o sangramento. Se o sangramento não para é porque é proveniente de veias retrohepáticas, nesses casos faz controle de danos. Se tiver lesão do pedículo hepático total (6) faz um hepatectomia total, fazendo uma anastose da cava com a aorta, ele tem 36 hrs para transplante hepático. TRAUMA DUODENAL O duodeno compartilha vascularização com colédoco distal e com a cabeça do pâncreas. Via bilar distal + cabeça de pâncreas e duodeno-> cirurgia de Whipple Crepitação ao toque retal -> retopneumoperitoneo Geralmente é cirúrgico se for laceração do duodeno TRAUMA PANCREÁTICO O melhor exame para diagnóstico é a TC de abdome, aumento da amilase porém não tem boa especificidade, já que aumenta com TCE de sangramento e lesões de duodeno e jejuno. A classificação depende da localização, se for direito tem a ver com cabeça e processo uncinado e se for esquerdo tem a ver com corpo e cauda. TRAUMA DE INTESTINO DELGADO Mais lesado em arma de fogo Faz rafia da lesão, exceto nos casos de lesão que compromete mais de 50% da alça do intestino ou então múltiplas lesões próximas uma das outras. Nesses casos enterectomia + enteroanastomose TRAUMA DE CÓLON E RETO O segmento mais acometido é o transverso. Técnicas de correção: Rafia primária ou Colectomia com anastomose primária ou anastomose primária tardia. Critérios para rafia primária: duração maior que 4/6 hrs, não pode ter mais de 50% de luz do cólon, não pode usar mais de 6 concentrados de hemácias e sem lesão vascular, tem que estar estável. TRAUMA DA URETRA E URETER Uretra prostática e membranosa: posterior Geralmente por fratura pélvica, algum fragmento ósseo. Uretra prostática anterior é por fratura cavalheiro QC: globo vesical palpável, retenção urinária e uretrorragia. Diagnóstico: uretrografia retrógrada Tratamento: cistostomia ou passar sonda vesical guiada por Cistoscopia. O ureter é raramente lesado, nesses casos o diagnóstico é por TC na fase excretora. Correção por desbridamento com anastomose primária, mas não 6 Larissa Maria Miranda Santana MEDICINA/INTERNATO Rodízio Cirurgia deve ter perda de substancia primária, sem ter tensão e passa cateter duplo J. Se o trauma for distal, faz reimplante ureteral. TRAUMA RENAL Manifestação mais comum é a hematúria TC com contraste A gravidade da hematúria não tem relevância com o trauma renal. Classificação: de 1 a 5, 1-3 simples , 4-5 complexa Tratamento 1-3 conservador se estável hemodinamicamente 4-5 cirurgia, nefrectomia. Mas se a região for distante do hilo renal faz TRAUMA DE BEXIGA Intraperitoneal: paciente que teve trauma contuso que estava com bexiga cheia. -> sutura por planos da bexiga + sonda vesical. Extraperitoneal: fratura pélvica, com fragmento ósseo. -> não cirúrgico, apenas sonda vesical. Diagnóstico: uretrocistografia TRAUMA VASCULAR ABDOMINAL – HEMATOMA RETROPERITONEAL Grandes vasos do retroperitoneo ou veias/artérias mesentéricas Observar a área de desenvolvimento do hematoma Zona 1: sempre explorado, visto que envolve aorta e cava. Zona 2: se for penetrante faz exploração. Se contuso se for pulsátil. Zona 3: não precisa explorar Manobra de Mattox: rotação visceral medial esquerda. Manobra de Kocher: rotação visceral medial direita. Manobra de Catell: ampliação da manobra de Kocher. TRAUMA DE TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL Tanto pode lesionar região torácica quanto abdominal, depende do movimento respiratório no instante do acidente. Trauma penetrante abaixo do 4EIC pode ter lesão abdominal. Nessa situação o melhor exame é a videolaparoscopia. DAMAGE CONTROL Tríade da morte: coagulopatia, hipotermia e acidose metabólica Fases: 1 fase: cirurgia inicial rápida, fazer controle de sangramento e diminuir a contaminação. 2 fase: Correção e leito de terapia intensiva, de coagulopatia, hipotermia e acidose. 3 fase: reoperação do paciente após a correção SINDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL Aumento da pressão intrabdominal, o normal é de 5 a 7, quando passa de 12 chama de hipertensão intrabdominal. Para ser considerado de síndrome acima de 20 + disfunção de algum órgão alvo. Tratamento >20 , porém sem disfunção de LOA, faz drenagem de coleção intracavitária. Com LOA, o tratamento é laparotomia descompressiva (peritoniostomia. Se for >25, sempre faz cirurgia. FRATURAS PÉLVICAS Instabilidade acompressão da pelve, pode ter rotação ou encurtamento de membro Instabilidade hemodinâmica pelo sangramento Fratura em open book- trauma anteroposterior, sangramento venoso importante ; manobra do lençol, fazer compressas de tensão. A mais comum de aparecer é a fratura por compressão lateral, não tem sangramento venoso abundante, manobra do lençol + fixador externo.
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