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PROPRIEDADES COLIGATIVAS 1. INTRODUÇÃO As substâncias puras apresentam propriedades físicas bem definidas, como por exemplo, a água pura possui uma temperatura de fusão ( ) e temperatura de ebulição ( , ao nível do mar). No entanto, verifica-se, que ao adicionar um soluto as propriedades do líquido são alteradas. Essas alterações que os solutos provocam sobre os solventes são denominadas propriedades coligativas, como a tonoscopia, ebulioscopia, crioscopia, estudados por Raoult e a osmometria, esta última estudada por Van’t Hoff (FELTRE, 2008). O efeito tonométrico se manifesta ao dissolver um soluto não volátil em um líquido, nesse caso a pressão máxima de vapor do líquido diminui e consequentemente o líquido terá menos tendência a evaporar. O efeito ebuliométrico é o aumento da temperatura de ebulição desse mesmo líquido se comparado a ele puro, provocado pela diminuição da pressão de vapor. O efeito criométrico ocorre quando há diminuição da temperatura de congelamento desse líquido, em decorrência da mesma circunstância. Estes três efeitos estão relacionados entre si e são proporcionais à molalidade da solução e independem da natureza do soluto, desde que ele seja não volátil e não iônico. A osmose é o movimento do solvente por meio de uma membrana semipermeável, pela qual não se passa o soluto. Com a finalidade de impedir a diluição da solução através desse movimento, é exercida uma pressão osmótica sobre a mesma. De acordo com as leis da osmometria, a pressão osmótica é diretamente proporcional à molaridade, na condição de temperatura constante, e à temperatura absoluta, em molaridade constante, da solução. Se comparada aos demais efeitos coligativos, a pressão osmótica é mais evidente, sendo assim determinada com precisão e utilizada como uma das maneiras de obter a massa média (ou massa micelar média) das partículas coloidais. 2. OBJETIVOS O experimento teve como objetivo a comparação de soluções a fim de verificar o aumento do ponto de ebulição e a diminuição do ponto de congelamento, para a comprovação de que a presença de um soluto modifica as propriedades físicas de um solvente. Para isso, foi comparado o tempo de solidificação da água pura e água na presença de sal (solução de NaCl), assim como o tempo e a temperatura de solidificação das soluções de NaCl e sacarose. Bem como o ponto de ebulição da água pura, da solução de sacarose e da solução de NaCl. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Qualquer substância possui suas características físicas e químicas especificas, e quando um soluto é adicionado à uma solução, ele alterará as propriedades físicas da solução. Segundo ATIKINS (2015), o ponto de ebulição da solução sofrerá um aumento, assim como seu ponto de congelamento será menor, o que dá origem a pressão osmótica (∏), ou seja, a pressão que deve ser aplicada à solução para interromper o fluxo de entrada do solvente. Tais efeitos estão relacionados com a quantidade de partículas presentes, e independe da natureza do soluto, sendo essa a definição de propriedades coligativas. A elevação do ponto de ebulição é chamada de elevação ebuliscópica, ∆Teb, e o abaixamento do ponto de congelamento, abaixamento crioscópico, ∆Tf, os quais são proporcionais à molaridade, beb, do soluto. ∆Teb = Kebbeb ∆Tf = Kfbeb Onde Keb é a contante ebulioscópica e Kf é a constante crioscópica do solvente. Para a água, o valor de Keb = 0,51 K kgmol -1 e Kf = 1,86 K kgmol -1. Uma solução de sacarose em água, como feito no experimento, consiste em um soluto não volátil, ou seja, não está presente em vapor (constituído apenas por água pura). A sacarose permanece no solvente liquido quando o gelo começa a se formar, de tal forma que o mesmo se mantém puro. A presença de soluto diminui o potencial químico do líquido, mas nas fases sólida e gasosa são puras, então não ocorrem alterações de seus potenciais químicos. Assim, pode-se observar o porquê de a temperatura de ebulição aumentar e a de fusão diminuir. O liquido existe em uma faixa maior de temperatura dessa forma. A água salgada também possui um ponto de congelamento inferior ao da agua doce. Devido às condições climáticas, a temperatura ambiente estava bastante elevada, o que causou um aquecimento da água presente na cuba, e impossibilitou a conclusão do processo de solidificação das soluções, pois não foi possível atingir temperaturas baixas o suficiente. Foi utilizado álcool e sal para se tentar chegar à temperatura ideal, porém como já dito, as condições climáticas não favoreceram o processo. Abaixo estão listados o volume da solução preparada e o tempo que as mesmas foram mantidas em contato com a água gelada. Apesar de não ter sido possível aferir a temperatura de congelamento de cada uma, sabe-se que as mesmas são muito baixas, pois a agua pura possui uma temperatura de congelamento de 0°C, e com a presença de solutos (como o sal e a sacarose usados), sofre o efeito de crioscopia. Parte 1: Solidificação da água pura e água na presença de sal Solução Volume (mL) Tempo (s) Temperatura (°C) H₂O 3 1140 0 H₂O + NaCl 3 1860 - Parte 2: Solidificação das soluções de NaCl e sacarose: Solução Volume (mL) Tempo (s) Temperatura (°C) H₂O + NaCl 1 1200 - H₂O + C₁₂H₂O₁₁ 1 780 - O experimento da parte 3, que objetivava comparar os pontos de ebulição entre uma solução de NaCl, uma solução de sacarose e água pura, obteve resultados não esperados pela propriedade coligativa de ebulioscopia, já que as soluções de NaCl e sacarose proporcionaram pontos de ebulição menores do que a da água pura. Isso pode ter ocorrido devido a um erro de averiguação da temperatura no instante em que se iniciou a ebulição dos líquidos. A elevação do ponto de ebulição (∆Teb), como citada anteriormente, é proporcional à molaridade do soluto (beb), ou seja, quanto maior a concentração da substância, maior a elevação da temperatura de ebulição e maior o abaixamento da pressão de vapor. Por isso, soluções como de sacarose e NaCl possuem ponto de ebulição maiores do que a água pura, já que é necessário fornecer mais energia (aquecer) para que a pressão de vapor se iguale à pressão atmosférica e, por fim, a solução consiga ebulir. Os dados obtidos nesse experimento foram listados abaixo e pôde-se observar que a solução de sacarose deveria apresentar temperatura de ebulição menor do que a solução de NaCl, assim como ambos pontos de ebulição deveriam ser maiores do que o da água pura, mas devido à erros de análise prática, a teoria relacionada a propriedade de ebulioscopia não conseguiu ser identificada. Parte 3: Ponto de ebulição da água pura, solução de NaCl e sacarose: Solução Volume (mL) Tempo (s) Temperatura (°C) H₂O 5 - 97 H₂O + NaCl 5 - 87 H₂O + C₁₂H₂O₁₁ 5 - 95 4. CONCLUSÕES Apesar dos erros experimentais, e das condições que desfavoreceram a conclusão dos experimentos, pode-se notar que o tempo de solidificação da água pura é menor que o da água com cloreto de sódio. Percebe-se que o ponto de fusão caiu devido a presença de NaCl (experimento1). O Experimento 2 não foi concluído. A diferença dos pontos de ebulição e de solidificação dá-se devido ao fato do cloreto de sódio e da sacarose serem substâncias não- voláteis, ou seja, não evaporam rápido. No experimento 3, a água com NaCl ou sacarose deveria apresentar maior ponto de ebulição que a amostra com água pura, mas devido aos erros experimentais e de mensuração, observa-se o contrário. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) ATIKINS, P.; De Paula, J. Físico-Química. Vol. 1. 8ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2008. 589p. 2) FELTRE, R. Físico-Química. 7ª edição, São Paulo: Moderna, 2008. 687p.
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